Electoral High School escrita por Srta Pottah


Capítulo 7
Capítulo 7




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— Para onde nós estamos indo? — perguntou Juliet pela ducentésima vez.

— Vou ficar bravo com você se perguntar de novo.

Não demorou muito e estávamos no lado de fora do dormitório feminino (demorei para destrancar a porta principal) andamos pelos jardins e entramos no dormitório masculino, Juliet fez uma cara engraçada, mas logo eu abri uma porta escondida, atravessamos um corredor e chegamos no meu segundo lugar favorito da escola: o salão dos alunos.

Lá tinha basicamente tudo: o refeitório, sala de TV, e o mais importante...

— Bem vinda Juliet — sussurrei no ouvido da garota — à cozinha.

— Você não me acordou meia noite da madrugada para isso né Logan?

— Bem, eu...

— Logan...

— Na verdade, vim aqui pegar comida, sabe, não dormir me dá fome — abri uns armários e peguei uns salgadinhos escondidos, depois peguei qualquer coisa bebível na geladeira — está pronta?

— É óbvio.

— Ta legal, me ajuda aqui — Juliet me ajudou a arrastar a geladeira (eu consigo sozinho, mas estou com o braço direito engessado, isso complica um pouco), revelando uma porta escondida, abri a porta e entramos em um corredor com duas outras portas — direita ou esquerda?

— Direita.

— Então vamos subir duzentas e sessenta e oito esca...

— Esquerda, mente de vento, esquerda.

— Está bem — abri a porta e começamos a subir um corredor íngreme.

Parecia ser muito mais rápido e menos cansativo subir com companhia, nem me toquei quando chegamos no fim do corredor, bati a cabeça na parede. Massageando a cabeça (devo dizer que Juliet não parava de rir?), abri a porta do teto e desceu uma escada (tipo de sótão mesmo) subi e disse para Juliet subir também, que gritou gentilmente para não dizer o que fazer. Segundos depois estávamos no meu lugar escondido preferido.

— Nós estamos mesmo...? — Começou Juliet, olhando para todos os lugares.

— No telhado da escola? No lugar mais proibido daqui? No único lugar que podemos ver o céu de noite sem sermos vistos? Sim, estamos — interrompi.

Me deitei no chão e encarei o céu, Juliet fez o mesmo.

— Então o Loganzinho gosta de ver as estrelinhas?

— Eu... não gosto das estrelinhas, eu acho que elas... me dão sono.

— Vem aqui toda noite ver as estrelinhas Logan?

— Fica quieta Juliet.

— Desculpa, é que...

— Eu achei que ia ser legal sabe? Nunca faço nada, então venho aqui, sei que parece meio...

— Gay.

— ...mas é que, é a única coisa "normal"...

— Que nem é tão normal assim.

— que eu faço.

— Ta magoadinho?

— Não estou magoadinho, estou bolado.

— Você fica fofo bolado.

— Eu não fico fofo... o quê?

— Bem, é que... você fica todo vermelho e... — ela jogou um pacote de salgadinho em mim — você estava com fome né?

E o quê?

E nada, come.

Eu estava mesmo com fome, então comi.

— Logan?

— Hum?

— O que eu sou?

— Uma garota.

— Não — ela riu — quero dizer, para você. O que eu sou para você?

— Ah, bem, eu acho que você é minha amiga.

Acha?

— Bem, eu nunca considerei ninguém meu amigo, então não sei...

— Nunca teve amigos?

— Nunca, bem, eu tive um, mas, ah, você não se importa.

— Me importo sim.

— Não, não se importa.

— Logan, você é meu amigo, é claro que me importo.

— Quando eu tinha cinco anos eu tinha um amigo, chamava ele de "Cha-arlie" porque ele não sabia falar o nome dele, e ele me chamava de "Lugan", enfim, ele sumiu um mês antes de eu vir para essa prisão.

Sumiu?

— Sumiu, se mudou, viajou... nunca mais tive notícias dele. Enfim, não me importo mais.

— Ta aí uma coisa que eu não sabia.

— O quê?

— Logan Stole já teve amigos.

— Eu tenho cara de quem nunca teve amigos?

— Não vou nem falar do que você tem cara.

— Ainda diz que me ama.

— Nunca disse que te amo.

— Disse sim.

— Quando?

— Nos seus pensamentos.

— Desculpa então, sr. Leio Pensamentos.

— Desculpe, o que você disse?

— "sr. Leio Pensamentos"?

— CONFESSOU QUE ME AMA — comecei a rir — agora sei seu segredo Juliet Clark, você é perdidamente apaixonada por mim.

— Não estou — Juliet estava vermelha — perdidamente — encarei os olhos dela — apaixonada — subi em cima dela, de brincadeira — por... você?

Fingi que ia beijá-la. Juliet estava escarlate. Cheguei perto de seu rosto. Ela começou a suar frio. Ri milímetros antes de encostar minha boca na dela. Caí do seu lado.

— Você é um idiota, Logan — ela estava com as mãos no rosto.

— Você acreditou — eu não conseguia me controlar.

— Um grande idiota.

— Um idiota por quem você está apaixonada.

— Muda de assunto....

— Está com vergonha anjinho?

— por favor...

— Tudo bem, tudo bem. Do que quer conversar?

— Me conta um segredo seu?

— Se eu contar vai deixar de ser segredo.

— Não precisa ser algo que você guarda a sete chaves, só que, geralmente, você se aproxima mais das pessoas sabendo mais delas e... eu nem te conheço, Logan.

— Então começa você. Eu também não te conheço, Juliet.

— Está bem... eu já culpei meus tios pela morte dos meus pais, mas descobri que a culpa é minha, na verdade.

— Teus pais estão mortos? — só percebi que saiu insensível depois que falei — desculpa.

— Está tudo bem. Eles morreram em um acidente de carro, faz um tempo já.

— Meu pai copiou sua historia! Processa ele!

Consegui meu objetivo: Juliet riu.

— Bem...

— Desculpa, pode continuar.

— Eu achei que a culpa era dos meus tios porque eles que chamaram meus pais. Eles estavam voltando do trabalho, estavam preocupados... mas eu descobri que estavam preocupados comigo, meus tios os chamaram porque eu estava mal. Eles bateram o carro. E a culpa é minha.

Juliet estava com os olhos brilhantes.

— A culpa não é sua.

— É sim.

— Juliet, foi um acidente.

— Mas...

— Sabe o que significa acidente?

— Sei, mas...

— Foi isso que aconteceu, você não teve culpa, você tinha... quantos anos?

— Um ano.

— Piorou! Você nem sabia ir ao banheiro ainda!

— Desnecessário isso.

— Estou falando sério, o que você fumou quando se culpou por isso?

Ela sorriu.

— Não existia um Logan Stole na minha vida naquela época.

— Você não era apaixonada naquela época.

— Cala a boca, Stole — ela corou e riu — agora sua vez.

— Bem... eu me odeio.

— Isso é um segredo?

— Você já sabia? — desta vez não fingi preocupação.

— Eu imaginava.

— Imaginava exatamente o quê?

— Das duas uma; ou você é traumatizado, ou se odeia. Únicas explicações que consigo pensar para você ser assim.

— Assim como?

Diferente.

— Eu sou diferente em que sentido?

— No bom sentido.

— Vou imaginar um bom sentido.

— Então o seu maior segredo é que você se odeia?

— Não, mas eu me odiar explica algumas coisas.

— Que tipo de coisas?

— Você está avançando demais Juliet, deixa isso para outro dia.

— Está bem — ficamos um bom tempo em silêncio — que horas são?

Então eu fiz a coisa mais antiga do mundo. Tirei um relógio do bolso. Não tinha um costume frequente de usar relógio de pulso.

— Relógio de bolso, Stole? isso é meio velho.

— O termo correto é clássico.

— Relógio de bolso, Stole? Isso é meio clássico.

— Duas e meia da manhã.

— Já?

— O tempo passa rápido perto da pessoa que a gente se ama né?

— Calado.

— Não disse nada! — ri enquanto levantava, ajudei a garota a se levantar — vamos, vou te levar para seu quarto.

— Eu posso ir sozinha.

— Deixa eu fingir que sou responsável por uma noite, Juliet?

— Deixo, mas só hoje.


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