Gossip St. Jude- 1ª temporada escrita por Salada


Capítulo 55
Uma festa de luxo- Parte II




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– Pai?! Como...?- exclamou Stace, o rosto contorcido de espanto- O que você está fazendo aqui?!

O senhor Steins cruzou os braços, com o rosto transparecendo desaprovação. Ele era mais jovem do que Jill pensou que fosse; ele tinha quase 40 anos, mas não aparentava de jeito nenhum. Tinha poucas rugas, e a maioria das mesmas se concentrava ao redor dos olhos castanhos. O queixo tinha formato de bunda e ele tinha algumas pintas no queixo e na bochecha. Sua boca era enrugada e seu nariz era um pouco maior do que deveria. Ele era uma daquelas pessoas que se você não soubesse a idade, chutaria que ele tivesse 30 e poucos anos. Era alto e magro, e até que era boa pinta.

– A pergunta é o que você está fazendo?- ele pegou o celular da mão da filha e viu a foto inserida no email, que, por sorte, não havia sido mandada para a Gossip St. Jude. Os rostos de Jill e Matt arderam em brasa- Essa foto não é sua, você não pode mandar para ninguém sem a autorização das pessoas na foto. E, obviamente, esses dois jovens não parecem muito satisfeitos com isso.

Jill e Matt ficaram sem jeito, mas ao mesmo tempo aliviados daquele homem ter aparecido. Eles sorriram envergonhados para ele enquanto o mesmo apagava a foto do celular da filha.

– Pai! Isso não é da sua conta- resmungou Stace, e pegou o celular da mão do pai.

– E nem é da sua- o pai pegou o telefone de volta- Você está muito encrencada. No fundo, eu sabia que mandar você para Nova York não era uma boa idéia. Venha, nós vamos para casa.

– Não!- exclamou Stace, mas ela já estava sendo levada pelo pai, se debatendo. Matt e Jill ficaram os observando, até que as duas figuras desapareceram na multidão.

– Uau- disse Matt, em choque- Parece que... minha namorada não era mesmo quem eu pensei.

– Eu sinto muito, Matt- Jill se sentia mal, apesar de ter se salvado de um baita vexame que poderia acabar com a sua reputação, porque o namoro de Matt tinha acabado e ela sentia um pouco da culpa.

– Eu preciso de um tempo-disse ele, e pediu passagem para a multidão na direção oposta de Stace, mas, como ela e seu pai, ele desapareceu. Jill suspirou. A festa já tinha começado de um jeito terrível.

X-X-X

– Por favor, por favor, a atenção de todos por favor- O Sr. St. Jude disse em alto tom, segurando uma taça cheia de champanhe na mão direita. Ele usava um terno Armani cor de cocô que acabara ficando muito grande nele, já que ele não passava de 1 metro e 65 de altura, igual à Matt. Ele olhava ao redor do hall, aguardando o silêncio completo das pessoas, que não demorou muito. Assim que isso aconteceu, ele começou seu discurso incrivelmente chato. Somente os adultos ali presentes prestaram atenção, e os alunos da escola St. Jude ficaram cochichando sobre assuntos variados, mas é claro que a maioria conversava sobre fofoca.

– Ah, meu Deus, você viu a Stace sendo levada pelo pai pra fora da festa? Que decadência- disse Becky Jones, com seu cabelo tingido e sotaque britânico forjado irritante- Acho que depois disso, não tem jeito, ela não vai poder sentar com a gente.

Ao seu lado, Lana Springers mascava um chiclete com a boca aberta, e dava as informações que sabia:

– Mas eu acho que ela nem vai ter opção- disse ela, antes de fazer uma gigante bolha com seu chiclete. Ela a estourou com o próprio dente e continuou a falar:- Ela veio de Connecticut, e pela expressão na cara do pai dela, acho que ela vai voltar pra lá.

– Tomara, ela é tão irritante- disse Sasha Gold, amiga das duas- E assim, o Matt vai ficar só pra mim.

No segundo que ela terminou de falar isso, o telefone de todas as três apitou.

“Notícia de última hora, galera! Eu ACABEI de ficar sabendo que dois amiguinhos do Upper East Side REALMENTE dormiram juntos. Isso mesmo que vocês estão pensando; eu estava certa, e as suspeitas foram confirmadas! M e J transaram sim! Logo depois de sair do Palace, seminua, J procurou o seu BFF e, bem... O resto vocês já sabem... Ela dormiu com ele! Eu já tinha as minhas suspeitas, pelo jeito estranho que eles tem se tratado ultimamente, mas uma pessoa anônima, que se diz ser bem próxima de um deles confirmou! Parece que aqueles boatos de um possível retorno de D e J não passavam de mentira, e do jeito que a namoradinha do M foi arrastada pelo papaizinho pra fora da festa, o caminho para esses dois ficarem juntos está aberto! Vamos torcer! –Gossip St. Jude”

– É, eu acho que não- disse Lana, rindo.

No momento que a postagem saiu, Matt estava se recuperando da descoberta recente que sua namorada era maligna, numa sala de um corredor da enorme mansão, sozinho. Ele leu o texto, se levantou do sofá que estava sentado, abriu a porta e saiu para o corredor. Todos os jovens olhavam para ele, rindo ou sussurrando ou apontando. Um garoto com cabelo rastafári bateu nas costas dele e o parabenizou. Matt o ignorou, e continuou andando, até chegar na sala de estar principal. Ele olhou para o rosto de todas as pessoas, que estavam ainda sem silêncio, ouvindo o discurso do pai de Dylan, e encontrou um rosto familiar. Seu amigo do West Side, Tod, olhava para ele com fúrias, os olhos úmidos, e foi então que Matt percebeu que tinha sido ele que confirmou que os dois tinham dormido juntos.

Os dois garotos permaneceram imóveis, apenas se encarando, até que aplausos ecoaram por toda a sala, saindo do par de mãos de todas as pessoas na casa, o que podia ensurdecer uma pessoa. Matt não sabia onde Jill estava, mas tinha certeza que ela estava muito mal, provavelmente paranoia, achando que teria fama de vadia agora, apesar de só ter transado com uma pessoa.

Do outro lado da sala, Dylan estava atrás de seu pai, que ainda fazia seu discurso. Seu celular apitou e ele leu a postagem, e a fúria tomou conta dele. Ele olhou ao redor e viu Jill paralisada num canto, ainda lendo a postagem. Ele andou até ela, a agarrou e a jogou dentro de uma dispensa.

– O que é isso?- exclamou Jill, com lágrimas no rosto.

– Você não quer transar comigo- gritou Dylan, com os olhos molhados também- Mas quer transar com ele!

Jill ficou sentada no chão, chorando, enquanto Dylan gritava.

– Como você pôde?!- ele berrou, visivelmente magoado.

– Me deixe sair daqui- exclamou Jill, pulando para a porta e saindo dali. De repente, todos os olhos a miravam, jovens e adultos, e ela percebeu que todos escutaram os gritos dentro da dispensa. As bochechas ficaram rubras, e Dylan saiu dispensa atrás dela.

– Por favor, acalme-se, filho- disse o Sr. St. Jude, atraindo mais atenção ainda para os dois- Continuando, o que eu estava dizendo era que...- ele continuou o discurso, e Dylan apareceu bem atrás dele.

– Não quero me acalmar!- gritou Dylan, roubando a atenção do pai para ele- Esse homem, do meu lado, é um mentiroso! Um descarado!- ele berrou, apontando para o pai, que estava em pé ao seu lado- Ele me pediu para namorar uma garota só para conseguir a senha da conta bancária da família dela!

Todos os rostos se contorceram de choque. Bocas se abriram de perplexidade e todos se entreolharam. Louise franziu a testa e olhou para os olhos do pai de Dylan, que não encaravam a multidão, e sim olhava para baixo.

– Eu admito que tentei fazer isso, mas eu realmente comecei a ter sentimentos por essa garota, e desisti quando percebi o quanto isso era errado!- continuou Dylan- E o único motivo de estar fazendo essa festa é para restaurar sua integridade profissional, coisa que eu tenho o prazer de destruir nesse exato momento!

O Sr. St. Jude empurrou o filho para o lado e se desculpou.

– Me desculpem pelo comportamento de meu filho, ele provavelmente tomou muito champanhe- explicou ele falsamente, e se virou para o filho- Você está muito encrencado, mocinho- ele sussurrou para que ninguém além de Dylan pudesse ouvir, e se virou para a multidão de novo.

X-X-X

No final da festa, quando a maioria dos convidados tinha ido embora e era possível andar ao redor da casa, CeCe estava sentada no bar, com a cabeça apoiada na mão, completamente entediada. Seus cabelos laranja lisos numa chapinha bem feita caiam pelo ombro e ela passava o dedo por uma taça cheia de gim tônica, apesar de aquela ser uma bebida que ela preferia tomar num dia quente e ensolarado. Ela estava sentindo saudades de Pierre.

A garota estava desistindo de ficar ali quando um homem alto e esguio cometeu o ato de se sentar num banquinho de bar ao lado dela. Ele pediu uísque e olhou para CeCe.

– Oi!- ele exclamou, passando os braços pelas costas nuas da ruiva. A garota ficou imóvel, os olhos arregalados de surpresa. Ela não tinha ideia de quem aquele homem era.- Há quanto tempo! Quer dizer, alguns meses não é?

Foi quando ele se afastou dela que CeCe pôde ver seu rosto serelepe, seu nariz grande e seus olhos enrugados. Os olhos delas se arregalaram de novo e ela deu uma risada.

– Ah, meu Deus! Eu quase não te reconheci!- ela disse- Patrick, como você está?! O que está fazendo aqui?

– É a segunda vez que me fazem essa pergunta hoje. Eu vim pegar a minha filha aqui. Ela se mudou para Nova York há pouco tempo, mas não acho que a cidade fez bem pra ela.

– Saquei- respondeu CeCe, não se tocando de quem ele estava falando- Mas como você está?! Eu não te vejo há mais de 4 meses!

– Não sou eu o culpado por isso- alegou ele- Você desapareceu!

– Eu voltei mais cedo- admitiu CeCe- Desculpe por isso.

Assim, eles continuaram o papo até a festa terminar de vez, quando as únicas pessoas que sobraram foram alguns convidados que estavam esperando a limusine chegar e os dois. Os garçons já limpavam a casa, junto com a empregada Rosa, e tiravam as decorações das paredes e mesas.

– Agora eu acho melhor eu ir- disse Patrick- Minha filha deve estar preocupada.

– Quantos anos ela tem?- perguntou CeCe.

– 14- respondeu Patrick, sorrindo de orgulho- O nome dela é Stace- Desse jeito, finalmente, a ficha de CeCe caiu. Ah, meu Deus- Você a conhece?

– Pior que sim- CeCe sorriu desajeitada- Ela é... Ótima.

– Nem tanto- Patrick balançou a cabeça, como se ela desse trabalho- Ela pode ser uma peste de vez em quando.

– Eu imagino- CeCe olhou para baixo e se lembrou de todas as coisas terríveis que Stace já tinha dito para ela e para seus amigos, e se arrepiou- Mas você vai ficar na cidade ou vai voltar pra Connecticut?

– Eu vou ficar por alguns dias- disse ele, fazendo que sim com a cabeça- Mas logo eu pego um voo e volto com Stace e com a minha mulher.

Afe. Ele teve que mencionar a mulher, só para CeCe se sentir mal. Caso você não lembre, Patrick e CeCe ficaram juntos por uma noite no Brasil, mesmo a garota sabendo que o cara que estava ficando tinha uma mulher e uma filha. Havia uma tensão sexual entre eles. Mas, aparentemente, os dois resolveram ignorá-la.

– Ah- disse CeCe, não conseguindo esconder o ar de decepção.

– Mas toma o meu cartão- disse Patrick, tirando do bolso um cartão do tamanho de um dedo mindinho e entregou para a ruiva na sua frente. Ela olhou para o cartão e abafou uma risada, já que a foto que estava no cartão era hilária; era ele sorrindo com os dentes brancos brilhando, o que era obviamente um efeito de computação- Eu sei, está ridícula. Mas se você quiser conversar, tomar alguma coisa ou sei lá, o meu número está aí.

– Eu vou ligar- oficializou CeCe, olhando nos olhos do homem à sua esquerda e sorrindo. Ele jogou uma nota de vinte no balcão, deixou o barman ficar com o troco e saiu. CeCe pegou sua bebida e mordeu o canudo, olhando maliciosamente para o homem que saía pela enorme porta de vidro da mansão.


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