Another escrita por chocolatte


Capítulo 5
Construindo Membros




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Edward's POV

Estava no hospital. Alice foi encontrada em baixo dos restos do elevador. Alice morreu.

Tinha vários policiais em volta da cena. Fotografando e analizando o local.

– Alice Brandon, não é? - disse minha avó. - Ela e Edward normalmente falavam sobre livros.

– Ela era tão jovem... - disse minha tia. - Fico preocupada com os irmãos dela.

– Ela tinha irmãos? - perguntou minha avó.

– Um se chama Paul. Estuda na minha sala. - respondi.

– Minha nossa, que fatalidade. - disse minha avó. - Não foi uma garota da sua sala que morreu esses dias também?

– Depois da morte, sempre há um funeral. - disse meu avô, tristemente, em um canto da sala. - Como estou cansado de funerais... Tão cansado de funerais...

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5 de junho. Quarta-feira.

– As notícias sobre a irmã de Paul são um choque, mas tudo vai ficar bem. - disse o professor. Nesse momento, Isabella entrou na sala. Todos ficaram parados, olhando o professor, ignorando ela. Somente eu notei sua presença. - Se todos nos esforçarmos, podemos superar isso.

Isabella entrou bem devagar, e se sentou calmamente em sua classe, com sua mesma expressão vazia de sempre.

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O sinal bateu, anunciando o intervalo. Fui até a janela, que ficava aonde Isabella se sentava. Ela estava pensativa, olhando o pátio.

– Então... - falei. Ela olhou assustada para mim. - Ela morreu. A irmã de Paul morreu em um acidente ontem.

– Hm... - sua expressão ficou surpresa e depois ficou calma novamente.

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Era aula de artes. Estavamos fazendo um desenho de uma estátua, colocada no meio da mesa de cada grupo. Somente eu não desenhava. Ainda estava intrigado com o acidente de Alice.

– O que será que há de errado com a Srta. Anne? - perguntou Jasper, me tirando de meus pensamentos. - Talvez ela esteja muito doente. Ela não me parecia muito bem. Espero que... Ei, Edward? - me chamou.

– Sim?

– Você não acha que a Srta. Anne tenha alguma doença grave, não é? - perguntou, demonstrando uma estranha preocupação.

– Tenho certeza de que ela está bem. - respondi.

– Acho que tem razão.

– Está preocupado? - perguntei.

– Bom, depois do que aconteceu com Angela... E agora com a irmão de Paul... Então eu...

– Eles tem alguma ligação? Há alguma ligação entre esses acidentes?

– Hum, eu não... - Jasper ficou nervoso. Suspirei e me levantei para sair da sala. - Onde está indo?

– Fazer uma pesquisa.

Desço as escadas e vou até a biblioteca. Vou na parte de anuários. Pego o anuário do ano de 1987, da sala 3 de 26 anos atrás. Vou passando as páginas, e chego na terceira, com a foto da classe, assim como a anterior.

– Claro que eu não ia achar o nome da Isabella aqui. - falei.

Passei outra página, e cheguei a outra foto da classe, essa da cerimônia de formatura.

– Mãe...

– Achou a sua mãe? - perguntou Aro, aparecendo de repente.

– Sim.

– Interessante... Então ela se formou em 1987. Em que sala ela estava? - perguntou.

– Sala 3, que nem eu.

– Sério? Quem é ela? - perguntou se inclinando, para ver melhor. Apontei na foto.

– Esta aqui.

– Esme Anne Platt?

– Você a conhecia? - perguntei.

– Sim. - falou indo em direção a janela. - Esme era... Mas... Soube que ela morreu. Quando foi isso? - se virou para mim novamente.

– 18 anos atrás, logo após o meu nascimento.

– 18 anos atrás? - repetiu. - Entendo... Então foi isso que aconteceu.

– Edward. - disse Rosalie, na porta da biblioteca. Sai, para falar com ela. - O Sr. Denali me pediu para mandá-lo para sala dos professores.

– Certo, obrigado. - ela me olhou friamente, depois seu olhar ficou mais suave.

– Deixe eu me desculpar com antecedência. Sinto muito. Mas isso é por todos nós. Perdoe-nos. - e saiu.

Por que todos insistem em falar de uma forma tão misteriosa? Não entendi nada do que disse. Só fiquei um pouco assustado.

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– Acredito que esteja sabendo que Alice Brandon morreu em um acidente no hospital ontem, não é? - perguntou um dos detetives.

– Sim. Hum, sou suspeiro de alguma coisa? - perguntei. Riu.

– Não, não. Sabemos que foi um acidente. - falou. - Um acidente muito infeliz. É só que, o celular da Srta. Brandon foi encontrado no elevador em questão. Você falou com ela por celular por volta das 9:30 de ontem?

– Sim, falei.

– Ela estava no terraço, correto? - assenti. - E ela entrou no elevador de lá... - anotou alguma coisa.

– O que causou o acidente? - quis saber.

– Isto está sob investigação. - disse o outro detetive. - Tudo que sabemos é que as roldanas que seguravam os cabos afrouxaram, fazendo o elevador cair. Aquele edifício é bem velho, e passou por inúmeras modificações estruturais.

De repente, a voz do detetive foi substituída pela de Alice, na lanchonete:

"Vamos ter cuidado." "Especialmente quando estão envolvidos acidentes incomuns."

Depois de alguns minutos, me liberaram para voltar para aula. Quando cheguei na sala, ela estava toda vazia. Não tinha ninguém por lá, somente os materiais. Andei pela sala, e vi que no quadro tinha dois nome: o de Irina e o de Rosalie. O nome de Rosalie estava circulado.

– Edward. - o Sr. Denali me chamou, do lado de fora da sala. - A polícia terminou o interrogatório?

– Sim.

– Tudo bem. Então está dispensado por hoje.

– Hum, onde está todo mundo? - perguntei.

– A nova representante feminina da sala foi escolhida durante a aula. - explicou. - É a Rosalie.

– Mas, para onde foi todo mundo?

– Por favor, tenha certeza de sempre preservar as regras da sala. Estamos conversados? - e foi embora.

Fui até a classe de Isabella. Era velha e riscada, diferente das outras. De repente, reparei em uma frase escrita na mesa: "Quem está morto?"

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Fui até a parte dos armários esperar Jasper e Mike. Queria falar com eles. Logo eles chagaram.

– Ei. - falei. - Vamos juntos para casa?

Me olharam assustados. Mas assentiram.

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– Para onde todo mundo foi na última aula? - perguntei.

– Para a sala de reuniões, cuidar de algumas coisas. - disse Mike.

– Que coisas?

– Você teve muitas experiências estranhas desde que veio para cá, não é mesmo? - Jasper mudou de assunto. Parei de andar e me virei para eles.

– Se souber, será que poderia me contar o que está acontecendo? - perguntei.

– Desculpe, não posso. - falou de cabeça baixa. - Somente que há uma coisa muito deságradavel que pode acontecer a você em breve.

– O que quer dizer?

– Na reunião, Rosalie disse que precisávamos discutir algo, sem você por perto. Mas mesmo que você não goste do que vai acontecer, tente aguentar. - disse Jasper. Mike sustentou seu olhar triste. - Lembre-se que está fazendo isso por todos nós. Por favor.

– "Todos nós"? - repeti. Me lemrei do Rosalie disse no corredor:

"Mas isso é por todos nós." "Perdoe-nos."

– Essa é uma das regras da sala? - perguntei.

– Sim. - disse Jasper.

– Não consigo entender... - fui para perto do lago que passamos perto. - Posso pedir um favor? - perguntei.

– O quê? - perguntou Jasper.

– Eu quero a lista de chamada da sala. - precisava ver se Isabella existia. Começava a acreditar que estava ficando louco. Jasper estranhou mas assentiu.

– Você não pegou uma? - perguntou.

– Não é justo. - disse Mike. - Eu não posso concordar com jeito da Rosalie de cuidar das coisas. Não é justo que ela force as próprias ideias em cima da gente. Deve haver muitas coisas que você queira saber.

– Sim.

– Então pode me perguntar. Vou falar tudo que sei.

– Mike, espere! - disse Jasper. - Está falando sério?

– Certo. - falei. - Isabella Swan existe?

– Isabella Swan é... - parou no meio frase. Parecia sentir muita dor. Colocou a mão no lado esquerdo do peito. Começou a se inclinar para tentar parar a dor. Acabou soltando a mochila e caindo de joelhos. Deitou de lado no chão, tremendo.

– Mike! Mike! - Jasper e eu fomos ajuda-lo ao mesmo tempo.

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6 de junho. Quinta-feira.

Estava subindo as escadas na escola. Encontro a "Srta. Anne".

– Bom dia. Chegou cedo hoje. - falei. Ela não disse nada.

Cheguei em minha sala e entrei. Sentei em meu lugar. Rosalie e Eric estavam na frente do quadro, olhando para classe. Isabella não veio hoje.

– É isso. Qualquer... - disse Eric. - Não, esqueçam.

– Aconteceu alguma coisa esta manhã? - perguntei, para um aluno sentado à minha frente. Ele não falou nada. Rosalie e Eric foram sentar em seus lugares.

– Vamos rezar para que a alma do nosso colega de sala, Mike Newton, descanse em paz. - disse o professor. - Muitos eventos tristes ocorreram, mas não desanimem, e não dessistam. Vamos seguir adiante juntos. Lembrem-se de preservar as regas da sala, sempre. A Srta. Anne está em uma posição difícil, mas ela concordou em ajudar com tudo que puder. Entenderam? - todos assentiram.

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Já estavamos no intervalo.

– Ei. - falei para Jasper. Ele se levantou rapidamente e saiu da sala. - O que há com ele? Ei, Quil? - mas ele me ignorou. - O que está acontecendo? - todos me ignoravam. Fui para o corredor. Emmett estava voltando para sala.

– Ei. - falei. Mas ele fingiu não me ver. - Ouça...

– Desculpe. - sussurrou.

O sinal bateu novamente. Voltamos para aula.

– "Um rumor anda sozinho." - o professor começou. - Aqui, vemos que algo que não é humano sendo expressado como mostrando comportamento humano. Isso é chamado de personificação. - me levantei rapidamente, fazendo o máximo de barulho possível. Ninguém notou. - É importante entender que atributos humanos são dados a algo não humano. - continuou. Fui para fora da sala. O professor continuou a aula como se nada tivesse acontecido.

– Então era isso que eles queriam dizer. - disse para mim mesmo.

Quando voltei para sala, todos estavam indo embora. Ninguém mais falou comigo. Guardando meu livros, caiu deles alguns papéis. Abri o primeiro.

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Estava descendo para o porão da loja/casa de Isabella. Ela estava lá.

– Oi. - falei.

– O que foi? Fiquei surpresa com a sua ligação. - falou.

Mostrei para ela o bilhete:

"Desculpe. Peça á Isabella para explicar. - Jasper"

Depois, mostrei a lista de chamada da sala, que veio junto com o bilhete de Jasper. Na lista, tinha um nome riscado com vermelho. Era o nome de Isabella.

– Então você conseguiu uma cópia da lista de chamada. - falou. - E?

– Deixe-me começar do início. - falei. - Soube que Mike Newton morreu? - ela pareceu um pouco chocada. - Ele teve um ataque cardíaco. Sei que ele tinha problemas cardíacos, mas...

– Entendo. A segunda morte de junho foi causada por doença.

– Então, quando fui à escola hoje, a sala toda estava agindo estranho. - contei. - Como se todos eles tivessem conspirado para me tratar como se não estivesse lá.

– Então foi isso que decidiram fazer...

– Isso significa que sou que nem você agora? - perguntei. Ela assentiu. Suspirei.

– Como se sente, não existindo? - perguntou sorrindo.

– Não muito bem. Mas, de certa forma, tirei um peso das costas.

– Peso? - perguntou.

– Por que agora eu sei que você existe.

Ele piscou várias vezes, confusa. Depois, assentiu sorrindo.

– É aqui que mora, não é? - perguntei.

– Sim. Pensei que tivesse entendido isso há muito tempo atrás.

– Você disse que morava por aqui. E que não era uma cliente. Foi sua mãe quem atendeu o telefone? - assentiu.

– Ela ficou surpresa. - comentou. - Muito raramente recebo ligações de colegas de escola.

– Reéne é a sua mãe?

– Sim. Uma mulher estranha, que continua se enclausurando no estúdio acima.

– O "S" do "Estúdio S", é de Swan?

– Tudo faz sentido agora, não é mesmo? - foi até as cortinas. - Vamos subir.

Segui ela. Depois das cortinas, vem um elevador.

– Sabia que tinha isso aqui? - perguntou. Fiz que não com a cabeça. Ela riu.

Logo chegamos em sua casa. A cozinha era ao lado da sala, aonde eu estava. Isabella foi pegar alguns refrigerantes para nós.

– Toma. - estendeu um refrigerante. Peguei. Ela se sentou. - Por que não faz as perguntas? Acho que vai ser mais fácil explicar tudo dessa forma. - falou. - Mas, antes de tudo, prefiro quem me chame somente de Bella. Quase ninguém me chama de Isabella. Nossos colegas não contam. - disse sorrindo.

– Certo. Bella. - por mais estranho que pareça, acabei gostando de chama-la assim. - Achei que odiava ser questionada.

– Eu odeio. Mas hoje, farei uma exceção especial. - rimos.

– Antes de mais nada, Bella, você existe, não é?

– Achou que eu fosse um fantasma? - perguntou.

– Mais ou menos.

– Acho que não tinha como ser diferente. Mas suas dúvidas sumiram agora, não é? Agora que você sabe que eu existo, como uma pessoa viva. Só não existo para os outros da sala 3.

– Desde quando?

– Começou em 1º de maio.

– Faz pouco tempo. - comentei. Ela assentiu.

– Muitas coisas pareceram estranhas no começo, não é?

– Sim. E ninguém me dizia por quê. - falei. Ela suspirou.

– Não explicar a situação para você foi um erro grave.

– Erro?

– Era para você me tratar como alguém que não existia, assim como os outros faziam. Mas agora, você acabou da mesma forma que eu. Que terrível para você.

– Não é exatamente bullying...

– Não acho que alguém pense dessa forma. - falou. Abri o refrigerante e tomei.

– Sei que não existo mais para eles. Mas por que eles estão fazendo isso?

– É uma pergunta natural. Lembra-se da história sobre a Isabella que morreu 26 anos atrás?

– Sim.

– Aquele foi o gatilho. - falou. - Depois daquilo, a sala 3 ficou mais perto da morte.

– Morte?

– Aconteceu pela primeira vez à sala 3, no ano seguinte á formatura dos colegas de sala de Isabella. E assim que acontece, assim que começa, alguém morre todo mês. Ou um estudante, ou alguém da família dele.

– O quê?

– É quando... o número de estudante na sala aumenta em um.

– Aumenta? Quem?

– Ninguém sabe. Nunca conseguem achar quem é o aluno extra.

– Aluno extra? - perguntei.

– 25 anos atrás, logo depois do ano letivo começar, eles perceberam que a sala de aula tinha uma mesa e cadeira faltando, mesmo eles tendo preparado o suficiente para todos alunos.

– Eles não podiam checar os arquivos do colégio?

– Fizeram isso, mas não adiantou. A lista de chamada, e os arquivos foram alterados para serem inconsistentes. - falou. - Era apenas uma mesa e uma cadeira a menos.

– Então, alguém reescreveu os números?

– Eu usei a palavra "alterados" figurativamente. Dizem que as lembranças de todos foram mudadas também.

– Hã?

– Parece impossível, não? Mas, supostamente, é verdade. Me falaram que esse tipo de fenômeno pode, de fato, ocorrer.

– Fenômeno?

– No começo, todos pensaram que era um erro e deixaram pra lá. Mas a partir de abril, pessoas ligadas à sala começaram a morrer todo mês.

– Todo mês? Pelo ano inteiro?

– Aquele ano, acho que foram seis estudantes e dez familiares. Muito esquisito, não é? Esse fenômeno continuou a acontecer à sala 3 desde então.

– Então, uma aluna do 4º ano da sala 3 chamada Isabella morreu 26 anos atrás. E a apartir do próximo ano, havia, de algum jeito, uma aluno extra na sala. Então, as pessoas conectadas à sala começaram a morrer todos os meses. - recapitulei. - Mas por que as pessoas morrem quando há um estudante extra?

– Ninguém sabe o motivo. Só acontece. Além disso, o aluno extra é... alguém morto.

– Você quer dizer, a Isabella que morreu 26 anos atrás? - fez que não, com a cabeça. - É um fantasma, ou algo assim?

– Talvez. Mas é um pouco diferente do que chamamos de "fantasma". Parece ter corpo físico. Não tem como diferenciarmos ele do resto de nós.

– Não tem como?

– A pessoa morta tem uma alma e memórias, e eles não sabem que estão mortos.

– Quem são?

– As pessoas ligadas à sala que morreram nos outros anos. - suspirou. - É assim que vejo isso tudo. As ações da sala 3, 26 anos atrás fizeram da sala um lugar que chama os mortos. Depois disso, os mortos começaram a se juntar à sala, e a sala 3 ficou mais próxima da morte. Em resposta, os estudantes da sala 3 fizeram muitas medidas preventivas para tentar escapar dessa calamidade.

– Tipo exorcismos? - perguntei.

– Possivelmente. Eles tentaram mudar a sala para um local diferente, tentaram mudar o nome de sala "3" para sala "C". Mas não funcionou.

– Então o problema é com os estudantes do 4º ano da sala 3?

– Parece que sim. Então, cerca de 10 anos atrás, eles encontraram um jeito de resolver o problema. Um método que fazia com que não houvesse mortes todos os meses.

– Não me diga que...

– Tratar um estudante como se ele não existisse para resolver o problema do estudante extra. Desse jeito, eles deixavam a sala com o número correto de alunos, e eles podiam impedir a calamidade naquele ano. É meio que um feitiço.


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