Electoral High School escrita por Srta Pottah
Passaram-se duas semanas desde o dia em que dois caras começaram a dividir o quarto comigo. Pessoas normais achariam isso uma ótima oportunidade para fazer amigos. Edward achou isso uma ótima oportunidade para quebrar o meu braço. E o melhor, uma semana antes para as férias.
"Você não teve sorte garotão, vai passar um bom tempo com isso aí"
O enfermeiro da escola é retardado, acha que nós temos sete anos, acha que nós gostamos dele, acha que é amigo dos alunos. E achou que eu ia achar divertido saber que ficaria quase metade das férias de verão com o braço engessado.
E o melhor, não passaria as férias em casa, ficaria na escola, e Edward também, teria que aguentar as piadinhas dele vinte e quatro horas por dia, isso era pior que a detenção que eu tinha que cumprir todo santo dia, ficar duas horas fazendo um trabalho diferente por dia, com os temas mais idiotas do mundo, que ia desde a pré-história até a descoberta idiota de um planeta no espaço, isso quando a gente não tinha que copiar um texto enorme de um livro completamente chato que falava da reprodução das espécies. Por sorte eu e Edward não éramos os únicos, pessoas conhecidas também estavam lá, metade do quinto ano, três garotos do primeiro ano, duas garotas da minha classe que eu não lembro o nome e Juliet Clark. Ela cumpria detenção de três meses por ter pichado um palavrão na sala do diretor.
— Que horas são? — gritou um dos garotos do primeiro ano.
— Calado — respondeu Jeremy, o orientador cuidava da sala naquele dia — e copia.
— Mas eu só perguntei que horas são.
— E eu mandei você ficar calado e copiar.
— Babaca — sussurrou Edward ai meu lado, confesso que eu pensei o mesmo.
Senti algo batendo na minha cabeça, olhei pra trás e Juliet apontava para algo no chão que eu descobri depois ser uma bola de papel.
— Que foi? — sussurrei.
— Calado Stole — Jeremy interrompeu
— Eu não disse nada.
O idiota acreditou, virei novamente para Juliet.
— Lê — ela sussurrou e voltou a copiar.
Deixei meu lápis cair e peguei a bolinha, nela Juliet tinha apenas falando que aquilo estava chato e que ela queria sair, nenhuma novidade, rabisquei "um pena que não tem passagem secreta aqui, mas, mesmo que tivesse, elas não foram feitas para garotas" e joguei para trás.
— O que você jogou para trás Stole? — gritou Jeremy.
— Eu tava me espreguiçando — menti e o babaca acreditou de novo.
Demorou uns bons sete minutos até eu receber outra bolada na cabeça, quando abri era um desenho de uma garota sorrindo e mostrando o dedo médio, escrito vai tomar no cu, Juliet é um amor de pessoa, a melhor amiga que alguém pode ter na face da terra.
— Obrigado — sussurrei e voltei a copiar o texto inútil.
— Ta pegando? — ouvi Edward.
— Eu não falo com você.
— Então você ta pegando.
— Eu não estou pegando ninguém Edward.
— Mas parece que está — ele parou de copiar e me encarou — do nada vocês começam a sair juntos, trocam bilhetinhos... qualquer um pensa que são namorados.
— Qualquer um que tenha mais de um neurônio consideraria a opção amigos.
— Mas as pessoas gostam de pensar que são namorados.
— Só os idiotas Goldens.
— Me chama de Edward.
— Eu não vou te chamar de Edward.
— Não me chama de Edward então, tudo bem.
— Não quero ser seu amigo.
— Não disse que queria ser seu amigo.
— Mas parece que você quer ser meu amigo, mas eu não quero ser seu amigo.
— Eu nunca seria amigo de alguém como você, eu tenho amigos, diferente de você.
— Eu tenho amigos.
— Eu tenho amigos normais, diferente de você.
— Normal é chato.
— É chato para anormais como você. Olha um exemplo: eu sou normal, sabe quantos gostam de mim? Muitos.
— Muitos... babacas.
— Não são babacas.
— São tão babacas quanto você.
— Eu não sou babaca.
— Você é o rei dos babacas.
— Você que é babaca.
— Eu não sou babaca, você que é babaca, um grande babaca.
— Você que é babaca o suficiente para falar que eu sou babaca.
— Eu não tenho culpa que eu falo a verdade para babacas.
— Os dois podem discutir a relação quando não estiverem na detenção — interrompeu Jeremy, fingindo ter autoridade — agora copiem a lição antes que eu...
E o alarme do celular do orientador tocou e fomos dispensados. Um garoto ruivo (que eu nem sabia que estava na sala) tropeçou em mim e caiu, não pude deixar de rir da cara de idiota dele e sair andando. Ele me encarou e eu pensei que ele estava bravo por eu não ter ajudado, mas ele sorriu e eu achei isso idiota porque eu tinha acabado de rir dele, mas nem pensei muito nisso porque Juliet veio atrás de mim.
— Quem era?
— Não faço a mínima ideia.
— Deve ser mais um garoto insignificante da escola.
— Sim, o que faremos agora?
— Podemos passar trotes para a casa do Louis e depois brigar com ele por nos deixar sozinhos no tédio, o que acha?
— É uma boa ideia, vamos...
E, pela segunda vez, esbarrei em Lilian Smots e derrubei o que ela estava bebendo nela. Desta vez era chá gelado e ela não deu tanto escândalo quanto da última vez, apenas mandou eu ir me foder e saiu correndo, é um avanço.
— Que retardada — disse Juliet, carinhosamente.
— Patricinha do caralho.
— Mais uma inútil para o mundo.
— Como alguém pode gostar disso?
— Os caras devem gostar apenas dos peitos dela.
— Que inúteis.
— Tá com fome?
— Escrever por horas dá fome em alguns tipos de pessoas.
— Quais tipos de pessoas?
— Os tipos legais de pessoas.
E fomos comer, naquele dia Louis não apareceu com seus poderes para interromper o silêncio, ou para trazer assunto quando estávamos sem, mas nós ligamos dezessete vezes para a casa dele e passamos dezesseis trotes diferentes, e também falamos para ele não ir para casa nas próximas férias porque se ele fosse nós iríamos aparecer lá, cortar as bolas dele e dar para o cachorro comer.
Meia noite fui ao dormitório das garotas e, após receber três ameaças de morte, achei o quarto de Juliet.
— O que você está fazendo aqui? — ela disse sonolenta e esfregando os olhos. Eu tentei não encarar muito ela porque ela estava usando um pijama muito curto e não é muito simpático encarar,
Ajeitei a gola da camisa (não estava usando roupa de dormir, é claro) e respondi:
— Ah, bem eu não conseguia dormir.
— Teve um pesadelo Loganzinho? Vou contar uma historinha, vem cá...
— Eu sempre tenho pesadelos, to acostumado. Eu disse que não consegui dormir. Então eu ia para o lugar que eu sempre vou quando isso acontece e daí eu lembrei que sou legal e vim te chamar para vir junto. Vamos...?
— Para onde...?
— Eu vou te levar para um lugar legal, venha — estendi a mão e, após pensar muito (vinte segundos) ela segurou e saiu andando comigo.
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