A Vingança De Kammi escrita por MisuhoTita


Capítulo 17
Um Jogo Perigoso




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O rosto de Richelle está mais branco do que o rosto de um fantasma, enquanto ela olha para uma Kammi poderosa e sorridente.

Como?

Como isso é possível?

A Kammi que ela conheceu não era nada!

Como ela pode agora ser a noiva de um mafioso? Como?

Richelle não sabe o que fazer...! O que dizer...! Viera até ali para contratar um mafioso para matar Kammi, e, a última coisa que ela esperava é que a noiva desse importante mafioso fosse a Kammi.

Richelle não é capaz de esboçar qualquer reação.

Kammi continua olhando para Richelle com um grande sorriso em seu rosto, e, tendo um prazer enorme em ver a cara de assustada de sua inimiga. Quando Alcir lhe contara que Richelle tinha uma hora marcada com ele, quase não acreditou, e, quando seu noivo disse que ela poderia receber a cliente, um sorriso de satisfação brotou em seus lábios.

Não poderia estar mais satisfeita.

― Qual o problema, Richelle? – fala Kammi, com a voz carregada de prazer – O gato comeu a sua língua? Pode me falar o motivo que a trouxe aqui.

Richelle continua sem conseguir esboçar qualquer reação, o rosto cada vez mais branco devido ao susto e, a mulher mal percebe a porta do escritório se abrindo e, por ela, Alcir entrando, com um elegante terno preto.

O homem se aproxima de Kammi e, a beija de forma ousada e impetuosa, um beijo profundo e ardente, sem parecer se importar com a presença de Richelle, que continua branca de susto e sem saber o que fazer.

Alcir termina o beijo e, dirige um olhar que é puro cinismo para Richelle antes de dizer:

― É nossa cliente? Desculpe, querida, não a vi. Muito prazer. Minha bela e adorada noiva me disse que vocês são amigas de longa data e, em consideração a minha Kammi, que tanto lhe estima e quer te ver bem...! Pode me dizer o nome completo da pessoa, que eu a matarei pessoalmente para você. Normalmente, eu só atendo pessoalmente clientes mega especiais e, como você e a Kammi tem uma longa história, decidi atendê-la pessoalmente, ao lado de minha bela Kammi. E então, quem você quer que eu mate para você?

Ainda branca de susto, Richelle consegue encontrar forças para se levantar e deixar aquela sala com uma pressa surreal. Na ante sala, encontra Sebastian sentado confortavelmente e com um sorriso convencido em seu rosto.

Olha furiosa para Sebastian antes de começar a esbravejar:

― Espero sinceramente que o senhor esteja satisfeito! Agora levanta daí e vamos embora logo!

― Qual o problema, Chuchu? – Sebastian pergunta, sem entender a raiva de sua companheira.

― Vamos! Se quiser, pode ficar aí imprestável! Eu posso voltar sozinha!

Ainda sem entender muito o que está acontecendo, Sebastian segue Richelle para fora do prédio, e, os dois entram no carro, com Richelle ainda bufando de tanta raiva. Sem se conter, a mulher tenta bater em Sebastian, porém, ele segura o pulso dela no ar e a olha com uma expressão facial ameaçadora.

― Não sei o que aconteceu para você estar tão irritada, Richelle, porém, isso não é motivo para você tentar me bater! Acho bom a senhorita não abusar da minha paciência!

― Você sabe o que você fez, Sebastian? Tem ideia da situação embaraçosa em que você me meteu?

― Não.

― O tal mafioso que você disse que é o melhor e que assassinaria a Kammi em dois minutos é o noivo dela! Pior, seu idiota! Quem me atendeu foi a Kammi e, é claro que ela sabia que eu tinha hora marcada!

A expressão facial de Sebastian não se altera com a notícia dada por Richelle, e, por um minuto o homem fica sem reagir, para, no segundo seguinte, cair na gargalhada. O homem ri tanto que começa a chorar e, suas gargalhadas só servem para deixar Richelle ainda mais furiosa.

― Qual é a graça? – pergunta Richelle, espumando de raiva.

― Quer mesmo que eu diga, amor? – as palavras de Sebastian são repletas de ironia.

― Pensei que estivesse do meu lado e, até onde sei, você devia levar isso um pouco mais a sério, Sebastian, porque a sua vida também está em risco, agora que a Kammi está aliada a um mafioso!

― A minha?! – Sebastian sorri de forma irônica – Richelle, me corrija se eu estiver errado, mas, até onde eu sei, essa tal de Kammi nem sabe que eu existo. Como é que ela vai saber que eu lhe dei a arma que você usou pra atirar no seu ex e culpá-la?

Richelle bufa de raiva ao notar que ele está certo! Droga! No momento, só a sua vida está ameaçada! Porque a Kammi tem raiva exclusivamente dela! Essa maldita não esqueceu nem por um segundo o que aconteceu vinte anos atrás e, a cada vez que a encontra, tem mais certeza disso!

― E só por isso você não vai me ajudar? – pergunta a mulher, tentando manter a calma.

― Perdoe-me, querida, mas, o que é que estou fazendo este tempo todo a não ser te ajudar? A não ser é claro que, sua definição de ajuda seja bem diferente da minha.

― Você me trouxe até a Kammi seu estúpido!

― E como é que eu ia saber que sua amiguinha é noiva do homem mais perigoso da cidade? Aceite os fatos, Richelle, você está literalmente ferrada!

― Não!!! Eu não aceito uma coisa dessas!!! Não posso deixar que a maldita da Kammi acabe com a minha vida!!! Não posso deixar essa maldita mulher continuar me infernizando!!!

― Richelle, essa tal de Kammi é um monstro que você criou há vinte anos atrás, quando a jogou na cadeia e, achando pouco, ainda roubou a filha dela! Você só está colhendo um fruto que plantou há vinte anos atrás, queridinha.

― Não preciso que você me lembre isso!

― Então a senhorita precisa de mim para que?

― Para que você me ajude a acabar com essa desgraçada da Kammi de uma vez por todas, imbecil!!!

― Se é só isso, não se preocupe, tenho um plano e, nessas horas, agradeço imensamente o fato de você não ser apegada a família, minha cara.

 

 

*****

 

 

Alcir abre um champanhe, serve em duas taças e, brinda com Kammi, os dois rindo de prazer após mais um encontro bem sucedido com Richelle. Alcir acha o sorriso totalmente espontâneo de Kammi o sorriso mais lindo que já teve o prazer de ver, e, fica satisfeito em saber que contribuíra pessoalmente para ver sua bela noiva de tão bom humor.

Alguns dias atrás, quando sua secretária lhe mostrara a agenda e, vira nela o nome de Richelle, não conseguiu conter as risadas e, foi logo tratando de pensar em um plano para deixar a inimiga de sua noiva em maus lençóis.

Quando contara seu plano a Kammi, ela simplesmente adorou e, não demorou nem um pouco em concordar com a ideia. E, para ele, ver Richelle com o rosto pálido de tanta surpresa foi simplesmente impagável, principalmente ao ver que Kammi conseguira manter a expressão bem cínica, sem deixar transpassar todo o ódio que ela sente pela mulher.

Assistira tudo através das câmeras de segurança e, fora um grande deleite para ele ver o sorriso de satisfação de Kammi ao encarar Richelle. A imagem de Kammi era o retrato perfeito da satisfação e da vingança, uma perfeita obra de arte viva, a sua Mulher!

A pessoa mais extraordinária que já teve o prazer de conhecer!

Quando conhecera Kammi, vinte anos atrás, ela era apenas uma menininha assustada e chorava por ter sido condenada por um crime que não cometeu. Com o passar dos anos, vira a menina amadurecer e se transformar em uma mulher vingativa, esta que toma champanhe com um sorriso nos lábios.

Ela esperou vinte longos anos por este momento e, está valendo cada segundo de espera, pois, literalmente, Richelle está vivendo um verdadeiro terror, com o medo de ser assassinada por Kammi a qualquer segundo!

E, saber disso faz com que Kammi se sinta ainda mais satisfeita pois, ela sabe que está cada vez mais perto de conseguir o seu objetivo final!

― Eu simplesmente adoro esse seu sorriso de satisfação, Kammi! – comenta Alcir, terminando de esvaziar a sua taça de champanhe.

― É mesmo? – Kammi não consegue deixar de sorrir – É que realmente estou muito feliz, valeu a pena cada minuto desta brincadeira!

― Com toda a certeza. Eu assisti tudo através das câmeras de segurança e, posso garantir que você foi incrível, minha bela Kammi. Não deixou o ar profissional em nenhum segundo, parecia mesmo uma poderosa chefona da máfia.

― Fico feliz por ter conseguido convencer com o meu teatrinho.

― Convencer é pouco! Você viu como sua inimiga ficou branca de medo ao te ver. Coitada, veio atrás de um assassino profissional para dar cabo de sua vida, e acaba dando de cara com você. Não foi um dia de sorte para sua “amiga”.

― Não foi mesmo. Mas em compensação, para mim, foi algo extremamente prazeroso. Eu simplesmente amo deixar bem claro para aquela desgraçada que, quem está no controle de tudo agora sou eu!

― E você realmente está no controle e, em breve, terá o prazer de cravar uma bala no coração daquela mulher, e sua vingança estará concluída!

― E então eu só terei que conquistar a minha filha, e estarei completamente satisfeita.

― Com relação a isto, não se preocupe, pois este momento vai chegar. Basta apenas ter um pouco de paciência. Quem já esperou vinte anos, pode esperar mais um pouco.

Neste momento, a porta do escritório de Alcir se abre e por ela entra Melody, com um sorriso satisfeito em seus lábios.

― Se a sua preocupação é sua filha, Kammi, não se preocupe. – comenta a recém-chegada – Nós vamos dar um jeito nisso. Você vai recuperar a Belinda.

― Você agora está conosco, Kammi. – completa o mafioso – É uma das nossas, a minha noiva e, é bom que você saiba que eu nunca perco nada! Não importa qual jogo estejamos jogando, eu sempre venço! Sou ótimo como aliado e, como inimigo, sou pior ainda! Eu tenho grande estima por você, eu a quis desde o primeiro instante em que coloquei meus olhos em você, a tal ponto que seus amigos são meus amigos, e seus inimigos são meus inimigos!

Kammi fica simplesmente sem palavras ao ouvir as palavras de Alcir, pois, a cada dia, ele tem se mostrado mais e mais decidido. Cada dia que passa, é um passo a mais que ela dá em sua ambiciosa vingança e, ela sabe que se não fosse por ela, não teria chegado onde está!

Quer acabar com Richelle! Quer destruí-la e sabe que não vai parar enquanto não conseguir isso!

― Realmente, agora falta muito pouco para que eu finalmente possa me sentir satisfeita! – é tudo o que consegue dizer.

Alcir abre outra garrafa de champanhe, dá uma taça para Melody e, os três brindam ao sucesso de Kammi e o fato da brincadeira com a Richelle ter dado mais certo do que qualquer um deles poderia imaginar.

Continuam bebendo e conversando até terminarem o champanhe e, em seguida, abrem uma terceira garrafa, que não demoram a esvaziar. E, enquanto bebem, Alcir começa a contar detalhadamente qual será o próximo passo que deverão tomar para que a vingança de Kammi continue tomando os trilhos certos e para que não haja qualquer tipo de falha.

Kammi sabe que o momento do acerto de contas final entre ela e Richelle está cada vez mais próximo, e, a cada dia, anseia mais e mais por este momento. Mas, sabe que precisa ter muita paciência, para poder saborear este momento com todo o sabor que ele merece.

Não se importa com quanto tempo mais ela tem que esperar, pois cada segundo valerá muito a pena, somente para ter o imenso prazer de segurar uma arma e olhar nos olhos de Richelle antes de atirar e acabar com a vida dela!

Sim, este será, sem a menor sombra de dúvidas, o momento mais aguardado de toda a sua vida!

 

 

*****

 

 

Algumas semanas depois, Richelle está lendo seu jornal tranquilamente e, desta vez, ela não precisa procurar nas páginas policiais por alguma notícia relacionada a Kammi, pois, a manchete de capa é exatamente o que ela está procurando.

“Importante juiz criminal é misteriosamente assassinado.”

O medo volta a assombrá-la pois, ela sabe perfeitamente bem que de misterioso este assassinato não tem nada, e que a assassina atende pelo nome de Kammi. Sente seu corpo inteiro começar a tremer ao se dar conta de que, de todas as pessoas que tiveram alguma participação na condenação de Kammi, ela é a única que ainda está viva.

E, sabe que pode ser que sua vida não dure muito tempo, que, a qualquer momento Kammi apareça acompanhada do mafioso para matá-la.

Não!!!

Definitivamente não pode pensar assim! Tem que pensar em uma forma de acabar com Kammi antes que ela venha lhe matar e não ficar se borrando de medo como uma menininha assustada!

O objetivo de Kammi é deixá-la com medo! E, embora ela esteja conseguindo isso, precisa ser mais forte que este medo e pensar em uma saída para se dar bem de novo!

Sebastian havia dito que ia pensar em um plano para se livrarem de Kammi de uma vez por todas mas, até agora ele não disse qual é este plano! O que só faz com que ela fique mais nervosa!

Sebastian pode ser um insuportável, mas sempre a ajudou nas horas de necessidade e, agora não será diferente! Se ele disse que tem um plano, dessa vez dará certo e não será a furada que foi ver que a noiva do mafioso que queria contratar para matar Kammi era a própria Kammi.

Ao fechar os olhos, ainda é capaz de se lembrar com bastante nitidez de como fora humilhante para ela se encontrar com a Kammi e ficar sem fala, enquanto a maldita mulher sorria para ela com aquela odiosa expressão de puro cinismo. Fora simplesmente humilhante!

Mas, isso irá ter volta! E quando Sebastian lhe contar qual é esse seu plano para acabar com Kammi ela irá provar que por mais bem acompanhada que esteja, que a Kammi continua sendo aquela idiota que conseguira condenar tanto tempo atrás!

Sem perder tempo, Richelle deixa seu jornal de lado, pega sua bolso e se prepara para deixar o seu apartamento.

 

 

*****

 

 

Kammi olha tranquilamente para a prima Lauren, que a encara com os olhos bastante preocupados e com o jornal em mãos.

― Tem certeza de que você não sabe nada sobre isso, Kammi? – pergunta a advogada, mostrando no jornal a reportagem de capa.

― E por que eu saberia? – rebate Kammi, dando de ombros e com a expressão facial bastante inocente.

― Porque de algumas semanas para cá, todos que, de alguma forma participaram de seu julgamento e tiveram alguma participação em sua condenação estão sendo misteriosamente assassinados.

― É mesmo? E quem está fazendo isso? A polícia já tem alguma pista?

― Tem certeza de que você não tem nada a ver com isso?

― E por que eu teria, Laureen? Olha, eu não sei se você já se esqueceu, mas, eu passei vinte anos da minha vida em um presídio pagando por um crime que não cometi. A última coisa que quero é voltar para lá e apodrecer naquele inferno até morrer. Ao contrário, eu quero viver minha vidinha tranquilamente, em breve eu vou casar e viver o resto de meus dias como uma mulher normal. É hora de colocar o passado para trás.

― Falando nisso, Kammi, onde é que você conheceu esse seu noivo? Ele é tão diferente do Mark.

― O Mark está morto e não pode voltar. Onde o conheci pouco importa, o que realmente me importa é que Alcir me dá tudo o que eu quero, e não vejo motivos para eu não me casar com ele.

Laureen olha para sua prima um pouco desconfiada, pois, esta mulher na sua frente é irreconhecível, em nada se parece com a jovem meiga e ingênua de outrora. Ela foi injustamente castigada pela vida, que lhe deixou marcas cruéis.

Não sabe o que aconteceu os vinte anos que Kammi passou na prisão, mas, sabe que eles a transformaram em uma pessoa totalmente amarga, esta que está na sua frente. E, nada lhe tira de sua cabeça que Kammi está envolvida com esses estranhos assassinatos.

Kammi pega sua bolsa, se despede de Laureen e deixa seu prédio, onde na esquina, a Captiva de Alcir já está encostada e esperando por ela. O motorista do mafioso abre a porta do banco de trás para que ela entre e, ela cumprimenta Alcir com um rápido selinho.

― Está linda, Kammi. – cumprimenta o mafioso.

― Vai dar certo? – questiona a mulher, sem conseguir conter a ansiedade em sua voz.

― E quando foi que eu falhei com você? Não se preocupe, todo o esquema está fortemente armado, você se divertir muito com o nosso joguinho de hoje.

― Perfeito, Alcir, pois é tudo o que eu mais quero!

O motorista começa a dirigir tranquilamente pela cidade, até chegarem a um túnel que está bloqueado por uma barreira que caiu. O túnel está completamente vazio, a não ser por um automóvel com os vidros bastante escurecidos por insul filme e que está com um dos pneus furados.

O carro para e, eles esperam tranquilamente. Alcir dá um telefonema e, descobre que tudo está correndo de acordo com os seus planos. Não demora muito para cinco carros repletos de mafiosos chegarem ao túnel e pararem, e, de cada carro, saem cinco mafiosos, todos eles vestindo ternos negros e óculos escuros.

Não demora muito e, um carro de passeio para ali. A motorista tenta fazer a volta mais, imediatamente, os mafiosos bloqueiam a única saída do túnel. Richelle saí do carro e olha em volta sem entender nada do que está acontecendo. Porém, a porta da Captiva se abre e, Kammi desde do carro, junto com Alcir.

As duas mulheres se aproximam e ficam frente a frente, seus olhos mostrando claramente o ódio que uma tem pela outra.


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Notas finais do capítulo

CONTINUA...



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