Gossip St. Jude- 1ª temporada escrita por Salada


Capítulo 67
Um ano novo não tão feliz




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Bárbara Johnson, sentada numa espreguiçadeira da varanda de seu apartamento, as 11:30 do último dia do ano, refletia sobre qual seria sua resolução de fim de ano. Os saltos dourados plataforma estavam pra cima, e o vestido branco de renda apertava seu corpo, e ela segurava uma flûte com champanhe pela metade, já que a outra estava dentro de sua barriga chapada. Ela encarava os prédios, todos iluminados, do outro lado do parque. Pareciam muito mais próximos agora, mesmo estando a um Central Park de distância. Sua irmã, Jill, estava mexendo no celular, apoiada na sacada, enquanto sua mãe e seu padrasto estavam se arrumando, em seu quarto, para a virada do ano. A garota loira olhou para as estrelas, pensativa. Esse último ano foi bizarro; ela chegou a quase se apaixonar! Além disso, quase transou com Dylan, que sempre foi seu conhecido, roubou uma loja, e namorou um ruivinho grudento que conheceu numa lanchonete. Foi agitado, mas não tanto quanto o de sua irmã, e ela sabia disso.

Jill tinha terminado e voltado com Dylan umas 3 vezes, e além de ter sido traída 2 vezes, ainda brigou com todos seus amigos durante o ano. Também deixou de ser a rainha da escola porque foi julgada por ter perdido a virgindade com o melhor amigo, o que, pensou a loira, deve ter sido barra pesada. E, apesar de ter tudo terminado bem, B sabia o quanto a menina tinha sofrido. Assim, por um milagre, sentiu uma pontada de compaixão. Sim; até uma menina má que tenta roubar as coisas da irmã por pura diversão pode ter compaixão. Mas não muita, claro.

Ela se levantou, derramando um pouco da bebida em seu copo no chão, e andou até Jill. Colocou os braços cruzados na saca e encarou a cidade, pensativa. Sua irmã, olhou pra ela, confusa.

–Que foi?- ela perguntou, desconfiada.

–Trégua?- disparou Bárbara, se virando repentinamente para encarar os olhos claros da garota- Eu prometo não atrapalhar seu reino enquanto você estiver aqui, mas quando você for para a faculdade, você vai ter que me eleger como rainha. Trégua?- ela esticou a mão.

Jill sorriu, sarcástica.

–A não ser que você tenha vivido embaixo de uma pedra no último mês, você sabe que aquela pirralha baixinha usurpou minha coroa- ela falou, amargurada- Eu não sou mais a rainha.

–Ok, primeiro- falou Bárbara- Quem fala “usurpou?”- Jill revirou os olhos- E segundo- Bárbara suspirou- Eu te conheço, Jill. Sei que esse reinado da Jéssica não vai durar.

–Isso foi um elogio?- a morena fez uma careta de nojo.

–Não!- respondeu Bárbara mais enojada ainda- To sendo realista aqui- ela argumentou- Então, quando você voltar ao topo... Trégua?

–Ok- elas apertaram a mão, e se puseram a encarar a cidade novamente. Faltavam 10 minutos para a meia noite, e dez minutos para um bilhão de possibilidades se abrirem. Bárbara decidiu sua resolução; talvez ela devesse ser um pouco melhor para sua irmã. Afinal, ela merecia.

E como!

X-X-X

Ao mesmo tempo, CeCe estava no telhado de seu prédio, sozinha, bebendo uma cerveja, deprimida. Ela havia fugido da festa sofisticada de ano novo que estava acontecendo em seu apartamento, cheio de socialites e homens de negócios, porque já não aguentava mais ficar ali. Assim, foi para um dos únicos lugares que sabia que teria paz completa. Sentou-se no chão, observando o chão, faltando 5 minutos para a meia noite. Ela estava triste por tantas razões, mas a principal era a grande falta que sentia de Pierre. Eles tinham terminado a mais de um mês, mas ele ainda não tinha saído completamente de sua cabeça. Se deitou no sujo chão, encarando as estrelas quase inexistentes no céu, e esperou até a gritaria.

Não demorou muito, ela pôde ouvir gritos ao redor dela, em seu prédio e em todos os outros da cidade. Era outro ano agora. 2014 chegara, e por algum motivo, ela não se sentia nem um pouquinho diferente. Ela pegou sua cerveja e deu um longo gole, observando do alto a loucura que estava o lugar. Tanta gritaria, tanto movimento; apenas pela mera sensação que as vidas das pessoas mudariam quando o ano mudasse; uma pura ilusão.

Em geral, CeCe achava toda aquela história de resolução uma grande baboseira, mas naquele momento ela sentiu que precisava pensar em alguma, para talvez quem sabe, sua vida realmente mudasse no ano que vem... Ops, esse ano. Depois de uns 5 minutos pensando, conseguiu uma resolução boa. Era simples, mas não deixava ser incrível.

“Esse ano”, ela pensou, ainda a admirar a grandeza do céu,”, eu vou ser feliz pra caralho”

X-X-X

–Feliz ano novo!- exclamou o pai de Matt, David, levantando a taça de champanhe e brindando com sua mulher, Cheryl, em seu grande apartamento na Quinta Avenida. No apartamento, só havia 4 pessoas: eles dois, a tia de Matt, e o próprio adolescente, o que fazia com que eles parecessem solitários. Uma cruel verdade. Matt abraçou a tia e depois seus pais, friamente. Em sua casa, não tinha muito afeto-Venham, juntem aqui- todos se juntaram num abraço desconfortável em família- Esse ano- ele disse-, vai ser o ano dos Ohio!- ele exclamou.

Se ao menos ele soubesse que no tal “ano dos Ohio”, ele se divorciaria de sua mulher...

–Uhu!- exclamou a tia Marlene, bêbada.

David os soltou e depois de uns 10 minutos, eles foram dormir. Matt, deitando em sua cama espaçosa, olhava para o teto, pensando. “Talvez nesse ano” ele refletiu “, eu consiga me decidir de quem eu gosto”. Ele riu sozinho com o próprio pensamento e se virou para outro lado da cama, onde adormeceu.

X-X-X

Dylan e Jéssica estavam na mesa da piscina do lado de fora de sua mansão, bebericando champanhe e entediados. Sua casa estava lotada de pessoas por causa da festa de ano novo que seu pai sempre fazia, desde que era casado com Mary, a ex mulher. O pátio da piscina e o pequeno quintal também tinha gente, mas muito menos que realmente dentro,e na mesa só tinha eles, os dois procurando por alguma paz no imóvel.

–Que merda- suspirou Dylan. Ele ainda estava com o coração doendo pelo que Jill tinha dito a ele no natal, e o tédio o dominava cada vez mais. Ou seja, no momento, as coisas estavam uma merda total. O mesmo não poderia se dizer de Jéssica, que tinha a vida bem melhor do que no começo do ano. Naquela época, ela nem podia se sentar com as garotas populares,e agora, ela era a rainha delas. Era bizarro como as coisas mudaram para melhor, e ela se sentia fabulosa. Ainda sim, a festa do pai estava um saco, então ela resmungou em resposta, e enfiou a cabeça entre os braços.

– Falta 1 minuto para meia noite!- anunciou um homem de terno coma gravata folgada, visivelmente bêbado, que saiu correndo da mansão. Todos fora da casa se agitara, olhando os relógios. Dylan queria estar animado que nem as outras pessoas, mas realmente não conseguia. Jéssica, sinceramente, estava com sono.

–30 segundos!- anunciou uma pessoa do lado de fora, e todos de repente correram para dentro- Venham, vocês também!- ele chamou Jéssica e Dylan, então eles foram obrigados a entrar na mansão, que estava tão lotada de pessoas que eles mal puderam respirar.

–2014!- alguém gritou quando o grande relógio da sala marcou meia noite.

–É ano novo!- outra voz gritou enquanto todos comemoravam. Dylan revirou os olhos e os espremou por causa da barulheira, e Jéssica saiu de lá e foi para fora. Dylan pensou numa resolução; era hora de ser mais calmo e aceitar mais as coisas. J, andando com seus enorme saltos pelo pátio, sozinha, pensava numa também. Afinal, ela decidiu que o objetivo desse ano era ser igual ao ano passado. No mesmo momento depois de pensar isso, as portas da mansão se abriram e todos correram até a piscina, bêbados, e pularam nela, de roupa e tudo. A água molhou Jéssica, e ela se irritou. Mas no segundo depois disso, ela pensou “Foda-se”. Tirou os saltos e pulou na piscina junto com os outros, molhando sua roupa. E a melhor parte é que ela não se importava!

X-X-X

– Feliz ano novo, querido- a mãe não biológica de Tod, Chelsea, o abraçou com amor. O garoto o abraçou de volta com a mesma intensidade, e com o mesmo carinho. Na humilde casa dos Winslet, somente os moradores comemoravam a virada do ano; Chelsea, Lydia, e Tod. Porém, em seus copos não tinham champanhe, e sim água.

–Feliz ano novo, mamãe- ele disse ao lhe soltar, e fez o mesmo com Lydia. Antes da meia noite, Lydia, que era uma chefe de cozinha num restaurante, havia feito um jantar delicioso e caseiro, que eles comeram com gratidão, na mesa de madeira da casa aconchegante. E agora, na meia noite, eles teriam que dizer suas resoluções para 2014 na frente um dos outros. Lydia foi a primeira, e disse que o objetivo do ano que havia acabado de chegar era ser promovida. Chelsea foi a próxima, e disse que queria emagrecer 5 quilos até o fim do ano. Enfim , foi a vez de Tod.

Ele se levantou, de frente às mães, sentadas no sofá, e olhou para o nada, pensando.

–Eu não sei- ele admitiu, rindo.

–Ah, para!- exclamou Lydia-Tem que ter alguma coisa que você não conseguiu ano passado e quer conseguir esse ano.

O nome de Jill foi a primeira coisa que veio a sua mente. Era isso sua resolução: depois do terrível fora que levou da garota, e da traição de seu amigo Matt por ter transado com ela, ele a teria de volta. Pelo que ele sabia, a garota estava solteira no momento. E também contaram para ele que a ficada dela com Marco foi só uma vez, e não ia acontecer mais nada. Finalmente, era sua chance!

–Minha resolução pra 2014 é- ele disse- passar mais tempo com minha família.

–Awn!- exclamaram as duas mulheres juntas. Elas se levantaram e deram um abraço coletivo em família, alegres.


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