E Agora Shenlong? escrita por Taty M


Capítulo 10
10. O Tempo esta Acabando.




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Sabia internamente que Trunks iria nessa festa, e tinha absoluta certeza que pirralha-Bulma também iria.

Droga!

— E o que aprontou durante o dia todo?

— Ap-pr-prontou?

— É, sabe... Com a maquina do tempo e tal.

— Ah isso... — ela respirou fundo. — Bom, criei um intercomunicador que vai permitir que fale com meu pai no passado.

— Acha mesmo que o intercomunicador vai funcionar? É a dimensão passada!

— Se não funcionar, estou enviando uma carta. Cartas nunca falham.

— Exato. Agora vamos enviar a maquina?

Os olhos da menina brilharam, caramba! Uma maquina do tempo de verdade, que ela criou.

Sempre soube que seria a mais inteligente, só não imaginava que era tanto.

A peça não fazia barulho, ao anexar a data desejada, uma onda de excitação tomou conta dela. Aventura. Em sua real forma correndo pelas veias e pulsando em forma de adrenalina.

Isso sem duvida se enquadra no grupo de “coisas que contarei para meus netos”.

E olhando bem para o lindo rapaz ao seu lado, logo não demoraria tanto para ganhar netinhos.

Quando a maquina sumiu num ruído curto, ela soltou finalmente o ar. Agora era aguardar, talvez dois a cinco dias. Logo tudo isso estaria resolvido.

— Fantástico. Nunca tinha visto a maquina em ação. Mesmo estando fazendo uma viajem com um simples radar do dragão.

— Não queremos arrumar confusão para o passado nem para o futuro.

— Verdade. Ei Bulma, amanha temos um aniversario para ir. O que acha?

Ela deu um salto, sacudindo uma poeira imaginaria de sua roupa.

— Festa? Festa de verdade?

— U-hum, aniversario da Pan.

— E o que seria “a Pan”?

— Pan é a neta de Goku, deve estar fazendo... Bom, não sei quantos anos, mas definitivamente é seu aniversario.

— Que ótimo, preciso mesmo me divertir depois de trabalhar tanto.

— Certo, então é isso. Caso o intercomunicador funcionar me avise.

Ela concordou e resolveu finalmente tomar um banho e descansar. Dessa vez passou longe da porta de “seu quarto”, onde nos dias futuros não era mais seu quarto e sim o local onde vivia com Vegeta.

Vegeta... Lembrar dele a remetia ate o quarto horas atrás. E aquele corpo nu. O beijo.

Bulma tocou seus lábios.

Nunca tinha beijado alguém daquele jeito, parecia tão correto de varias formas. E ao mesmo tempo tão errado.

Resolveu tentar dormir, afinal amanha teria uma festa para curtir!

Há quase trinta anos atrás, durante a madrugada, uma estranha nave pousava nos arredores da corporação cápsula, a família simplória que a encontrou cedo da manha estava assustada, e sabia que se existisse alguém que poderia desvendar, essa pessoa era o Doutor Briefs.

O cientista humilde, apesar de podre de rico. Pensou que já tinha visto de tudo em sua vida.

Se não viu, tinha pelo menos criado o que ainda não existia.

Mas aquilo em nada de assemelhava as suas criações. Entretanto tinha o símbolo da Corporação Cápsula.

Ao abrir, viu finalmente algo familiar, o radar que Bulma tanto carregava para cima e para baixo. Radar esse capaz de avistar as esferas santas que invocariam o grande deus dragão.

Mas por que o radar de sua filha estaria numa maquina estranha?

Alem do radar tinha uma carta e outro aparelho muito parecido com um tele móvel. O aparelho em questão apenas chiava ao ser ligado, mas estava ao alcance dele fazer funcioná-lo. Então rapidamente encapsulou a grande maquina, e seguiu ate seu laboratório.

Papai,

Se estiver lendo isso, sei que se encontra com o radar do dragão. Algo aconteceu e preciso que envie com URGENCIA a maquina e o radar ate a casa do mestre Kame.

É urgente. URGENTE.

Da sua querida, linda, amada e maravilhosa filha, Bulma”.

O doutor Briefs deu um sorrisinho ao ler a ultima linha, e terminava de soldar o aparelho, que ao acender o botão, parou de chiar. E rapidamente entrou numa nave que o levaria ate a casa do mestre Kame.

...

Ei, tem alguém na escuta?

...

Alo, alo, alo...

...

A mulher sacudiu o aparelho algumas vezes e aumentou o volume.

— Será que ta prestando?

— Cala a boca Goku!

Ei, alo, tem alguém do outro lado?”

Oi...

— RESPONDERAM! “Ei, consegue me ouvir? TRUNKS?”

Bulma, é você? Deu certo?”

— Quem é Trunks?

— Cala a boca Goku! Vamos ouvir.

Consegue me ouvir?” — a voz feminina ecoou.

Estou ouvindo, do lado de fora funciona bem melhor. Quem é?” — a mais velha perguntou indo para perto do mar, e sendo seguida por todos ali.

Bulma” — a jovem respondeu.

— É a outra Bulma, as duas estão conversando. — mestre Kame murmurou.

Sentindo o rosto afoguentar ao imaginar não só uma, como duas Bulma’s juntas. Isso é para matar qualquer velho!

Como estão todos ai? Ainda esta viva?” — a mais velha perguntou. Sentindo-se estranha em saber que falava com ela mesma. A jovem respondeu com uma gargalhada alta.

Viva, não me admira que pergunte isso”.

“O aparelho esta esquentando, vai parar...”.

“Encontre as esferas e... Va... Be... Com...”.

— Não estou entendendo. “Bulma? Bulma? Bulma?

Mas a resposta era um completo silencio.

— O aparelho parou, me admira que tenha funcionado a tantos anos de distancia.

— Isso tudo é inacreditável demais. — Yamcha disse.

— Sim, mas agora nós temos o meu radar do dragão do futuro e...

— O que é essa outra cápsula? — mestre Kame perguntou.

Bulma apertou a cápsula em sua mão, ninguém a tiraria dali.

— Essa outra não pode ser mexida, serviu apenas para trazer o radar.

— Uma maquina que viaja no tempo?

— Algo assim...

A senhora era experiente, maquinas do tempo enchiam olhos alheios desde que o mundo é mundo. Então omitiu a maioria das informações sobre isso.

Essa cápsula tinha que voltar de onde foi tirada. Fora uma ação muito sabia da jovem Bulma, mas não seria usada para outro meio.

***

Por que tanto vermelho e azul?

Será que sua filha tinha um péssimo estilo para se vestir?

Tudo bem que era linda, e nas fotos parecia sempre bem arrumada, mas o guarda-roupa era irritantemente limitado. Preferiu ousar, não podia ser tão ruim certo?

Andou ate o quarto que foi na noite anterior e dessa vez bateu.

Não obteve resposta alguma, mas ao abrir, conferiu antes se do banheiro não sairia alguém.

Nada, vazio.

Era sua deixa. Correu para o closet e quase levou um tombo ao reparar que o primeiro setor só podia pertencer a Vegeta. Afinal tinha uma serie incansável de roupas estranhas, azul ou mais escura. Num tecido desconhecido, todas com o calçado acompanhando.

Será que Vegeta era um tipo dos que trabalhava para lei? Um policial?

Era um uniforme, ela percebeu isso sozinha obviamente.

Mas um uniforme estranho que ela nunca viu antes. E parecia estar há tempos intocado. Será que ele tinha desistido de sua profissão? Que triste.

Fechou a porta que intitulou mentalmente de “proibida”, e abriu a que estava à frente.

Lingerie. Ah certo, ela não queria lidar com isso.

Mas sua curiosidade foi maior e... COMO UMA MULHER PODE USAR ALGO TÃO MINUSCULO?

Tinha uma gaveta, e claro que Bulma a abriu. Mesmo sabendo que se arrependeria de fazê-lo e... Era um arsenal de fantasias e objetos eróticos.

Não.

Definitivamente ela nunca, NEM MESMO NO FUTURO, usaria essas coisas.

Ou sim.

De repente sua mente começou a formular a mulher madura das fotos usando essa coisa sexy com Vegeta. E logo passou a imaginar ela empregando isso com Vegeta.

Loucura!

Fechou essa porta o mais rápido possível. Agora a “proibida” sem duvida alguma era essa porta e não a dos uniformes.

Finalmente encontrou a porta de roupas decentes (decentes ate demais), será mesmo que no futuro se vestiria tão recatadamente? O que essa relação entre Bulma e Vegeta tinha feito com ela?

Revirando as roupas ate o fundo, ela achou algo que sem duvida alguma poderia usar: um vestido roxo mais curto.

Seria isso. Nada que um cinto no lugar certo não resolvesse.

Enfim, estava pronta. E Kami... Não tinha comprado um presente.

Foi rapidamente ate o quarto de Trunks, e bateu na porta insistentemente.

— Ei. — ele murmurou, já pronto. Estava apenas ajeitando o cabelo.

— Trunks, e o presente da aniversariante?

— Ah isso, eu comprei algo. Não se preocupe.

— Seu pai vai? Não o vi durante todo o dia.

— Geralmente ele vai, mesmo que sem querer, mas você não faz idéia como minha mãe e Bra podem ser firmes quando querem algo.

— Imagino.

O assunto continuou conforme o menino terminava de se aprontar, aprontar ate demais aos olhos de Bulma, talvez ele tivesse algum interesse nessa festa.

— E essa tal de Pan, é algo sua? Namoradinha essas coisas.

Ele ficou momentaneamente vermelho.

— O que? Não. Não mesmo.

— Sei...

— Não ela.

— Ah entendi. É alguém que estará na festa, certo?

— Talvez.

Ele parecia que queria sumir, sem duvida não era do tipo que conversava essas coisas com “estranhos” e apesar de Bulma ser Bulma, não deixava de ser uma completa desconhecida.

— Quem é ela hein? Você esta um gato, sem duvida ela notará.

— É a... Olha não comente nada. Você lembra Bra, e é como se eu tivesse falando com a Bra. E Bra é amiga dela.

— Esqueceu que não tenho intimidade com ninguém desse tempo?

— Verdade. É a Maron. Mas serio, não fale nada.

— Juro.

Ela murmurou.

Mas com uma vontade terrível de contar o segredo novo. Mesmo desconhecendo quem era Maron.

Assim que entraram na nave que os levaria ate o local, ela sentiu o corpo tencionar ao ver Vegeta sentado ali. Com braços cruzados e cenho franzido.

— Aonde arrumou essa roupa?

— É minha! — ela respondeu, evitando olhá-lo.

— Há, sua... — ele desdenhou, já que conhecia aquela peça de roupa. — E tenha modos ao sentar.

Rapidamente a menina cruzou as pernas, não sem antes emitir um olhar de raiva para o homem a sua frente.

— Falei com Bulma hoje.

— Falou com... COM O QUE? — Trunks gritou, ainda pilotando a nave.

— O intercomunicador funcionou.

— Por que não me disse? — Vegeta perguntou, com uma frieza desconhecida.

— Ei acalmem-se. Foi rápido, ela tentou o contato. E o aparelho não funciona mais. Ela esta atrás das esferas, se tudo der certo temos no máximo três dias ate que as encontre.

Todos pareciam absoltos com a informação.

Vegeta ainda estava irado. Essa, essa, essa idiota tinha falado com sua Bulma? Como ele não tinha falado com ela?

— Três dias para juntar as esferas? Eles vão procurar em outro planeta por acaso? — Trunks perguntou.

Já que eles levavam no máximo um dia inteiro para achar as sete.

— Não seja metido! No meu tempo temos Kuririn tem quinze anos, Goku com quatorze, Yamcha tem dezoito. E nenhum deles sabe voar ou coisa do tipo. Eu sei por experiência própria o tempo que leva para encontrar as esferas.

— Já fez isso muitas vezes?

— Iria fazer pela terceira vez antes de sido trazida para cá.

— Acho que você ainda vai fazer muito isso na sua vida. Sabe que no nosso tempo você é um tipo de “mãe” da busca das esferas.

— Isso soa algo como idosa.

Trunks deu uma gargalhada.

E uma curiosidade acendeu em sua mente.

— Como conheceu todos eles? O mestre, Kuririn, o... Yamcha.

A ultima parte foi dita com incerteza. Provavelmente por conta do homem que olhava para a janela tentando ignorar o bate papo no caminho. Seria melhor ter ido voando.

— Ah... Goku foi o primeiro. Eu tinha duas esferas e estava disposta a encontrar as sete. Mesmo sendo cientifica demais, eu acreditava que um deus dragão realmente apareceria. Eu queria um namorado.

— Imagino que sim.

Ela olhou para a janela também. Nossa, tinha se passado somente dois anos e parecia tanto tempo.

— O radar me levou ate Goku, ele vivia sozinho e acreditava que a esfera era seu avô. Então percebi que era muito forte, mesmo sendo burrinho. Então o carreguei comigo. De inicio foi por puro interesse.

— Ele não percebia que era por interesse?

— Não. Goku é inocente demais. Só que logo ele virou meu amigo. Não me orgulho de ter o usado, mas... Bom, olha o futuro. Ainda somos amigos, então valeu à pena.

— Você gosta dele.

— Ele é engraçado e contagiante. Não tem como desgostar.

Trunks correspondeu à frase com um sorriso.

— Então conhecemos Oolong, e logo Yamcha e Pual. Kuririn chegou um tempo depois. Assim como a Lunch.

— Deve ser legal o passado.

— É... Acho que sinto falta. Bom, fico deslocada aqui.

— Imagino minha mãe lá.

— Para ela deve ser estranho, já que conhece todos e sabe o que ocorreu, por já ter passado por tudo isso.

— Não tinha pensado dessa forma. Ela deve estar maluca!

O assunto ficou de lado, pois tinha acabado de chegar. Trunks foi o primeiro a descer da nave, e quando Bulma ia dar o primeiro passo, sentiu alguém puxar e apertar seu braço.

Seguido da voz baixa e fria de Vegeta.

— Acho bom se comportar, não esqueça que aqui é minha mulher.

Dito isso a soltou, e Bulma desceu as escadas ainda pensando na frase dele.

Será que ele estava reagindo a ela como mulher, será que era uma reação movida por ciúmes, ou será apenas uma forma de avisar que ela representava somente a Bulma que estava no passado?

Muitas coisas pipocando em sua mente... Porem a decoração da festa tirou sua concentração.

E nossa... Quantos gatinhos!


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