Gossip St. Jude- 1ª temporada escrita por Salada


Capítulo 50
Cuidado com o que você deseja




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– E, além de a droga não ser minha, e sim comprada pelo Adam, eu estava efeito de álcool e afirmo que não estava por mim no momento. E, sobre a morte de Tucker McRyan, eu afirmo com absoluta certeza que houve uma tentativa estupro na cabine, antes de eu o empurrar. Ou seja, auto defesa- terminou CeCe Cooper de falar para seu reflexo no espelho da sala, e a porta das mesma abriu. A garota viu quem era pelo espelho- Oi, mãe. Pai. Onde vocês estavam?

– Olá, querida. Peça para seu pai explicar, eu vim pegar meu sobre tudo e ir para LA para uma reunião sobre o leilão de vinhos em Milão no mês que vem. Eu prometo que volto no dia do seu julgamento!- disse Ramona rapidamente, antes de pegar seu sobretudo na bancada de cozinha americana enorme e sumir pela porta. George grunhiu para limpar a garganta e foi até a filha, pegando uma cadeira da mesa de jantar e colocando ao lado do espelho, de forma a olhar para CeCe.

– Você não devia estar no trabalho?- ela perguntou. Um silêncio caiu sobre o apartamento depois que ela disse isso, mas essas duas coisas não tem uma relação direta, obviamente.

– Eu tirei o dia de folga, querida- esclareceu o pai dela, com os olhos estreitos, parecendo que ele a admirava contra a luz fraca que saía de uma das janelas do cômodo. O vendo do outono soprava lá fora, mas havia sido um dia surpreendentemente ensolarado- Porque queria falar com você sobre algo importante.

De repente, por impulso, o cérebro de CeCe se iluminou. Ela tinha prometido a si mesma que seguiria sua mãe da próxima vez que ela saísse para algum lugar para se assegurar que a mãe não mentia. Afinal, CeCe sabia que ela estava escondendo alguma coisa, só faltava descobrir o que era. Fingiu ver as horas no relógio de pulso e se desculpou com o pai:

– Puxa, pai, pode ser mais tarde? Prometi me encontrar com Jill antes que ela fosse para o treino de tênis para discutirmos o que ela usaria no dia do meu julgamento. Estou atrasada. Te amo!

No tempo que falava, ela saiu do apartamento pela porta, deixando George a sós com seus suspiros.

X-X-X

Na entrada da St. Jude, Jéssica Greene estava apoiada contra o muro do colégio, fumando um cigarro ao lado de uma garota esquisita da turma dela, que falava sem parar sobre como ela e a família dela decidiram que raspar todo o pelo da cadela dela seria melhor que tirar pulga por pulga dela. Jéssica nem estava ouvindo direito, na verdade. Ela só olhava para a rua, esperando serenamente suas amigas mais velhas e mais cool chegarem para leva-la ao Carmine’s, onde elas podiam fofocar a vontade, sem interrupções. Porém, elas não chegavam nunca, e a garota não parava de falar!

– Eu bem que tentei impedi-la de cair no terraço do vizinho, mas ela não me escutava de jeito nenhum! Então, não foi bem minha, culpa, não é? O que você acha?- ela perguntou por fim. Jéssica não respondeu- Meu nome é Lola. Na verdade é Heloisa, mas as pessoas me chamam de Lola. Essas pessoas na verdade são meus pais, porque eu não tenho muitos amigos e...

– Elas chegaram!- Jéssica não aguentou de felicidade. Ela deixou o cigarro cair na calçada e correu em direção a limusine, que buzinava para ela na calçada. Suas melhores amigas, Jackie e Ashley, estavam acenando para ela da janela do capô, com suas caras de retardadas. Porém, quando Jéssica estava prestes a tocar as unhas recém feitas na porta do automóvel, seu irmão, Dylan, apareceu correndo por entre os muros da escola, pelo portão de ferro, e a deteu.

– Ei!- ele exclamou, pegando o pulso da irmã, e puxando para perto dele ao mesmo tempo que afastava a menina do carro- Você não vai sair com essas garotas hoje. Esqueceu que temos que ajudar papai com a festa dos 100 anos da St. Jude em casa? Vai dar muito trabalho e temos que ajuda-lo.

– Pensei que você ia fingir que não era meu irmão- disse Jéssica baixinho, empurrando o garoto com a mão que ele estava agarrando-a. Ela entrou na limusine rapidamente e a mesma partiu, enquanto Dylan olhava incrédulo para o nada, ainda admirado pelo que acabara de acontecer. Jéssica apareceu na janela do capô entre as duas amigas dela e se virou para Dylan enquanto o carro se distanciava. Ela fez um sinal muito feio, e acho melhor nem descreve-lo aqui.

– Ahn... Oi. Meu nome é Lola.

Dylan se virou e viu uma das garotas mais que feias que já tinha visto, com óculos quadrados enormes, aparelhos cor de rosa, cabelo castanhos com presilhas de borboleta, e com uma verruga cheia de pelinhos debaixo da boca, bem no meio do queixo.

Ele fez uma cara de nojo e se afastou lentamente. Eca.

X-X-X

Tod Winslet esta a sentado em sua escrivaninha virada para a rua, depois do almoço, lendo um livro para a escola, já que os testes dele começariam dali a duas semanas, e já que dizem que a cada ano a escola fica mais difícil e ele quase foi reprovado no ano passado, ele precisava se preparar. Nas última semanas, ele tinha se sentido extremamente solitário. Ele brigou com as mães e com os dois melhores amigos no mesmo mês, e não falava com os últimos dois fazia mais de um mês. Talvez já estivesse na hora de reatar a amizade.

Distraído por esses pensamentos, ele se afastou da escrivaninha e pegou o telefone. Que número discava? Após pensar um pouco, ele decidiu que tinha sido um completamente idiota com Matt, e não com Jéssica. Bem, com Jéssica havia sido o contrário, e ele prometera a si mesmo não falar com ela nunca mais.

– Tod?- a voz de Matt soou do outro lado do telefone, e por um momento o garoto ficou sem reação. Por onde ele começava?- É você?

– Oi, M- ele começou- Eu só queria me desculpar. Não quis descontar com você o que eu estava sentindo com a Jill e minhas mães. Que tal a gente sair hoje, como nos velhos tempos? Eu ouvi que você está namorando...- ele disse muito rápido, e depois ficou um silêncio chato.

– Vai ser demais!- Matt exclamou- Quer vir na minha casa hoje à noite? Nós podemos fazer maratona de filmes de terror.

Tod sorriu. Não podia ser melhor!

– Ok. Eu te vejo às 6!- ele exclamou, e desligou, feliz. Uma sexta-feira legal, afinal!

X-X-X

– Por que você acha que ela foi pra lá?- depois de decidir seguir a mãe para ver o que estava havendo com ela, ela ligou para o namorado francês, Pierre, e ele a pegou na frente de seu apartamento na Quinta Avenida, onde eles seguiram o motorista da família Cooper até onde ele foi, para um prédio caindo aos pedaços no West Side. Se passaram 10 minutos e ela não saia de lá, e os dois namorados aguardavam sentadas no banco da frente do carro- CeCe?

– Desculpa, eu estava distraída. Eu não faço idéia!- ela exclamou, com os pés com unhas pintadas de vermelho em cima do painel cinza do Buick vermelho super antigo dele- Mas eu acho que é aqui que ela encontra o David.

– David?- questionou Pierre.

– É o pai de Matt- CeCe mastigava o chiclete com a boca aberta, encarando a entrada do edifício- Eu não posso ser parente do Matt. De jeito nenhum!

– Posso saber por que?- perguntou Pierre.

– Digamos que eu gosto de manter minhas opções abertas- disse CeCe, e ela riu- Eu estou brincando! Sei lá, seria estranho. Nós somos amigos a tanto tempo- Pierre grunhiu sonoramente- Ei! Ali está ela!- exclamou CeCe, ao ver sua própria mãe saindo do edifício, com óculos escuros Gucci enormes para esconder o rosto, olhando suspeitamente para os lados.

– O que você vai...- começou Pierre, mas não deu tempo de ele terminar a frase, já que ela pulou para fora do carro e foi para frente da mãe, que a encarou com espanto. As duas ficaram alguns segundos se olhando, uma confusa e outra determinada, até que a mais nova falou:

– Mãe. Onde está David?

Ramona tirou os óculos, parecendo exausta. Ela olhou para a filha com um olhar tristonho e deu um passo para frente. Com um rápido movimento, ela tirou a echarpe e falou:

– Me siga.

Cece não saiu do lugar. Pierre via toda a cena pelo vidro do carro.

– Não até que você me diga por que está aqui- ela cruzou os braços e se remexeu nos sapatos.

– Só me siga- instruiu insistentemente Ramona- Você vai entender.

Ela deu meia volta e andou de volta ara o edifício, e CeCe acabou cedendo. Ela correu até sua mãe e as duas subiram no elevador, em silêncio. Elas foram para uma porta de madeira encardida e Ramona a abriu, revelando um amplo apartamento com piso de madeira e parede cinza descascando. No centro, um colchão de água com um lençol por cima e várias tralhas espalhadas pelo apartamento. Perto de uma janela, sentada no chão numa posição de meditação e com uma barriga dilatada, estava uma jovem adulta de cabelos ruivos longos e espessos e várias sardas pelo nariz e pelas bochechas, lábios carnudos, olhos pretos e feições surpresas.

– Mãe- CeCe disse lentamente, olhando para a mulher- O que ela está fazendo aqui?

– CeCe?- disse Aniqua, se levantando do chão com dificuldade- Mãe? Por que voltou?

Ramona encontrou os olhos pidões por respostas de CeCe e explicou:

– Durante as férias, Aniqua me ligou desesperada porque tinha engravidado. Eu pedi para que ela viesse da Europa para Nova York e ficasse em nossa casa, mas ela disse que não queria porque vocês tinham brigado. Depois de eu insistir muito, ela resolveu comprar um apartamento que servia como covil no West Side e eu ajudaria ela com o bebê. Mas, com você achando que eu que estava grávida, eu não aguentei. Você já tem 16 anos, CeCe, tem que se resolver com sua irmã.

Dito isso, ela se virou, pronta para ir embora, mas CeCe a impediu.

– Espere- ela disse, e sua mãe se virou- O que o pai do Matt tem a ver com isso tudo?

Ramona lançou um olhar para Aniqua, que estava do outro lado da sala, e CeCe escutou a voz da irmã dizer, em alto e bom tom:

– O David- ela disse- é o pai do meu bebê.


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