Paulo estava realmente decidido a ter a resposta dele. O único problema era que eu realmente não sabia o que responder. Sim, eu gostava dele, mas e se depois que começássemos a namorar nada fosse igual? Quero dizer, e se não brigássemos mais, aqueles meus dias felizes com ele me irritando chegariam ao fim?
Mas, por outro lado, e se não começássemos a namorar? Eu não acho que eu me perdoaria depois por te-lo deixado escapar. E ele poderia ficar magoado comigo, então nada poderia ser igual também. Eu estava realmente confusa, mas agora não dava para voltar atrás. Não, não importava que caminho eu escolheria, nada seria como antes.
Eu estava perdida em meus pensamentos indo até o café que nem percebi que Paulo já estava a minha espera em frente ao café. Era naquela hora ou nunca, eu tinha de escolher uma resposta, por mim, por ele e por nós dois.
– Oi. - Ele levantou seu braço um pouco desanimado e logo o baixou.
– Oi. - Respondi, quase que no mesmo desanimo. Acho que ambos estávamos nervosos. - Anh, sobre a resposta...
Ele veio um pouco para frente e me puxou pelos ombros para perto dele. Quase nos beijamos, mas ele se afastou.
– Desculpa. - Ele estava encantadoramente fofo. Usava as mesmas roupas de antes: Uma calça jeans, uma blusa branca larga e um casaco caqui. Seu cabelo loiro estava um pouco bagunçado e suas bochechas estavam coradas.
Não resisti. Dei um passo para frente, o puxei pela gola da camiseta e o beijei. Naquela hora, não me importava mais se eu tinha de dar explicações a ele depois, não importava se nada seria como antes.
– Vanessa ? - Ele se afastou um pouco. Parecia confuso e feliz ao mesmo tempo, ou seria só imaginação? Não importava muito, eu sabia exatamente o que dizer.
– Não vai dar um beijo na sua namorada? - Aquilo soou mais confiante do que eu pretendia, mas serviu. Imediatamente ele abriu um sorriso sincero e me abraçou, um pouco forte demais, mas eu não me importava. O apertei o máximo que pude.
– Eu não acredito. - Ele disse ainda abraçado comigo, e, nem eu nem ele não tínhamos intenção de se afastar. - Fiquei preocupado, você não respondeu aquela hora, eu pensei que você fosse dizer não. Não acho que eu suportaria olhar para você, ou me olhar se isso acontecesse e...
– Não aconteceu né? - Eu o apertei ainda mais.
– Não. - Ele se acalmou um pouco. Por alguma razão meu olho estava cheio de lágrimas. - Não aconteceu.
Levantei um pouco meu olho e pude ver Marina e Pedro um pouco a frente. Ambos pareciam estar feliz. Mas eles não tentaram vir até nós, só ficaram olhando de longe.
Pedro se afastou, percebi que seus olhos azuis também estavam cheios de lagrimas. Não sabia bem o porquê, alivio? felicidade? Não acho que importava.
Eu estava feliz, como nunca. Não podia parar de sorrir. Não podia acreditar no que tinha feito. Não estava mais com medo. Não estava mais ansiosa. Não estava mais pensativa. Só estava feliz, só isso.