Jogos Vorazes - Johanna Mason escrita por L M


Capítulo 35
Capítulo 35


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!! :))



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Acordo em uma sala branca com orquídeas brancas por toda a parte. A luz de início me sega fazendo minha cabeça girar e começar a uma dor intensa que faz minhas veias pulsarem...

Vejo ao lado enfermeiras ajustando soros, medicamentos e o lençol que me cobria. Até que olho para meu lado esquerdo e é lá que meus olhos pousam. Loster com uma aparência bem cansada está com os olhos fechados e seus braços cruzados ao meu lado...

Com certa dificuldade me sento na cama. Todos os ossos do meu corpo doem intensamente, e flashes começam a rondar minha mente de minha última briga.

Eu venci... É a única coisa que minha mente processa, e a lembrança horrenda do corpo de Lana completamente ensanguentado vem também em minha mente.

Fecho meus olhos e aperto o lençol, como que estava tentando com esse gesto tirar a imagem horrenda de minha mente, não só a dela mas também de todos que eu vi mortos e por minhas mãos...:

–Johanna!-fala Loster quase caindo da cadeira com sua surpresa ao me ver acordada:

–Olá...-eu digo fria:

–Como é bom vê-la, boneca...-ele fala me abraçando.

Eu simplesmente pouso minhas mãos em minhas pernas e lá fico. Ele desfaz o ato e me encara com uma expressão culpada e nervosa. Começo a pensar que ele esteja me escondendo algo:

–O que aconteceu?-pergunto:

–Além da surpresa de você ser uma máquina de matar mortífera e fria naquela arena...?! Mais nada...-ele fala:

–Não sou isso...-eu digo:

–Não?! Não?! Johanna! Você massacrou sem dó os carreiristas! Arrancou o olho de uma tributa e acabou com ela! Matou bestantes, monstros! E ainda acabou com Lana!-ele fala se levantando e me olhando com os olhos brilhantes arregalados:

–Não me orgulho de ter feito isso...-eu digo com um sorriso sínico:-E como você está em relação à Terence?

–Eu tinha esperanças no garoto... Mas a sorte não estava ao seu favor!-ele fala:

–Sorte?! Sorte?! Como possui a coragem de dizer que foi sorte?! Não tem sorte naquela merda!-eu grito e Loster arregala seus olhos:-Lá é você ter coragem de matar, você ter coragem de deixar de lado tudo o que você é para fazer isso, é você se tornar um monstro... É você ser esperto e ter forças quando tudo parece que vai acabar para você! Sorte.... Ela acabou no momento em que você é escolhido para ir naquele inferno!

–Tenta se acalmar... Perder o controle nessa altura do campeonato, não é uma coisa muito esperta!-ele fala:

–Que altura do campeonato...?! Ah, deixa eu adivinhar.... Aquele velho babaca está morrendo de ódio de mim, acertei?!-pergunto gargalhando:

–Johanna, o que você fez naquela arena foi uma completa loucura, garota! Como você teve coragem para fazer isso, eu nunca vou saber!-ele fala andando de um lado para o outro na frente da cama:

–E o que isso tem de ruim, posso saber?! Aposto que eu fiz o que muitos queriam fazer!-eu digo e ele me olha:

–Não percebeu que ele queria vê-la morta?!-ele fala e eu simplesmente dou de ombros:

–É claro que eu percebi! Não sou idiota, feito você!-eu digo e ele me encara com uma certa raiva:

–Johanna! Os seus atos não tem consequência apenas para você!-ele fala com um olhar triste:

–Explique melhor..-eu digo fria.

E então um pacificador entra no quarto e chama Loster que vai com ele.

Em seguida uma enfermeira entra trazendo um vestido branco simples até um pouco abaixo dos joelhos e uma sapatilha.

Odeio o vestido, aliás odeio todos, mas como não tive escolha coloquei o mesmo e me vi no espelho. Meus cabelos estavam absurdamente curtos... É, eu estava horrível!

Uma lágrima escorre pelo meu rosto, ao me lembrar das palavras de Cole para mim, quando vi Terence e Anna aos beijos na arena.

"Eu acho esse cara um idiota, de não ter de notado!"

A falta que ele me faz é horrível. Sou tirada de meus pensamentos com Loster entrando no quarto com um olhar de... Pânico?!

–O que foi?-pergunto:

–Snow quer te ver!-ele fala e sinto meu coração dar um salto:

–Sério?! Que bom! Vamos ver o que o velhaco quer comigo.-eu digo saindo sorrindo cinicamente:

–Prometa que não irá falar nenhuma burrada.-ele fala:

–Loster... Você sabe que eu vou!-eu digo e vou seguindo o pacificador.

Vejo Loster indo na direção oposta completamente nervoso.

Não vou mentir que também estava, mas já que eu ganhei ele não poderá fazer nada comigo. Terá que me deixar em paz, agora! Ele teria que me deixar em paz...

Entrei em uma sala revestida de madeira e cortinas negras, e lá olhando a paisagem pela imensa janela de vidro estava Snow... Com as mãos para trás ele olhava sem ao menos piscar.

Ele não falou nada e eu muito menos, apenas me sentei na cadeira e eu encarei com frieza e nojo, com a sobrancelha levantada e os olhos cerrados.

Ele se virou e me olhou com a mesma frieza e se sentou a minha frente:

–Senhorita Mason...-ele fala com descrença:

–Snow...-digo friamente:

–Não vou mentir, que é uma desgraça vê-la aqui em minha frente. Viva...-ele fala e eu riu em sua direção:

–Não sabe como ouvir isso me trás ainda mais felicidade...-eu digo:

–Se o idealizador Conrad tivesse o mínimo de senso teria te explodido no momento em que aquela garota do distrito 2 pediu para morrer...-ele fala:-Mas como...

–Ele não fez! Eu estou aqui e venci!-eu digo sorrindo:

–E ele teve o que mereceu... Triste, ele era um bom homem. E tinha uma linda família!-ele fala e meu coração gela:

–Você o matou...-eu digo séria o encarando:

–Pois bem... É assim que mostro como as coisas devem ser em Panem!-ele fala pegando uma xícara de chá com algo vermelho dentro dele:-Bebendo o sangue de quem não foi capaz de fazer o que ordenei...

Ele diz e bebe o líquido. Sinto meu estômago se revirar e um medo súbito me consumir. Mas não deixei que ele percebesse, segurei minhas mãos umas nas outras e não tirei o olhar frio e mórbido de sua direção:

–Suas ofensas a minha pessoa foram vistas como um sinal de rebelião, você soube?-ele perguntou e, não vou mentir, que me assustei quado o mesmo disse essas palavras:

–Não tive o prazer de saber disso, pelo menos ainda...-eu digo e ele me olha com um sorriso frio nos lábios:

–Não foi fácil fazê-los enxergarem que não era isso...-ele diz:

–E o que você vez...?! Contou uma outra historinha para aquele povo burro de Panem?!-eu pergunto me levantando seguida dele:

–Não iria funcionar, eu tinha que mostrar... Que o medo é o único sentimento que se pode ter nesta nação!-ele fala:

–E como fez isso?! Soltou mais pacificadores nos distritos?! Os caras não são... Como os seus bichinhos de estimação?!-eu digo rindo:

–Creio que não é isso senhorita...-ele fala:

–Então o que foi, Snow?! Diga logo...-eu digo:

–Matei o seu querido papai...-ele fala friamente.

O baque da notícia me pega como um monstro sugando toda a minha alma devagar e torturante... Eu me sento na cadeira novamente tento processar suas palavras que vão me destruindo por inteiro.

Não, não, não, não.... Ele não poderia ter feito isso! NÃO!

–E-Está mentindo...-eu digo com a voz falhando, e as lágrimas teimando a começar a descer pelo meu rosto.

–Creio que não, senhorita. Eu tinha que me livrar dele, para todos se acalmarem.-ele fala e então coloca um vídeo do meu pai sendo torturado.

Tapo a boca com as duas mãos enquanto lágrimas descem descompensadas pelo meu rosto. Eles o deram choques, bateram com todos os tipos de armas, perfuraram com facas e espadas...

Ele foi chicoteado em praça pública no distrito 7 e depois, enforcado... Vejo sua expressão de dor, e lágrimas saindo de seu rosto e seus olhos. Mortos. Sem nenhuma vestígio de vida.

O homem que me ensinou a andar, a falar, me protegeu dos pesadelos, me aconchegou em seus braços quando a dor do mundo era insuportável, me ensinou que o escuro não contém monstros, e que a chuva e os trovões são canções e música para as árvores e eu não precisava temê-los, me ensinou como usar um machado e sempre me ensinou a ser forte. Este homem, que eu tanto amo... Meu pai! Estava morto... E por minha causa.

A raiva, o ódio deste homem é algo que não sei como brotou em meu ser. A imagem do meu pai morto, fez uma Johanna ainda mais fria e perigosa surgir em mim...:

–SEU INFELIZ!-eu grito pulando em sua direção e arranhando toda a sua face com minhas unhas.

Pacificadores me retiraram de cima dele e me levaram dali. As lágrimas quentes pulsavam em meu rosto, como se meu coração as usasse para dizer em um súplico pedido, que ele estava morrendo aos poucos....:

–EU TE ODEIO, SNOW! VAI PARA O INFERNO, SEU VELHO DESGRAÇADO SEM CORAÇÃO! VAI SE ARREPENDER.... SEU VELHO IDIOTA! Soltem-me!-eu grito para os pacificadores.

E então Loster me segura e me tira das garras dos pacificadores e me leva para o meu quarto.

Eu me sento no chão e deixo as lágrimas saírem com mais força e vida. Ele me abraça e afoga meus cabelos... Aquela dr é ainda pior do que meus ferimentos da arena:

–Eu o odeio...-sussurro:

–Eu sei, eu sei... É um ódio que você precisa controlar.-ele fala:

–Não preciso não!-eu grito me levantando e saindo de seus braços:-Vou deixar claro que eu o odeio para o mundo todo ver! Sabe por quê?!

–Não...-ele fala.

Vou andando até a janela, ainda com as lágrimas saindo de meu rosto e sussurro para ele:

–Porque ele não pode mais me machucar, não sobrou ninguém que eu amo...-eu digo fechando os olhos.


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Notas finais do capítulo

Comentem!! :))