Mistérios da Lua escrita por uzumaki


Capítulo 5
Uma história de terror


Notas iniciais do capítulo

Neste capítulo, eu estava muito emotiva. É curto, mas garanto que vocês vão ficar nervosas. Fiz especialmente pra dar um gás na história da Sophie e do Ed, então espero que fiquem com medo e tristes pela história deles.
Vivian, Silena, Isabelle e Débora, continuem acompanhando a história! Gmusic, não esqueça de favoritar a história!



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Nada como saber de uma coisa horrível para te tirar de um transe. Quando descobri que queriam me pegar, me levantei e saí correndo. Provavelmente foi horrível deixar Josh lá, sozinho, cuidando de Sophie, mas eu precisava sair daquele lugar. Quando cheguei a ponte que conectava aquele penhasco a cidade, algumas casas estavam pegando fogo. Pessoas gritavam aterrorizadas e crianças eram carregadas de um lado para outro. Uma vez eu vi na escola um filme de uma guerra na França, só que o cenário era totalmente diferente. As pessoas usavam roupas de época e fugiam em animais. Ali, as pessoas usavam roupas da moda e fugiam em seus carros brilhantes e coloridos. Achei isso uma ironia. Mas tudo em minha vida parecia uma ironia.

Corri a toda para o Hospital. Minhas roupas deviam estar lá. Encontrei várias pessoas correndo segurando macas com pacientes ensanguentados, tortos e piores. Acho que foram os Feitiços. Achei o elevador e pulei para dentro, bem na hora em que ele se fechava. Subi dez andares e cheguei aos quartos. O tempo parecia alongar-se enquanto eu corria, mas finalmente cheguei ao quarto. Estava tudo igual. Tirando um detalhe. Ed estava deitado em minha cama, com cinco enfermeiros ao redor dele. Imediatamente parei de respirar. Isso também é um dom meu, parar a respiração quando vejo algo terrível. Eu olhava tudo com terror. Eu havia trazido aquelas sombras para o Vale. Fora eu que causara tantos incêndios e pessoas mortas. Eu estava em pânico. Me forcei a respirar. Me esquivei para fora do alcance dos enfermeiros, passando pelos cantos do quarto. Cheguei ao armário do outro canto, sem que ninguém me visse. Abri as portas delicadamente e passei a mão por dentro. Respirei fundo. Minhas roupas estavam ali. Puxei as calças, a blusa, os coturnos e a jaqueta. Eles não ouviram nada. Estranhei e pechei com uma mesinha. Derrubei o vaso com uma bela flor dentro. Parei de respirar novamente. Mas os enfermeiros não se viraram para ver. Eles estavam tão silenciosos... dei um passo à frente e me dei de cara com roupas flutuantes. Eram jalecos, calças e sapatos de gente normal flutuando. Dei um gritinho baixo. As roupas continuaram a fazer seu trabalho.

— Eu, hein. - disse eu, me virando para sair.

— Anne? - perguntou uma voz fraca. Ai, não. Era Ed. Claro, como eu era burra. Ele ainda estava acordado.- É você?

— Sim, sou eu.

— O que... o que está fazendo aqui?

— Vim pegar minhas roupas.

— Você não gostou deste conjunto, não é? - disse ele, dando um pequeno sorriso. Ele estava tão mal que andei até ele, e sorri também, para acamá-lo. - Você está bonita deste jeito, sabia?

Eu sorri ainda mais. Galanteador era o que ele era. E eu estava caindo como um patinho. E o pior: eu estava gostando disso. Estava gostando de ter um garoto me paquerando, assim, tão na cara dura.

— Eu estou ridículo, eu sei. - ele continuou.

— Não, não está. Só está... estranho.

— Ah, vai. Confessa. Confessa que eu tava bonito quando fui te buscar. - disse ele - Você tava esparramada na cadeira e quando me viu, se sentou, bem bonitinha.

Eu ri desta observação tosca. Ele estava lá, quase morrendo e me paquerando. Era uma bela ironia.

— Eu me levantei porque lá não tem muitos alunos novos... não porque você é bonito.

— Viu? Você me acha bonito.

— Esqueça o que eu disse, Ed. Melhoras. - e comecei a sair.

— Ei, espera! Pra onde você vai?

— Dar o fora daqui. Vou pra minha casa.

— Você não pode ir sem a aprovação do rei, e Raffael nunca vai deixar você escapar de novo.

— Eu estou nem aí. Eu vou embora. Aqui não é o meu lugar, você não percebe? Eu trouxe aquelas sombras pra cá. Eu não mereço ficar aqui.

— A culpa não é sua. - então ele franziu a testa - Cadê.. cadê a minha irmã?

— A Sophie? - petrifiquei. Eu havia esquecido completamente de Josh e Sophie, e como eu os deixei para trás. - Estão bem. Josh está com ela. - Aquilo era verdade, mas não TODA a verdade. Eu não sabia se eles estavam bem. De repente, tudo pesou na minha consciência, mas Ed não viu que eu estava mentindo e relaxou um pouco.

— Ainda bem. Ela era tão nova quando mamãe e papai morreram.

— Seus pais morreram?

— Sim. - então ele pigarreou e se preparou para contar a história. - Era uma noite fria e escura. Estávamos no Texas. Eu nasci lá, sabe? Estava chovendo como eu nunca vi na vida. Sophie e eu estávamos morrendo de medo e mamãe nos contava histórias. Ela era tão linda. Minha mãe tinha o cabelo ruivo da Sophie, só que mais brilhante. Os olhos escuros eu puxei dela. Era feiticeira, mas meu pai não. Ele estava trabalhando. Eu e Sophie sempre fomos especiais... as pessoas nos evitavam porque mexíamos com fogo. Sophie mais do que eu. Éramos o orgulho da família e mamãe nos amava muito. Aquele dia, meu pai não voltou pra casa. Mamãe ligou para o trabalho dele, mas disseram que ele já havia saído. Mamãe quase enlouqueceu. Ela desabou em prantos e Sophie e eu tentávamos ajudá-la a se levantar. Quando estávamos fazendo ela beber água, alguém bateu à porta. Era a voz do meu pai. Eu corri para abrir a porta e chamá-lo para que ele ajudasse quando mamãe soltou um feitiço. Ela nunca fazia isso dentro de casa. De qualquer forma, uma mão incandescente me puxou para trás e eu caí no chão, cinco metros da porta. Sophie correu para me ajudar, mas mamãe a puxou também. Trouxe-nos para perto dela e abriu a porta de longe. Papai estava ali, pingando água, mas seus olhos azuis estavam quase negros. Mamãe usou a mesma mão incandescente para socá-lo e ele caiu no chão. Ela lançou um encantamento de morte e papai caiu no chão. Sophie e eu gritamos e corremos para perto de papai. Mamãe nos puxou de volta e começou a tacar coisas em papai. Ela gritava. Sophie e eu berrávamos para que ela parasse. Mas ela não parou. Chegou perto dele com uma faca de vidro que ela mantinha presa no cinto, verificou a respiração de papai, olhou-o nos olhos e recitou outro encantamento. Sem mais nem menos, saiu sangue de suas roupas, e eu me assustei. O sangue jorrou para todos os lados, encharcando as botas de Sophie e as minhas também. Mamãe se virou para nós, com lágrimas pingando do queixo. Ela caiu no chão e um trovão ribombou. Uma sombra entrou em casa, mas era mais como se uma pessoa estivesse usando uma capa de sombras. Se aproximou do corpo de papai e recitou algumas coisas. O corpo de papai se transformou em um homem grande, careca e pingando sangue. A sombra virou-se para a mamãe e gritou, pulando em cima dela. Mamãe deslizou para o lado e veio em nossa direção. Pegou nossas mãos e correu conosco até a saída dos fundos. Pegou Sophie no colo e me puxou mais forte. Eu chorava, mas não era porque nossa casa havia acabado de explodir. Eu chorava porque finalmente havia compreendido o que estava acontecendo. Aquele homem disfarçado de papai havia se transformado no meu pai, não era o meu pai. Mas havia matado meu verdadeiro pai. Mamãe havia matado ele para que ele não nos matasse. Então corri a toda. Quando estávamos chegando na estrada de terra, a sombra nos alcançou, e mamãe se colocou na nossa frente. Ela começou a brilhar e se virou para nós. De repente nos teletransportamos para a cidade. Estava acontecendo uma batalha à nosso redor, mas seu pai me salvou de ser morto por um homem. Puxou a mim e a Sophie e nos protegeu. Foi aí que eu vi que mamãe não estava conosco. E comecei a chorar de novo.

Fiquei pensando na história. Lágrimas me vieram aos olhos. Os pais de Ed e Sophie haviam se sacrificado para salvá-los e eu deixara Sophie e Josh lá atrás, abandonados. Me senti tonta, e cambaleei, quase caindo.

— Eu sinto muito. - foi a única coisa que disse a ele. Ele assentiu e virou-se pronto pra dormir. Abri a porta e ouvi o choro de Ed lá dentro. Comecei a chorar também. Fechei a porta, caminhei em direção à Ed e dei-lhe um beijo na testa. Ele não reclamou.

— Sim, você estava muito bonito naquele dia. - eu disse, um pouco envergonhada, mas ele sorriu e fechou os olhos. Me virei e finalmente abri a porta e saí daquele quarto de Hospital. Desci pelas escadas, porque não queria ver mais pessoas. Quando estava saindo, ouvi uma voz me chamar.

— Você não vai sem mim, eu espero.

Me virei e sorri. Ed estava ali não sei como, com um braço enfaixado e usando as mesmas roupas que usou quando nos vimos no colégio.

— Vamos lá, garota. Eu sou um Protetor e não vou te deixar na mão.


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Notas finais do capítulo

E aí, acharam muito trash? Eu fiquei com medo de postar, mas eu queria MUITO contar a história deles e achei bem legal. Comentem o que acharam da história falem o que quiserem. Ah, se quiserem expressar a opinião de vocês, também tá valendo. Recomendem para seus amigos também.
Obrigada!



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