POV Percy

–Vocês sabem o quão perigoso foi o que vocês dois fizeram?- Perguntou a professora.

–Sim.- Dissemos nós dois.

Ela começou um sermão dizendo que por pouco não revelamos nossas identidades. Desde quando ser semideus é uma identidade? Estava me lixando para o que ela falava, o unicórnio estava assustado e eu ajudei. Pronto. Não ligava se ia ou não revelar meus poderes, será que ela não via isso? Tese também pensava o mesmo que eu, então acho que ele também não prestou atenção na bronca. Depois ela começou a falar de como a floresta era perigosa, e que não devíamos entrar lá sozinhos... como se precisássemos de alguém pra dizer isso.

Quando ela finalmente terminou, voltamos para o castelo atrasados para a outra aula, mas não estávamos com pressa, era Adivinhação, e não queríamos ver Rachel brigando com a professora, de novo. Rachel admitiu que a professora podia ver algumas coisas, mas tudo o que ela falou até o momento foram besteiras e invenções malucas de morte e agouros. Eu perguntei como ela sabia se Trelawney podia ver coisas se tudo o que ela disse era mentira.

–Sei lá.- Respondeu. -Acho que é o oráculo que sabe disso, mas ele não me fala nada.

Tá, acho que oráculos falarem não é algo muito comum, mas pelo menos Rachel não brigava mais com a professora toda aula desde que "descobrira" isso. Só as vezes. Andamos pelos corredores da escola até chegarmos a torre norte e entrarmos na sala dela. Como sempre, tinha um cheiro estranho no ar que dava sono e o que parecia com uma espécie de névoa branca bem fina.

–Eu lhe avisei que eles não morreram.- Disse Rachel. Ah, mais uma briga.

–Queridos...- A professora chegou perto de nós com aqueles olhos grandes e assustadores. -Previ que neste dia vocês teriam um grande e mortal problema, como estão? Estão bem? O que aconteceu?

–Aaaaaan... nós... estávamos com a professora substituta.- Respondi.

–Oh, sim. Ela não é de muita confiança, tentei avisar Alvo disto, mas ele parece não querer me escutar.- Ela mexia as mãos loucamente, depois voltou sua atenção a nós. -Podem sentar, queridos.

Preciso dizer que ela me dava medo? Não? Ótimo. Ela era louca! Estávamos vendo matérias sobre sonhos, ela perguntou para algumas pessoas sobre seus sonhos e tentou interpretar seus futuros com base neles. E eu acho que ela viajou um pouco em alguns, até ela chegar em Thalia.

–Oh, minha querida, você está com uma aura tão alegre...- Thalia semicerrou os olhos, eu nunca a vira mais mal-humorada na vida. -Por que não nos conta sobre seus sonhos mais recentes?

–Bem...- Respondeu ela irritada. -Não tenho tido sonhos muito bons ultimamente.

–Não é problema, minha querida.- Aquelas palavras só faziam Thalia ficar com mais raiva.

–Sonhei com um coelho que só tinha uma orelha.- Certo, ela inventou isso.

–Hmm... interessante.

Ainda bem que a aula acabou antes de ela interpretar o sonho de Thalia, fomos até uma aula um pouco mais séria que aquela para ver se ela se acalmava. O resto do dia foi bem comum, até um pouco chato.

Depois das aulas tivemos reunião da AD, que foi até muito legal. Harry ensinava as defesas e algumas azarações, ensinava a mira, a concentração, o jeito de balançar a varinha... Michael ficou mais na parte teórica, ele ensinava o reconhecimento e as melhores maneiras das artes das trevas serem evitadas. Eram uma boa dupla, o que um não fazia o outro completava, eles estavam se dando muito melhor do que antes. Eles praticamente só se evitavam, agora até trocar informações faziam. Mas eles não admitiam que estavam se aproximando.

POV Narrador

Ele estava e não estava lá. Era o Acampamento Meio Sangue, mas era como se ele observasse de uma grande tela. Percy olhou em volta, ele estava no topo da colina meio sangue ao lado da Árvore de Thalia com o velocino. Ele observava os campistas andando e fazendo suas atividades diárias com a camiseta laranja que ele não usava a tempos. Olhando um pouco para a direita, viu uma linha que parecia dividir a tela, do outro lado, pessoas com camisetas roxas andavam por um local completamente diferente. Era o Acampamento Júpiter.

–Quem é?- Disse uma voz estranha a suas costas.

Percy se virou enfiando a mão no bolso, mas Contracorrente não estava lá. Nem o dono da voz. Ele observou melhor o local atrás dele, era escuro e silencioso, parecia um vácuo sem fim que terminava a um pouco mais de um metro de seus pés. Ele deu um passo a frente, mas logo parou em dúvida, será mesmo que ele devia seguir para lá? Estava desarmado, e não queria correr o risco nem em um sonho, mesmo assim deu outro.

–Diga, quem é?- Perguntou a voz novamente, ela vinha do canto escuro e fez Percy ficar parado onde estava.

–Pietro - Respondeu.(N/P: La sou besta de dar meu nome verdadeiro ??) -O que você quer?

Uma risada.

–Não você, idiota. Ele.- Perguntou.

–El... ele quem?

–Não se faça de tolo, só está adiando o inevitável. Poupe-me o trabalho de achá-lo, e me diga logo quem é.

–Não sei do que está falando!- Respondeu Percy, mas claro que ele sabia, a voz queria o bruxo semideus. Mais uma risada.

–Vocês podem escondê-lo de mim, mas não por muito tempo. Eu irei achá-lo, e vai pagar caro por tê-lo escondido.

Percy não via o dono da voz, mas tinha certeza de que ele lhe apontava o dedo. Sem saber porque, imaginou um daqueles dedos ossudos e cinzas que apareciam nos cinemas. Contracorrente reapareceu em seu bolso, onde ela estava ele não tinha ideia. Destampou-a e andou devagar até a escuridão, olhando fixamente a frente enquanto a voz dava outra gargalhada. Por mais que ele andasse, ele não conseguia enxergar nada, nem uma simples silhueta.

–Acha que isso pode me matar, jovem bruxo ?- Perguntou a voz rindo -Tente.

Percy continuava andando devagar, com toda a atenção voltada a sua frente para tentar vislumbrar o dono da voz. Assim que seu pé entrou na sombra do chão, ele não achou apoio e caiu. Não havia chão, era um abismo. Ele conseguiu se segurar e se equilibrar, mas sua espada desaparecera na escuridão sem fim. Enquanto se levantava, ouvia a gargalhada aumentar cada vez mais. Passos, passos andavam em sua direção e a linha do abismo escuro pareceu se aproximar dele.

–Este é o pagamento.- Disse a voz, Percy se virou e paralisou. A tela não mostrava mais as cenas de antes, agora os dois acampamentos estavam destruídos. Uma nuvem de poeira cobria as duas imagens, onde Percy não conseguia achar uma única construção em que pareceram sobrar alguma coisa. Tudo parecia ter acontecido, terremoto, incêndio, pisoteamento por gigantes, tempestade, furacão... mas o pior de tudo eram os corpos dos campistas que estavam espalhados no chão.

Hogwarts aparecera, mas estava na mesma situação que os acampamentos. Destruída, cheia de corpos por todo o lado. Percy reconheceu os de todos os semideuses que estavam em missão lá, e de vários bruxos. Ele não conseguia acreditar no que via, e a risada se tornava cada vez mais alta.

Ele acordou suando frio, e se sentou na cama. Segundos depois, notou uma pertubação do outro lado do quarto. Harry estava vomitando no chão, parecia ter tido um pesadelo tão ruim quanto o de Percy. Assim que ele parou de vomitar e tossir, ele falou:

–Senhor Weasley foi atacado!!

Ele estava mais pálido que o Nico, vi que ainda todos estavam dormindo quietinhos, ou quase todos, Michael estava olhando para nós com uma cara horrorizado. Rapidamente ele pegou a avarinha limpou a sujeira e falou:

–Percy, precisamos falar com Dumbledore, anda me ajuda a levar o Harry.

Ajudei-o e assim que chegamos na sala do diretor, o caos se instalou.

Harry contou a história, e Michel também havia tido o mesmo sonho. Só que em vez de ser aquele que atacava, Michel estava com telespectador, e jura que só tinha visto uma cobra.

Enquanto esperávamos noticias, Michel tentava acalmar o irmão que continuava pálido.

–Hary, não era você, eu já tive sonhos assim, você estava na pele de outra pessoa.

Enquanto eles conversavam entre si. Eu avaliava o meu sonho. Suponho que eu havia falado com o tal do Valdemort, afinal... era somente dele que eu não conhecia a voz.

–Mas não faz sentido eu ser outra pessoa, eu era baixo - Falou Harry, me fazendo voltar a realidade.

–E se fosse um animal?- Perguntei de repente, a idéia só me veio a cabeça

–Como assim?- os dois perguntaram.

–Bem, os deuses, eles tem um animal, como patrono. Por exemplo, Zeus tem uma águia como patrono, meu pai é o cavalo, Atena são corujas...

–Afrodite pomba, Ares é o Javali, Hefesto uma codorna, Hera um pavão ou vaca. Eu me lembro disso das aulas. É faz sentido - Falou Michel, que tinha me interrompido – Irmão, existe algum animal, com que você tenha preferência ou intimidade....

–nã.....-Harry pareceu refletir melhor – bem, eu sou capaz de falar com cobras, mas isso não faz sentido, porque uma cobra atacaria o Senhor Weasley ?

Michel e Eu demos de ombros. Foi quando o Tio Dumby voltou.

–Boa noticia meninos, Arthur foi encontrado vivo, e já esta sendo socorrido.

Suspiramos de alivio.

–Porem, não relatem nada para ninguém, nem para os filhos, Molly quer falar pessoalmente.

Assentimos, e nos levantamos para voltar para o dormitório.

Fazia três dias desde o ocorrido, e o que aconteceu? Bem o natal estava chegando e as aulas haviam acabado. Todos os que iam voltar para casa, iriam hoje, inclusive os semideuses.

Michael ia passar o natal com o irmão, aquela noite os havia unido ainda mais os laços, eles conversavam bem mais, e até eram vistos fazendo duplas em algumas aulas.

–Então Percy, Tese e Jason, vocês vão ficar aqui? – Perguntou Dino

– Não – meu irmão respondeu – assim que chegamos em Londres, pegaremos um avião para os Estados Unidos.-Dino assentiu, e Tese fechou a mala,e Michael depois de se sentar em cima da mala, conseguiu fechar.

–A América deve ser fantástica.- Simas falou, porem ela não falava conosco, e sim sonhava acordado – O que é um avião ? – dessa vez ele perguntou para o Dino

Não ficamos para escutar a explicação, fomos descer para deixar as malas na carruagem. E é nessas horas que o sexo feminino se aproveita, nas palavras do Leo, viramos burros de carga e tivemos que carregar as malas das meninas.

Para mim, Annabeth estava carregando pedras, ou então os livros, só podia.

Depois que colocamos as malas na carruagem, e ela seguiu em direção ao trem. Voltamos-nos e andamos em direção a uma parte da floresta,(N/A: precisa ser a floresta okay?)

–Para onde vocês vão? O trem vai para lá – falou Luna

–Sabemos, mas não vamos pegar o trem - Falou Thalia

– Mas as bagagens de vocês estão lá. – falou Gina

– A bagagem vai com vocês, vivemos com ‘’trouxas’’, não da para explicar. Nos vamos de outro jeito.- Explicou Reyna

–Que jeito? – perguntou Neville

–Se quiserem ver, podem nos seguir – Falei.

Pov Michael

UAU, era a única palavra que dava para definir aqueles seres. Cavalos com asas eram lindos!! A maioria estava amarrado a carruagens, porem havia dois, um cinza escuro tempestade e outro negro, que estavam soltos. E que relincharam quando Percy e Tese se aproximaram.

–Esse é Blackjack, ele é meu pégaso – Falou Percy chegando perto do cavalo preto – Sim, eu trouxe cubos de açúcar. –tirou um saco cheio de cubos do casaco e deu.

–E esse o Guido – Falou Tese, que deu uma maça para o ‘’amigo’’

Annabeth se aproximou e fez carinho no negro, assim como Bianca fez no cinza tempestade. Enquanto isso, os Jackson’s conferiam as correias das carruagens gregas.

Quando terminou, Percy pegou Annabeth e a colocou no Blackjack, Tese fez o mesmo com Bianca em Guido, estes relincharam algo, que fez os donos ficarem sem graça. Porem só eu percebi, já que os outros admiravam os que estava acorrentados. Os outros semideuses estavam nas carruagens.

Percy e Tese murmuraram algo e montaram na frente das meninas, que seguraram a cintura deles. Ambos incitaram os cavalos a correr para pegarem o vôo, e logo depois, o resto dos cavalos também fizeram os mesmo.

Vendo só uns pontinhos no céu, eu suspirei e falei:

–Cara, eu quero um desses

Os gêmeos Weasley, Neville e Gina concordaram comigo.