Capitulo 02 – A chegada.

Sakura ‘s P.O.V

Casa, casa, casa e casa! Era tudo o que eu podia pensar no momento. Acho que vocês entenderão quando passarem um mês percorrendo todos os EUA e 23 horas por dia olhando para a cara das mesmas pessoas. Acreditem, é cansativo, e muito!

Agora estamos a caminho do aeroporto em completo silêncio, sim, eu disse COMPLETO silêncio e não, Deidara não está dormindo! Acho que ele – e todos nós – estamos tão exaustos a ponto de ficarmos quietos, sem provocações, durante as próximas três horas, o que me deixa extremamente feliz.

O único ponto negativo desse silêncio é que não tenho os meninos para me distrair, e meus pensamentos acabam se voltando para ninguém menos do que Uchiha Sasuke! Ele voltou, tudo bem! Ta tudo bem.. Ta tudo bem.. Ah, a quem estou querendo enganar? Não está nada bem! Eu estou feliz por ele estar de volta, claro que sim! Mas por quê? Será que eu ainda tenho esperança? Não, ele acabou comigo há muito tempo. Sentimentos por ele? Muito mais do que eu deveria sentir.

Suspirei pesadamente, me afundando no banco do carro. Na verdade... É somente nostálgico ter ele por perto, somente isso e nada mais. Tentei me convencer disso, mesmo que parecesse absolutamente impossível.

- S-chan? Vamos logo! Quero chegar ainda hoje em Manhattan! – Hidan disse, animado, me puxando para fora do carro.

Suspirei, e em seguida comecei a procurar pelos meus óculos de sol roxos. Felizmente os encontrei antes da maré de paparazzis e repórteres chegarem até nós.

- Sakura! - Um deles gritou – É verdade que você vai desfilar para a Dreamers, a grife de roupas da sua amiga, Yamanaka Ino?

- Eu e ela nunca conversamos sobre isso – Respondi educadamente, enquanto procurava a mão de algum dos meninos.

- Itachi! O que você achou da turnê? – Outro repórter gritou apressado.

- Gratificante. – Itachi respondeu, de forma fria.

- Sasori! Quando é a próxima turnê? Vocês pretendem visitar outros países? – Uma mulher perguntou, parecendo bastante animada com a perspectiva de ter algumas fofocas para contar.

- Não combinamos nada! No momento, só queremos chegar em casa, obrigado! – Sasori respondeu, indiferente.

Itachi agarrou a minha mão e começou a abrir caminho entre todas aquelas pessoas, sendo seguido pelo restante dos meninos. Assim que conseguimos entrar no aeroporto a segurança fechou o acesso ao nosso portão de embarque, o que foi realmente legal da parte deles, se pensarmos bem.

- Eles já conversaram com a gente, o que mais eles querem? – Itachi perguntou, irritado ao ver toda aquela gente tentando passar pela segurança.

Kami–sama, como eles conseguem ser tão insistentes? Respirei fundo e dirigi a eles o melhor sorriso que consegui dar no momento.

Sasuke’s P.O.V

“Dont know what you think you're doing to me,
(Hey! Stripper, Hey! Stripper)
Dont know what you see it’s getting to me,
(Hey! Stripper, Hey! I wanna be your mister)”

(Não sei o que você pensa que está fazendo comigo,

(Hey! Stripper, Hey! Stripper)

Não sei o que você vê, está me afetando

Hey! Stripper, Hey! Eu quero ser seu dono)

Karin parou de cantar finalizando a música. A Hebi ensaia quatro vezes por semana, mas sem a finalização do álbum ou algum show, os ensaios acabam se tornando meros exercícios de futilidade.

- Não sei por que continuamos ensaiando. – Suigetsu revelou – Não temos nenhuma apresentação marcada nem nada do tipo.

- É verdade – Juugo concordou – Acho que devemos falar com o Orochimaru.

- É, vocês tem toda a razão. – Karin comentou, suspirando.

- Falaremos com ele mais tarde, então. – Concluí - Agora será que dá para continuarmos o ensaio?

- Foi mal dude, mas eu estou com fome e cansado! Estamos aqui desde as dez da manhã!- Suigetsu respondeu, guardando o baixo e apontando para o relógio que marcava 12: 40.

Bufei irritado. Karin e Juugo não falariam nada, mas sei que estão cansados e devo admitir que estou começando a ficar com fome também.

- Então nós vamos almoçar e depois falamos com o Orochimaru. – Sugeri, sendo acatado por todos.

O almoço ocorreu sem muitos problemas, quer dizer, para mim e Juugo, que já estamos acostumados com as brigas e as tentativas de assassinatos por parte de Suigetsu e Karin.

Depois, como combinamos, seguimos para o Konoha’s records onde ficava o escritório do nosso empresário Orochimaru. O que íamos fazer lá? Simples, nós vamos entrar e dar mais ou menos 10 segundos para que ele anuncie algum show agendado para a Hebi se não...

Tentamos passar pela porta dupla do vigésimo primeiro andar que, como sempre, estava emperrada, fato que nós podemos entender, afinal só nesse andar é fácil encontrar um porco ou uma cobra, sem brincadeiras.

Quando finalmente conseguimos abrir a porta fomos saudados – ou quase isso – por Shizune, a recepcionista do escritório, que fez um gesto estranho que me lembrou um “tchau” ou um “pare”, enquanto anotava um recado.

- Sim, por favor, aguarde. – Shizune disse ao telefone. - Oi garotos, Orochimaru está... – E ela sorriu, antes de voltar a falar na “máquina”. - Sim, mas, por favor... – Ela suspirou colocando o telefone longe da boca – Suigetsu, não se atreva a tentar passar por aquela porta. – É, às vezes a Shizune sabe colocar medo nas pessoas. - Sim, obrigada! – Ela voltou ao telefone deixando todos nós confusos.

- O que eu fiz para merecer isso? – Ela perguntou a si mesma antes de se virar para nós. – Desculpa pessoal, mas ele está em reunião e vocês não podem entrar assim!

Karin parou no meio do caminho e lançou um olhar gélido a Shizune.

- Desculpe Shizune–San, mas está dizendo que eu não posso entrar? – Karin perguntou, com uma educação fingida.

Shizune revirou os olhos.

- Poupe–me desses ataques, Karin – Ela disse, deixando o telegone de lado. – Eu praticamente criei Sakura e, acredite, sou imune a isso! E vocês não têm hora marcada, então sentem a bunda aí e esperem!

Shizune me surpreendeu ao dizer aquilo, afinal Sakura nunca levantava a voz para ninguém e faz um escândalo, faz? Não sei de mais nada, mas estava fora de questão. Não é a Sakura que eu conheci, o que faz uma pergunta se fixar em minha mente: O quanto Sakura poderia ter mudado?

Sakura’s P.O.V

- Minha linda bunda está ficando quadrada! – Deidara nos avisou, enquanto se remexia no banco do avião.

- Kami–sama! Dai-me paciência! – Itachi murmurou, revirando os olhos.

- Eu podia ter ficado sem saber dessa. – Respondi irritadamente.

Qual é, nós vamos chegar a Manhattan em alguns minutos, então será que é pedir demais que o Deidara não fale por esses poucos e míseros, quase nulos, minutos?

Acho que minhas preces foram ouvidas, Deidara está dormindo! Mas faltam menos de dez minutos para a gente aterrissar, será que a prece não poderia ter sido ouvida alguns minutos antes?

- Hey – Fui sacudida por alguém – Você está bem?

- Claro, por que não estaria, Itachi? – respondi, completamente confusa.

- Tem certeza? – Ele tornou a perguntar, odeio quando ele ignora parte do que eu falo.

- Por que essa preocupação toda? – Perguntei – Eu sei cuidar de mim mesma.

Ele deu ombros, me ignorando de novo. Me deu a sensação de estar falando com uma parede, e eu odeio essa sensação. Será que todos os meus companheiros de banda tem algum problema? Deidara fala demais, Itachi não fala nada, Sasori se acha meu irmão, Hidan fala muitos palavrões, e outros que prefiro nem comentar. Qual é, eu não merecia aquilo, sempre fui uma boa menina!

- Você parece preocupada. – Ele observou.

Preucupada? Eu? Imaginem! Eu só vou encontrar o cara que mais me fez sofrer na vida e não se estou emocional e psicologicamente preparada para isso, mas não é nada demais, juro.

- Impressão sua. – Dei de ombros, esperando que ele esquecesse o assunto.

- Sakura... – Itachi me chamou – Não precisa fingir, eu sei que você não está nada bem.

Se sabia então por que perguntou ? Mordi a língua para não responder malcriadamente.

- Eu estou tão mal assim? – Respondi por fim.

- A verdade? – Ele devolveu.

- Não! – Respondi rapidamente e quase sem pensar.

Itachi deixou um esboço de um sorriso aparecer em seu lindo rosto.

- Você vai se sair bem. – Ele afirmou.

- Como? – Agora eu me perdi.

- Quando se encontrarem. – Ele me explicou – Eu sei que vai se sair bem.

Eu o presenteei com o melhor sorriso que eu conseguia dar no momento.

- Obrigada – Agradeci – Itachi-kun.

Itachi–kun? Desde quando eu não o chamo assim? A última vez eu tinha o que, treze ou quatorze anos, por aí?

O esboço do sorriso aumentou.

- Você é mesmo irritante. – Ele disse – Mas sabe que pode contar comigo para o que precisar.

Eu sorri, em agradecimento. Irritante? Itachi-kun? Há,parece que alguns hábitos nunca mudam! Mas alguma coisa naquele tom de voz me lembrou – mesmo que vagamente – o Uchiha mais novo, o que fez o meu sorriso se desfazer e acho – acho não, tenho certeza!- que Itachi percebeu.

- Estamos aterrissando em Manhattan agora. – Para a minha alegria suprema, o piloto nos avisou.

Suspirei pesadamente. De volta aonde tudo começou?

Levantei-me do banco alguns segundos depois,sendo seguida por Itachi com o seu sorriso de canto e o restante dos meninos animados.

- Pronto para os fãs que estão no aeroporto? – Pain perguntou, segurando o riso.

Revirei os olhos ensaiando um sorriso. Isso é porque Pain não está do outro lado, o lado que é perseguido por essas malucas que se chamam fãs e querem casar com os meninos. Mas não, não tem um menino que queira casar comigo sem antes ter me perseguido em um aeroporto ou show! Droga.

- Boa sorte! – Pain desejou, antes de sair do avião.

É, com o tanto de gritos que consegui ouvir vamos precisar de muita sorte mesmo!

- Vamos? –Perguntou Hidan, impaciente.

Concordei com a cabeça.

- Seja o que Kami–sama quiser! – murmurei.

Acho que Itachi entendeu a que eu me referia, pois no segundo seguinte ele colocou a mão no meu ombro e me empurrou para frente com a intenção de me fazer andar. O porquê dele estar tão protetor comigo eu desconheço, mas que tem dedo do Danna-eu-me-acho-o-irmão-da-Sakura nessa historia, com certeza tem!