The Blue Blood escrita por Mrs Granger


Capítulo 5
# 5


Notas iniciais do capítulo

capítulo curtinho :/



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“Dez minutos” Lara sussurrou, fracamente. “Só preciso de dez minutos.”

Quando chegou ao quarto, atirou-se na cama, sentindo-se exausta. Fechou os olhos e respirou, calmamente, várias vezes, tentando espantar a sensação de mal estar constante. A dor de cabeça continuava lá, martelando, martelando, martelando... Ela não sabia mais o que fazer. “Não posso continuar com essas visões”, pensou, sentindo uma pontada de medo. Náuseas começaram a invadir seu corpo e se revirar em suas entranhas. O ar parecia não entrar. Era como se seus pulmões resistissem, como se lutassem contra ela, e, por mais que inspirasse, não sentia o oxigênio entrando em seu corpo. Piscou algumas vezes, tentando afastar os pontos pretos que dançavam e brincavam na sua visão.

Então o telefone tocou. Uma, duas, três vezes. Lara gemeu. “Não vou atender”, pensou. Mas a insistência era grande. Fez um esforço, lutando contra a tontura, para levantar o corpo e ver o identificador: Alex. Ela revirou os olhos. “Agora mesmo que não atendo” Segundos depois a secretária atendeu com um sonoro “deixe seu recado após o sinal”, e em seguida a voz de Alex sussurrou ao telefone: “Lara, por favor, me ligue assim que puder. Eu sinto muito pelo que aconteceu hoje... – pausa- por favor, vamos conversar.”

“Fala como se fosse simples,” ela pensou, amargamente. “Nunca vai se resolver.” Outra onda de náuseas, dessa vez mais intensa, fez com que ela se levantasse e colocasse o almoço para fora, ali mesmo, no chão do quarto. Deitou-se de novo, tremendo, sentindo o mundo desabar em preto e branco, depois num borrão de cores, até tudo ficar escuro e ela cair na inconsciência.

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_Fale comigo, filha. Por favor. – pausa- Está me ouvindo?

Quando abriu lentamente os olhos, sua mãe pairava no seu campo de visão, e Lara não tinha certeza de onde estava ou o que tinha acontecido. Lembrava-se de ter passado mal, e só. Não tinha certeza do por quê. Nem quando. Fazia algumas horas, minutos...? Ela não sabia.

_Que bom que acordou, meu amor – Anna sentou-se na cama ao lado da filha – Fiquei tão preocupada... Você passou muito mal- segurou a mão dela carinhosamente, e pelo toque excessivamente quente da mãe, Lara deduziu o quanto sua própria mão estava fria. Estremeceu.

_Está muito gelada – Anna colocou, gentilmente, a mão em sua testa – Muito gelada – repetiu, angustiada.

_Mãe... – a voz dela saiu rouca e a garganta raspava, seca. – Onde... Onde eu estou?

_No hospital, meu amor. Trouxe você para cá. Estava tremendo muito, fria como gelo. Não acordava. Eu... – a voz dela vacilou- não sabia o que fazer.

Lara olhou envolta e viu o lençol branco sobre seu corpo, cuidadosamente ajeitado, os aparelhos medindo a frequência cardíaca e a respiração, produzindo um som constante: bip, bip, bip, que a deixou um pouco angustiada. Apesar de trabalhar em hospitais, não gostava de ser a paciente.

_Pai... Ele sabe?

_Já está vindo. Liguei para ele há alguns minutos. Mas agora... Há outra pessoa que gostaria de te ver. – Anna suspirou . “Hana” Lara pensou, na mesma hora. Sua irmãzinha estava lá, queria vê-la. Estava bem. Saudável de novo, e estava lá para vê-la. – Não sei se quer vê-lo, mas em todo caso...

Vê-lo? Então não é minha irmã”, pensou, chateada. Já imaginava que Hana não poderia visitá-la. Afinal estava doente, internada. “Ela está saudável só nos meus sonhos. É só uma centelha de esperança: o fato de que um dia ela ficará bem; que vai brincar de novo, rir como as outras crianças e tomar soverte no parque.” Seus olhos se encheram de lágrimas ao pensar na pequena Hana tomando soro no hospital, sentindo dores, sem cabelo ou sobrancelhas; Ao pensar na leucemia tirando a vida dela. Afastou o pensamento, angustiada.

_Quem...? – Lara nem precisou terminar a pergunta.

_Alex. Ele está lá fora.

Lara revirou os olhos e formou a palavra “Não”, apenas movendo os lábios. “Que diabos ele faz aqui?” Por um segundo pensou que talvez ele estivesse realmente preocupado com ela, e o pensamento a reconfortou. “Não.” Pensou abruptamente. Não sentia nada por ele. Não podia, não queria sentir. Mesmo assim...

_Você quer que eu peça para a enfermeira enrolar um pouco?

Lara assentiu. “É melhor assim. Melhor não vê-lo, por enquanto.” Estranhamente, sentiu uma dor aguda perfurando seu peito, mas logo passou.

_Tudo bem – Anna beijou suavemente a testa da filha e saiu. Lara ficou sozinha com seus pensamentos. E por sinal, eles eram péssima companhia. Flashs do que havia acontecido, de como passara mal... Das visões. Subitamente uma dor aguda se espalhou por toda sua cabeça, partindo da base da nuca e se dissolvendo, dissipando, envolvendo e cobrindo cada canto de seu cérebro.

Uma névoa a envolveu e Lara estava em pé, parada na frente de um gigante de pedra.


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