Ela não falou nada apos eu dizer sobre Sheila, sua expressão  estava fazia, não consegui identificar sequer uma contração em seu rosto.

Não pude avaliar por mais tempo, o sol estando prestes a se por e a lua cheia aparecendo no céu e perigoso demais para que eu fique perto dela. A olhei novamente e resolvi quebrar o silencio que havia se instalado sob nós.

 

-O sol esta se pondo e... - não consegui terminar a frase.

-Ah claro, ainda é lua cheia e você precisa se transformar.

-É a ultima do ciclo.

-hum...É vou pra casa...tchau

 

Não tive tempo de responder ela já havia saído.

 

-"Droga" - Ainda bem hoje é o ultimo dia da lua cheia, que venha a minguante!

 

Fui em direção a saída e não demorei a entrar na floresta. Não demorou para a transformação acontecer, mas se pudesse voltaria atrás, nunca senti tanta dor pra me transformar. Meu corpo ainda fraco da briga contar o vampiro não reagiu bem a transformação, cada músculo de mudava de forma doía como nunca como se fosse um papel rasgado em vários pedaços. Sei que não demorou mais de 5 segundos pra tudo acontecer, mas pareceu uma eternidade.

Não agüentei o peso em minhas -agora- patas e cai.  

-Ai.

-Nossa como é fraquinho, não aquenta nem o próprio peso!

 

Olhei para a voz desconhecida, me pude ver o dono dela. Pra minha supressa, apenas a voz era desconhecida, pois a aparecia continua a mesma.

 

-Sheila!

 

Ela também estava como loba. Mas estava maior do que me lembrava, apenas sua pelugem continuava a mesma.

 

-Já chegou, você não falou que chegaria apenas amanhã?

-Falei, mas se você se esqueceu não posso entrar na sua casa como uma loba, então eu chegaria apenas amanhã de manhã!

-Preferia que não chegasse. -falei baixo.

-O que eu não entendi, você falou muito baixo

-Não fale nada, suas orelhas caninas estão ruins hein?!

-Ha engraçadinho.

-Obrigada!

 

Me virei e comecei a andar, não é bom ficar tão perto da estrada - agora que me transformei.

 

-Veria um ou sair, caçar.

-Vou junto! - Ela quase gritou, só não o fez por não poder.  Seria um uivo se gritasse

-Hum...

 

Comecei a correr o mais rápido que pude, não querendo ela na minha cola, sei que estou sendo grosseiro, mas ter que agüentar uma pessoa insuportável por toda a vida e não falar nada não é fácil. Nem a Kate a agüenta por mais de dez minutos, por que eu tenho de agüentar por tanto tempo?

Logo senti um cheiro apetitoso e fui atrás, com certeza um cervo marcando bobeira por perto.

 

Não demorei para avista-lo me abaixei e preparei para dar o bote, mas algo pula na minha frente e pega o cervo.

 

-Mas que droga Sheila, ache um pra você em vez de pegar o dos outros!

-Não vi seu nome nele.

-Hum

 

Verei e a deixei para trás, não demorei a encontrar outros cervo e satisfazer a minha fome. O sol estava prestes a nascer.

Comecei a correr o cansaço já me dominava, as dores estavam num estado onde não sentia mais nada por tanta dor.

 

-Ei você sumiu, onde estava? -Indagou Sheila

-Comendo.

-Nem me esperou.

-Você não nasceu grudada a mim, então não precisa de mim.

-Arrogante.

-Sou mesmo.

 

 

 

Ta legal, nós mal estamos juntos e ele me diz que teremos uma "inimiga"? Que ela ira fazer de tudo para nos atrapalhar, e que todos estão do lado dela, já que é prima ira ficar a maior parte do tempo junto a ele.

 

Não tinha palavras, nenhuma sequer, a vontade de chorar me inundou.

 

-"Calma"- pensei comigo mesma.

 

Então o silencio que estava entre nós se quebrou.

 

-O sol esta se pondo e...

-Não deixei que terminasse a frase. Era a hora para conseguir sair dali e chorar, chorar tudo o que posso.

 

Assim que pude sai de sua casa, a lagrimas já corriam pelo meu rosto. Entrei e fui ao meu quarto.

 

-Mas que droga - gritei.

-Kim...filha, calma, o que aconteceu?

 

Resolvi contar a ele, já que é a única pessoa que posso desabafar.

 

-Ele é um lobisomem?

-É!

-Bom...eu já esperava por isso, mas ouvir sair da sua boca é tão diferente.

-Pai!

-Desculpe...não precisa chorar, ele está sendo honesto e precisa de você pra ir contra aquela garota, fique ao lado dele, sejam fortes.

 

Ouvir meu pai falar coisas assim me fez ver o por que de eu gostar tanto dele, já fazia tempo que não o via tão carinhoso comigo, e agora irie aproveitar o máximo desse sentimento que ressurgi-o.

 

-Te amo tanto pai.

-Eu também te amo querida.

 

O abracei e assim dormi, o sono carregado de tristeza mas de confiança e carinho que meu pai passava a mim.

Não sei quanto tempo ele passou abraçado a mim, mas sei que foi tempo o suficiente pra que na manhã seguinte seus braços estivessem doloridos.

 

-Desculpa - falei cabisbaixa

-Desculpa por que? por dormir?

-Por fazer você perder seu tempo abraçado a mim.

 

Foi então que vi a cena que jamais pensei que iria acontecer.

O rosto do meu pai foi invadido por sangue, sua face estava avermelhada e suas veias pulsavam fortemente no pescoço

 

-Escuta aqui garota nuca, nunca mesmo abraçar você ou fazer qualquer coisa por você será perda de tempo.  Então pode tirar essa idéia de se desculpar da cabeça. Guarde isso quando fizer algo errado.

 

Fiquei estática absorvendo suas palavras.

 

-Kim...desculpa é que eu não gosto de vê-la triste, isso me deixa irado

 

Não soube o que responder. optei por ficar quieta

 

-Kim me perdoa?

 

Perdoar por que? por me abri os olhos e me fazer ver que você me ama acima de tudo?

Andei apressadamente a pouca distancia que nos separava e o abracei o mais fortemente possível

 

-Sr. Kanda digo o mesmo para você não precisa se desculpar.

-Sr. Kanda, não é pai? Nossa vejo que a situação está feia pro me lado. - Após dizer isso começou a rir o acompanhei.