Pegando Fogo. escrita por hollandttinson


Capítulo 9
Aliança.


Notas iniciais do capítulo

Não atualizei antes porque eu tava viajando... Nem no twitter não apareci muito. Mil desculpas, mas aí vai um capitulo.



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POV: KATNISS.

Ele não podia ter me enganado por tanto tempo. Eu dialogava comigo mesma enquanto andava pela floresta, procurando um lugar seguro para me esconder dos carreiristas e de sua aliança, que para minha surpresa e decepção, Peeta estava incluso. 

Á noite, já que não consegui dormir, pensava no porquê de Peeta estar ao lado deles. O porquê de estar levando-os até mim. Porque era evidente que a sua vontade é essa: levá-los até mim. Mas nada se encaixava.

Peeta me conheceu antes dos Jogos, ele não tinha ideia que viria para cá, não tinha como ele ter fingido me amar antes disse só para saber todos os meus pontos fracos aqui dentro e poder me matar com facilidade. Ele não é calculista, nunca foi. E eu tenho certeza que suas juras de amor eram verdadeiras. 

Olhei para o meu dedo anular, analisando a aliança que Peeta me deu. Respirei fundo. Minha garganta estava seca. Fazia calor e o meu casaco só piorava tudo. Eu também não tinha achado água doce para beber, o que dificultava tudo. Mas pelo menos, eu tenho uma corda e uma  faca(que peguei de Clove quando a mesma tentou me atacar na Cornuncópia. 

Se Peeta está levando os Carreiristas até mim, para me matar, por quê não me denunciou? Ele sabia que eu estava na árvore ontem á noite. Porque não disse á eles que eu estava ali?

Até cogitei a ideia de que talvez ele quisesse que eu não o odiasse tanto. Mas eu morreria. Ele sabe que eu morreria porque eles eram muitos e eu era só uma.

Balancei a cabeça, parando de andar. Estava começando á ficar tonta por conta do sol. Olhei para o céu, desejando que um para-quedas surgisse. Eu precisava de água.

Me sentei nos ramos, no chão. Estava tudo seco. Eu sei que não devia ficar parada, seria alvo fácil para qualquer um aqui, podiam me pegar e eu morreria. Mas eu ouviria se alguém se aproximasse, não é? Podia ser Rue, nas árvores, e então, eu não ouviria. Suspirei. 

Também pensei em outra coisa. Por vezes tentei falar com Peeta sobre terminarmos, por causa dos Jogos, e ele nunca aceitou. Mas disse isso á todos na entrevista. Ele queria que todos soubessem? Para se fazer de santo? O garoto apaixonado que vai, tragicamente, perder a garota que mais ama? Para ganhar patrocinadores? Se for isso, ele sabe que todos estão vendo-o agora, estão vendo a farsa, vendo que ele mentiu... Ninguém vai patrociná-lo. Eles imaginam que eu fui enganada. A santa sou eu agora. Peeta não é calculista, mas não é burro.

- Katniss?- Um sussurro. Eu olhei para trás e não vi ninguém. Não tinha ninguém ao meu redor. A voz era tão doce, tão calma. Por um momento eu imaginei que estava ficando maluca. Me pus de pé e cambaleei. Estava com fome demais para ter movimentos bruscos.- Katniss...- De novo. 

- Quem está aí?- Eu disse, baixinho. Olhei ao redor e não tinha nada. Me aproximei de uma arvore grande procurando alguém escondido em cima dela, e nada. Bufei. Deve ser só mais uma brincadeira da Capital. 

- Katniss...- Agora a voz cantava meu nome. Eu tentava ignorar, enquanto andava para longe da voz. Mas a voz não me deixava.

De repente eu estava correndo, fugindo da voz melodiosa, doce e irritante que me chamava. E eu não sabia para onde ela me queria. Mas queria rápido. E eu nem sabia quem era. Não era parecida com nenhuma outra voz infantil que eu conheço.

Parei cansada, encostada numa árvore. O seu já estava começando á mudar de cor. Devia ser duas horas da tarde. Por quanto tempo corri? Onde eu estou? Eu só conseguia ver mais e mais mato. Nada de água. Nem umidade no chão. Nem animais carnívoros para me alimentar de tais. Minha saliva machucava minha gargante quando tentava engoli-la. Caí de joelhos. 

"– Pode ter certeza que eu gosto tanto quanto você, e pelo que eu sei, até muito mais.- Ele disse, passando os braços ao redor de meus ombros, protetoramente. Deitei minha cabeça em seu ombros e ele me beijou a testa.

– Eu queria poder ficar aqui pra sempre.

– Na floresta?

– Nos seus braços.- Eu disse, olhando em seus olhos. Ele sorriu levemente.

– Eles são seus, pra sempre, vão estar sempre aqui pra te segurar, pra te deixar segura. Pode ter certeza.- Ele disse, respirando o aroma dos meus cabelos. Eu suspirei.

– Fica comigo, Peeta.- Me afastei para olhar-lhe melhor. Uma lágrima escorria pelo meu rosto.- Eu nunca consegui fazer ninguém ficar tanto tempo perto de mim, eu nunca fui boa em fazer as pessoas gostarem de mim. E eu estou tão feliz por ter você. Você não pode, nunca, se afastar de mim, tá bem? Me promete isso? Por favor, Peeta, fica comigo.- Nunca chorei tanto, á ponto de soluçar, perto de alguém. Isso era constrangedor. Mas o amava e eu não podia perdê-lo. Nunca.

– Sempre.- Disse Peeta, me abraçando."

- Está chorando?- Dei um pulo. Não se pode acordar alguém assim! Limpei meu rosto.

- Você está aí á muito tempo?- Perguntei, olhando Rue nos olhos. Ela sorriu para mim, dando de ombros.

- Você estava sonhando com o seu namorado? Onde ele está? Ele não morreu. Tenho certeza de que não o vi enquanto tocava o hino ontem á noite.- Disse a pequena morena. Olhei para o céu e o sol nascia novamente. Eu dormi e estava vulnerável á Rue. Me levantei num pulo, mas estava fraca.

- Ele ainda está com os carreiristas?- Perguntei, me apoiando numa árvore. As lembranças de uma noite com Peeta tinham me deixado extremamente chocada, chorosa e cheia de saudades. Mas eu não tinha tempo para ser sentimentalista. 

- Está. Eu o vi perto do lago. Eles estão procurando a garota do 5. Parece que ela roubou uma faca deles. Cato não está muito feliz. Matou 2 dos seus. Por nada. Eu vi.- Ela disse. Me doía pensar que uma menina tão nova tivesse de ver coisas tão cruéis. 

- Eu sinto muito por isso, Rue.- Eu disse, me aproximando dela. Ela sorriu e deu de ombros.

- Está tudo bem.- Ela disse, se sentando nos ramos onde antes eu estava dormindo.- Agora somos 11.

- Eu esperava que eles fossem acabar matando uns aos outros, de qualquer forma.- Eu disse, dando de ombros. Ela concordou com a cabeça.- Mas porque você não me tocou?- Ela sorriu.

- Bom... Eu acho que o seu namorado precisa de alguém visando você.- Ela disse. Eu ergui uma sobrancelha. As semelhanças entre essa menina, Prim e Delly são tão... Como uma garota  de 12 anos pode estar querendo me proteger?

- Peeta não precisa de ninguém me visando, acho que ele está se encarregando de me manter em suas vistas. Ele sabe onde me achar.- E isso é o que mais me assusta. Mesmo acreditando que talvez Peeta não possa me matar, eu não gosto de pensar na possibilidade de que talvez em algum momento isso passe por sua cabeça.

- Bom, ele ficou bastante furioso quando a viu indo á Cornuncópia. Acredito que vocês tenham planejado algo antes disso. Talvez tenha sido isso que o fez ir ao lado dos Carreiristas. Porque é claro que ele te ama, eu vi isso quando chegamos aqui.- Ela disse, sorrindo.

- Não planejamos nada. Pelo menos, não juntos. Mas parece que Peeta tinha um plano desde o inicio com alguém.- O "alguém" eu disse com mais vontade. Com certeza o Haymitch estaria vendo isso, e assim, saberia que estou irritada. Será que eu não mereço um pingo de consideração? Tudo bem que fui irritante com ele por tempo integral, mas caramba! 

- Ele realmente parece ter um plano. É bem maluco, mas deve ter um.- Ela disse. Eu avaliei a garota magra e pequena na minha frente. Vi Prim em seu jeito de falar, e agir. Mas com certeza, seus pensamentos eram idênticos aos de Delly. 

- Porque você não me matou?- Perguntei. Ela sorriu novamente com uma sobrancelha erguida.

- Eu não sei.- Ela admitiu. Eu ergui uma sobrancelha e ela balançou a cabeça para mim, dando de ombro.- Achei que seria uma boa ter uma companheira como você. Nós duas parecemos ficar bem em cima de uma árvore.- Eu sorri.

- Você tem razão.- Eu disse. Me sentei ao lado dela.- E então, qual o plano?

- Não se...- Ela virou para o lado oposto onde nós estávamos e deu um gritinho que fez eco na floresta. Olhei para a direção e vi muita fumaça. 

- O que...- Uma bola de fogo atingiu a árvore ao nosso lado e nos levantamos. Eu esperei por mais. E veio. Logo as árvores ao nosso redor estavam sendo atacadas por bolas enormes de fogo.

Eu podia ouvir a risada do gamemaker chefe enquanto eu e Rue corríamos pela floresta.

Mas você não é a garota em chamas? Vamos ver quem pega fogo. Eu conseguia ouvir a voz irritante de Seneca Crane em meus ouvidos.

Minha perna foi atingida por uma bola de fogo e estava ardendo e eu não conseguia correr direito. Olhei para Rue, que me olhava assustada.

- Corre, Rue, Corre!- Eu disse, agoniada. Ela negou com a cabeça, tentando me aparar. Conseguimos me deixar de pé, e voltamos á correr. Mas a minha perna começava á ficar insuportavel.- Anda! Vai!

- Não vou abandonar você, garota em chamas.- Ela disse, me levantando quando caí mais uma vez. Eu revirei os olhos para a dor enlouquecedora. Corremos mais um pouco e eu vi um lago. Andei mais um pouco até lá. Eu e Rue nos jogamos. Foi aliviador de imediato.

- Obrigada, Rue.- Eu disse. Ela sorriu para mim e ergueu a mão.

- Uma aliança?- Sorri.

- Uma aliança.

(...)


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Notas finais do capítulo

Olha a Rue, gente :')