As Cores Do Outono escrita por SakuraHimeT


Capítulo 10
Capitulo 10- Tempestade de Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa, bem finalmente o Nyah! está actualizado, ja nao era sem tempo e achei que nao ia postar mais capitulos da minha fic. Vamos agora ao que interessa! ;)
Boa leitura! ^^



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–Sakura?- perguntou Syaoran espantado.

–Não. Eu não posso!- respondi. Tremia como vara verde.

–O que foi?- ele aproximava-se de mim para me tocar.

–Não!

Não te aproximes por favor. A terrível lembrança da conversa com Meiling bombeava na minha cabeça.

"Afaste-se dele."

"Não, nunca!"

Eu não podia envolver-me com ele nesse ponto. Não podíamos ficar juntos.

"Se não o fizer eu própria arranjar-me-ei consequências para o fazer."

Com certeza Meiling atrever-se-ia a separar-nos e a dor seria maior.

As lágrimas rolaram-me pela face até ao queixo. Eu estava chocada. Para sua segurança, eu não podia deseja-lo como queria. Syaoran tinha de ficar longe de mim e eu dele.

–Desculpa, mas eu não posso.- dei meia volta e furei o mar de pessoas até encontrar a saída. Não ouvi nada vindo dele, mas com certeza estava a chamar por mim .

Saí para a rua, ainda havia uma fila de gente para entrarem do outro lado. Eu estava sozinha a meio da estrada e na pior figura de sempre. Os cabelos já lisos pareciam um ninho de pássaros à frente dos meus olhos. A maquilhagem completamente borrada devido às lagrimas salgadas que continuavam a cair.

Um carro apareceu repentinamente e cegou-me com os seus faróis. Num segundo senti a ser puxada para trás e a buzina do carro despertou-me do meu estado choque.

–Sakura!- gritou Syaoran.- Oh meu deus, estás bem? Tás doida?- ele afastou-me para um canto, novamente. -O que se passa?

Eu estava estática. Colada ao chão. Os lábios tremiam assim como as mãos devido ao susto do quase atropelamento. Ele olhou-me assustado.

–Por favor.- Falei num fio de voz.- Por favor, leva-me para casa.- pedi quase desesperada.

–O quê? Mas, Sakura...

–Por favor, leva-me de volta.- Continuava a chorar. Os seus olhos estavam turvos e reflectia a minha imagem em tons caramelo.

–O que se passa, Sakura?

Não falei mais. Abracei-me assustada.

–Esta bem, vamos.

Ele envolveu-me nos seus braços e depois seguimos para o carro. Entrei e fechou-me a porta logo de seguida. Depois cruzou o carro e entrou. Ligou o motor e saímos do centro.

Os primeiros dez minutos foram em silêncio. Nem o radio estava a tocar. Eu olhava para a janela de vez em quando. Algumas crianças corriam de casa em casa a perguntarem pelo "trick or treat" também disfarçadas. Depois entramos na estrada que dava acesso aos arredores da vila, ao campo. Ainda em silêncio e mergulhados no negrume da noite, enrolei-me na capa.

–Vais-me contar o que se passa?- Syaoran quebrou o silêncio. Eu encolhi-me no acento. Ele parecia chateado comigo. Não pude ver o seu lindo rosto, mas com certeza as sobrancelhas estavam franzidas e os olhos frios.

Não respondi. Se abrisse a boca as coisas iam ficar piores do que já estavam. Meiling tinha razão, precisava afastar-me dele.

–Que seja.- soltou um bafo, sarcástico.

O resto do percurso foi feito em silêncio.

A tia deixara o portão aberto e Syaoran entrou com o carro até ao alpendre. Depois eu saí ainda envolvida pela capa preta. Naquela hora da noite, o frio cortava os ossos. O rapaz deu a volta ao carro.

–Estás em casa.- Disse friamente.

Olhei para ele. A luz do alpendre brilhava sobre nós. Syaoran tirou um lenço do seu bolso interior e limpou-me os olhos e as bochechas da maquilhagem borrada.

Aquele lenço!

–Não me vais contar o que se passou?- voltou a perguntar.

Eu neguei com a cabeça.

–Desculpa.- Sussurrei bem baixinho.

–Entendo. Bom, se não há mais nada que eu possa fazer.- Ele guardou o lenço e deu meia volta.

–Espera!- gritei e segurei-me às costas do seu casaco.

Ele virou-se ligeiramente. Estava espantado.

Quer dizer, fugiste dele e agora o agarras?

–Obrigada. Por tudo.- Agradeci. Syaoran fez aquilo tudo por mim, como ele dissera.

–De nada. O prazer foi meu. Estás entregue, agora vai descansar.- Comentou seco.

Eu senti um aperto terrível no peito. Parecia que ele estava-me a mandar embora. Parecia um adeus para sempre.

–Sim, até amanhã, Syaoran.-afastei-me dele, do seu calor e voltei-me para dentro. O peito doía.

–Até um dia desses.- Meteu-se no carro e foi para casa.

Entrei no quarto banhada em lágrimas. Eram duas da madrugada, a tia já dormia. Deitei-me na cama a pensar em tudo o que aconteceu.

"Até um dia desses."

Adormeci ainda vestida como a suposta princesa da noite, que todos diziam. Uma princesa solitária que chorava rios de lagrimas por não ter o seu amado príncipe com ela. E quem sabe, nunca mais.

Uma semana se passou desde a noite das bruxas. Não vira Syaoran e a tia soube do sucedido.

Na tarde de quarta-feira, saí de casa sem destino algum. Nem olhei para o chalé de gente rica. Pensei com desprezo, revirando os olhos.

Caminhei por entre os raios do sol e das árvores com folhas secas. O chão estava colorido por entre os castanhos, vermelhos e amarelos. Era tão bonito o Outono.

Parei de repente. Estava na clareira do baloiço. O meu próprio corpo guiou-me até lá. Ou o teu coração.

Ele não estava lá.

Sentei-me sem baloiçar. Um misto de recordações criou-se no meu cérebro desde a minha chegada.

A minha paixão desconhecida pelo campo e a nossa amizade começou tudo alí. Naquele lugar.

As lágrimas teimaram em cair. Eu prendi-as, mordendo o lábio com força.

Não vale a pena. É melhor cada um ir para o seu lado. Baloicei o corpo para a frente e segurei nas cordas grossas de fibra.

Sim. Uma terrível separação, que iria sofrer para o resto da minha vida. Um amor secreto, sem começo, meio e fim. Um amor proibido. E uma amizade também.

Fechei os olhos e fui de encontro ao céu. O vento furava-me a face e as lágrimas eram jogadas para trás do meu cabelo.

Lembrei-me da criança que um dia foi feliz naquele baloiço. Era ele. Mas a felicidade já não foi a mesma.

"Não quero voltar para Hong Kong"

"Syaoran está noivo?"

As frases gritavam-me na cabeça. Eu fiz de tudo para esquecê-las.

Parei o balanço e chorei novamente. Quando limpei as lagrimas com o punho do meu casaco, Syaoran estava dois metros à minha frente, observando-me.

Uns minutos se passaram e nenhum de nós ousou em falar algo. O olhar, preso um no outro, como no primeiro dia que nos vimos. Caramelo e verde menta.

Ele aproximou-se e ajoelhou-se, tirando o lenço e limpando-me o resto das gotas salgadas.

–Cada vez que uso este lenço, serve para te limpar.- falou sorrindo tristemente. -Nunca o usei para mim próprio.

Eu retornei o mesmo sorriso.

–Desculpa.

–Devias ficar com ele, era uma recordação minha.

Olhei para ele. Controlei-me para não voltar a chorar.

–Não quero ter uma recordação tua.

Quero-te a ti. Pensei mentalmente.

–Podemos falar?- hesitou.

–Eu acho que sim.- Sussurrei séria.

Syaoran segurou nos meus joelhos para se apoiar à minha frente. Ficou à mesma altura em que tava sentada.

–Eu sei que Meiling foi á tua casa, na véspera da festa.- falou.

Oh não! Não, não, não! Ele sabia! Mas como?

–Nós discutimos muito, ultimamente. Ela acabou confessando.

Confessou? Mas confessou o que? Que ela sabia que eu o amava? Para eu me afastar dele? E a sua ameaça?

–Ela te contou que estamos noivos. - Prendi a respiração, olhei-o atónica e sem uma gota de sangue na cara.- É verdade.

Remexi-me no acento do baloiço. Afinal só abriu a boca para contar que estavam noivos. Mas não lhe contou que ameaçou-me.

–Eu queria-te contar, naquele dia. Naquele dia em que me achaste estranho. Pois eu também não sabia. Meiling regressou de Hong Kong com uma carta assinada pelos anciões. Eu não sabia o que fazia. Não estava à espera disso. Meiling sempre me amou a sério, mas eu só a amava como uma simples irmã. Contudo, a nossa família é muito diferente. Os Lis têm regras e tradições.- Argumentou e respirou fundo.

Caramba, a familia dele era mesmo poderosa lá na China.

–Eu percebo. Não podes contradizer, não é?- questionei e as gotas salgadas voltaram aparecer.- Eu percebo, perfeitamente.- Escondi a face nas minhas mãos e soluçava baixinho.

–Sakura, não chores. Por favor.- ele acariciou-me os cabelos.- Não suporto ver-te chorar.

–Tu vais embora. O m-melhor é ficar-mos s-separados.- soluçava por entre as palavras. Aquilo não era certo.

–Separar?

–Sim, entende isso por favor.- levantei-me do baloiço e afastei-me dele. Andei até a berma do rio. Quanto mais limpava as lagrimas, mais saíam.- Não posso estar contigo, devemo-nos afastar.

–Eu não quero me afastar Sakura. Eu não posso me afastar.

Não pode? Como assim?

–Mas eu quero, eu preciso me afastar!- virei-me para ele, exaltada.

Abaixa do tom de voz.

Syaoran estava a centímetros de mim. As sobrancelhas estavam arqueadas e notei uma sombra de medo no seu rosto.

–Não entendes? Eu não posso estar contigo, eu...- mordi o lábio interrompendo a frase.

Eu não posso estar contigo. Fui ameaçada pela tua prima, não percebes isso?

Ele não sabe, Sakura.

–Não podes estar comigo? O que queres dizer com isso? Terminar a nossa amizade?- Syaoran também exaltou-se. Os seus olhos caramelo estavam em pânico.

Diz-lhe por favor!

–Sim. Eu quero acabar a nossa amizade!- gritei assustada comigo mesma.

Ficamos em silêncio.

O vento levantou as folhas do chão, girando-as à nossa volta, como um remoinho mágico e colorido. As minhas lágrimas foram jogadas para todos os cantos da face.

Syaoran ficou pálido. Como se recebesse uma chapada sem mão. E eu, pior que ele, estava na merda autêntica.

–O quê?- foi a sua pergunta seca.- Aconteceu alguma coisa? Eu fiz alguma coisa? Foi aquele idiota de óculos? Por favor conta-me. Não podemos acabar amizade sem eu saber o motivo!

Ele tinha razão. Mas não podia contar. Era tudo para protegê-lo. Caso contrário, Meiling atrever-se-ia a fazer-me outro tipo de ameaça. Arrepiei-me.

–Yukito não tem nada a ver com isto.- Respondi imediatamente. -Não te posso contar, desculpa. Eu preciso ir embora. Tu estás noivo, Syaoran!- avancei sem o olhar, cruzando-me com ele. Por instinto, Syaoran pegou-me na cintura e fez-me rodar para ele. Dei um grito surpreso e tentei-me afastar.

–Não, larga-me! Deixa-me!- gritava aflita.

Por favor.

–Sim, estou noivo!-exclamou amargo.- E isso impede de termos a nossa amizade? Porque estás a fazer isto? Diz-me Sakura!- a sua voz grave saiu num tom extremamente alto. Syaoran estava furioso.

–Porque eu te amo!- e gritei desesperada.

Fim do Capítulo.


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Notas finais do capítulo

Tcharannn, espero que tenham gostado, quero agradecer os comentarios que têm feito até agora! Obrigada por seguirem a minha historia! ;) Proximo capitulo na semana que vem! Beijos*

Sakura Hime*



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