Dear Boss escrita por Laëtitia


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Aeee~ 2 comentários! (Da mesma pessoa, mas whatever -q) Obrigada mais uma vez Victoria Zaoldyeck Blacktiger ♥3



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"Bom, então faça as suas malas. Pegue tudo o que precisar, mandarei George, meu policial mais confiável, levá-la até a rua Baker. Tenho trabalho a fazer" Falou Lestrade. Subi correndo as escadas e coloquei em uma grande bolsa tudo o que ia levar. Algumas botas masculinas e femininas, dois vestidos de festa um pouco surrados, mas que eu amava demais, 5 calças, 6 camisas e alguns coletes. Não me importei em levar nenhuma boina pois não pretendia me esconder enquanto estivesse lá. Guardei também meu perfume e as poucas jóias que eu tinha. Logo eu estava pronta pra ir. Desci as escadas arrastando minha bolsa pelo chão, pois ela estava extremamente pesada.

"Então, pronta?" Perguntou Madame Flora com uma cara triste. Eu estava nervosa, não queria me separar de todos assim, mas era por um bem maior, era pra me proteger, e para proteger as meninas. " É né, tenho que estar" Falei sendo sincera. Eu queria chorar, mas não conseguia. Acho que no fundo, eu sabia que era a coisa certa a se fazer. Abracei Flora bem forte, eu ia morrer de saudades.

Abracei as meninas uma por uma, todas me desejando boa sorte e me dizendo que logo tudo ficaria bem. Logo notei que até Esther, de 15 anos, a menina mais nova do cabaré, estava chorando e fungando. "Esther, o que foi?" Perguntei a segurando pelos ombros. "Vou sentir sua falta, você é a única aqui que fala comigo" Falou me abraçando. " Não se preocupe, as meninas vão cuidar de você enquanto eu estiver fora, eu prometo" Falei e ela sorriu.

Fui andando até onde estava Will, ele estava de cabeça baixa e se recusava a olhar pra mim, até respirar fundo e dizer "Sabe, essa vai ser a primeira vez que você realmente estará longe de mim." Eu pulei em seus braços e beijei sua bochecha, Will soltou uma gargalhada e sorriu seu sorriso de lado que eu achava maravilhoso. "Sei, mas logo voltarei e não vou sair tão cedo" Falei bagunçando seus cabelos como eu costumava fazer quando éramos crianças. Dei tchau para Madame Flora novamente e acompanhei George, que me esperava do lado de fora com minha mala, até uma carruagem. Entrei e depois de colocar minha mala no bagageiro, George sentou-se ao meu lado.

"Nervosa senhorita Phillips?" Me perguntou depois de alguns minutos de silêncio. Sorri. "Não estou nervosa. Estou mais é curiosa para saber como John vai reagir. Não nos vemos um bom tempo" Respondi. Permanecemos em silêncio pelo resto do caminho até finalmente pararmos em frente a uma casa de tijolos marrons. Era linda, e em uma placa na porta se lia 221B. É, era ali que eu viveria.

Eu bati na porta e depois de alguns segundos uma senhora a abriu, ela sorriu pra mim e para George. "Oh, você deve ser Cordelia, prima de John. Muito prazer querida, sou a Senhora Hudson, sou a governanta." Sorri tentando ser simpática. Seria muito mais fácil viver com mais uma mulher por aqui. "Sou sim, senhora. É um prazer conhecê-la" Falei entrando. George se despediu de mim e foi embora. A Senhora Hudson pegou minha mala e foi subindo com ela até um quarto. "John está no escritório, vou chamá-lo pra você" Falou me deixando sozinha. Analizando o lugar pude perceber que era extremamente desarrumado. Haviam papéis espalhados por todos os cantos e um violino em cima da mesa. Um peculiar cheiro de tabaco inundava o ar.

"...arrume tudo antes de Sherlock chegar, e não mexa no violi-ah, olá Delie, quanto tempo!" Falou John vindo me abraçar, ao menos eu presumi que era ele, seus cabelos continuavam no mesmo tom de castanho claro e seus olhos azuis eram reconhecíveis em qualquer lugar. Os olhos que herdamos de nossas mães. Ele havia mudado muito, pois quando o vi da última vez ainda não possuía bigode e era um pouco mais baixo.

"Johnny! Que saudades!" Falei retribuíndo o abraço. Ele fez uma cara feia e torceu os lábios. Pelo visto ainda odiava ser chamado de Johnny. Soltei uma gargalhada e bati em seu braço de brincadeira. "Nossa menina, como você cresceu! Batia na minha cintura da última vez que te vi, pois é." Arqueei uma sobrancelha e me apoiei na mesa atrás de mim.

"É Johnny, as pessoas crescem, não esperava que eu fosse ter cinco anos pra sempre não é?" Falei brincalhona. John sorriu e foi até mim, me jogou por cima do ombro e me girou umas três vezes até me colocar no chão novamente, ele costumava fazer isso quando eu era pequena. "É, pelo visto você continua fazendo piadinhas sem graça e ama me irritar. Vai se dar muito bem com Holmes"

"Falando nisso, cadê ele? Estou louca pra conhecê-lo" Falei pegando o violino em cima da mesa e passando os dedos pelas cordas. É, eu já toquei violino, mas foi só por um ano. Antes de minha mãe falecer. John tirou o instrumento das minhas mãos e o colocou no exato lugar onde estava. "Ele saiu, logo estará de volta, e se eu fosse você não mexeria nas coisas dele, ele ficará furioso" Fiz uma cara de inocente e levantei as mãos em um gesto de rendição "Não olhe pra mim assim, Delie. Eu te conheço e sei o que pode fazer, cuidado" Falou.

"Ok, chega de conversa, onde vou dormir?" Perguntei. Pretendia arrumar minha mala e trocar de roupa, aquele vestido tava começando a me incomodar. John pegou minha mala e a levou para um quarto no fim do corredor. "Vai dividir o quarto comigo, e não se preocupe, eu vou dormir no sofá" Antes que eu começasse a protestar ele completou "Eu vou quase todos os dias para a casa da minha..hum...namorada, Mary, então é raro eu passar a noite aqui." É, até que não vejo problema com isso. Empurrei John pra fora do quarto e tranquei a porta.

Peguei uma calça e uma camiseta na mala e vesti. Arrumei as outras roupas em um armário vazio e me olhei no espelho de corpo inteiro que havia em um canto. Eu estava melhor, minha bochecha estava cicatrizando e eu consegui soltar a atadura da minha testa. O corte havia parado de sangrar e eu pude finalmente soltar o cabelo. Ah, que alívio. Assim que eu guardei a mala ouvi o que pareciam ser tiros, e o barulho vinha do quarto que eu estava antes. O quarto de Sherlock. Atravessei o corredor tapando os ouvidos por causa dor barulho. John estava batendo na porta gritando. "Sherlock abra a porta!! Temos uma convidada, vai acabar assustando ela!" Gritou e os tiros cessaram.

John entrou no quarto comigo atrás. As cortinas estavam fechadas e não havia nenhuma vela acesa. O quarto estava uma escuridão só. Havia um homem sentando em uma poltrona com uma arma na mão. "Nossa John, não sabia que ia partir pra próxima tão rápido, antes mesmo de se casar com Mary" Falou em um tom brincalhão. John bufou irritado e revirou os olhos " Ela é minha prima Sherlock, Cordelia Phillips." O homem levantou de seu lugar e veio andando em minha direção.

John acendeu algumas velas, iluminando o ambiente, pude finalmente ver Sherlock, com sua pele levemente bronzeada, seus cabelos negros desarrumados e seus grandes olhos castanhos. Sherlock me olhava de cima a baixo. Ele estava me deduzindo. "Ah claro, com esses olhos e essa postura só podia ser sua parente mesmo. Ah, ela é testemunha no caso daquela prostituta assassinada não é? Fui na cena do crime hoje cedo, o corpo estava horrível, o útero da vítima havia sido retirado, horrível não?" Falou enquanto andava em círculos ao meu redor.

Me senti nauseada por um instante. John pareceu notar pois segurou minha mão. "Sherlock, por favor, ela não precisa se lembrar disso agora não é? Deixe-a descançar, depois você pode começar com suas perguntas" Sherlock deu de ombros e pegou seu violino em cima da mesa, começou a tocar uma melodia triste, ignorando completamente a minha presença e a de John, que se abaixou um pouco até ficar da minha altura e sussurrou no meu ouvido "Espero que não se incomode com música de madrugada, ele costuma ficar horas tocando", sorri e fiz que não com a cabeça. "Bom, eu queria ficar aqui, mas vou sair com Mary, voltarei tarde, espero que não se matem enquanto eu estou fora" Falou e saiu. Fui em direção ao meu quarto e fui ler um livro que achei na estante de John.

Depois de um tempo a Senhora Hudson veio me oferecer chá com biscoitos e depois de começar a me sentir sonolenta, cheguei a conclusão que não havia trazido pijamas. Oh Crap! Mas é óbvio que eu tinha esquecido alguma coisa, sempre esqueço.

John não estava em casa para eu lhe pedir algo emprestado, então recorri a Sherlock. Bati na porta e escutei um murmúrio em resposta, resolvi entrar. Sherlock estava sentado na escrivaninha fumando um cachimbo e mexendo em alguns papéis.

"O que foi? Estou ocupado" Falou se virando na minha direção. "Desculpe, é que eu não trouxe roupas de dormir. John não está em casa, gostaria de saber se você poderia me emprestar alguma coisa" Respondi, envergonhada. Sherlock bufou e fez algo que me surpreendeu, tirou a camisa que vestia e a jogou pra mim. Eu estava vermelha de vergonha. "Toma, está limpa. Na verdade, ela nem é minha, é do seu primo. Não tenho tempo de procurar nada no armário, vá! Vá!" Me enxotou do quarto e eu fui rapidamente para o meu, fechei a porta com rapidez e tampei a boca com a mão para abafar um grito. Estava extremamente surpresa. O que foi aquilo?! Ele realmente ficou semi nu na minha frente? Uma menina que ele acabou de conhecer? E nem se preocupou com isso? Oh God.

Me vesti, a camisa ficava grande o suficiente para servir de camisola. Suspirei e apaguei as velas. Entrei debaixo das cobertas e dormi um sono sem sonhos, apenas sentindo o cheiro de terra, tabaco e Earl Grey que tinha a camisa de Holmes.


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Notas finais do capítulo



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