Infinite Arms escrita por Stardust


Capítulo 16
Sem saber se era real


Notas iniciais do capítulo

Olá



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Um silêncio desconfortável tomou conta do lugar. A pergunta de Fabrizio ainda ecoava na minha cabeça e eu me senti culpada pela minha resposta. Além de tudo, minha cabeça girava e meu estômago começava a ficar horrível.

Olhei novamente naqueles olhos verdes. Senti acolhida pelo simples fato de eles estarem ali. O branco de seus olhos havia tomado um tom vermelho e vi que, apesar do fato de Fabrizio ser mais forte pra bebida do que eu, ele já havia bebido demais.

Aproximei lentamente de seu rosto tentando entender porque realmente eu estava fazendo aquilo e parando poucos centímetros de encostá-lo. Senti-o tocar minhas costas e meus cabelos.

Fiquei completamente imóvel, até que Fabrizio aproximou-se mais.

– Gente, está tarde. Vamos embora? - ouvi Lucy gritar perto de nós dois. Afastei-me como se tivesse tomado uma descarga elétrica. - Me desculpe! - levou a mão na boca. - Estraguei o momento romântico de vocês.

Pelo canto do olho, vi que Fabrizio me olhava. Abaixei o olhar, encarando minhas pernas e lentamente olhei-o. Seus olhos estavam confusos e sabia que ele via o mesmo tipo de confusão nos meus.

– Vamos. - disse me levantando junto de Fabrizio. - Não estou me sentindo muito bem. - levei a mão no estômago sentindo novamente minha cabeça girar. Demorei alguns segundos para conseguir me equilibrar, mas quando comecei a andar, vi que precisava de apoio e só senti-o quando senti que ia cair.

– Obrigada. - sorri para Fabrizio, que havia passado seu braço ao redor da minha cintura.

Logo, estávamos novamente dentro do carro. Perguntei-me se Jake estava em condições de dirigir, mas não tínhamos outra opção. Fabrizio explicou o caminho do hotel e em poucos minutos estávamos parados na frente daquele longo edifício.

– Entregues. - Jake piscou para nós. - Se cuidem!

– E tome nosso número. Estaremos em Roma por um bom tempo, então podemos sair juntos mais vezes. - Lucy me entregou um papel.

– Obrigado. Com certeza vamos ligar. - Fabrizio riu e o casal se sentiu satisfeito. - Nos veremos em breve.

– Obrigada! - gritei me apoiando enquanto andava em direção da porta.

– Boa noite. - gritaram juntos.

Fiquei olhando até que o carro virasse a esquina. Agora era só eu e Fabrizio. De novo.

*

Entrei no elevador calada na esperança de que o momento não se tornasse constrangedor. Lembrei-me de poucos segundos atrás e agradeci por Lucy ter evitado um possível beijo.

– Está se sentindo bem? - finalmente Fabrizio perguntou.

– Apesar de estar bêbada e com o estômago péssimo, sim, estou bem.

Fabrizio riu. Ia dizer algo, mas a porta abriu. Andamos pelo corredor, esperei-o abrir a porta e entramos no apartamento. Senti um alívio por estar ali.

– Tome um banho. Vou arrumar algo pra você beber.

Caminhei até o banheiro tentando parecer o mais natural possível. Parei ainda na porta e me deparei com Fabrizio me olhando.

– Só vou lá embaixo comprar algo. São seis horas, tudo está abrindo. - sorriu. Não fazia ideia de que horas eram. - Vai ficar bem?

Fiz que sim com a cabeça.

– Obrigada. - forcei um sorriso.

Fabrizio sorriu de volta e saiu do quarto.

Entrei no banheiro e me deparei com minha imagem no espelho. Meus cabelos estavam um pouco bagunçados, mas minha maquiagem estava intacta. Pensei que estava pior e, a não ser pela minha pele pálida, estava até apresentável.

Tirei minha roupa, deixando a porta destrancada no caso de cair ou acontecer algo. Liguei o banheiro e senti a água quente cair no meu corpo. Senti mais relaxada enquanto passava o sabonete com cheiro de erva doce na minha pele. Tirei a maquiagem, lavei o cabelo e finalmente desliguei o chuveiro.

Saí amarrada em uma toalha e percebi que Fabrizio havia voltado, segurando um copo típico de cafeterias. O sol começava a nascer e batia timidamente em sua pele. Vi-o fechar a cortina, trazendo escuridão para o quarto novamente.

– Vou me virar. - riu. - Troque de roupa e beba o que comprei pra você. Precisamos dormir depois disso.

Coloquei um short azul confortável e uma blusa branca com renda. Olhei no espelho novamente, mas não importava minha roupa. Só precisava melhorar e dormir.

– Você está bem? - perguntei a Fabrizio, enquanto caminhava em sua direção. Bati minha perna na cama, fazendo com que eu gemesse e me sentasse de dor.

– Vou ficar. - disse bem-humorado. - Já você, acho melhor tomar isso e dormir.

Levei o copo na boca, sentindo um prazer enorme que fazia eu esquecer a dor de ter batido minha perna. Cappuccino de canela com chocolate. Um dos meus preferidos. Quando acabei, senti desapontada.

– Amanhã vamos comprar mais disso.

– Você quer dizer hoje. - riu.

– Tanto faz.

Arrastei-me até perto do travesseiro, onde coloquei minha cabeça e fechei os olhos.

– Minha cabeça ainda gira. - sussurrei.

Esperei alguns segundos pelo corpo de Fabrizio do outro lado da cama, mas não o senti.

– Onde vai? - abri os olhos e me forcei para inclinar meu corpo pra frente.

– Dormir no sofá.

Hesitei um pouco antes de dizer algo. Fabrizio continuou a andar na direção do bonito sofá. Ainda usava a camisa e a calça social. Perguntei-me se ele não iria tirá-los e obtive resposta quando vi que deitou com aquela roupa mesmo.

– Fabrizio. – chamei baixo.

– Fale, Allie.

– Venha aqui. Só por hoje, só por eu estar bêbada, durma aqui. – deixei meu corpo cair de novo na cama. – Eu preciso disso.

Encontrei seus olhos no meio da escuridão. Por algum tempo ficou apenas me encarando, depois se levantou e caminhou até a cama. Olhei-o quando deitou, mas senti meus olhos pesados. Fechei-os e deixei o sono me levar, enquanto sentia, sem saber se era real, sua mão tocando a minha.


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Notas finais do capítulo

O que estão achando, amores? *-*



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