Isto não é mais um romance água-com-açúcar escrita por Vanessa Sakata


Capítulo 14
Shiroyasha versus Kuroyasha




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— TSUKUYO!!

O grito de Gintoki ecoou ao mesmo tempo em que a espada de Ryo parou seu trajeto fatal em um obstáculo: uma simples bokutou. A loira ficou surpresa ao ser salva no último instante:

— G... Gintoki...?

— Eu mesmo. – ele respondeu. – É esse cara aí que tá te perturbando?

Ela não respondeu. O olhar que ainda tinha algum resquício de medo já entregava.

Gintoki, ainda entre Tsukuyo e Ryo, assumiu um ar ameaçador. Apontou sua espada de madeira para o moreno e disse:

— O último sujeito que era egoísta como você morreu na minha mão.

— Eu quebrarei essa escrita. – o Kawana respondeu com confiança. – Será uma disputa valendo a Tsukuyo. Ela será o troféu para o ganhador... E o ganhador serei eu!

— Idiota! – Gintoki rugiu. – Não se atreva a tratá-la como um objeto!

— Quer dizer que o lendário Shiroyasha se tornou um tolo romântico? Não seja hipócrita! Nós sabemos que nada nos faz diferentes dos cães. Sempre haverá a disputa entre dois machos, disputa essa em que a fêmea é o prêmio!

— Você é um cão. Eu sou um homem. Você a tratou como um objeto. Eu não. Foi ela que me escolheu, assim como a fêmea do pavão escolhe qual macho ela prefere.

— O brilho dela me pertence.

— Ela não é sua propriedade!

— Por um acaso seria sua?

— Ela não é um objeto! A hora que ela quiser terminar tudo comigo, ela termina e segue o caminho dela e eu, o meu!

— De um estúpido, só se pode esperar um discurso estúpido.

— Não sou o “samurai mais estúpido do universo” à toa. – o albino ironizou.

— Se você se admite estúpido, por que luta por essa mulher? Se você diz que ela não é um prêmio, então por que está aqui para arrancá-la de mim?

— Cara, mas você é chato, hein...? Meu dever como namorado dela é protegê-la de caras chatos como você! O que não se faz por amor, não é mesmo?

Tsukuyo, já em pé e com o rosto contraído pela dor que ainda sentia pelo ferimento, disse:

— Gintoki, ele é...

—... O Kuroyasha? – o Yorozuya completou. – Eu já sabia.

— O Shiroyasha ofuscou as minhas habilidades na guerra. Eu apenas fui visto como uma mera sombra do Demônio Branco. Eu já tinha ódio de você por isso... Hoje eu tenho ainda mais ódio de você por me roubar a minha Tsukuyo!

Ryo já foi pra cima de Gintoki, que conseguiu bloquear perfeitamente a primeira investida. E o albino vociferou:

— ELA NÃO É SUA!

Assim, deu-se início ao segundo round do duelo, agora com Gintoki contra Ryo. O Sakata se lançou em um contra-ataque contra o Kawana, procurando qualquer brecha que lhe permitisse dar um golpe certeiro. Porém, como era esperado, o Demônio Negro não facilitava as coisas e conseguia uma sólida defesa contra as investidas do Demônio Branco.

As duas espadas se colidiam, fazendo com que se fosse inacreditável a resistência de uma simples bokutou contra uma katana afiada. Era inacreditável, mas existia, pois a defesa do Yorozuya também era igualmente sólida. Não havia nenhuma abertura da parte de nenhum dos dois samurais.

“Eu poderia resolver isso sozinha, e ele sabe disso...”, Tsukuyo pensava ainda sentindo a dor e o ardor do corte nas costas. “Mas, por que ele entrou no meu lugar? O que ele quer me provar, se ele não me vê como prêmio?”

O duelo prosseguia no mesmo ritmo frenético do início. Gintoki atacava, Ryo se defendia e armava o contra-ataque, que era bloqueado pelo Yorozuya. Este atacava, era bloqueado e recebia o contra-ataque na defensiva. Era um duelo extremamente equilibrado.

Porém, o Kawana mudou de estratégia e, em vez de atacar o albino, foi na direção de Tsukuyo, que já pegava duas kunais para procurar se defender. No entanto, ela não conseguiu fazer uma defesa perfeita, pois sofrera um corte profundo no braço direito e Gintoki não tivera tempo de interferir. Porém, fora rápido o bastante para deter um novo golpe do Kuroyasha.

— NÃO, GINTOKI!! – Tsukuyo gritou ao ver o que ocorrera a ele, que não saíra ileso de defendê-la.

Ele tomara um golpe no ombro esquerdo, causando um grande corte no local e manchando seu quimono branco de vermelho. Teve dupla sorte, pois fora seu braço esquerdo e ele não fora decepado. Mas doía de forma atroz, apesar de procurar não deixar isso transparecer.

— Você está bem? – perguntou.

— Estou, mas...

— Não se preocupe comigo.

— Gintoki, ele quer me atingir. Eu posso me defender!

— Você está perdendo sangue também.

— Um pouco menos do que você. – ela observou enquanto segurava o braço direito ferido.

— Eu já estou acostumado... E eu vou acabar logo com isso!

Ryo logo partiu novamente ao ataque, mas visando novamente Tsukuyo. Porém, desta vez Gintoki não permitiu que ele chegasse até ela. Bloqueou completamente o ataque com sua espada de madeira e ouviu seu adversário dizer:

— Quem acabará logo com isso serei eu! A Tsukuyo será minha!

— Cala essa boca, você me irrita!

— Saiba que eu a possuí quando fiquei com ela!

— Cala essa boca, ou eu te corto a língua primeiro!

Gintoki partiu para o contra-ataque e conseguiu desferir um golpe preciso no ombro de Ryo, que sentiu uma grande dor ao ter sua clavícula direita atingida com força, causando provavelmente uma fratura e inutilizando o braço. E fora bem no braço direito, com o qual o Kuroyasha tinha mais habilidade. No entanto, ele não queria desistir de seu intento e com a mão esquerda empunhou a katana.

Só que isso não foi suficiente para evitar que o albino conseguisse, com um golpe, desarmá-lo. A espada fora parar longe e ele estava à mercê do Shiroyasha. O Demônio Negro fora derrotado pelo Demônio Branco. Mais uma vez Kawana Ryo estava como uma mera sombra de Sakata Gintoki, que agora não apontava sua bokutou a ele, mas sim a katana que estava no chão.

O Kawana não queria reconhecer que fora vencido. Não queria admitir que, naquela noite em que Tsukuyo o encontrara para terminar de vez aquele caso entre eles, ele a forçara a algo que ela não queria. Ele a possuíra à força. Porém, antes de matá-la, ela conseguira escapar o ameaçando com a katana dele.

Tsukuyo não era sua. Nunca seria. Agora, corria risco iminente de morrer pelas mãos daquele homem estúpido que a tomara dele... Não, ela disse que o escolhera.

Ryo era um idiota. Agora percebia que a sua possessividade apenas o afastara dela. Ela não era um objeto. Nunca seria.

Porém, antes que dissesse qualquer palavra, sentiu seu peito ser atravessado... Mas não pela katana, muito menos por uma espada de madeira. Uma kunai atirada com extrema precisão deu fim à sua maldita existência.

Gintoki olhou para trás com expressão surpresa. Tsukuyo, às lágrimas, caía de joelhos. Finalmente, conseguira se livrar do causador daquele trauma. Nunca mais ele a perturbaria e nem a aterrorizaria.

Abaixou-se perto dela e, com o braço que estava ileso, a abraçou de forma protetora.


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