A quase/casa de Rafa era engraçada, eram só dois cômodos muito bem arrumados e organizado, não se parecia nada com o quarto de Bernardo. Durante os episódios eu tirava a atenção de Rafa, tirei tanto ate que  ele parou de assistir e começou a conversa comigo, conversando definitivamente de tudo de tudo mesmo. No final de tudo, Rafa se tornou um grande amigo.

- Vai querer assistir outras vezes ?. - ele colocou a cabeça para fora do carro.

- Não, sei. - respondi.

Rafa sorriu e eu joguei um beijo para ele.

[ dois meses se passa ]

Acordei com vontade de vomitar, novamente, eu já estava cansada de vomitar. Depois de um tempo foi sempre assim, vomito e ânsia, tontura e desmaio, já tinha virado rotina. Eu coloquei uma roupa bem simples, procurei alguma calça que entra-se na minha barriga, eu estava gorda ou alguma coisa, eu só sabia que quase nenhuma calça entrava em mim.

- Está tudo bem Cristiana ?. - Meu pai me viu balançando de tontura.

- Está... é só uma tontura, falta de comida. - respondi.

Peguei uma fruta qualquer e fui me encontrar com Bernardo, ele iria me levar para a escola, mesmo ele não indo. Só faltava dois meses para termina as aulas e já não se passavam matérias, eu só ia mesmo para conversa com Nanda, Gabi e Rafa.

- Cris, você está bem ?. - Bernardo perguntou.

- Tô. - respondi.

Bernardo me deixou na porta da escola, dei um leve beijo na sua boca já que seu perfume me enjoava e falei para ele se cuidar. Nanda e Gabi me esperavam no banheiro, elas compraram uma camiseta toda customizada e queriam me dar aquela camiseta ridícula.

- Cris, sua barriga, ela; ela tá grande né ?. - Nanda brincou.

- É. - olhei para minha barriga. - Tá um pouquinho. 

- Cris, está tudo bem ?.-  Gabi levantou.

- Vocês tiraram o dia para pergunta se eu estou... - Não consegui termina a frase e corri ao banheiro, mas uma vez vomitando.

Quando voltei Gabi e Nanda estavam se olhando preocupadas, joguei um pouco d'água na minha cara e suspirei, eu odiava sentir o gosto de vômito na minha boca.

- Cris, você tá gravida ?. - Nanda mandou na lata.

- Que isso Nanda ?, é logico que não. - respondi.

É, eu estava sentindo alguns enjoos, tontura, fraqueza, vontade de comer algumas coisas estranhas mas nada de... Eu estava atrasada, sentindo enjoos, tonturas, fraqueza, era obvio, eu só poderia está gravida.

- Nanda. - agarrei o braço nela. - Nanda, eu tô gravida.

Nanda ligou para à farmácia e pediu 3 testes diferentes, eu não era de acreditar apenas em um. Eu andava de um lado para o outro completamente nervosa, Gabi mandava eu me acalmar, inventava algumas histórias sobre o bebê mas nada me fazia acalmar, completamente nada.

- Tô. - Nanda entregou a sacola com os testes.

Eu entrei no banheiro, mesmo toda nervosa consegui fazer os três testes e entreguei à Gabi, eu não queria ver o resultado ou queria, eu não sabia. Esperei Gabi demonstra alguma reação mas nada, ela apenas me encarou, e ela acabou dizendo as três palavras mais temidas por mim, sim, eu estava gravida. Meu coração pulava no meu peito, eu estava feliz, sim eu estava eu teria um filho com o cara que mais amo. Passei a mão pelo meu ventre e sorri, eu estava criando uma vida, um fruto de um amor/ódio. Tudo estava indo na maior perfeição.

- Cris, você vai contar para Bernardo ? - Nanda interrompeu meus pensamentos.

- Sim. - respondi. - Seja o que Deus quiser.

Eu estava em casa, preferi não contar nada para meu pai, ate contar para Bernardo. Procurei alguns sites que falem sobre precauções para gravidez, eu estava feliz, feliz em se torna mãe. Ouvi o barulho do carro de Bernardo e fui ate ele.

- Meu amor. - ele sorriu e me abraçou.

- Oi... - falei nada animada. - Podemos conversa ?.

Bernardo me levou ate o quarto dele.

- Pode falar agora. - Ele sentou na cama.

- Sabe quando nós dormimos ?. - comecei.

- Semana passada ?. - Ele me interrompeu.

- Não. Na nossa primeira vez, - suspirei. - Então... eu tô gravida.

Bernardo mudou sua expressão, ele estava bravo, nervoso e preocupado, mas o desprezo era maior, ele me olhava como se eu fosse um mero lixo.

- Eu sabia... eu sabia, minha mãe me falou. - Ele começou a gritar. - Você está gravida é do Rafael e não de mim.

- Eu e Rafa ?. Nós nunca tivemos nada. - respondi. 

- Teve sim. Aquela vez que você foi na casa dele. - ele gritou.

- Eu não tive absolutamente nada com Rafael. O filho é seu, eu não sei porque está duvidando, Bernardo eu só transei com você. -  gritei.

- Eu não vou assumir esse filho, você... você não passa de uma traidora. - ele avançou mas Jorge o puxou.

De mim saiam lagrimas, Lília entrou no quarto e me tirou de lá, Heloísa ficou no quarto com Bernardo fingindo se importa. Eu estava tão transtornada. Meu coração estava quebrado. Cada pedaço dele. Uma enorme cicatriz se abriu nele.

- Então, eu vou ganhar um netinho ?. - Lília sorriu.

- É... parece. - respondi.

- E agora ? os estudos ?. - ela perguntou.

- Tá acabando. - respondi. -  eu vou, eu vou termina e depois vou sumir por um tempo, esperar a poeira abaixar, sei lá, não vou deixar Bernardo ver o bebê.  

- Você acha que é o certo ?. - Lília passou o dedo por uma lagrima minha.

- Sim. - respondi. - A única coisa que Bernardo fez foi me quebrar, ele me destruiu.

Lília ficou um tempo conversando comigo ate que meu pai apareceu, ele soube da história e me apoiou, eu fiquei agradecida mas nenhuma coisa mudaria meu humor, que estava péssimo.

- E então... minha menininha vai ter um bebê. - Meu pai entrou no quarto.

- É, parece. - respondi.

- Cris, Cris, Cris, você devia ter se protegido mais. - Meu pai murmurou.

- Eu sei, mas aconteceu e eu não posso tirar. - respondi.

Meu pai deu um beijo na minha testa e saiu, ele não queria ter aquela conversa comigo, não agora.

Eu chorava, eu chorava por tudo, por tudo que Bernardo falou, por sua reação. Pô é o nosso filho, como ele duvidaria disso ?, É claro com a ajuda de puta da mãe dele, Heloísa. O bom era que Lília curtia a criança e meu pai aceitou ela totalmente. Eu queria sair dali, não queria olhar Bernardo e muito menos ver ele, eu só ia termina o ano e iria para casa de alguma tia, algum parente, bem longe daqui, eu ia esperar a criança nascer para ver o que eu queria da vida. Mas de agora em diante, Eu seria fria, totalmente fria, machucaram meu coração, me fizeram chorar tanto que as pessoas iam percebe o quanto eu iria ser fria, inclusive Bernardo.