As Cores Do Outono escrita por SakuraHimeT


Capítulo 11
Capitulo 11- Anjos e Ameaças


Notas iniciais do capítulo

Oi oi, aqui está o capitulo da semana, espero que gostem! ;)



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Os meus olhos menta mergulharam nos olhos caramelo. Uma mistura exótica de sabores e cores. O calor do seu corpo aquecia o meu gelado. As lagrimas pararam quando proferi as últimas palavras.

–Tu, o quê?

A sua voz rouca acordou-me dos desvaneios. Tapei a boca com ambas as mãos, completamente em choque.

Eu não tinha dito aquilo. Não, não!

–Oh meu deus, eu não, eu não q-queria...- afastei-me, porém Syaoran segurou a minha cintura firme.- Oh não. Eu...- sentia-me confusa e só queria fugir para bem longe dali.

O rapaz continuou calado e estático ao chão.

–Eu... -respirei fundo, as mãos tremeram.- Syaoran tu és meu amigo, meu querido amigo. E... e nós somos amigos e na verdade, não podemos ficar juntos, porque… porque. - Ditei uma lengalenga aos soluços. O meu coração parou e a minha mente resmungava comigo para ter calma e controlar os meus nervos. Contudo, foi-me indiferente.- Porque tu estás noivo e..e não..

Parei de falar quando senti a sua mão no meu queixo. Ergueu-me para ele e ficamos a milímetros.

Os olhos que tanto amava.

–Tu, o quê?– voltou a perguntar. Ele queria jogar comigo?

Sakura, jogaste as cartas, agora levanta-as.

Senti a boca seca. O olhar perdido. E tudo o que restava do meu juízo, desmoronou-se naquele momento.

–Eu amo-te, Syaoran.

Num último suspiro pesado, Syaoran jogou-se para os meus lábios. Eu abracei-o como se fosse uma tábua de salvação. Os seus lábios eram quentes e macios. Oh, beijava tão bem. Abri ligeiramente a boca e ele aprofundou o beijo, tornando-se insaciável e desesperado. Minutos depois, separei-me dele, para recuperar o ar. Olhei para o chão, completamente corada mas voltou-me a erguer a cabeça.

–Eu amo-te Sakura. Amo-te tanto, mas tanto. Não sabia como te dizer isto.- confessou. Senti os olhos arderem.- Amo-te desde a primeira vez que te vi, andar no baloiço. Parecias um anjo com asas e amei-te ainda mais quando te assustaste com a minha presença e caíste no mar de folhas. Amei-te todas as vezes que tivemos juntos aqui. Amei-te e desesperei-me quando me viste com Meiling e quando ficaste doente. Amei-te no Halloween e amei-te mesmo sabendo que estava noivo. E amo-te ainda mais, sabendo que também me amas. Não imaginas como estou me sentindo agora.

Os seus olhos brilharam. Eu acariciei-lhe as bochechas e ele beijou-me a ponta dos dedos. Aquela reacção fez-me ficar acesa.

–Oh Syaoran.- não consegui controlar mais as lagrimas, deixei-as cair como pequenos rios, e estiquei-me para o beijar novamente. Eramos só nos que importava agora, mais nada nem ninguém.

–Eu não sabia como te dizia, mas eu certamente nao me podia afastar-me de ti Sakura. Eu preciso de ti, és a jovem mais linda e deslumbrante que já conheci em toda a minha vida, por favor nunca mais fujas de mim.- murmurou beijando-me o queixo , a ponta do nariz e bochechas.

–Não, nunca mais fujo de ti, meu amor.- Murmurei apaixonada.

O por-do-sol pintou as nuvens com um degradé alaranjado e rosado. Ficamos a tarde toda abraçados no baloiço, namorando. Cada vez que o beijava a minha mente perguntava-me se era real.

–E agora? O que vais fazer?- Perguntei. Não queria tocar na palavra "noivado".

–Vou falar com Meiling. Depois com os anciões.- Respondeu sério. Olhou para os reflexos da água do rio.

–Mas e se ela...- parei imediatamente.

–Ela o que?- perguntou olhando para mim.

–Nada.

–Sakura... - a sua voz ficou tensa. Oh meu deus. Ele não podia saber.

–Quantas vezes vais-me esconder coisas? Para além de seres uma péssima mentirosa. O que se passa agora?- ralhou comigo.

Ok. Senhor mandão.

–A tua prima... Ameaçou-me.

–Ela fez o que?!- gritou alarmado.

–Calma, Syaoran. Não te exaltes por favor. Ela não pode saber que te contei isso. Ela ameaçou-me naquele dia. Disse, se eu não me afastasse de ti, ela certamente irá nos afastar. Não sei como, não me perguntes. Mas com certeza, fará de tudo.- arrepiei-me sentada no seu colo, no baloiço. Ele apertou-me a cintura.

–Eu não acredito. Meiling não tem o direito de ameaçar, seja quem for. Ela não manda na minha vida para dizer com quem eu deva estar ou não.- Cuspiu irritado.

–Vocês discutiram sobre isso?

–Sim. Ela sempre gostou de controlar a minha vida. Até no colégio.- Revirou os olhos.

–Ela não gosta de mim.

–Não, não gosta. Mas eu gosto! Aliás, eu amo-te.- Confessou baixinho no meu ouvido. Voltei a arrepia-me.

Syaoran inspirou o cheiro dos meus cabelos.

–Cheiras divinamente bem. Não te preocupes, meu anjo. Ninguém irá nos separar. Eu não vou deixar isso acontecer, nem que crie guerra com a minha própria família.

Aquilo assustou-me. Syaoran estava disposto a largar tudo para ficar comigo?

Não foi propriamente isso que ele disse.

Sim ,mas sempre é um começo.

Chegamos a casa e a tia ja estava na cozinha a fazer o jantar, como sempre. Aparece-mos os dois à sua frente de mãos dadas. A mulher largou a colher ao lado da panela e limpou as mãos no avental. Depois olhou para nos e levou uma das mãos ao peito.

–Oh meu deus! Oh Santa Maria!- exclamou surpresa. - Finalmente Deus ouviu as minhas preces!

Olhei de lado para Syaoran, corada.

–Aleluia, que vocês se acertaram! Já não era sem tempo, minha querida.

–Tia...- Queria um buraco para me esconder.

–Syaoran cuida da minha menina por favor. E não a faças mais chorar, senão tranco-te no celeiro e dormes uma noite inteira no galinheiro.- Brincou com ele.

–Certíssimo.- ele riu-se.

Ah, Syaoran bem-disposto.

–Fica para jantar?- perguntou a tia.

–Não sei.

–Fica por favor.- pedi encantada.

–Meiling está à minha espera, Sakura.- Sussurrou tristemente.- Primeiro preciso resolver umas coisas. Além disso, ela teria que saber na mesma.

–Entendo.- Ah, ele e a sua prima bruxa, maléfica de um conto de fadas.

Do teu conto de fadas.

Sim, o meu conto de fadas.

Acompanhei Syaoran à porta depois de se despedir da tia. Beijei-o mais uma vez a sentir o estomago as voltas e uma explosão intensa de borboletas sobre o meu corpo.

–Até amanhã, minha flor.- Debochou.

–Até.- Respondi, andando nas nuvens.

Fechei a porta e voltei a dar saltinhos pela sala. Ouvi as gargalhadas da tia, vindas da cozinha.

Como era bom estar apaixonada.

No dia seguinte, acordei demasiado cedo e fui para o celeiro numa tentativa de chegar ao galinheiro. A Maki disse que na noite passada, as galinhas tinham posto ovos. Calcei as minhas botas e o meu macacão de ganga e prendi o cabelo num coque. Peguei no balde e subi as escadas improvisadas de madeira. Degrau a degrau. O galo não estava lá.

Inclinei-me para passar uma tabua grande perto do telhado e vi-as sossegadas nos seus ninhos. Estendi a mão e comecei a fazer festinhas. Depois lembrei-me que a tia espantava-as com palmas.

Assim que bati duas vezes as mãos elas voaram baralhadas por todos os lados e vi os seus ovos brancos e amarelos por entre as palhas. Agachei-me e fui enchendo o balde devagar, para nao se partirem.

Era muito divertido e diferente fazer uma ação daquelas. Por momentos lembrei-me. Nunca perguntei a Syaoran se ele tinha criação animal na sua casa.

Casa de gente rica? Um chalé não tem dessas coisas.

Quem sabe, pode ter!

Ele vai pensar que és louca. Nem todos do campo , sao obrigados a produzirem agricultura.

Pois, realmente. Dei uma gargalhada imaginando-o apanhar ovos com o seu porte físico e perfeito. As sobrancelhas franzidas demonstrando a atenção no seu rosto e cuidado ao recolher os ovinhos.

E depois aparecia a bruxa e esmagava os ovos com os sapatos vermelhos de salto agulha.

Riu-se o meu subconsciente. Tinha de estragar os meus pensamentos. Mas voltei a gargalhar. Meiling era demasiado fina para este tipo de acção.

Já tens a tua resposta. A família Li, não faz agricultura.

Não, não faz. Mas produz rapazes lindos de cabelos chocolate e olhos intensos caramelizados que fazem estremecer.

Quando voltei a erger o corpo o galo apareceu, novamente com um olhar desconfiado e uma estrutura cheio de si.

–Ah ha! Tarde demais, roubei-os a todos!- brinquei vitoriosa e mostrei-lhe a lingua.

Desci as escadas com cuidado. A Dolly gemeu e aproximei-me dela. Acariciei-lhe as orelhas fofas. Depois o seu olhar seguiu até à entrada do celeiro, depois voltou-se e acomodou-se ao fundo da cerca por entre as palhas. Parecia assustada. Um roçar de passos atrás de mim, fez-me olhar repentinamente para o que era.

–Bom dia, desculpa se te assustei.

–Yukito!- Exclamei. Sim estava assustada. Não o esperava ali, aquelas horas da manhã.

–Tudo bem?

–Ah…sim, o que fazes por aqui?- perguntei eu, ainda longe.- Mais caixas?

–Na verdade não. Vim cá para falar contigo.

Comigo? Oh diabo.

–Venho pedir desculpa por o que aconteceu... na festa de Halloween. Na verdade eu não estava ciente do que fiz.- Parecia triste.

Ergui-me e aproximei-me um pouco. O seu rosto não mentia. Estava mesmo a desculpar-se.

–Não há problema. Já passou.- Abri um ligeiro sorriso. Ele ficou mais descontraído.

–Ah…por acaso queres hm…dar uma volta?

O quê? Um convite para sair com ele? E íamos a onde?

–Porque?- Perguntei sem pensar.

–Para me desculpar do que fiz. Juro que não volta acontecer. Então aceitas?- ajeitou os óculos.

Alguém não vai gostar disso.

–Yukito...na verdade eu - Parei de falar. Atrás dele, estava Syaoran de mãos nos bolsos e com um olhar furioso sobre nós.

Oh não. Merda.

Fim do Capítulo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, proximo capitulo no domingo! ;) **



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