Lília e meu pai insistiram tanto para me levarem ao ginecologista que eu acabei aceitando, só para calar a boca dos dois. Eu tinha que tomar milhares de preocupação, eu não podia mais usar calças, apenas shorts bem folgados e a parti de hoje só poderia comer comidas saudáveis ''quando mais saudável a mãe for, mais saudável o bebê será'', maldita voz da médica que não sai da minha cabeça. O bom era que meu bebê estava bem, e alias era minha bebê, uma linda menininha.

Mesmo gravida eu tinha que ir para a escola,será que gravidez não é uma boa desculpa ?. Não, não pro meu pai. Coloquei um shorts bem folgado e uma camiseta enorme que tampa-se bem minha barriga. O bem provável era que todos já sabiam da minha gravidez e da não aceitação do bebê sobre a parte de Bernardo, falando em Bernardo eu nunca mais queria olhar na cara dele ou a te mesmo falar com ele.

- Então, minha amiga vai ter uma menininha ?. - Nanda me abraçou. - Parabéns.

- É... - comecei a chorar. - Obrigada.

- Que isso Cris ?, chorando ?. - Gabi se aproximou.

- É a gravidez gente, os hormônios. - respondi.

As duas riram.

- e Bernardo ?, como ele reagiu ?. - Gabi perguntou.

- Nada bem né, ele falou que a bebê era de Rafa, que eu queria jogar esse peso para ele. - sequei algumas lágrimas.

Gabi e Nanda acharam estranho a reação dele. Era obvio que a mãe dele colocou tudo isso na cabeça dele,vadia. Isso sim era o nome daquela Heloísa.

- Então minha amiga vai ganhar um neném ?. - Rafa me deu um susto.

- uma menina seu idiota. - dei um tapa no seu peito.

-  Já tem nome ?. - ele perguntou.

- Sim. Laura. Gosto desse. - respondi.

Como todos só sabiam que eu estava gravida e não sabiam o sexo, ouvi várias vezes ''se for menino coloca meu nome'' '' Rafaela é lindo'' e ate algumas piadinhas. O clima estava tão agradável que eu nem me lembrava que à qualquer momento eu encontraria Bernardo e nós sairíamos numa bela briga, como antes. Rafa praticamente me proibiu de fazer qualquer coisa, tudo que eu queria ele ia buscar, eu já me sentia uma mimada por completa. Era qualquer coisa mesmo, ate um lápis que eu deixa-se cair, Rafael já estava com ele na mão, me entregando. Tirando alguns enjoos meus, o tempo passou super tranquilo, Bernardo não cruzou sequer um olhar comigo, se troca-se também eu iria ligar, agora par mim, ele não passava de mais um.

Senti um leve empurrão e fui para trás, graças a Deus Rafa estava no meu lado e me segurou antes que eu cai-se. Quando me virei para reclamar com a pessoa, era a bosta de Débora.

- Olhar para onde anda é bom. - falei.

- Olhar por onde senta também. - ela ironizou.

Eu não queria discutir com ela, eu precisava arrumar minhas coisas, afinal, seria só mais 2 meses naquela casa e eu iria para uma casinha que meu pai tem guardado, não muito longe daqui, mas bem longe de Bernardo. Como não tinha outra coisa para fazer, Lília me enchia de coisas, roupas, brinquedos e fraldas, eu já tinha várias e várias fraldas para isso.

- Bernardo quer falar com você. - Lília começou.

- Não, eu, eu não quero. - respondi.

- Cristiana, vá... Ele precisa falar muito com você e você também precisa falar com ele. - Lília insistiu.

Assenti com a cabeça e fui ate o quarto de Bernardo. Bati na porta e ouvi um ''entra'' vindo, antes que eu entra-se suspirei e fechei meus olhos. Pensa na Laura. Vai dar tudo certo. Eu repetia isso para mim mesma, várias vezes e entrei.

- Ah, É você. - ele desanimou.

- Fala logo, eu preciso arrumar minhas coisas. - fechei a porta.

- Vai embora ?. - ele perguntou.

- Interessa ?. Acho que não. - respondi.

 Bernardo deu de ombros.

- Eu conversei com o Rafael e... e eu sei que não ouve nada entre vocês dois. Mas não foi aceitar essa criança, ela só vai atrapalhar minha vida, ela e você. Eu, eu não vou assumir, mesmo que você implore de joelhos. - Bernardo falou.

- Você não passa de um moleque. Logico que você não vai assumir, você não consegue carregar um peso nas costa, você nem sabe se cuidar, tem tudo na mão, tudo que quiser. - retruquei.

- Igual você ?, por que eu tive você na mão, te usei e abusei e agora tá ai... com uma criança na barriga. - Ele se levantou.

- Não, eu me deixei enganar por você, mas não vai acontecer de novo. É, infelizmente eu tenho que criar uma obra de um pai tão idiota como você, mas é claro, ela nunca saberá disso, muito menos do tão idiota o pai dela é. - retruquei novamente.

- Pare de me chamar de idiota. - Bernardo segurou meu braço.

Conforme eu tentava me soltar, eu ia me aproximando mais. Eu já sentia sua respiração passeando por todo meu rosto, eu só olhava nos olhos de Bernardo e depositava toda minha raiva dela. Idiota, sai, empurra Bernardo, você não pode beijar ele. Não beija, você odeia ele. Ele ia aproximando os lábios para o meu e eu ia fazendo o mesmo, eu não conseguia evitar, mesmo odiando Bernardo eu sentia alguma coisa por ele. Me afastei de Bernardo e respirei fundo, mais uma vez.

- Só para você saber, é Laura... o nome da sua filha. - Falei e sai do quarto.

Peguei toda as coisas que Lília me deu e coloquei em uma mala, peguei algumas roupas e coloquei em outra, eu já queria deixar minhas coisas arrumadas, eu sabia que era só para daqui 2 meses que eu iria embora mas quanto mais cedo melhor. Eu lembrava do meu quase beijo com Bernardo e na forma que ele tratou Laura, ele não poderia tratar ela assim, se ele tivesse um pouco de juízo, saberia tratar Laura melhor, pelo menos ela. Lagrimas voltaram a sair dos meus olhos, eu sei que eu seria fria, mas eu começaria a ser fria amanhã, hoje eu só queria chorar e dormi, só isso.