Já havia passado quatro dias deis de que Bernardo decidiu brincar de ''eu te amo''. Depois disso brigamos uma duas vezes; Cristal e eu trocamos indiretas com Cecília; conheci alguns primos de Bernardo e arrumei só mais uma briga com ele. Estava entendiante aquela casa no lago.

Era noite e Laura já dormia como metade das pessoas que estavam na casa. Meu tempo livre estava sendo gastado mais uma vez com o livro do Oliveira. Estava sentada na varanda sentindo o ar frio passear pelo meus cabelos e me provocar arrepios.

Confesso que eu realmente queria ler, mas algumas vozes me interromperam completamente. Dentro delas estava Bernardo. Eles discutiam sobre uma mulher que estava na sacada. Benardo e os outros meninos falavam sobre como ela estava linda ou gostosa. Aquilo gerou uma baita raiva em mim.

–... Mas essa Deus também faz por merecer... - Benardo não terminou a sua adorável Frase. Estava me encarando completamente assustado.

– Quanta servegoinche Bernardo. - Exclamei literalmente irritada. - Para um cara da sua idade.

– Oi ?. - Ele perguntou confuso.

– Você fica ai, falando dessa tau de Deusa e depois vem bater na porta do meu quarto e falar que me ama ?. - Ele ia falar alguma coisa, mas eu continuei: - Faça bom proveito doutor Bernardo Oliveira.

Sai batendo o pé de raiva ou ciúmes, mas mesmo assim Bernardo veio atrás. Todos deixaram de fazer suas coisas para ver nossa pequena discussão. Ele me seguiu completamente e ate me fez errar os corredores do quarto. Bernardo insistia em falar comigo, mas eu não queria ouvir a voz dele.

– Cristiana, por favor me esculta... - Ele me puxou pelo braço.

– Bernardo, eu tô com sono.

– Cristiana por favor me esculta. - Ele repetiu. - Eu não estava observando a Deusa, os meninos estavam lá e eu fui zoar com eles.

– Bernardo eu não preciso de história para boi dormi. - Suspirei. - E outra, você não me deve explicações já não temos mais nada.

– É mentira!. Todo mundo aqui sabe que a gente tem muita coisa ainda.

– Bernardo... - Ele me interrompeu novamente.

– Então tá. Olha no fundo dos meus olhos e fala que não temos mais nada.

– Bernardo...

Ele novamente me interrompeu. Me beijou com sua ótima pegada, brigando bravamente com meus lábios.

– Eu não devia...- Falei em meio ao beijo.

– Cala boca e me beija. - Ele novamente me beijou.

Ele me levou ate seu quarto e deitou comigo na cama. O beijo estava intenso e mesmo com a minha cabeça me mandando eu sair daquele quarto, continuei lá. Senti Bernardo tirar minha camiseta e beijar meu corpo todo. A luz intensa da lua fazia imagens listradas na cama enquanto eu e Bernardo deixávamos nossa guerra de lado e fazíamos o que nosso corpo queria.

[...]

O céu já estava começando a clarear. Bernardo tinha a cabeça deitada na minha barriga . As vezes beijava minha barriga e apertava minhas coxas. A noite foi perfeita e os dois estavam cientes de tudo.

– E então ? voltamos ?. - Ele me olhava com os cantos dos olhos.

– Obvio que não. - Falei. - Todo mundo aqui sabe que sempre quando estamos juntos discutimos.

– Nossa noite foi o que então ?.

– Estávamos relembrando o passado. Só isso. - Respondi rindo.

– Passado legal esse. - Ele riu.

Comecei a rir e Bernardo novamente selou nossos lábios. Eu nem sei por que ainda estava ali e não estava olhando minha filha. Bernardo era bom e isso eu não podia negar.

– Parece que você passou a noite muito bem acompanhando. - Era a voz de Cecília que ecoou no quarto fazendo eu e Bernardo nos separarmos rápido.

Cecília e Lilian estavam parada à nossa frente. Lilian ria contente e Cecília ainda continuava quieta.

– O que ? Eu e a Cristiana ? nós...estávamos... eu e ela.. - Bernardo não tinha o que responder.

Eu queria rir da quase resposta de Bernardo, mas continuei em silêncio. Era obvio que ele tinha passado a noite muito bem acompanhando. Estávamos semi-nus e o que uma vó pensaria ?. Era obvio que transamos e foi uma transa boa.

– Espero vocês dois lá embaixo. - Cecília falou séria. - Vestidos de preferencia; tenho uma surpresa para vocês dois.

Esperei Cecília sair para rir. Eu não sabia o que queria fazer, mas consegui rir.

– Sua vó me odeia. - Falei.

– É. Odeia mesmo.

Conseguimos nos arrumar e rimos da conversa. Bernardo foi me beijando ate chegarmos perto da sala. Nós separamos, mas não conseguimos evitar o murmuro por toda a sala. Todos estavam reunidos esperando Cecília falar.

– Olhe quem está aqui. - Uma menina entrou pela porta da sala. Era Alice. A idiota da Alice. Olhei irritada ainda mais para Bernardo. Ele estava confuso e não soube responder meu olhar. Eu queria matar os dois. Alice chegou perto de Bernardo e o abraçou. - Ela será a organizadora do casamento.

Vadia e Vadia. Cheguei perto de Cristal e murmurei isso no ouvido dela. Ela virou e riu. Eu havia contado para ela sobre Alice.

– Estou tão feliz pelo meu casamento. - Cristal sorria. - E você... não vá arrumar briga com a organizadora.

– Também espero isso. - Murmurei irritada.

Pela tarde deixei Laura brincar na lama com algumas meninas. Eu não queria ver Bernardo e nem a Alice. Preferia ficar longe dele e longe de brigas.

– Mamãe ?. - Laura sentava ao meu lado. - Não dormiu ontem lá comigo, por que ?.

– Eu... eu... eu estava lá. Você que não viu. - Inventei uma desculpa.

– Não estava. - Ela retrucou. - Eu ouvi Cecília falar sobre você e papai. - Ela parecia não querer pergunta. - Você dormiu com papai ?.

– Dormi. - Respondi. Eu não escondia nada de Laura.

– Vocês voltaram ?. - Ela perguntou sorrindo.

– Não. Não voltamos e talvez nunca voltaremos.

Isso era verdade!. Eu e Bernardo nunca voltaríamos, poderia ate rolar algumas recaídas como a da noite passada, mas nunca voltaríamos.