As Cores Do Outono escrita por SakuraHimeT


Capítulo 12
Capitulo 12- Um Passeio Diferente


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo! Espero que gostem, vamos ver o que acontece? :D Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/425443/chapter/12

–Bom dia, Sakura.

Syaoran cumprimentou-me secamente. Mas eu sabia que era pela presença de Yukito que lá estava entre nos os dois. Que merda.

–Olá…- Murmurei sem ar.- O.. o que fazes a-aqui tão cedo?- aquele olhar frio sobre mim assustava-me.

Ele sorriu.

–O mesmo que ele.- respondeu sarcasticamente, inclinou a cabeça para o lado e apontou-a para Yukito.

O rapaz de cabelos cinzentos-escuros olhou para mim e depois olhou para Syaoran.

–Bem, parece-me que fica para outra altura.- respondeu.

Ah, finalmente percebeu. Estava uma tensão naquele momento no celeiro. Rezava para aqueles dois não se envolverem fisicamente.

– Tem um bom dia, Sakura.- abriu um sorriso tremido e depois foi embora, apressadamente até ao seu carro velho.

–Ficar para outra altura?- O olhar frio de Syaoran acompanhou todos os movimentos de Yukito e depois virou-se para mim, a pedir respostas.

–Ah... ele veio cá pedir-me desculpas, pelo que aconteceu no Halloween.- Sussurrei. - Convidou-me para sair.. com ele.

Merda, não me olhes assim. Eu não fiz nada.

–Eu ouvi essa parte. Faz as consequências, depois desculpa-se por elas. - o rapaz revirou os olhos. Depois inspirou fundo e aproximou-se de mim.

Eu por instantes dei um passo atrás.

–Sakura?- surpreendeu-se.

Esticou o braço e acariciou-me a fase. Aquela acção fez-me relaxar. Era o Syaoran gentil que conheci. O Syaoran lindo que estava perdidamente apaixonada.

–Desculpa…mas as vezes, assustas-me.- Comentei.

–Eu percebo. Tenho esse efeito sobre Meiling também. Mas eu sou assim.- Prendi a respiração. Raios para a bruxa. - Não gosto quando usam o que é meu.

Syaoran ciumento? Essa era nova. Eu era dele. Meu deus.

Depois abriu um sorriso aconchegante e joguei-me para os seus braços. Que bom que era.

–Não me olhes assim. Eu fico com medo.- Rocei o nariz no seu cachecol.

O cheiro de Syaoran Li.

–Nunca te farei mal nenhum, amor. -Inclinou-se e beijamo-nos. Em segundos senti o meu cabelo a cair sobre o meu pescoço. - Gosto de te ver com ele solto.

Eu sorri, apaixonada.

–Não vais buscar os ovos?- perguntou.

Parei por momentos. Como ele sabia que fui aos ovos?

Afastei-me do seu abraço e voltei para dentro. Depois saí com o pequeno balde de metal.

Entramos na cozinha da Maki e despejei-os na dispensa.

–O que queres fazer hoje?- perguntei, afim de uns minutos em silêncio.

– Quero que venhas a um lugar, comigo. - o seu olhar brilhou, de excitação pelo menos.

–Não me assustes, Syaoran.- Gargalhei nervosamente por dentro.

–Não é nada de mal.- Franziu as sobrancelhas preocupado. - Agora cada olhar que faça, vais fugir de mim?

Voltei a gargalhar.

–Oh sim, senhor mandão. Fujo daqui e volto para a minha cidade.

Ele ficou serio.

–Não o farias.

Parei de rir. Raios, ele mudava de humor tão rapido.

–Estava a brincar Syaoran. Credo, levas as coisas tão a sério.

–Sim, algumas levo.- Comentou pensativo. - Bem, vais assim?- apontou para a minha roupa de agricultor.

Eu corei dos pés à cabeça. Nem me tinha percebido que estava ainda de macacão e botas de regar.

Subi para o quarto e troquei a roupa. Depois desci e saímos de casa.

–Onde vamos?- perguntei hesitante.

–Á minha casa, ou melhor, à casa de gente rica.- Piscou-me o olho. Voltei a corar.

–Vamos entrar? E.. Meiling?- torci os dedos.

–Não vamos entrar propriamente na casa. Vamos às traseiras. Ela não te vai ver, acredita em mim.

Entramos pelo portão e lembrei-me da última vez que la estive. Tinha fugido dele. Ri interiormente. Passamos ao lado da casa. Era mesmo enorme. Depois um grande descampado apareceu atrás dela. Logo ao fundo havia uma casa rectangular em madeira escura. Eu dei um saltinho de excitação.

–Oh meu deus! Aquilo são..! Tu tens cavalos!- gritei entusiasmada.

Syaoran riu-se da minha figura.

–Sim, flor. São cavalos.

–Eu pensei que não tinhas animais…Como a tia.

–Não. Não fazemos agricultura. Mas temos cavalos para o lazer. Eram do meu tio. Ficaram para nós.

O rapaz abriu a grande porta de madeira e eu vi um corredor até ao outro lado do recinto. Várias boxes seguiam umas ao lado das outras e os animais estavam com as cabeças de fora. Cheirava fortemente a cabedal e couro.

–Quantos tens?- perguntei com os olhos a brilhar.

–Cinco. Um macho e quatro fêmeas.

–O teu é o macho aposto.- Ri-me.

–Sim é.

Andamos até à box dele. Era um grande cavalo todo negro. O pêlo brilhava com contrastes azulados pela luz do sol que entrava acima das nossas cabeças. Syaoran acariciou-o a crina.

–Brave. É um cavalo lusitano. Veio para cá, era muito pequeno. Foi um presente do meu tio…antes de falecer.

–Uau. Os cavalos portugueses são lindíssimos, lembro-me de estudar isso uma vez na escola.- Ri-me da minha frase.

–Anda.

Syaoran estendeu-me a mão e entrei na box, cheia de palha.

–Não tenhas medo. Apesar de ele ser bravo não te faz mal.

Estiquei a mão e toquei-lhe na frente. Estava quente e o pêlo era macio.

–Que lindo.

–Anda, vem conhecer as fêmeas.

Saímos da box e ele voltou a fechar a porta. Mais a frente estavam duas fêmeas brancas, uma castanha escura e outra cor de cappuccino claro com a crina e cauda, branca. Era linda.

–Esta é a Ice. É a que vais montar.

–O quê? Vamos montar? Mas eu…eu não sabia!- exclamei nervosa.

Íamos andar a cavalo. Oh meu deus, que lindo.

–Não sabes montar?- acenei que não.- Bem eu já desconfiava disso.- riu-se.

–Estás a dizer isso, porque sou da cidade?- bufei fingindo-me irritada.- Aposto que nunca foste a um cinema, senhor campónio!

Syaoran ficou pasmado.

–Ah! Apanhei-te!- desmanchei-me a rir, depois parei quando reparei que ficou tenso e com o seu olhar mortal.

Ah não. Aquele olhar não. Tremi.

–Apanhei-te!- ele riu-se da minha cara assombrada.

–Syaoran! Não faças mais isso!- choraminguei.

Ele inclinou-se e beijou-me a testa.

–Tu pensas demais, amor. Vem, vamos buscar as selas.

Amor.

Syaoran tirou Brave da box e amarrou-o à frente no muro com uma argola de metal para não sair. Depois escovou-o bem e prendeu-lhe a sela em cima. Foi buscar a Ice e ensinou-me como escová-la. Adorei fazer aquilo. Era diferente.

Meteu a sela e as rédeas. Estavam prontos e eu cheia de medo.

–Espera aqui. - Syaoran entrou num quartinho ao lado das boxes, tinha outra variedade de selas e rédeas penduradas na parede. Depois regressou com um par de botas para cada um, uma corda comprida e um chicote de coro.

–Calça-as.- Ordenou.

–Vais bater nele?- assustei-me com o chicote.

Ele riu-se.

–Não Sakura, calça as botas.

Eu calcei-as por cima das minhas calças elásticas. Syaoran fez o mesmo. Depois saímos das boxes e trouxemos os cavalos para a rua.

–Vamos aquecê-los um pouco. A manhã ainda está fria.

Amarrou a grande corda na rédea do Brave e levou-o para o centro do descampado. Depois percebi que aquele era o picadeiro onde os cavalos corriam.

Syaoran colocou-se ao centro e esticou a corda e depois com o chicote deu um pequeno toque na coxa do cavalo e ele começou a andar às voltas dele.

O cavalo começou com o simples trote depois acabou em galope. A seguir foi a égua.

Quinze minutos depois, estavam bem quentes.

–Anda.-Syaoran chamou-me e fui ter com ele.- Segura aqui.- entregou-me a corda grande da Ice e a rédea do Brave. Voltou para as boxes para guardar o chicote.

–E a corda?- gritei quando ele voltava para nós.

–A corda é para prender a Ice ao Brave.

–Oh!- Exclamei.

Syaoran amarrou a outra ponta ao seu cavalo.

–Pronto assim eles não saem. Larga a rédea dele.- Obedeci.

Os animais ficaram mesmo parados, ligados um ao outro.

–Agora toca a subir para ela.

–Ah espera... eu nao sei como subir.- andei para trás, receava que caísse.

–Estou aqui para te ajudar. Vem. Mete-te aqui ao lado esquerdo dela. Isso. Agora segura em cima na sela com a tua mão esquerda e a direita ao lado dela. Tens de seguir a linha da crina até à sela, para não puxares os cabelos.- Eu segui os seus passos mas estava a tremer.- Agora mete a tua perna esquerda em cima do estribo. Faz pressão. Vou-te segurar e empurrar-te para cima. À contagem 1, 2, 3. Estás pronta?- perguntou. Eu senti-o a segurar nas minhas ancas e um arrepio percorreu-me a espinha.

–Sim estou.- Respirei fundo.

–Vá, um, dois, três.- Empurrou-me e eu subi, passando a perna direita por cima dela. Depois agarrei-me instintivamente à parte da frente da sela, para não cair.- Agora mete o teu outro pé no estribo. Não mexas nas rédeas dela.- Ordenou-me.

–Eu vou cair, Syaoran!- deu um gritinho excitante.

–Não vais nada, estás segura.- Ele sorriu. - Agora agarra nas rédeas aqui. - Juntou-me o par de tiras de couro e deu um nó com elas.- Quero que segures assim, não puxes os outros lados. Assim estás a domina-la e não quero que tenhas um acidente.

Depois de estarmos prontas, Syaoran subiu facilmente para o seu cavalo negro. Agarrou nas rédeas dele e andamos um pouco para a frente.

–Estás bem?- perguntou

–Sim, estou um pouco tensa.- Apertei os dedos nas rédeas com medo de cair.

–Sakura tens de relaxar, tu não cais. Lembra-te que se não relaxares o animal sente todos os teus sentidos e movimentos. Assim é pior. Podes acaricia-la na crina e atrás na coxa. Tens de transmitir carinho e afecto para ela. Não mostres medo.

Eu estiquei o braço hesitante e toquei-a na crina. A sua orelha direita curvou-se para trás atenta ao meu toque.

–Vês? Ela percebeu logo. Relaxa. Vamos andar agora a sério está bem?

–Sim. Mas não andes muito rápido.- Implorei.

–Claro que não.- Riu-se.

Saímos do terreno da casa por um atalho nas traseiras. Os caminhos eram próprios para os cavalos. O chão cheio de folhas de todas as tonalidades davam cor como um festival. As árvores estavam calmas e não havia vento nenhum de manhã. Syaoran ia á frente, montando o seu sangue puro, com um porte espectacular. E eu ia toda torta agarrada à Ice quanto mais podia.

O teu príncipe no seu cavalo negro.

–Ali á frente, temos uma ligeira inclinação. Segura-te na cela.

–Ai!- exclamei.

–Não cais, calma amor.

Descemos um pequeno monte de terra e lama. Depois voltamos a entrar na floresta amarelada. Os pássaros cantavam os bons dias e vi uma família de raposas entre as árvores.

–Aqui há raposas?-perguntei.

–Sim. Raposas, coelhos, veados...

–Que lindo. Veados? Eles não atacam as pessoas?

–Não, eles nunca vêm para a zona das casas.

–Oh! Lembrei-me, quando vim para cá com o meu pai, eu vi uma família de Alces. Eram enormes!

–Sim. Aqui também há Alces. Mas vão mais para as montanhas.

Fizemos o resto do percurso em silêncio. Admirava cada paisagem lindíssima que passávamos. O Outono era uma estação linda. Perfeita.

Chegamos à margem do rio. Era o mesmo rio onde tínhamos o nosso cantinho do baloiço.

–Agora voltamos para trás. Se formos mais à frente é preciso que domines a égua, e ainda não estás preparada.

–Este sitio é lindo.

–Sim é. Mais à frente ainda é melhor.- Olhou para mim intensamente. -Um outro dia, mostro-te aquele lado.- E deu um sorriso sereno.

Eu fiquei desconfiada e voltei a olhar para lá. O que seria?

Voltamos para trás, sempre montados nos nossos cavalos. Chegamos novamente ao chalé pelas traseiras e Syaoran ajudou-me a sair da égua. Mergulhei nos seus braços e tocamos a ponta dos nossos narizes, rindo felizes e apaixonados. Depois ele ergueu a cabeça e o seu olhar ficou frio. Voltei-me para trás, e um par de olhos vermelhos encarava-mos a menos de dois metros.

Fim do Capitulo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! :) A Sakura e a sua lição de Equitação ihiihih, proximo capitulo na quarta feira! Beijos**



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As Cores Do Outono" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.