Mistérios da Lua escrita por uzumaki


Capítulo 9
Momentos especiais


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeeee só três coments no capítulo passado? Fiquei magoada! Vamos gente, comentem!
P.S. vou sair daqui a pouco, Quadro de Honra, só no prox.! Comentem para participar, meus amados!



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ED

Então... eu meio que beijei a Anne. É, foi isso o que aconteceu. E depois... digamos que ela não ficou feliz com o gesto carinhoso. Foi meio que impulso, sabe? E eu fiz isso porque... porque.... bem, aí é que está. Eu não sei porquê. Eu estava louco, por acaso? Não, creio que tomei meus remédios certinho. Mas ela me falou algo depois disso? Não, simplesmente me mandou pelos ares. Voei 3 metros do chão, depois subi mais, até ficar a 10 metros. Quase tive um enfarto, se eu não soubesse como descer. Quando desci do ar, Anne me olhou furiosa e seus olhos ficaram negros como breu. Então me lembrei da mãe dela. Ai, eu provavelmente não deveria ter feito aquilo. Raffael talvez me perdoasse, mas Miranda, provavelmente não. Anne convocou ventos tão poderosos que destruíram a barraca onde estávamos, então eu abri uma exceção e nos levei até um hotel na estrada, onde pedi um quarto com duas camas, alegando que nós éramos irmãos. Foi fácil.

— Por que fez aquilo? - perguntei, a uma distância segura de Anne no pequeno espaço do elevador até o quarto 301.

— Essa pergunta vale o mesmo pra você. - respondeu ela, com um olhar assassino.

— Olha, vamos esquecer isso, que tal? - sugeri, com medo de responder.

— E eu tenho escolha? - falou Anne, com o olhar assassino se afrouxando. - Você é a minha única chance de ir embora daqui. A única coisa que eu posso fazer agora é te matar na minha cabeça, porque de verdade eu não tô podendo.

— Sério? - respondi - Nossa, que alívio, Raxel. Pensei que você iria me matar.

— É o que eu pretendo fazer.

— Você é violenta. - falei, me lembrando do que disse a ela mais cedo.

— Não tem jeito com você não. - respondeu ela, me dando certo alívio. As portas do elevador se abriram e saltamos pra fora. Puxa, eu não estava no mundo real havia tanto tempo. Só para trazer Anne e Josh à cidade. Desabafei direto.

— Me desculpe pelo que aconteceu. - falei - Eu agi sem pensar.

— Ah, então não queria me beijar? - perguntou ela, com um sorriso de sarcasmo e um olhar de desafio. Eu sabia diferenciar uma coisa da outra. Eu não conhecia Anne há muito tempo, mas parecia que éramos amigos desde crianças. Eu sabia o que ela faria e quando ela faria (mais ou menos). Tirei os olhos dela e me pus a observar o medalhão que eu fizera, que repousava no peito de Anne.

— Bem, sim. Mas não. - respondi, incerto sobre meus sentimentos sobre aquela garota de olhos multicor. Por falar nisso, os olhos dela demonstravam uma cor entre o mel ao castanho. Ela estava mais calma, mas seus olhos ainda se apertavam de raiva quando eu ficava perto dela. Acho que ela não tinha gostado do meu beijo, o que é impossível, posso afirmar que nunca tive reclamações. Anne também não era nada má beijando. Embora eu achasse que ela não sabia bem o que fazer, ela tinha uma característica única, própria dela. E o nosso beijo havia encaixado perfeitamente. Eu realmente não sabia o que sentia por ela.

— Quando souber me avise. - disse ela, me dando um susto. Ela lia pensamentos? Acho que não. Aquela frase foi direcionada a pergunta que ela me fez. Ufa. - Eu vou tomar banho. Cadê as toalhas?

— Eu saí de lá praticamente correndo, não trouxe roupas. - eu disse.

— Eu sabia. - disse ela. - Ainda bem que eu convoquei.

— Muito bem, minha aprendiz. - brinquei, sem humor.

— Não sou sua e de ninguém. - falou Anne, claramente surtando.

— Ei, se acalma. - falei, chegando perto dela, que recuou 2 passos para trás. Instinto, eu acho. E ela estava se desviando automaticamente de mim. Nossa, que maravilhoso.

— Eu estou calma. - respondeu ela, que saiu, levando 2 toalhas.

Eu fiquei ali, olhando para o horizonte. Ou seja, a parede. Mas eu adoro ficar olhando para a paisagem. É uma das poucas coisas que eu guardava do meu pai. Quando eu era pequeno, fazíamos churrasco aos domingos. Às vezes minha mãe se levantava, pra pegar mais carne, ou qualquer outra coisa. E eu ficava observando meu pai olhar para a minha mãe. Ele a olhava com tanto amor e carinho. Era lindo de se ver. Era um sentimento especial. E eu não sei porquê naquele momento eu estava triste. Claro, eu sempre estava triste pela morte dos meus pais, mas essa tristeza era diferente. Como se eu tivesse ganhado algo que me deixava incomodado, mas eu não sabia se isso era bom ou ruim. Só sei que quando eu vi, já eram meia noite e Anne estava saindo do banho. Ela usava um conjunto cinza de malha com pantufas de cachorrinhos. De onde ela tinha tirado aquelas roupas eu não sabia. Mas o que me chamou atenção foi o fato de seu cabelo estar trançado, ainda molhado. Sem delineador preto ela parecia quase normal.

— O que tá olhando? - perguntou ela, levantando as cobertas da cama para deitar-se.

— Nada. - me apressei em dizer. - Você fica bem com o cabelo trançado.

— Ahã. - desdenhou ela - Não vai tomar banho?

— Vou. - confirmei. - Só estou pensando.

— Em quê? - perguntou ela, se sentando na cama.

— Em nada. - respondi.

— No mundo. - disse ela, torcendo a trança molhada. - Cara, como eu tava errada. Eu sempre pensei que não existia essa de magia. Mas existe. Eu sempre evitei contos de fadas e essas coisas. Nossa, que ilusão. É tudo verdade. O que falta pra mim descobrir? Que a Cinderela é real?

— Você sabia que sua mãe se chama Miranda? - soltei, sem pensar. Me arrependi no mesmo instante. Anne se endireitou e me olhou fixamente, os olhos brilhando de esperança. Eu sabia o que ela estava sentindo, pensando. Imagina se me dessem uma notícia dessas sem mais nem menos? Como eu era estúpido!

— Miranda? - falou Anne, com a voz embargada. - E você sabia? - Ela se levantou e se sentou a meu lado. - O que mais você sabe? Anda, fala, Ed.

— Eu não posso. - Meu coração fazia polichinelos. Minha voz saiu fina. Anne olhou para o chão, com tristeza. Agora meu coração pesava como chumbo. Eu queria tirar aquele olhar triste de Anne, aquele olhar que não combinava com a garota forte que ela era. Eu queria saber como tirar. - Eu prometi que... que jamais eu... - ela me olhou com os olhos cheio d'água. Quase não resisti à ideia de abraçá-la.

— Você não pode ou não quer me contar? - perguntou ela.

— Tem que acreditar em mim quando digo que eu não posso.

Anne baixou a cabeça novamente. A franja caiu em seus olhos, mas eu posso jurar que vi uma lágrima rolando na bochecha rosada dela. Não dava mais. Puxei Anne e a abracei. Ela tentou me empurrar, se debater, mas *cof, cof*, eu sou mais forte e continuei a abraçá-la. Comecei a contar tudo o que sabia sobre a mãe dela.

— Sua mãe se chama Miranda, sim. Seu pai e sua mãe eram apaixonados. Eles se encontravam escondidos e planejavam fugir. Típico casal de cinema, não é? No dia da fuga algo deu errado e ela não apareceu. Na semana seguinte, Raffael descobriu a linhagem dela e que ela havia se casado com outro. Não me pergunte mais nada. É tudo que eu posso te contar. Raffael estava bêbado quando me contou isso, sabe? Desabafou total e depois caiu no sono, babando.

Anne riu. E eu também. Era um daqueles momentos que você quer para sempre, quer uma foto. Ali estávamos, eu confortando ela, ela dando um sorriso. Naquele momento eu devia saber que nada dura para sempre. No mesmo segundo Anne se levantou, andou até sua cama e deitou-se.

— Boa noite. - desejou ela, fechando os olhos. Invoquei duas toalhas e parti, rumo ao meu merecido banho.


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Notas finais do capítulo

Comentem, favoritem, amem o Ed! Critiquem tb, falem alguma coisa!



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