Capítulo 03 – Something New

Karin’s P.O.V

Tic – Tac, tic-tac... Arght! Já estou começando a me irritar com o barulho insuportável desse relógio. Não faço a mínima idéia de quanto tempo nós estamos plantados aqui, mas posso lhes assegurar que é muito, muito mesmo!

Suigetsu se distraiu com um exemplar da revista Rolling Stones, Juugo parecia dormir apoiado na cadeira e o meu Sasuke-kun estava sentado ao meu lado olhando fixamente para a porta do escritório.

E então finalmente a porta se abriu e dela saíram Tsunade e seu porco de estimação, Tonton, e Orochimaru com sua cobra Manda.

- Se não é a minha banda preferida! – Orochimaru nos saudou – Me digam, por que tenho a honra da sua visita?

- Como se você não soubesse. – Suigetsu resmungou.

- Me perdoem, mas não faço idéia! – Orochimaru respondeu.

- Não faz idéia? – Perguntou Juugo, simplesmente incrédulo.

Orochimaru acenou em concordância. Ele realmente não fazia idéia? Nossa, meu empresário é um mane mesmo.

- Então eu vou explicar devagar para ver se você entende – É, eu explodi. – Nós queremos um show e queremos agora!

- Acha que tudo vai acontecer por que vocês querem? – Orochimaru perguntou, parecendo super sério de repente. – Sem finalizar o disco como esperam que eu arranje uma turnê?

Realmente, acho que nenhum de nós tinha pensado por esse lado e infelizmente ele tinha razão.

- Então apresse o disco! – Suigetsu disse, emburrado.

- Se vocês tivessem acabado... – Orochimaru começou a nos repreender.

- Ok, Ok! O disco tem que estar pronto em quantos dias? – Sasuke- kun o interrompeu. O silêncio ficou perdurou na sala, e Orochimaru e Tsunade se entreolharam.

- Quinze dias. – Orochimaru respondeu, alguns segundos depois.

- Como? – Juugo perguntou, surpreso.

- Compondo, como esperam terminar o disco? – Orochimaru respondeu, e como deu para ver ele é péssimo com piadas.

Eu estava chocada, quinze dias é muito pouco tempo! Na verdade é quase nada! Compor é um pesadelo nessa banda, ninguém concorda com ninguém e para não desfalcar a banda descontamos nossas frustrações nas drogas.

- É muito pouco tempo. – Sasuke-kun avisou.

- Se acostumem, se quiserem mesmo se tornar a próxima Akatsuki terão que se dedicar mais! O tempo deles foi menor!- Orochimaru devolveu.

Claro,os membros da Akatsuki não precisam evitar um assassinato todo santo ensaio e eles não se drogam mais do que ensaiam, diferente de uma certa banda que eu conheço.. Ah, espera: é a minha banda!

- Quando saírem em turnê não vão conseguir nem dormir!- Tsunade afirmou, sorrindo.

Assim espero...

Sakura’s POV.

Foi um inferno sair daquele aeroporto, estou com câimbras na mão de tanto dar autógrafos. Ah, meu Deus, e também estou com trauma de meninos de treze anos – que sabem ser assustadorres, quando querem agarrar alguém. Mas o pior aconteceu com o Deidara, o coitadinho saiu de lá quase careca de tanto cabelo que as fãs levaram embora.

- Enfim, casa! Ou quase isso!- Hidan disse animado, ignorando o fato de estar em frente ao Konoha’s Records.

Claro que chamamos a atenção das pessoas na rua, talvez por causa do escândalo de Hidan, ou talvez pelo fato de Deidara estar totalmente descabelado ou também por sermos COMPLETAMENTE reconhecíveis.

- Vamos ficar plantados aqui até quando? – Itachi perguntou, entediado.

Até criarmos raízes, eu pensei, mas como a ótima covarde que sou, resolvi não responder.

- Até eles se tocarem de que precisamos entrar. – Pain respondeu, e, como podem ver, é uma versão educada da minha possível resposta.

- Então vou ali esperar sentada – Decidi, apontando para a Starbucks, do outro lado da rua. – Vai demorar um pouco até isso acontecer.

Pain suspirou.

- Então trás um Franpuccino¹ de morango. – ele concluiu, segundos depois.

Eu arqueei uma sobrancelha.

- Qual é, irritante? Não é sacrifício nenhum! – Itachi se intrometeu. Pensei em palavras bem feias para falar, porém quando olhei para seu rosto não pude falar nenhuma delas. Itachi era realmente bonito. Corei com o meu pensamento e deslizei a cabeça para o lado esquerdo. - E aproveita e trás um Iced² para mim também.

Suspirei, derrotada.

- Entregadora! Como deixei minha moral cair tanto? – murmurei, reclamando e arrancando protótipos de risos abafados dos dois.

Ao entrar na loja, os olhares de todos no local caíram sobre mim. É nessas horas que eu me pergunto mentalmente se há algo errado com a calça jeans clara, a blusa regata preta, e o par de all star de cano alto preto que uso agora ou com o laço preto com vermelho no meu pescoço.

Me dirigi a uma mesa afastada, provocando risinhos e gritinhos abafados, fofocas e cochichos por onde eu passava. Foi então que eu me lembrei que não tinha avisado ninguém sobre a minha chegada e se eu conheço os amigos que eu tenho eles vão me comer viva - ou pelo menos tentar!

Suigetsu’s POV.

Tomamos posse da sala de Orochimaru para tentarmos compor e, sinceramente? Dude! Nós somos horríveis!

Soprei a fumaça do baseado, frustrado. Daqui a pouco começaremos a escrever músicas sobre o papagaio da vizinha ou sobre o cachorrinho da Paris Hilton, não duvide disso, ou de nós e nossa capacidade de fazer tudo dar errado!

- Vamos lá, gente! Vocês conseguem fazer melhor!- Orochimaru tentava nos animar.

- Deveríamos fazer cover de alguma musica da Akatsuki! – Sugeri.

No mesmo instante Sasuke prendeu a respiração e Karin ficou ainda mais emburrada, então vejo o porque de tudo isso: a Akatsuki tem musicas matadoras!

- Por que não pagamos alguém para fazer isso? – Karin perguntou, irritada.

- Com que dinheiro? – Respondi.

- Se não gastassem mais da metade do que ganham em drogas, teriam algo! – Karin revidou.

- Não comecem! – Orochimaru interveio antes que eu pudesse abrir a boca.

Já perdi as contas de quantas vezes nós brigamos hoje, mas com certeza nos superamos. Karin era incrivelmente insuportável, e era muito animador vê-la com aquela cara de quem comeu e não gostou.

- Podemos fazer versões próprias de musicas antigas!- Juugo sugeriu.

- Por mim pode ser, contanto que terminemos o disco... – Respondi, enquanto tocava a introdução de Heart Shaped Box, do Nirvana, no violão.

- Que músicas? – Sasuke pareceu interessado, ou tão desesperado quanto eu.

- Pensei em “Do you wanna touch me” da Joan Jett. O que vocês acham? – Juugo respondeu com mais uma pergunta.

Dei de ombros, dizendo um inaudível tanto faz.

- Só temos que adaptar a musica ao meu tom! – Karin afirmou contente.

- Finalmente! – Orochimaru comemorou.

A porta da sala foi aberta e Tsunade entrou no aposento um pouco... Confusa?

- Eu ouvi gritos. – Ela comentou fazendo todos nós darmos sorrisinhos amarelos. – Então vim ver se todos continuam vivos.

Meu sorriso amarelo aumentou, principalmente por que estava impressionado pelo detector de fumaça não ter disparado.

- Suigetsu! – Tsunade me chamou. – Apague isso antes que o alarme dispare.

Ela leu a minha mente e eu obedeci.

Itachi’s POV.

Nós, digo, eu e Pain, ainda estamos parados no meio da calçada assistindo Hidan e Deidara discutirem. Vocês devem estar se perguntando se eles não tem um botão de desligar, não? Bom, a ciência nunca o encontrou.

- Acho que vou fazer companhia para a Sakura. – Pain me avisou antes de se virar para atravessar a rua.

Eu concordei com a cabeça para segui-lo, mas antes que eu pudesse me virar eu ouço um:

- Não temos tempo para besteiras! – Vindo de ninguém menos do que Deidara.

Levantei uma sobrancelha, incrédulo.

- E cadê a desbotada? – Hidan perguntou, se sentando no meio-fio. Não liguem para os nossos tratamentos carinhosos, se acostumem com eles.

- Cansou de ver o showzinho de vocês e foi ali na Starbucks. – Pain respondeu, dando de ombros.

- Então vamos chamá-la e comprar um caffè mocha³ para mim, yeah!- Deidara gritou, animado, marchando junto de Hidan em direção da loja.

Pain e eu os seguimos de uma distancia segura para não passarmos ainda mais vergonha, e eu questionava a mim mesmo sobre a sanidade mental daqueles dois.

Ao entrar na loja, todos os presentes pararam o que estavam fazendo e olharam para nós, tentando imaginar para que precisávamos no café ou, sei lá, o que nós viemos comprar aqui. Desculpe se você gosta desse tipo de tratamento, mas, às vezes é muito, muito irritante mesmo.

- Hey. – Sakura cumprimentou, sorrindo e indicando com a cabeça para que nós sentássemos.- Já fiz os pedidos. - Ela disse animada.

- Caffè Mocha, para o Deidara, Franpuccino para o Pain, expresso para o Hidan,e Iced para o Itachi. – Sakura complementou sorrindo. – Ah, e claro! Chocolate quente para mim e waffles para todos nós.

Caramba! A irritante está ficando cada vez mais eficiente – e bonita, disse uma voz em meus pensamentos, que preferi ignorar -, cara! Esbocei um sorriso em agradecimento no momento em que a garçonete trouxe os pedidos.

O lanche ocorreu sem muitos problemas e por ter nos tratado como pessoas normais, Sakura achou que a moça deveria ganhar muito mais do que sessenta dólares de gorjeta.

- Você e as suas idéias malucas! – Eu murmurei.

Sakura me deu um sorriso doce que no fundo, bem no fundo significa muita dor em um futuro próximo, e em seguida me ignorou.

Ela pegou um guardanapo e autografou e em seguida passou para o resto de nós fazer o mesmo, mas infelizmente – ou não – saímos de lá antes de ver a reação dela.

- Será que agora nós podemos finalmente ir ao escritório encontrar a Tsunade e o Orochimaru e pegar as chaves para que cada um volte para a sua devida casa? – Pain perguntou suspirando pesadamente.

- Sim!- Todos respondemos juntos.

- Deus é pai! – Pai murmurou, e eu dei um pequeno sorriso calmante para Sakura, que parecia ter engolido alguma coisa. Ela teria de falar com Sasuke um momento, e parecia ter percebido isso. Mas tudo bem, porque eu tinha feito aquela promessa idiota, e estaria a seu lado para qualquer coisa.

Inclusive matar meu irmão, ou qualquer coisa parecida. Afinal, eu estava de volta em casa.