Pov Bianca

Quando cheguei ao Lago da lula, vi que Tese já estava impaciente.

–Demorou Lady das Sombras, pensei que não vinha mais- Eu deveria ter ficado com raiva por causa do apelido, mas ele fez um bico tão fofinho, que eu desisti da idéia.

–Meus Deuses como está carente, vou pedir para o Percy de dar mais carinho.

–Credo Bianca, eu não quero carinho do meu irmão não - falou ele fazendo um careta. Não me contive e comecei a rir.

–Ok,ok, mas eu demorei, pois tinha que tomar cuidado, é arriscado sair do castelo assim.

–Bih? Nós fugimos de harpias do mal que tem permissão de nos devorar, fugir de um zelador e sua gata sarnenta não é tão difícil assim.

Somente revirei meus olhos e sai andando, ele também nada falou. Ficamos assim por uns cinco minutos (N/A: Jura que vc contou o tempo? Serio?) até que eu olhei para além do Lago.

–O que foi?- Tese perguntou quando percebeu que eu havia parado.

– O que tem além daquele Lago? -Não faço ideia- ele olhou para a mesma direção e sorriu

– Quer descobrir? -Pensei que nunca fosse perguntar- sorri também.

Ele se concentrou, e quando olhei havia um caminho com água congelada, ele pisou e depois olhou para mim estendendo a mão. Peguei sua mão e fomos caminhando ate o outro lado. Que se diga de passagem não tinha nada demais, parecia um jardim na verdade, com algumas folhas. E fomos adentrando mais nele, ate que ouvimos uma espécie de relincho. Tese me olhou com uma cara de assustado e saiu correndo. Fiquei um dez segundo paralisada, antes de sair correndo, achei ele um tempo depois e juro que não foi uma das coisas mais legais que já vi na vida.

Era um pegaso fêmea, e pelo visto ela estava tendo um filhote. Tese não parecia nem um pouco assustado, pelo contrario, ele estava tentado acalmar.

–Está tudo bem garota, ela não vai fazer mal, ela é minha amiga- Ele estava falando de mim para a égua pelo visto (N/A: Não era um pegaso fêmea?).

Não sei quanto demorou, mas ri muito da careta de Tese quando o filhote estava ‘’saindo’’. Mas fora isso foi muito fofo, ou melhor. O filhote era muito fofo, principalmente quando depois que a mãe o limpou (isso também foi meio nojento) ele tentou se colocar de pé umas cinco vezes, mas caiu. Na sexta tentativa Tese resolveu da uma ajudinha, e o filhote conseguiu mamar. Foi quando quis sair, afinal permaneci lá só para ter certeza de que o filhote ia ficar bem.

–Sabe de uma coisa? Tenho certeza que não vou ser veterinário- Falou o filho de Poseidon - Aquela cena não foi nada legal de se ver.

–Então por que ficou lá ? E porque também saiu correndo?

–Pensei que podia esta em apuros- falou ele dando de ombros- e não sai pois ela parecia tão indefesa, ao que parece tinha meio que se perdido.

–Como assim ela se perdeu? – Cavalos podiam se perder?

–Você sabe que os animais são mais sensíveis a mudanças do que pessoa, ao que parece a magia que faz os humanos não se aproximarem daqui, deixa os pegasos desnorteados.

–Entendido, mudando de assunto, aquele filhote era muito fofo. Ele tentando se levantar foi a melhor parte.

Aí começamos a conversa sobre o acontecimento, depois passamos para conversa para outra coisa. A noite estava perfeita a lua, brilhava intensamente.

–Parece que a minha antiga senhora está feliz – Comentei. Ai um som começou a tocar, quer dizer, parecia o canto de um pássaro (era aquela fênix) e se misturou com os grilos, formando uma sinfonia engraçada, porém legal. -Tese?-Chamei-o que estava distraído olhando para as estrelas.

–Hum?-Ele me olhou

–Dança comigo? – Isso mesmo, eu não sei o que deu em mim, eu estava com vontade de dançar e ia fazer isso.

–O que ? – ele perguntou assustado.

Nada falei, só me aproximei o puxando pelas mãos, comecei guiando ele, até que ele aceitou e me guiou. E assim dançamos parecendo bobos. Porem nos acostumamos com os passos um do outro e entramos em sintonia. Ficamos rindo no começo, e ai ele me girou e me puxou para perto. Muito perto, e ficamos nos encarando até que uma coisa que parecia um imã fez meu rosto se aproximar ainda mais do dele, quando estávamos a uns dois centímetros, fechei meus olhos e ele me beijou.

Pov Thalia

Jogada na cama, escutando a voz das duas ‘’garotinhas’’ ou melhor, da Parvati e da vadia da Lilá, que estavam com uma revista de garotos e soltavam risinhos. Hermione estava arrumando a mala. Zoe estava no banho e Clarisse? Tinha saído para ir falar com o namorado. Mas eu estava com uma coisa na mente que era o que tinha ocorrido com o di Ângelo.

Flashback on Eu estava lutando com o Nico, e ia usar os meu poderes, porém ele usou o dele primeiro, mas algo não saiu como o planejado, quando sombras envolveram nós dois e fomos parar sabe se lá aonde.

–PARA ONDE POR ZEUS VOCÊ NOS TROUXE DI ANGELO???

–Thalia, primeiro para de gritar, segundo não fui eu. Eu não ia utilizar sombras...

É, nós dois pensamos a mesma coisa, isso podia ser armação de Cronos, Nico apertou ainda mais o dedos entre a sua espada. Foi quando eu escutei algo, como um farfalhar, e algo se afastando e sai correndo. Depois de um tempo Nico me alcançou...

–Serio Thalia ? – Nico perguntou um pouco arfante- Você sai correndo que nem uma louca por causa de um coelho? Tem certeza que era boa como tenente de Ártemis ?

Mandei ele ir para o Tártaro, e quando ia passar por ele, adivinha? Tropecei e fui de cara ao chão, e arrastei o filho de Hades junto. Só que dessa vez era eu que estava por baixo, e a posição era um tanto constrangedora.

–Sabe, isso é impressão minha, ou isso parece um dejá vu ? – ele estava menos vermelho do que eu

–Cala a boca e nos leva de volta – Falei

Flashback off

Cara Afrodite me odeia!! O que foi que eu fiz para ela mesmo? Enquanto eu cobria meus olhos com a mão e respirava fundo, ouvi uma porta sendo aberta mas nem liguei pra quem fosse.

–Nossa Thalia...- Ouvi a voz de Zoe falar -O que aconteceu? Beijaste o di Angelo de novo?

–É CLARO QUE NÃO!- Gritei me sentando e a encarando. Ela tinha acabado de voltar do banho. -E EU NUNCA BEIJEI ELE!

–Hmm... então quem beijaste depois do jogo? Parecia muito com ele.

–Não interessa a você quem eu beijo ou não.- Falei mais baixo pois as outras meninas começaram a prestar atenção. Mas eu queria explodir.

–Espere, di Angelo? O novato de cabelo preto que parece um esqueleto?- Perguntou Lilá.

–O QUE TE INTERESSA?- Gritei.

–É que além de ser muito feio, ele é um Sonserino. Eca!- Respondeu. Eu devia ter eletrocutado ela quando tive a chance.

–Ei, ele é uma ótima pessoa, e um bom amigo.

–Não, Sonserinos são nojentos. Como pode ser amiga de um? Ou beijar um?- “Controle-se! Controle-se!”

–Olhe Lilá, não é porque ele é um Sonserino que ele é uma pessoa despresível, assim como a Grifinória não tem sempre pessoas de valor.- Explicou Hermione. -Veja, Merlin era um Sonserino e você é Grifinória.

Levantei as sobrancelhas, Hermione não era do tipo que brigava ou xingava na cara. Acho que ela estava tão cansada dessa criatura quanto eu pra fazer isso, ou até mais por estar no mesmo dormitório a mais tempo. Lilá não pareceu entender o que ela quis dizer, mas Parvati explicou para ela e as duas fizeram caras de ofendidas. Como se isso fosse resolver alguma coisa.

–Como você disse? Eu não tenho valor? Como ousa!- Disse em um tom um pouco engraçado.

–Ela não ousou, só disse a verdade.- Respondi e ela me olhou indignada -Que foi?

–Não vou aguentar estes insultos, irei exigir a McGonagal para trocar de dormitório!- Reclamou.

–Eu também.- Disse Parvati.

–Irá privar-nos de sua companhia?- Disse Zoe, olhei torto para ela -Como podemos agradecer-te?- Ah tá.

–Ficando longe de mim!- Disse empinando o nariz e saindo com Parvati pelo corredor.

–Será um prazer!- Gritou Hermione antes de fechar a porta.

Respirei fundo.

–Zoe, obrigada por se preocupar comigo, mas da próxima vez fale mais baixo.- Pedi.

–Mas tu que gritastes, não eu.- Respondeu.

–Tá... e fale um idioma mais atual, por favor. Achei que já tinha se acostumado.

–Desculpe, é... automático.

Olhei para Hermione que voltara a arrumar a mala.

–O que há entre as casas?- Perguntei.

–Uma rixa antiga. Nem vale a pena explicar.- Disse apenas.

–Voltando a falar do di Angelo...- Disse Zoe.

–EU NÃO BEIJEI ELE!

POV Percy

–Acorda!- Ouvi uma voz falar.

–Nããão, eu não quero ir pra escola!- Respondi meio grogue.

–Que pena, já está nela.- Respondeu a voz de novo. –Levanta.

–An?- Ainda estava com sono demais para me lembrar de qualquer coisa.- O que voc...- Então o lado do meu cérebro que continha as memórias saiu do transe do sono. –TESE!- Gritei me sentando tão rápido que quase bati na cabeça dele.

–SHHHH! Não grite seu maluco!- Disse ele sussurrando.

–Que horas são?

–Tarde, você pegou no sono. Anda, temos que ir.

Saímos do dormitório e corremos loucamente pelos corredores sem nos importar com Filch e a gata que parecia estar possuida. Claro que nos perdemos umas três vezes antes de acharmos aquela maldita porta. Corremos até o lago e recuperamos o folego, se nosso pai queria falar com a gente sem que os outros deuses soubessem é porque era um assunto muito sério. O problema era que nós tínhamos esquecido o local que ele pediu que aparecessemos, e ficamos no lago tentando lembrar do que ele tinha dito. Apesar de que eu já estava completamente acordado, minha memória não ajudava, então ficou tarde demais.

–Meia noite. Droga, perdemos!- Falei olhando para meu relógio. –Ei, não vi você no dormitório... onde estava?

Os olhos dele se arregalaram. Não muito, mas o bastante pra alguém que convive com ele notar. Ele estava pensando numa mentira.

–Como assim? Eu tava no dormitório.- Respondeu.

–Não, não estava. Você me acordaria quando percebesse que eu estava dormindo.

–E o que eu fiz?

–Ok, você me acordou, mas não estava lá antes de eu dormir.

–Est...

–Ah, vocês são bem pontuais.- Disse uma voz vindo do lago, era nosso pai.

–Ah, era aqui mesmo...- Disse Tese baixinho.

Esperamos que ele viesse com as esquisitices, mas ele estava mais sério, tão sério que ficou mais estranho do que se ele tivesse repetido a cena da sala do Dumbledore. Ficamos até um pouco nervosos.

–Decidi falar uma coisa pra vocês.- Ele só disse isso. Se passou tanto tempo que não sei como o sol não havia nascido.

–O que?- Perguntei.

Ele respirou fundo e fez uma cara pensativa, como se estivesse decidindo se devia ou não contar isso para nós. Nunca o vi refletir daquele jeito, mas já vi aquela expressão antes.

–Eu sei a identidade do semideus.- Disse.

–O que?- Perguntei.

–Quem é?- Perguntou Tese.

–Antes de eu lhes contar, jurem segredo. Não contem a ninguém, nem mesmo aos professores ou ao semideus. Isso deve ser absoluto segredo até a hora certa.

–Ok... mas qual é a hora certa?- Perguntou Tese.

–Vocês saberão quando ela chegar, os poderes de alguém assim não ficam escondidos por muito tempo.- Respondeu.

–Como assim? Ficaram escondidos até agora.- Reclamei.

– Ele ou ela pode separar a magia do poder divino, ou uní-los, mas por enquanto, pela ignorância, eles estão separados. O poder divino parece ter adormecido dentro da pessoa.- Explicou -Se ele ou ela souber, vai tentar acordar os poderes divinos, mas se isso acontecer na hora errada, trará consequências graves. Cronos pode conseguir manipulá-lo, e virá-lo contra nós, como fez com seu amigo, Percy.

Lembrar de Luke não foi algo bom. Não queria o mesmo destino para outra pessoa, principalmente alguém que não entendia nada do nosso mundo. Com ele ou ela seria muito pior, ele ou ela tinha poderes que ninguém viu antes, Cronos com toda certeza iria querer alguém assim em seu exercito, e, eu não sabia se era possível, podia roubar todos os poderes dele assim que conquistasse sua confiança. Mas pelo o que eu sabia, ele poderia só controlar a mente dele ou dela. O que é tão ruim quanto, se não pior.

–Por que os outros deuses não queriam nos contar?- Perguntei.

–Eles não sabem.

–E como você sabe?- Perguntou Tese.

–Isso virá com a explicação. Agora, prometam não contar a ninguém.- Pediu.

–Está bem...- Falei –Eu juro pelo Rio Estige manter segredo sobre a identidade do semideus.

–Eu também juro.- Disse Tese depois de mim.