Electoral High School escrita por Srta Pottah


Capítulo 4
Capítulo 4




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— O quê? — perguntei para o nada, tinha escutado perfeitamente, mas queria apenas saber de onde vinha a voz.

— Ah nada — a voz vinha do meu lado direito, o oposto do que estava olhando — só que não é comum alguém na piscina nessas horas, principalmente você.

Então finalmente encarei quem falava. Era uma garota, não fazia a mínima ideia de quem era, mesmo ela sendo na minha classe, e sentando do meu lado, não conseguia lembrar seu nome. Ela era diferente das outras garotas, parecia não se preocupar com o que pensavam dela (pode-se notar isso vendo que ela não tinha tirado o pijama — que era muito, muito curto — ainda). A garota era muito bonita, com todo o respeito que a frase pode ter..

— O que quer dizer com "principalmente você"? — tentei parecer descontraído, talvez ela não percebesse que não faço a mínima ideia de quem ela é.

— Bem, não se vê ninguém na piscina na hora do almoço. Não se vê você em horário nenhum.

— Não gosto de piscina.

— Todo mundo gosta de piscina.

— Eu não.

— Ta legal sr. Sou Estranho — ela riu — acredito em você.

Péssima ideia.

— Péssima ideia — minha vez de rir — ninguém acredita em mim.

— Ah desculpe, mas eu não sou como o resto.

— Espera — balancei a cabeça — o que está acontecendo?

— Uma conversa? — senti o tom irônico, não curti.

— Eu sei, mas ninguém conversa comigo desde... desde sempre.

— Vou repetir: desculpe, mas não sou como o resto.

Eu disse que ninguém nunca falou comigo, então por que você veio falar comigo justo agora?

— Não é uma boa hora?

— Não quis dizer isso, é que — cocei a cabeça — se ninguém nunca veio falar comigo, e você não é como o resto, por que não veio falar comigo antes?

— Ah, é como eu disse: Não se vê você em horário nenhum.

— Só por que eu fico no meu quarto o dia inteiro sem fazer nada e não querendo falar com ninguém não é motivo — fingi um drama.

— Ah desculpe Logan, da próxima vez eu procuro entrar no seu quarto escondida dos professores só para conversar um pouco.

— Não seria uma má ideia — sorri.

— Malicioso — ela gritou e eu engasguei com saliva.

— Não quis que parecesse isso — ri alto — eu só quis dizer que, ham, seria, hum, legal conversar com alguém um pouco.

— Eu sou um alguém.

— Mas eu nem te conheço.

— Estudamos juntos desde os sete anos Stole.

— Como sabe meu sobrenome?

Estudamos juntos desde os sete anos.

— Ah, é que eu...

— Juliet Clark.

— ...não lembrava seu sobrenome — improvisei.

— Estranho...

— O que é estranho?

— Estranho você não lembrar meu sobrenome.

— Isso é pecado?

— Não, é por que... você é um Stole.

— E daí?

— Bem, a família do meu pai é "rival" da família do seu tipo desde... desde sempre.

— Meu tio? Meu tio morreu, como que pode...

— Como assim?

— Ah — taquei um foda-se pro meu pai e toda sua mentira e continuei — meu "tio" na verdade é meu pai, e meu "pai" que morreu que é meu tio de verdade.

— Então seu pai mente sobre você?

— Sim, ele é retardado.

— Isso é horrível.

— Não é não.

— Ah, se você acha...

— Sabe o que eu acho? — olhei o relógio no meu pulso, ele ganhou uma nova rachadura depois do último "acidente".

— O quê?

— Que eu to com fome, tá com fome?

— Sim, já deve ser hora do almoço, né?

— Sim, vamos...?

— Espera... você ta todo sujo — apontou pra meu rosto, e então eu lembrei que estava feio pra caralho, provavelmente não dei uma boa impressão.

— Ah, eu vou lavar o rosto né? Isso ta estranho.

— Certo, eu... ham, te espero aqui está bem?

— Está bem.

E então eu parei para pensar, de novo. Alguém finalmente veio falar comigo, e melhor, uma garota, isso aumentou minha auto estima em 1%. Eu finalmente consegui uma amiga, depois de anos, isso era incrível. E o melhor: eu ainda posso irritar meu pai sendo amigo da filha do rival do meu pai, só tenho que lembrar o sobrenome dela, Clab? Clart? Clask? Ah, tanto faz.


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