Era uma vez..

Pera, era uma vez o caramba! Isso não é um conto de fadas, eu não sou uma princesa que vive presa numa torre, não tenho madrastas más, não tenho sapatinho de cristal. Sou apenas uma ruiva estabanada, irônica, sardenta e de olhos verdes. Prazer, Lily Luna Potter, dezesseis anos de vida e glamour (#soquenão), sextanista de Hogwarts, grifinória, filha de Harry Potter, vulgo o menino-que-sobreviveu. 

Mas então vocês devem estar se perguntando, porque eu sou assim? Irônica, chata, mal humorada, entre vários adjetivos que devem estar imaginando sobre mim. Ah é simples, imagine uma ruiva, nada sardenta, olhos amendoados, corpo sem nenhuma imperfeição. Conheça Rose Granger Weasley, vulgo vaca da minha prima.

Aquela garota é um demônio ruivo! Acredite em mim! De santa ela só tem de cara e sua verdadeira face, ela mostra somente para mim. Rose Weasley, a filha perfeitinha de Hermione e Ronald, o centro das atenções da família Weasley.

Sei que vocês devem estar imaginando que eu tenho inveja dela, mas é pelo contrário. Aquela garota cismou comigo desde quando eu nasci! Sempre que eu conseguia ser melhor que ela em algo, Rose fazia algo ainda melhor para ofuscar minha atenção, mas tudo piorou desde que eu entrei em Hogwarts. Motivo: Scorpius Hyperion Greengrass Malfoy.

Ele é o melhor amigo, e bom, Rose tem uma queda da Torre da Astronomia por Scorpius, então ela que não gostava de mim antes, agora me odeia até o último fio do cabelo ruivo dela.

Então, resumindo.. Minha prima é uma vaca, me odeia e faz minha vida um inferno. Sou praticamente a invisível da minha família. Todas as atenções na doce Rose, na perfeita Rose. Sabe, até hoje eu mando meus sinceros votos que ela se afogue bebendo aquela água com gás que ela bebe, mas infelizmente, Merlin não me ama, adora gozar com a minha cara.

– LILY LUNA POTTER! –

Esse berro aí foi minha mãe me chamando delicadamente para jantar. Acredite, Ginervra Molly Weasley Potter tem cordas vogais tão potentes que admiro até hoje como meus tímpanos não estouraram.

– JÁ VOU! – gritou retribuindo a delicadeza dela.

Sabe, eu realmente não deveria ter inventado de pisar no chão. Motivo? Chão escorregadio. Resultado? Eu caindo de bunda no chão, causando o maior estrondo.

– JAMES SIRIUS POTTER! –solto um berro, já imaginando James rindo da minha cara por ter caído nessa tosca pegadinha dele.

– Chamou maninha? – ouço uma voz irritante fazendo que eu me virasse para encarar, e lá estava meu querido irmão me encarando com aquele olhar vitorioso.

– Maldito. –praguejo, levantando minha bunda dolorida.

– Também te amo mana. Mamãe já está quase estourando a veia dela, acho melhor você se apressar. –fala James saindo do quarto soltando risadas irritantes.

Solto um resmungo e desço, sem ligar pelo fato de usar um pijama de pandas e com uma juba ruiva em vez de cabelo. Estava indo para a sala de jantar, quando ouço vozes conhecidas.

– Então Scorpius, como anda o desempenho no quadribol, acha que ganham a taça esse ano? – ouço a voz do maldito James.

Merda, Scorpius está aqui! Aposto que aquela vaca ruiva da minha prima está também! Não posso ser vista, não posso ser vista! Subo silenciosamente de volta para meu quarto. Vou beijar o chão se eu conseguir atravessar a porta do meu quarto sem ser vista, juro Merlin!

– Pequena? –a voz de Scorpius me desconcentra, fazendo que eu tropeçasse na droga do carpete das escadas.

Fecho os olhos, me preparando para o tombo. Mas não sinto nada, apenas mãos me segurando.

– Pode abrir. – ouço a voz de Scorpius me tranquilizando e eu abro lentamente meus olhos aliviada por não ter quebrado nada.

– Sabe Scorpius, eu não sei se eu te mato ou se eu te agradeço. Considere-se sortudo por não ter levado uma bifa. –murmuro com um sorriso dócil e o loiro revira os olhos.

– De nada, é um prazer te segurar pequena. –ele fala rindo.

Solto um resmungo e me viro para ver se ninguém estava por perto. Solto um suspiro de alívio e faço um sinal na boca para que ele não abrisse um pio. Ele franze a testa confuso, mas não fala nada.

Subo lentamente nas escadas, e olho para chão para não correr risco de cair novamente. E finalmente estou á salvo na porta de meu quarto! Merlin, eu te amo! Praticamente me ajoelho para beijar o chão, mas percebo um riso reprimido de Scorpius.

– Cala a boca. Você sabe que eu não sou normal. –falo o fuzilando.

– Eu sei pequena, mas você se ajoelhando para beijar o chão.. É HILÁRIO! –ele logo começa rir escandalosamente e eu arregalo os olhos.

Aquela fuinha júnior ia me entregar com aquelas risadas dele! Maldito! Não posso deixar isso acontecer! Tampo a boca dele e o puxo para meu quarto. O idiota continua rindo e eu me esforço para não jogar um avada naquela cara bonita dele.

– Certo. Parei. –Scorpius para de rir e seus olhos analisam meu quarto.

Reviro os olhos. Meu quarto era definitivamente o quarto mais desorganizado de todos, nem James conseguia ser tão bagunceiro feito eu.

– Sabe, eu achava que seu irmão era um baita preguiçoso, pelo menos até ver seu quarto. Como você se acha aqui dentro? –ele pergunta com seus olhos cinzas arregalados e eu rio debochada.

Não disse? Nem James me supera. LILY ROCKYS!

Antes que eu pudesse responder, ouço batidas fortes na porta. Merlin, alguém quer arrombar minha porta. Solto um bufo e me dirijo á porta. E lá estava ela, Rose Weasley. O demônio ruivo.

– Caramba, você parece uma macaca. Não que você fosse bonita um dia.. –ela faz uma careta ao me ver e eu reviro os olhos.

– Pelo menos ela não precisa se maquiar para ser bonita, a beleza dela é natural. –Scorpius aparece e Rose ruboriza.

Argh.

– Não me preciso que me defenda Scorpius. –resmungo, disfarçando minha cara de vitória ao ver Rose super envergonhada ao levar esse toco.

Ele apenas ri da minha cara e bagunça meus cabelos. Droga, ele quer deixar minha juba pior ainda?

– De nada pequena, mas e aí Weasley, o que você quer? –ele sorri para mim logo virando-se para Rose que parecia morrer a qualquer momento.

Ela não responde de imediato, apenas fica nós encarando com aquela cara de mosca morta dela. Cinco segundos para mim perder a paciência.

Um.

Dois.

Três.

Quatro.

Cinco.

Pronto. Bato a porta na cara dela e logo ouço ela rangendo os dentes.

– Arrume-se, na próxima vez é capaz de seu pai vir aqui. – Scorpius fala rindo.

– Tá. –falo com um muxoxo e o encaro.

Ele não faz nada, apenas fica mexendo nas minhas coisas e eu reviro os olhos. Puxo o braço dele e o levo com ‘delicadeza’ até a porta.

– Você não achou que eu fosse me trocar na sua frente né Malfoy? –falo erguendo as sobrancelhas.

– Tive esperanças. –ele brinca rindo da minha expressão.

Pervertido. Se o Alvo ouvisse, ele nem teria filhos. Controlo minha vontade de mostrar o dedo para ele e fecho a porta.

Ele solta uma risada e logo ouço seus passos descendo a porta.

Vou até meu guarda roupa e pego a primeira roupa que vejo na frente. Uma regata básica, calça jeans e tênis converse all star. E logo estou penteando essa juba ruiva que eu chamo de cabelo. Prendo a em um rabo de cavalo e desço correndo.

Sim, eu não aprendo. Mesmo após cair umas cinquentíssimas vez na escada, eu ainda corro. Cara, eu não tenho amor á minha vida, só pode.

– Lily! –ouço a voz da minha tia Hermione, logo após entrar na cozinha viva e sem nenhum arranhão.

Hermione Weasley, é definitivamente a melhor tia do mundo! Ela pode ter parido aquele demônio, mas era de longe uma das melhores pessoas que eu já conheci. Aliás, ela se preocupa mais comigo do que com Rose.

– Hermione! – a abraço e ela brinca com meus cabelos.

Sabe, é incrível a mania que todos têm de tocarem em meu cabelo. Apenas agradeço que não apertem minhas bochechas que nem aquelas tias gordas dos trouxas.

Logo que se afastamos e me sento-me à mesa. Nem cumprimento os outros que nem fizeram questão de parar a conversar e me olhar. Não disse? Invisível.

Vamos ver quem está aqui presente:

– > Harry James Potter: o melhor pai do mundo, ciumento para caramba, tenta inutilmente até hoje me fazer gostar de quadribol e desconfio que tenha uma queda por minha tia, Hermione Weasley. Não o culpo, Gina não é a melhor mãe do mundo e tampouco esposa.

– > Albus Severus Weasley Potter: é o meu irmão, tem uma cara de fofo, é uma lerdeza em pessoa, melhor amigo de Scorpius, sonserino, 17 anos.

– > James Sirius Potter: nem preciso comentar né? O irmão mais implicante do universo, bonito, 18 anos, cara de pau.

– > Ginervra Molly Weasley Potter: todos dizem que eu puxei o gênio ruim dela, e temo ser verdade, prefere mais a Rose que eu.

– > Ronald Billius Weasley: nada a declarar.. O pior tio do mundo, esse cara me odeia! Só por causa de um ‘comentáriozinho’ meu no natal há três anos.

– > Hermione Jean Granger Weasley: minha tia favorita, praticamente uma mãe, acho que eu já disse isso né?

E bom, tem o Scorpius, esse aí nem preciso falar né?

– Então Rose é verdade que você vai ganhar um troféu de estudante exemplar? – ouço a voz de Gina orgulhosamente se referindo á princesa (demônio) Rose.

– Ah, sim! Fiquei lisonjeada quando me disseram, até porque não era para tanto assim! Só cumpri meu dever como aluna de Hogwarts. –ela responde com aquela doçura.

Reviro os olhos ao ver como Rose era tratada por minha mãe e praticamente todos naquela mesa, exceto Scorpius, meu pai e Hermione. Albus até que não puxava tanto o saco dela, mas tenho certeza absoluta que ele tem uma paixonite pela Rose.

Apenas comi meu jantar rapidamente, quando estava pronta para sair da mesa e cair fora daquele lugar, a voz repreensora de minha mãe me pare.

– Lily Luna, você não vai esperar a sobremesa? Rose nós trouxe um delicioso pudim de sorvete trouxa. –ela pergunta me olhando feio sobre aqueles olhos azuis.

– Não obrigada, prefiro comer bosta de dragão a comer algo que aquela vaca trouxe. –não controlo minha língua.

Vejo todos os olhos se arregalarem na mesa, Ronald cuspiu a comida em seu prato, Hermione e Harry colocaram a mão na boca reprimindo risos, Gina me olhava como se fosse me decepar á qualquer momento, Rose fingia uma expressão desolada, mas eu via atrás daqueles olhos amendoados um brilho divertido, Scorpius mordia os lábios controlando-se para não rir juntamente com James e Albus.

– Sabe Gina, você já pensou em mandar sua filha para aulas de etiqueta? Tenho certeza que Rose adoraria a ensinar como controlar sua língua suja. –sibilou Ronald encarando a irmã.

Minha mãe parecia considerar a proposta de Ronald e eu sinto um pânico se instalar dentro de mim. MERLIN, FICAR NUMA SALA COM ROSE? Prefiro jogar um avada em mim mesma.

– Desculpe interromper, mas se deixarmos Lily e Rose juntas numa sala, tenho certeza que haverá uma Weasley a menos no mundo. –Scorpius se pronunciou fazendo todos olharem ele.

Céus, eu juro que eu dou um beijo no Malfoy se ele convencer minha mãe não considerar essa proposta louca do Ronald.

E NÃO QUE A MINHA MÃE ACEITOU?

Merlin! Devo-te essa fuinha! Mas sabe, ele não precisa saber que eu devo um beijo para ele.

Aproveito que as atenções foram desviadas para Rose que falou algo sei lá o que, e saio da sala. Resolvo ir à casa da minha melhor amiga Audrey Evans Nott. Sim, o sobrenome dela é Evans, mas ela não tem nenhum parentesco com minha avó, Lily Evans Potter.

– Calma aí pequena! – a voz de Scorpius me para na porta.

– Já estou me irritando com essa mania sua de me chamar de pequena. –murmuro com irritação na voz.

– Mas é o que você é. Pequena. –ele responde caminhando ao meu lado.

– Malfoy, eu tenho nome! Lily Luna Potter, Malfoy! –falo ainda irritada.

– Só vai ser Potter Malfoy quando você casar comigo pequena. –ele brinca rindo e eu bato em minha cabeça por ter sido burra.

– Se um dia se casarmos Scorpius, você terá sorte de meu pai não te assassinar no dia do nosso casamento. –murmuro rindo entrando na brincadeira.

Ele ri e eu o acompanho. A ideia de um dia me casar é com Scorpius é estranha, sendo que ele é praticamente meu melhor amigo. Ao menos que Merlin resolva me sacanear mais do que me sacanaeia.