A Única Certeza Da Vida Humana É A Morte escrita por Mariyas2
De repente, eu estava numa montanha com vista para o mar, na companhia de quatro garotas. Minhas melhores amigas. Elas haviam me convidado para ir à praia três meses depois da morte dos meus pais, mas eu ainda não me sentia a vontade para passear, ainda sofria muito pela morte deles e não estava disposta a ir. Elas já haviam feito reserva no hotel, já haviam até pago por isso, no entanto, quando recusei ir com elas, elas tentaram recuperar o dinheiro, mas o hotel não devolveu. Elas acharam injusto irem na viagem enquanto eu ficava em casa sofrendo, mas eu as convenci a irem. Eu não devia ter feito aquilo. Um motorista bêbado, apesar de que, naquela hora, ainda era manhã, bateu no carro delas (três delas já tinham carteira de motorista e a mais velha havia ganhado um carro de presente de aniversário). O carro capotou e caiu num lago próximo. Tontas por causa da capotagem, algumas até inconsciente, elas não conseguiram sair e morreram afogadas.
Mas, exatamente como havia acontecido com meus pais, elas estavam na minha frente, sorrindo. O mesmo sorriso animado que, apesar de saberem que eu não iria na viagem, não conseguiram esconder. Dessa vez, eu nem perdi meu tempo pensando, simplesmente corri até elas e as abracei. Lágrimas escorriam pelos nossos rostos, mas não nos importamos. E então, elas sumiram. Cai de joelhos no chão, a dor inundando meu corpo que tremia devido às lágrimas, até que uma mão quente e gentil afagou meu ombro. Virei-me e vi na minha frente um garoto. Não qualquer garoto, e sim o garoto por quem eu estivera apaixonada, cujos sentimentos ele correspondia. Ele era bonito, inteligente e extremamente gentil. Tamanha gentileza o levou a ajudar um colega que estava sendo espancado numa briga de rua. O meu colega conseguiu fugir, mas o garoto por quem eu estava apaixonada e que me ajudou a superar um pouco da dor das mortes dos meus pais e amigas, foi assassinado a facadas.
Seus olhos curiosos me fitavam, me incentivando a fazer a pergunta que se formaram na minha mente desde que eu vira meus pais. Mas eu não perguntei, tinha medo da resposta. Em vez disso, lhe dei um presente: o nosso primeiro/último beijo. Seus lábios eram gentis contra os meus, enquanto suas mãos passeavam pelo meu cabelo. O beijo foi curto, pois queria perguntar-lhe como estava, onde estávamos,... Queria perguntar tudo, menos a pergunta cuja resposta eu temia, que era: por que estávamos ali? Mas ele não me deixou perguntar. Ele beijou suavemente a minha testa e desapareceu. Deitei na grama, com as lágrimas novamente escorrendo. O céu acima de mim foi mudando de cor a medida que o sol se afastava, ficando escuro como breu algumas horas depois, como numa noite sem estrelas.
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Semana que vem tem mais! :P