E Agora Shenlong? escrita por Taty M


Capítulo 9
9. Talvez... Ultrapassou.




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O intercomunicador não seria difícil de fazer, mas ter a certeza que ele funcionaria no passado é que seria uma incógnita.

Pelo o que percebia, não seria hoje que o radar iria ser enviado, não mesmo. Afinal Bulma tinha muito que fazer, iria se dedicar nisso, e deixar tudo pronto.

Talvez ate a noite conseguiria terminar. Tomara.

A luz da aparelhagem piscava, ela ajeitou os óculos na face. Sentia vontade de tomar banho e comer algo. Não necessariamente nessa ordem, já que a fome parecia maior.

Não fazia idéia do tempo que estava naquele laboratório, mas queria resolver isso.

Assim que o intercomunicador estava pronto, ela separou um bilhete que avisava seu pai para enviar o radar e o novo aparelho para a casa do mestre Kame.

Se após o jantar e banho ela se animasse, enviaria ainda hoje a maquina do tempo ao passado.

Comeu sozinha e repetiu. Era estranha essa vida.

Enquanto no seu tempo, os pais e amigos sempre estavam à mesa. Aqui ela não conhecia sua filha, seu filho parecia trabalhar bastante e Vegeta sequer tinha dado as caras.

Quando subiu para tomar banho, entrou automaticamente em seu quarto, mas não estava preparada para o que viu ali.

A porta estava encostada apenas, então ela abriu sem dificuldade alguma e parou na soleira da mesma.

Vegeta tinha acabado de sair do banho, isso era obvio porque a única luz acessa vinha do banheiro, acompanhado de uma densa fumaça proveniente de uma ducha quente.

O homem estava de costas e nu, completamente desnudo. Tinha algumas cicatrizes nas costas, e os músculos eram cheios e bem talhados.

Bulma engoliu seco, nunca tinha visto um homem nu. Obviamente seu amigo Goku do passado não podia contar como “homem nu”.

Ainda mais ver nu um homem como Vegeta.

Algumas gotas de água ainda escorriam em sua pele, e as pernas estavam levemente tensionadas. E foi nesse momento que ela percebeu algo estranho em seu corpo perfeito.

Ao mesmo tempo em que Vegeta virava-se e a menina abafava um grito e cobria os olhos. Não antes de focar na parte frontal do corpo masculino completamente.

CA-RAM-BA!

— SUA LOUCA! — Vegeta gritou, puxando o lençol da cama e cobrindo seu corpo exposto.

— As pessoas trancam a porta! — ela revidou, voltando a olhá-lo.
— Não eu! — ele murmurou irritado.
— Você é um... Um... Um... QUE COISA É ESSA ACIMA DE SUA BUNDA?
— Pare de me olhar sua vulgar, isso era onde ficava minha cauda!


Ela deu alguns passos para trás. Derrubando parte da decoração no quarto.
— VOCÊ TINHA UM RABO?!?!?

Gritou, e Vegeta se controlou para não golpeá-la.

— Faz parte da minha raça!

— Sua... Raça? Você tinha um rabo? Você... VOCÊ É COMO GOKU!

— Ah droga! Deixe-me vestir uma roupa.

Ela virou-se, ficando de costas para ele. Vegeta bufou, era pra essa vulgarzinha sair do quarto e não se virar. Mas tudo bem.

Rapidamente vestiu uma calça de moletom e a avisou que podia olhar.

— Certo, agora pode se explicar.

— Não tenho que me explicar para você!

— Mas Vegeta, você disse que tinha um rabo, o Goku do passado também.

— Eu sei, isso é um traço de nossa raça.

— E que raça seria? — ela perguntou, sentando-se ao lado dele na cama.

Fato que o mesmo não permitiu.

— Droga mulher, porque sempre tão curiosa?

— Goku vira um macaco... Gigante. E ele para quando lhe é cortado o rabo. Uma vez eu vi, é terrível. Pensei que me comeria.

Vegeta tinha olhos arregalados para a menina sentada ao seu lado.

— Co-comer?

— Uma vez pensei que o faria. Tenho certeza que é pelo rabo, você também vira um?

— Eu... Não.

Bulma piscou.

O tom de voz dele não era de nervosismo ou arrogância. Era diferente, como se tivesse recordando algo que o fazia bem.

— Estranho. Disse que é de uma raça igual ao Goku, e tinha um rabo. Pensei que virasse um macaco.

— Já virei. Não viro mais.

JÁÁÁÁ? — ela saltou da cama, voltando a sentar com calma, esperando a resposta dele.

Vegeta olhou para frente, franzindo o cenho e respirando fundo. Estava de papo com essa pirralha, estava “mesmo” de papo. A verdade é que sentia falta de sua Bulma, e com ela ele tinha períodos de conversas incansáveis.

Talvez essa réplica estivesse servindo para ocupar a vaga de ouvinte.

— Muitas vezes. — ele murmurou.

— Mas... Comia as pessoas?

— Argh, é claro que não sua maluca! Eu o controlava.

— Tem chances de isso acontecer? O macaco? Ele tem nome?

— Pensei que aconteceria novamente, mas a cauda nunca mais cresceu. E a transformação se chama Oozaru.

— Você sente falta.

Ele voltou a encará-la. Tão próxima a ele. Tão jovem.

Mas com o mesmo olho, mesmo olhar. Franja na testa, semblante preocupado. Acabou por esquecer o assunto que era tratado.

— O que?

— Sente falta dessa transformação. O que para mim é bizarro, afinal quem iria querer ser um macaco medonho?

— O Oozaru era apenas... Isso. Era o que nós representávamos. Uma raça extinta e que sequer pode voltar à origem e ser da própria maneira.

Bulma desviou o olhar do homem ao seu lado, mirava a segunda porta do quarto que dava a uma varanda, estava aberta e um vento corria livremente, fazendo a enorme cortina dançar.

A noite caia adentro e ela viu. Clareando a escuridão de fora. Uma lua cheia ao longe.

Talvez fosse isso que estava deixando Vegeta nostálgico, talvez a lua ainda mexesse com ele.

— Você sente falta... — ela repetiu, voltando a olhá-lo.

— Já disse isso.

— Estou falando de Bulma. Sente a falta dela, de mim. Enfim...

— É minha mulher. Ela consegue... Entender. — ele admtiu.

— Vegeta.

Quando o chamou, saiu apenas num sussurro.

Ela nem sabia o que iria falar, talvez provar que Bulma do futuro também sentia sua falta, mesmo as duas nunca terem se esbarrado.

Então, nesse instante de duvidas e melancolia, sem ao menos saber como algo começou, continuou e terminou. Bulma encostou seus lábios aos dele.

O homem soltou o ar de leve, ainda com os lábios encostados nela, antes de emitir um som estranho, então ela se viu aprisionada pela mão dele em seu pescoço, aprofundando o que viria a ser um beijo. E foi.

Ele não acreditava que quando Bulma o chamou, e aproveitou para unir os lábios. Estava perto de lhe inferir um golpe, mas o cheiro o parou.

Ela tinha um cheiro familiar, conhecido, era o cheiro da sua mulher. Impregnado nessa vadia pirralha. E pior, combinava com ela.

Simplesmente por ser ela.

Foi mais forte que ele, porque Bulma sempre foi mais forte do que Vegeta.

Então apenas sucumbiu ao obvio.

O barulho de passos do lado de fora os espantou como dois animas brigando.

Bulma ficou de pé, sentindo o coração bater a mil por hora e os lábios dormentes pelo o ocorrido.

Vegeta por outro lado permaneceu sentado, e fixava o olhar na parede, quando outra pessoa adentrou no quarto aberto.

— Ah estão aqui. Aconteceu algo?

— CLARO QUE NÃO! — Bulma gritou.

— Ham... Certo, eu acho. E obteve progresso? — o rapaz com cabelos lilás perguntou, sentando na cama dos pais.

— Sim, vou enviar a maquina do tempo. Estou pensando em fazer isso hoje ainda.

— Se quiser ajuda...

— Vou querer sim Trunks. Obrigada. Te esperarei lá... Lá fora. Adeus.

A menina rapidamente saiu do recinto.

— Que estranha, aconteceu algo papai?

— Por que pergunta isso moleque?

— Climão. Só por isso. Ela parecia bem nervosa.

— É a Bulma, esta sempre nervosa. — Vegeta disse como se fosse o obvio.

— Não é nervosa nesse sentido. Enfim. Vou ajudá-la.

— Tudo bem... — Vegeta resmungou.

Queria mesmo ficar sozinho, precisava disso.

— E pai? Também sinto saudades dela.

Trunks disse antes de sair do quarto.

Dela.

Sua mãe, e a mulher de Vegeta.

Como pode beijar essa garota? Isso deve provavelmente causar problema judicialmente, e pior, causar problemas com Bulma.

Apesar de que judicialmente, ela tem dezoito anos. Então sem problemas.

Mas com Bulma? Ele estremeceu.

Bulma era pior que qualquer juiz.

Só que Vegeta não conseguiu se controlar, depois de poucos dias, era como estar com sua Bulma de novo. Com olhos fechados, ele só sentia sua esposa.

O saiyajin ficou de pé.

E acabou pisando em algo que Trunks deixou para trás, um convite de aniversario de Pan, quanta idiotice. Estava preocupado com a falta e excesso de Bulma’s, esses vermes faziam festa.

Por algum motivo esse convite o fez tremer.

Sabia internamente que Trunks iria nessa festa, e tinha absoluta certeza que pirralha-Bulma também iria.

Droga!


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