A Única Certeza Da Vida Humana É A Morte escrita por Mariyas2


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem por não ter postado quarta!! T-T



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Acordei com o barulho de uma explosão. Corri até a cozinha, onde encontrei Nico fazendo torradas e café.

–Mas o que está acontecendo? - perguntei apavorada, pois as explosões continuavam.

– Ah, não se preocupe, devem ser os duendes-cor-de-rosa lançando bombas contra as gárgulas dançarinas. - respondeu calmamente. Duendes Cor-de-rosa? Gárgulas Dançarinas? Minha confusão deve ter ficado evidente, pois ele respirou e então, me explicou a situação:

– Os duendes Cor-de-rosa são duendes cuja pele é cor-de-rosa. As gárgulas dançarinas são gárgulas que estão sempre fazendo rituais que envolvem dança. Eles são inimigos mortais. Alguma pergunta?

– Não - respondi, embora minha cabeça estivesse dando voltas. Afinal, não existem duendes nem gárgulas. Bom, também não existem gatos falantes, mesmo assim há um na minha frente.

Alguém bateu na porta e Nico, usando a voz grave, perguntou quem era.

– Sou eu, querido irmão - respondeu uma voz parecida com a voz normal de Nico, mas essa era mais feminina. Nico abriu a porta e depois voltou para a cozinha, acompanhado por uma gata. Bom, era uma gata falante, que andava sobre as patas traseiras e usava um laçinho, mas mesmo assim era uma gata. Ela olhou para mim e disse:

–Eu ouvi uma vez em Death Note que “a única certeza da vida humana é, sem exceções, a morte”.

– Como? - perguntei, pois aquilo não fazia sentido.

– Essa é minha irmã, Amit. Ela é um pouco estranha e nas horas vagas trabalha como Shinigami - explicou Nico.

– O que é um Shinigami? –

– Shinigamis são deuses da morte - era óbvio que Nico já estava cansado de dar explicações.

– Exato, vocês, humanos, deviam parar de se preocupar com a morte. Nós Shinigamis, nos encarregamos disso. Como dizia Confúcio ‘para que nos preocuparmos com a morte? A vida tem tantos problemas que temos que resolver primeiro”.

Ela não queria ser grosseira ou algo do tipo, pois trazia uma expressão amável em seu rosto, no entanto, aquilo já estava me irritando.

– Morte isso, morte aquilo! Você não pode dizer nada! Você não sabe o que eu sofri nem quanto isso marcou meu coração! Você não sabe nada! - não era minha intenção explodir daquele jeito, mas, não pude suportar tudo aquilo. Eu vi todas as pessoas importantes para mim cujas faces nunca mais poderei ver e ela me diz que isso não importa?

– Tudo bem, tudo bem, acalmem-se... Irmã, eu e Allie-

– Annie.

– Isso, eu e Annie estávamos indo tomar café da manhã. Quer também?

– Obrigado, querido irmão. Aceito uma xícara de café. Ah, Annie, Confúcio também disse “quem não sabe o que é vida, como poderá saber o que é morte?”

– O que está insinuando?

– Como você está vivendo a sua vida? - perguntou ela. Então, eu entendi. De algum modo, ela sabia que, ultimamente, eu estava vivendo como um zumbi, sem ver a vida passar, sem aproveita-la... Apenas existindo.

– Parece que você entendeu o que minha irmã quis dizer, então, agora, PODEMOS, FINALMENTE, COMER?! - gritou Nico. Parece que a fome o deixava mal-humorado.

Comemos tranquilamente e, no final, Amit olhou para mim, como uma mãe olhando seu filhinho brincar, e falou:

– Bem, parece que você pensou no assunto nesses poucos minutos. Diga-me, o que vai fazer da sua vida agora?

– Ahn... acho que... vou parar de desperdiçá-la e seguir em frente...?

– Não é para mim que você deve perguntar, é para você mesma. Arthur Shopenhawer disse uma vez que “quem não tem medo da vida também não tem medo da morte”. - A frase era estranha, mas até que fazia sentido. - Você é uma boa garota, então darei-lhe um presente - completou ela.

– Presente? Qual?

– Darei a você a chance de escrever cartas para as suas amigas e familiares. Ah, para o seu namorado também.

– Irmã, você não pode fazer isso! - a voz do Nico soava preocupada, mas Amit o tranquilizou. Peguei um pedaço de papel e uma caneta e comecei a escrever.

“Queridos Mamãe e Papai

Não há palavras para dizer o quanto os amo e o quão importantes vocês foram para mim.

Meu coração dói ao lembrar que vocês não podem mais estar comigo.

Mas não posso fazer nada, apenas deixar a saudade entrar e aprender a conviver com ela.

Amo vocês,

Annie.”

“Queridas Layla, Jenny, Jolie e Terry

Sinto muito a falta de vocês, queria poder abraça-las e conversar até a madrugada...

Mas isso não é mais possível.

Um pedaço do meu coração vai ser sempre de vocês.

Com amor,

Annie.”

“Querido Mark

Queria poder enxergar novamente o brilho no seu olhar quando estamos juntos, mas não há mais como.

No entanto, quero que saiba que o amo profundamente e amarei para o resto da minha vida.

Eternamente sua,

Annie”

Entreguei as cartas para Amit.

– Ah, me desculpe por ter gritado com você.

– Não se preocupe com isso – respondeu ela, gentilmente.

Então, tudo começou a girar e ficar escuro.

De repente, eu acordei (e cai da cama). Tudo não havia passado de um sonho, mas eu me senti com se tivesse ficado de olhos fechados durantes séculos e agora eu finalmente os abrira. Afinal, só temos uma vida, para que desperdiçá-la?


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Notas finais do capítulo

E ai? Gostaram? *-*



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