Um mês atrás.

Um dia aparentemente normal para Santana, tirando o fato que a cada vez que a morena erguia o olhar uma pessoa estava sempre a encarando. A nova garçonete do restaurante que ela e Rachel trabalhavam. A latina já estava aparentemente começando a se irritar com todos aqueles olhares e mal conseguia se concentrar no trabalho.

– Ei! Santana!

– O que foi, Berry? – Santana perguntou irritada após distrair-se olhando fixamente para a loira do outro lado do restaurante.

– Para quem você tanto olha? – Rachel seguiu o olhar da amiga, e viu que Santana encarava Danielle, a nova garçonete. – Sabia que você ia acabar se interessando pela Dani.

– Quem?

– Danielle. – Rachel respondeu como se fosse óbvio. – Ela é nova aqui, começou ontem se não me engano.

– Eu não fiquei interessada nela. – Santana respondeu rapidamente e viu que a amiga sorriu, obvio que ela havia ficado interessada, mas não iria admitir isso.

– Você pode negar o quanto quiser, mas eu sei que ficou interessada. Assim como ela também ficou.

E assim a morena menor saiu de perto da amiga, deixando Santana confusa.

***

– Quer ajuda?

Santana estava sentada em uma das mesas do restaurante quando uma voz rouca, que ela não conhecia, surgiu. Ao erguer o olhar a morena identificou a dona da voz. Dani.

– Sim. – Respondeu a morena rapidamente.

Dani então se se sentou à mesa e começou a ajudar Santana, o silêncio entre elas era predominante mais nenhuma das duas sentia-se incomodada com isso.

– Gostei do seu nome. – Santana tentou começar um assunto. – Abreviação de algum nome ou seus pais sabiam que quando você crescesse seria lésbica e colocaram um nome masculino em você?

– Eu não sou lésbica. – Dani mudou seu sorriso para uma expressão mais seria ao responde, porém internamente estava sorrindo com a expressão assuntada de Santana.

– Você... Quer dizer... Eu achei que fosse porque você usa muito delineador e...

Dani sorri novamente e interrompe uma Santana bastante nervosa e sem-graça, colocando sua mão sobre a da latina.

– Ei, relaxa. Eu amo partes femininas. – Respondeu a loira, tranquilizando Santana. – Dani é abreviação para Danielle, e não. Não acho que eles sabiam. Meus pais na verdade são uns idiotas. Eles me pegaram uma vez no porão com uma menina, então depois disso eu peguei o meu violão e sai de casa. Sem olhar para trás. E você?

–Meus pais aceitaram bem a ideia. – Começou Santana. – Mas minha avó não. Eu já tive uma namorada e ela era Bi.

– Alguma chance de vocês voltarem? – Perguntou Dani enquanto passava a mão pelo pescoço. Um movimento simples, mas que Santana achou sexy.

– Eu a amo. – Dani tentou não demostrar, mas havia ficado surpresa. – Mas está acabado.

– Talvez seja melhor assim. – Dani sorriu ao olhar para Santana. Um sorriso quase sedutor, ou talvez tenha sido um. – Eu acho que você precisa de uma amante cem por cento lésbica.

Santana por uns instantes ficou sem reação. Aquilo seria uma indireta para ela? Dani mantinha um sorriso sacana e a morena sabia que sim, tinha sido uma indireta.

– Eu... Eu vou pegar os sale... Saleiros.

O sorriso de Dani se ampliou ao ver como Santana havia ficado nervosa. A morena saiu da mesa em direção ao balcão e isso não passou despercebido por Rachel.

– Eu notei uma troca de energias entre você?

– Não... Me ajuda. – Santana olhou para o lado e viu Dani acenando. – Eu estou meio com nervosa, sinto alguma coisa de baixo dos meus peitos.

– Por quê? – Rachel perguntou segurando o riso. – Ela é bonita, é fofa e é gay. Chame-a para sair.

– Eu nunca estive com uma lésbica de verdade antes. Só estive com a Brittany ou qualquer outra garota de universidade querendo experimentar.

– Você está nervosa! – Rachel declarou o óbvio. – Nunca te vi assim antes, é muito fofo.

– Não conta isso para ninguém, Berry. – Santana fuzilou a amiga com o olhar e Rachel pareceu ter entendido o recado. – Eu talvez possa gostar dela e isso é aterrorizante.

– Escuta, ela parece ser uma pessoa legal e inteligente, e se ela é uma garota inteligente eu tenho certeza que ela não vai perder a oportunidade de sair com alguém tão maravilhosa como você é.

– Você está certa.

Santana sorriu, para o alivio de Rachel. A menor deu um abraço e Santana e então ambas voltaram ao seus afazeres.

...

O movimento ainda era fraco. Poucos funcionários do turno da noite ainda estavam no trabalhando. Santana estava sentada perto do balcão observando Dani de longe. A loira estava sentada nas escadas do palco com o violão nos braços. A loira olhava para um ponto especifico fora da janela.

– Deveria ir falar com ela. – Sussurrou Rachel parando na frente de Santana.

– Já está quase na hora de ir embora. – Rebateu Santana, sem tirar os olhos da loira.

– Você tem que ficar até alguém do próximo turno chegar porque eu já estou indo embora. – Disse Rachel antes de sair correndo do restaurante.

Santana ainda ficou alguns minutos parada, tentando achar argumentos, prós e contras, razões para não ir falar com a outra garota, mas no final acabou chegando a conclusão de que não havia nada de errado em seguir em frente, em conversar com outra pessoa que também estava interessada. Com isso a morena levantou-se do banco e com um tímido sorriso caminhou até Dani.

– Você não vai embora? – Perguntou Santana tímida e gentilmente.

– Não, ainda não. – Respondeu Dani. – Eu gosto de ver o sol surgindo por entre aqueles prédios. Gosto de como o restaurante passa de calma e escuro para algo brilhante.

– Eu nunca vi. – Afirma Santana um pouco sem graça.

– Então senta aqui e vamos ver juntas.

Aquele sorriso novamente. Santana já não sabia quantas vezes havia visto aquele sorriso, mas nunca se cansava dele. Era sacana e ao mesmo tempo fofo e gentil. Santana sentou-se ao lado de Dani e a outra menina segurou uma de suas mãos. Naquele momento a latina já sabia. Ela já sabia que não demoraria muito até estar apaixonada por Danielle