Jogos Vorazes - Johanna Mason escrita por L M


Capítulo 34
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!!! :))u



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/423535/chapter/34

Lana corre em minha direção com as duas espadas erguidas, ela passa uma tentando acertar em meu estômago e a outra sobre minha cabeça. Pulo para trás e me abaixo desviando dos golpes.

Ergo meu machado e tento acertar em seu pescoço, mas a mesma desvia e me chuta no estômago com força. Perco o equilíbrio e caio de costas na pedra. Ignoro a dor e me levanto desviando de outro golpe dela, mas a espada penetra em minha perna, um pouco abaixo do joelho, e ela me soca na face me fazendo cair no chão:

–AH!-grito ao senti o metal de sua espada em minha pele.

Caio no chão, minha visão está turva e sinto o sangue quente escorrendo do ferimento profundo e aberto. Meus olhos encontram os dela, e eu vejo o quanto esta garota tem um olhar de um bestante:

–Já desistiu, Mason?!-ela pergunta com um sorriso em sua face maquiavélico.

Ergo-me e corro, mesmo com a perna extraviando em dor, e tento acertá-la com meu machado, ela desvia. Como eu esperava ela tenta me acertar novamente com a espada, pulo para trás e piso em uma de suas espadas, ela me olha e eu pego impulso com a perna chutando sua face. Em seguida dou três murros com toda a minha força em sua face e cravo meu machado em sua cintura e costelas.

Ela cai no chão e me olha com fúria, a parte direita de seu rosto está com leves arranhões escorrendo sangue e inchada devido aos meus socos.

Ela levanta cambaleando e o vento se torna ainda mais forte e congelante, os raios não param de cair ao nosso redor e a chuva começa a apertar. Ela ergue o rosto e seus cabelos dançam ao vento. Levanto meu machado e espero o próximo movimento.

Ela corre em minha direção e eu corro na direção da mesma e começamos uma batalha. Como ela estava com duas armas, tive que ser atenta e ágil para tentar não deixar que nenhuma me perfure. O som dos metais e nosso gritos ecoam por toda a arena, apenas silenciados pelos gritos graves dos trovões...

Grito meu corpo e com força jogo o machado na direção de sua cabeça, ela defende colocando as duas espadas na frente. Eu estava com raiva, com ódio e minha força estava em seu limite, mas ela também estava... Ela se ajoelhou no chão e eu ia com mais força, eu iria cravar aquele machado em sua cabeça e matá-la de uma vez.

Ela em um movimento absurdo de rápido, socou sua perna em minha cocha e sua mão socou minha garganta. Ela me deu uma cabeçada na testa, me fazendo ficar tonta e me empurrou me fazendo cair no chão de costas.

Ela cravou uma das espadas atravessando meu braço direito um pouco abaixo do cotovelo, fazendo a mesma se prender no solo daquela pedra e não me deixar soltar. Eu gritei de dor, mesmo não querendo. E ela se abaixou pegando a espada e começando a cortar desde do meu pescoço até meu estômago, afundando a espada. Eu gritava de dor, chorava e implorava para que ela parasse com aquilo. Era muita tortura para aguentar....:

–AH! AH! Pare... AH! Por favor!-eu gritava sentindo as lágrimas quetes do meu rosto descendo.

Ela apenas ria do meu sofrimento, não... Eu não era igual a ela. Eu podia ver o monstro sendo torturado por outro e o mesmo perceber o quão insano o outro era...

Ela parou e me analisou. Eu estava ensanguentada, sentindo dor... Ela não fez isso para me matar, mesmo porque os ferimentos não eram fundos o bastante para isso, ela apenas queria me machucar e me ver sofrer:

–Agora você sente a dor que ele sentiu... E a que eu senti também. Mas eu ainda não acabei com você!-ela fala rindo:

–T-Te garanto, que ele sentiu m-muito mais d-dor... Eu amputei a perna dele, sua miserável! E-Ele sofreu m-mais...-eu digo a provocando rindo dela.

Sua expressão fica de puro ódio e ela rapidamente atravessa a outra espada em meu estômago. Eu fecho os olhos, e grito sentindo o metal atravessando meu corpo e indo destruindo tudo ao seu caminho.

Eu olho para a espada, e a encaro sorrindo ainda em meio as lágrimas... Era isso! Eu não iria sobreviver, estava sentindo a morte começar a chegar aos poucos...

Ela sorri e retira a espada que prendia o meu braço e a enterra em minha cocha esquerda. Grito mais uma vez, mas o mesmo abafado pelo raio que corta o céu chuvoso e negro sem alma...

Ela sorri e retira as armas de meu corpo e sai andando olhado para o céu, sentindo a chuva e se afastando de mim... Como que esperasse ser declarada vencedora. Mas eu não iria desistir tão fácil.

Estou acaba, praticamente morta. Mas eu iria deixar minha marca nela, assim como a mesma deixou em mim.

Não sei como e nem porquê, mas tirei forças de muito fundo de meu ser e me ergui pegando meu machado. Minha respiração estava sufocante, eu não conseguia pegar nenhum ar mais. Meu corpo já não obtinha tanto sangue mais, porém eu não iria permitir que meu fim fosse sem eu ter dado uma machadada no rosto de minha assassina.

Chorando, eu ergo meu machado e vou me locomovendo devagar até ela.

Quando estou atrás dela, ela se vira bruscamente e seus olhos ficam arregalados. Eu com força e fúria jogo o machado em um movimento único passando em seu rosto:

–AH!-ela grita de dor cambaleando para o lado.

Eu chuto seu estômago, e cravo o machado em seu ombro. Seu rosto se contorce de dor, e vejo que acabei abrindo uma cratera em seu rosto, e seu olho direito já não estava mais em sua face. O sangue era a única coisa que se via em seu rosto...

Ela se ergue e tenta me acertar, mas a mesma não aguenta de dor e então cravo meu machado em sua cocha e soco sua face com força e a empurro no chão.

Com raiva eu ergo meu machado, já ficado sem forças e o cravo com força em seu peito o atravessando pela metade.

Ela não grita, apenas abre a boca sem emitir nenhum som e arregala os olhos transbordando em lágrimas.

Eu retiro o machado e caio a alguns passos a sua frente e começo a lutar para viver. A dor é intensa, um sono me consome, o ar não entra em meu corpo, meu sangue se esvai assim como minhas forças, a morte tenta me abraçar mas eu fujo....

Quando você está morrendo tudo começa a passar em sua mente, você se esquece de tudo e todo o mundo até não sobrar nada...

Começo a me lembrar quando minha mãe me levou ao campo de flores do silvestres e cantou uma música de ninar pela primeira vez para mim... Mas em seguida seus olhos olhos verdes vivos, começaram a desaparecer e eu a esquecer a única mulher que amei na vida...

Recordo-me de meu pai tentando me ensinar a usar um machado e como ele também não sabia usar direito e acabando caindo no chão ou se machucando, e eu apenas rindo dele e ele me acompanhando... Seu rosto perdeu o foco e eu ia me esquecendo de seus traços do homem que me criou com coragem e honra...

Lembro de Terence e eu no apartamento discutindo um com o outro ou com Loster. Nossas brigas hilárias e sem sentido que gerou a um sentimento maior... Rapidamente o rosto de Loster sumiu e o de Terence se desfazia de minha mente como uma neblina voltando ao céu...

O rosto de Cole aparece em minha mente e como nós éramos bons juntos. Como irmão e irmã... O único garoto que me permitir fingir ser meu irmão mais velho. Seu rosto e sua voz ecoavam em minha mente até eu não saber mais de quem era aquela voz ou aquele rosto...

E agora me vejo sozinha em um mundo cruel e frio, lutando para mais algum tempo. Lutando para não ir ainda, mas a falta das lembranças e a dor que meu corpo emanava era insuportável...

Ouvi um gemido e um choro alto à minha frente, e percebi Lana lutando para viver também... A garota deveria estar passando pela mesma coisa que eu ou até pior...:

–Eu t-te o-odeio....-ela murmurou:

–E-Eu t-também...-eu murmuro de volta:

–Estou com medo... Morrer! E-Eu não q-quero...-ela fala e percebo que chora:

–E q-quem q-quer...? N-Não f-foi nossa escolha estar aqui... E viramos monstros matando p-pessoas i-inocentes e a-agora... I-isso está nos matando!-eu digo:

–E-Eu quero fugir...-ela fala chorando mais:

–Você pode fugir de monstro... Você pode fugir da luta...Você pode fugir do mundo... Você pode fugir de quem você é... Mas você não pode fugir da morte, a mesma te perseguirá para sempre, até o momento em que suas forças... Acabem! Ela te ronda, até... Seu coração parar de bater e ela poder te dar o abraço final te levando c-com ela...-eu digo sentindo as lágrimas descendo:

–NÃO! Não... Eu não quero e-esquecer... Não!-ela falava enquanto eu via, embaçado mas via, tanto sangue em volta de seu corpo trêmulo. E imagino que eu não esteja tão diferente assim...:

–V-Vai a-acabar logo...-eu digo:

–N-Não s-suporto... Johanna!-ela grita.

Eu ergo com muita dor, tontura e dificuldade minha cabeça encarando seus olhos castanhos morrendo:

–S-Sim...-eu digo fria:

–Por favor....-ela murmura.

Eu sei o que ela quer, eu sei o que ela me pediu, eu sei o que devo fazer, mas não sei se é isso que eu quero... Eu poderia pegar meu machado e me matar agora e deixá-la viva... Mas não! Eu sou uma Mason e não desisto, luto até a morte e não luto para a morte!

Eu me arrasto em sua direção. Sinto meu coração parando aos poucos, e isso me sufoca, eu estou morrendo....

Chego ao seu lado e pego em sua mão. Vejo o quão fria ela está, mais do que a minha...:

–T-tem certeza? P-Pode lutar mais e... Ganhar! E-Estou m-morrendo também...-eu digo:

–Não...Você é forte, consegue suportar a dor, o frio, a perda, a solidão... Eu não! Estou em uma tortura, não aguento mais...-ela murmura quase inaudível:-Por favor...Me mate!

"Me mate... Me mate... Me mate... Me mate..."

Suas palavras ecoam em minha mente, e sei o que irá acontecer. Eu vou matá-la...Mas não será por vingança, não será por raiva, não será por ódio. Tudo o que ela fez a mim, agora já não significa nada... Pois ambas estamos morrendo nesse jogo doentio, forçadas a matar. O único culpado é Snow... E tanto eu quanto ela, sabemos disso.

Vejo sua espada ao seu lado, e a pego segurando firme. Estou tremendo e sentindo um sono me consumir aos poucos, e vejo que a mesma também. Ela está tremendo, sentindo dor, perdendo sangue, sem um olho... Ela está sendo torturada, até mais do que eu.

Ajoelhada ainda ergo a espada em direção a sua cabeça, uma morte rápida para ela. A mesma me olha com um certo medo ainda e vejo que ela não é diferente de mim... Somos parecidas! O monstro que existia nela está morrendo, eu vou apenas libertá-la....:

–Vai acabar tudo bem... Você vai dormir e... E... Encontrará Damon!-eu digo e ela abri um sorriso lindo em meio a tanto sangue que a consumia.

E então ela fecha os olhos, esperando a vida eterna, esperando ser livre, esperando pro quem ela ama...

E como um ato de misericórdia eu cravo a espada atravessando sua cabeça, e ela para... Tudo para! Sua mão tomba para o lado, sua respiração cessa e seus olhos permanecem fechados...mas nunca mais irão se abrir... Seu coração parou por completo.

O canhão soa e eu caio para trás. A morte me rodeia tentando me levar até seu abismo escuro e gélido. Eu ainda luto, minha alma é forte mas meu corpo já não aguenta mais...

Não há mais chuva, os raios pararam, uma voz ecoa, mas não escuto nada. Minha visão está turva e tudo ao meu redor não passa de... Um nada para mim.

E é assim que sinto a morte em mim, quando vejo uma última vez as estrelas no céu...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem!! Reta final, povo!!! :D