Número 32 - Porque Nunca É Tarde Para Descobrir escrita por AmanteSolitária


Capítulo 4
Capitulo 3 - Você é a razão




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“Vou sentir sua falta. Você tem algo especial, você é especial. Não se esqueça.”

As duas semanas seguintes se passaram rápido. Eu sabia que estava cada vez mais e mais próximo o dia dele ir embora. Todos os dias ele ia até a minha casa e ficava pelo menos duas horas me fazendo companhia:

-Como passou tão rápido? Amanhã você vai embora e eu vou ficar aqui, do outro lado do mundo.

-Já disse que não vamos perder contato, não importa a distância.

-Eu sei, mas você pode conhecer outras pessoas e me esquecer. – Abaixei a cabeça.

-Mirra, olhe pra mim. – Olhei em seus olhos. – Eu nunca vou te esquecer, ok? – Sorri.

-Como posso ter certeza?

-Essa é a minha garantia. – Ele tirou seu anel de prata, colocou na palma da minha mão e fechou-a. – Amanhã eu saio bem cedo, então eu acho que isso é uma despedida.

-Você já vai?

-Não, hoje eu posso ficar até um pouco mais tarde. – Sorri e o abracei com força.

-Você me mimou tanto essas semanas que vai ser ainda mais difícil ficar sem você.

-São só dois anos e eu vou vir pra visitar se puder.

-Você não sabe se vai ficar mais tempo, nem tem certeza se vai poder visitar.

-Mas eu tenho certeza de que tenho um motivo pra voltar.

-E qual seria esse motivo, Pedro?

-Você. – Ele se aproximou e me beijou. Sorrimos.

Conversamos por mais algumas horas:

-Bom... Chegou a hora. – Disse ele olhando no relógio.

-Já? – Meus olhos marejaram.

-Ei, sem chorar, Baixinha. Não conversamos muito sobre isso?

-Sim, mas... Eu não consigo.

-Eu te amo, morena. – Ele me puxou e me beijou.

Sabia que esse seria o último, pelo menos por enquanto, então fiz durar o máximo que pude. Quando ele se afastou mantive os olhos fechados para garantir que a lembrança fosse guardada perfeitamente na memória... Erro meu! Assim que abri os olhos ele não estava mais no meu quarto. Corri até a ponta da escada até perceber: Ele fez isso porque era o jeito mais fácil de dizer tchau, para nós dois.

***

O dia seguinte foi um dia normal. Voltei a minha rotina habitual de estudos e consegui me concentrar um pouco melhor nas aulas.

***

Quase dez da noite meu computador apita com uma chamada no Skype. Pedro. Atendo e o vejo imediatamente na tela:

-Cansado?

-Muito.

-Se adaptando?

-Sim. A cidade é bem legal, o bairro também, os vizinhos são simpáticos, a escola parece ser boa e já começamos a tirar as coisas das caixas.

-E as vizinhas?

-Gatas. – Repreendi com o olhar. – É brincadeira.

-Sei.

-Só liguei pra avisar que cheguei bem. Estou exausto.

-Certo, P. Durma bem. Até algum dia.

-Até.

Fui dormir mais relaxada sabendo que ele já estava acomodado.


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