Do Lado De Dentro escrita por Mi Freire


Capítulo 58
Tempestade


Notas iniciais do capítulo

Estou feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz porque o número de leitores só aumentou nos últimos três dias, não muito, mas o necessário. Obrigada a todos vocês! Apesar de nem todos comentarem, mas não tenho muito do que me queixar e nem deveria. Triste porque estamos chegando ao fim mesmo sabendo que despedidas as vezes são necessárias.



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"Serão importantes na história um do outro, independente de tudo que tiver pra acontecer."

Conversamos tanto sobre aquilo como dois amigos que acabamos dormindo um do lado do outro na minha cama.

— Hayley! Jesse! Acordem. – ouvi a voz da Amy muito distante. Ao abrir os olhos, vi ela ali, bem na nossa frente. — Jesse, você precisa ir agora. Acho que o pai da Hayley não vai gostar nadinha de ver um garoto – mesmo que namorado - deitada na cama da filhinha dele.

Provavelmente ela tinha razão, meu pai poderia ser muito careta em relação a essas coisas. O Jesse deu um pulo da cama só de ouvir o nome do meu pai, me deu um beijinho, se despediu da Amy e se foi.

Hora de dormir, mesmo sem o meu namorado lindo, abracei a ovelhinha que ele me deu, que só agora percebei que tinha seu cheirinho.

Antes de pegar no sono ouvi meu celular vibrar ao lado. Era ele.

Você não vai acreditar. Sua tia está hospedada aqui. Meu tio mesmo convidou. Os dois só não estão no mesmo quarto, mas estão cheios de carinhos um com outro. Parecem amigos de longa data.

Eu sabia que aquilo estava estranho desde o início. Não era algo sem fundamentos. Aquela história está muito mal contada! No dia seguinte, eu colocaria minha tia contra parede e exigiria saber o que estava acontecendo entre ela e o tio do meu namorado que era praticamente como um pai pra ele. Ela teria que me contar a verdade! Ou a mamãe contaria.

Acordo e vejo que estou sozinha em casa. Provavelmente me esqueceram. Acho que foram todos para a Confeitaria da mamãe. Assim, aproveito para tomar meu café largada no sofá da sala. Depois, tomo um banho relaxante de banheira no quarto da mamãe e aproveito para mandar uma mensagem para o Jesse avisando que estou sozinha, caso ele queira ficar um pouquinho comigo. De volta ao sofá, ouço a campainha tocar.

Só pode ser o Jesse. Vou correndo descalça até a porta. Mas não é ele. É alguém que eu não esperava ver tão cedo.

— Tyler? – olho bem pra ele de baixo pra cima. Ele está sorrindo, e nada nele mudou.

— Meu amor! Eu estava com tanta saudade. – ele me abraçou, me tirando do chão. O sorriso que eu tinha no rosto na expectativa que fosse o Jesse pra gente namorar, sumiu, assim que vi o Tyler.

Quando ele se aproximou para me dar um beijo na boca como se nada tivesse acontecido nas últimas semanas eu me esquivei. A princípio ele pareceu não entender. Mas para disfarçar o embaraçamento, convidei-o para sentar, fechei e a porta e sentamos no sofá.

— O que foi? Não estava com saudade minha? – ele me olhou espantado. Tentei não olhar de volta. E agora? O que eu faria? O que eu diria? Havia tantas coisas que ele deveria saber.

— Tyler, onde você se meteu todo esse tempo desde que foi expulso? Eu tentei te ligar de todos os jeitos...

— Você não imagina, Hayley. – ele riu, passando a mão pelo cabelo ralo. — No mesmo dia da minha expulsão, quando receberam uma carta anônima que suspeitavam de mim e do Jake vendendo droga para a Alexa, o que não era mentira, meus pais foram convocados a aparecer no internato. Tiveram um longa conversa com a diretora. Não me disseram nada durante todo o caminho até em casa. Mas eu já sabia da expulsão, claro, a diretora tinha falado comigo antes e me deu o maior sermão, dizendo que eu era uma vergonha para aquela instituição e que jamais colocaria meus pés ali outra vez. Quando chegamos em casa, meus pais continuavam calados como nunca antes, só quando eu me estressei e perguntei o que eles estavam pensando foi que me disseram que me internaria em uma casa de reabilitação para dependentes químicos.

Tentei imagina a cena.

— Contra minha própria vontade fiquei preso naquele lugar horrível, comendo do pior, sendo tratado como um animal, por alguns dias que pareciam intermináveis. Eu não tinha como me comunicar com ninguém do mundo exterior. Mas eu sabia que não precisava de nada daquilo, afinal, eu não sou um viciado. Você sabe, Hayley. Fazíamos mais por diversão. A ideia surgiu da própria Alexa, ela estava desesperada, porque estava tendo alguns problemas em casa com a família, e o Jake sugeriu que a ajudássemos. Ela mesma nos procurou. Eu tentei não me meter, não queria desapontar você. Ele tomou parte de tudo. Acabou se envolvendo com ela, e ela sempre vinha correndo pra ele quando precisava demais. E eu, claro, tinha que arrumar. A garota estava delirando! Ela seria capaz de cometer uma loucura maior se ficasse sem. Completamente viciada!

Agora sim, com a versão do Tyler, as peças daquele quebra-cabeça se encaixavam exatamente como eu já imaginava. A Alexa não era uma coitadinha. Mesmo assim, não posso me esquecer, o Tyler mentiu pra mim, mesmo quando eu perguntei a verdade.

— Você mentiu pra mim! – gritei, alterada. Já me levantando do sofá e o encarando. — Eu perguntei pra você, e você desconversou. Disse que não, disse que não sabia de nada, que não tinha nada a ver com aquilo, disse que não conhecia os culpados. Você poderia ter me contado! Deveria ter confiado em mim, e eu daria um jeito de ter tirar dessa.

Minhas palavras fizeram efeito. O Tyler abaixou a cabeça, parecia envergonhado. Mas durou apenas alguns segundos, até ele voltar a me olhar com os olhinhos verdes brilhando como se tivesse tido uma ideia ou lembrado de algo muito importante.

— Meu amor, já passou. Eu já aprendi. Tive minha lição. Dei um jeito de sair daquele lugar! Conversei com meus pais. Garanti a eles que eu não sou um viciado. Pedi um chance, e eles me deram, mesmo sem terem tempo pra mim. Queriam até me levar pra viajar com eles! Mas eu não quis, porque o que eu queria era te ver. Você não sabe o quanto pensei em você todo esse tempo. O quanto me arrependo por ter mentindo pra você.

Ele se levantou também e veio em minha direção todo pretencioso, certamente queria me beijar, ou me dar um abraço. Algum contato íntimo entre namorados. O que ele não sabe ainda é que não somos mais namorados. E pior, eu quase não pensei nele nos últimos dias.

— Ei, o que você tem? – ele perguntou ao perceber minha indiferença em relação a ele. — Você está diferente, mudada. Você não consegue me perdoar é isso? – ele deu um passo à frente. E quando mais ele tentava se aproximar de mim, mas eu me afastava. — Hayley... Por favor...

Quase senti pena dele. Mas eu não o amo, apenas gosto dele como um grande amigo. Agora é hora da verdade.

— Espera ai – ele olhou bem pra mim com o cenho franzido. — Cadê a aliança que eu te dei? – agora ele estava olhando pra minha mão, mais especificamente para o meu dedo. — Nós ainda estamos namorando, não é mesmo? A gente nem chegou a conversar depois de tudo...

— Tyler, não. Não tem mais a gente. Acabou. Olha, muita coisa aconteceu desde então. – voltei a me sentar. Ele fez o mesmo ainda muito assustado. — Me desculpe, mas eu...

— Me trocou por outro, é isso? Porque sim, é o que parece. E essa nova aliança aí no seu dedo? O que isso significa?

No mesmo instante, sem nem bater na porta, o Jesse entrou com o maior sorriso do mundo, que desapareceu rapidamente quando viu o Tyler sentado a minha frente. Os dois se encararam por um momento e eu prendi a respiração.

— Já entendi tudo. – o Tyler se levantou outra vez. — Vocês... Vocês estão juntos não é isso? – ele olhou pra mim. Não obteve respostas. Depois olhou para o Jesse ainda parado perto da porta. — Eu sabia! Sabia desse do princípio que esse louro falsificado tentava de tirar de mim.

— Tyler, deixa eu explicar. – também me levantei. Só queria sair correndo dali pra perto do Jesse que ainda estava calado. Poderíamos fugir e evitar aquela confusão. Mas não era tão simples.

— Não precisa explicar nada, Hayley! – ele virou-se pra mim, e disse alto. Seus olhos estavam repletos de lagrimas o que fez meu coração murchar. — Eu já entendi. Você me trocou por esse aí. Tão rápido quanto se troca de roupa. Eu pensei que você gostasse de mim...

— E eu gosto! – respondi rapidamente. — O que você precisa entender é que eu amo o Jesse. Eu quero ficar com ele! Eu sinto muito se não pudemos nos falar antes para resolver essa situação. Eu não sabia direito o que estava acontecendo. Eu não conseguia falar com você...

— E simplesmente me largou. – lágrimas escorriam dos olhos dele, mas ele parecia não perceber. — Mas se vocês pensam que vou deixar isso barato, estão muito enganados. – muito rapidamente o Tyler foi até o Jesse. Ficou bem próximo a ele. Temi o pior, mas não consegui me mover. — Vou te dar aquele soco que eu deveria ter te dado aquele dia lá no internato.

Em uma fração de segundos o punho fechado do Tyler foi diretamente na direção do rosto do Jesse antes que eu pudesse impedir. Foi por pouco, quase acertou o olho dele. Mesmo assim, com o forte impacto, já que o Tyler é muito mais forte, o Jesse cambaleou pra trás com a mão já no rosto machucado. Mas ele não revidou, nem disse nada.

— Você não sabe lutar pelo o que quer? Qual é o seu problema? – o Tyler gritava muito alto. Até os vizinhos poderiam ouvir.

Sem respostas do Jesse, o Tyler não pensou duas vezes em lhe dar outro sono. Eu sabia que o Jesse não suporta brigas. Por isso, cheguei a tempo de impedir o Tyler. Me colocando entre os dois.

— Chega! Para com isso. – gritei bem na frente do rosto dele. — Ele não quer brigar. Tyler, vai embora, por favor. Entenda. Não é só porque você mentiu pra mim. Eu amo o Jesse. Você não merece viver as custas das minha migalhas. Sei que vai encontrar, um dia, uma garota que possa retribuir o seu amor. Mas essa garota não sou eu. Por favor. – o empurrei, estava tão furiosa por ele ter batido no meu Jesse, queria tanto socar o rosto dele, mas tentei me controlar. E estava até me saindo bem. — vai embora da minha casa agora. Acabou o que tinha entre a gente.

Sem relutar, ele saiu porta a fora. Ficou um tempinho parado de costas pra mim. Quando se virou, tinha a expressão mais triste que eu já vi na vida. Quase como se estivesse decepcionado, sem rumo, sem chão, ou uma direção. Ele engoliu em seco, limpou as lágrimas com força.

— Não posso acreditar que você fez isso comigo. – ele balançava a cabeça negativamente. — Eu te amo, Hayley. Eu estava disposto a te conquistar dia após dia, fazer com que você pudesse me amar algum dia e só então, seriamos verdadeiramente completos. Mas você nem esperou isso acontecer. Bastou eu ter errado um pouquinho, sumido por alguns dias, e você simplesmente me deixou pra trás, e escolheu ele. Isso sim é imperdoável. O que você fez comigo eu nunca vou esquecer. Agora vai lá, viva sua vidinha com esse garoto. Mas saiba, vocês são muito diferentes um do outro, isso não vai dá certo. Não vai durar por muito tempo.

Fechei a porta com tudo na cara dele e desejei que ele nunca mais voltasse. Não bastou ter vindo até a minha casa como se nada tivesse acontecido, bateu no meu namorado, ainda jogou a culpa em cima de mim e jogou praga no meu relacionamento com o Jesse.

Por falar no Jesse... Saí correndo até ele, sentado no sofá, cheio de dores com um lado do rosto inchando. Corri até a dispensa na cozinha, peguei o kit de primeiros socorro e voltei a ficar com ele.

— Eu cuido disso pra você. – devagarzinho tentei ajuda-lo. Ele ainda não tinha dito uma se quer palavra. Apenas gemeu baixinho, por causa da dor, enquanto eu tentava “melhorar” seu ferimento.

— Obrigado. – ele disse quando terminei. Por incrível que pareça ele ainda conseguia sorrir pra mim. Mesmo eu tenha sido a principal culpada por aquilo. — Está muito feio?

— Sim, um pouco. Em dias ficará melhor. – dei um beijinho na testa dele. — Desculpe por isso. Eu não queria que as coisas tivessem acontecido dessa maneira.

— Tudo bem. Não tem porque se desculpar. Eu estou disposto a correr qualquer risco para estar com você.

Não me aguentei, depois de tudo ele ainda conseguia ser incrivelmente fofo, me joguei em seus braços, dando-lhe um beijo.

Ele gemeu outra vez quando sem querer toquei seu rosto.

— Oh, desculpe. – sorri sem graça. — Vou tentar tomar mais cuidado de agora em diante.

Preparei algo pra gente almoçar. Antes do pessoal chegar, após o nosso almoço, ele foi embora para evitar que fizessem perguntas sobre a atual situação do seu lindo rosto agora machucado. Ele também teria que inventar uma boa desculpa ao tio. Quando todos chegaram, a casa voltou a alegria normal, com as vozes vindo de todos os cômodos e as criança correndo pela casa brincando de pega-pega.

Naquela noite, estava no quarto do meu irmão jogando videogame com ele e com as crianças tentando distrai-las para deixar os adultos lá em baixo mais à vontade. A Amy, naquele momento, estava lá entre eles tentando se adaptar à nova família.

— Ih, eu ganhei de novo! – olhei para o meu irmão e por provocação mostrei a língua. Meu sobrinho, Peter, fez o mesmo. Se a Beth soubesse que eu tinha ensinado, me mataria.

Pela janela do quarto dele percebi que o tempo lá fora estava começando a mudar. Nuvens encobriam as estrelas. No horizonte podia se ver relâmpagos. O que significava que uma forte chuva de verão estava por vir.

— Você acha uma boa eu comprar uma aliança de compromisso pra Amy? – meu irmão perguntou, passando o controle do videogame para a minha sobrinha sentado no chão. — Parece algo tão clichê. Comum.

— Eu acho que é uma boa. – disse, passando a mão no cabelinho lisinho e loiro do meu sobrinho sentado ao meus pés também no chão ao lado da irmã. — Só pense em uma maneira diferente de entregar. Algo mais original. Algo que a surpreenda e deixe marcado pra sempre.

Ele pareceu refletir sobre a minha sugestão.

Aquela noite, já em minha cama, com todas as luzes da casa apagadas e todos dormindo em seus respectivos quartos, enquanto a chuva caia forte lá fora com direito a raios, trovão e relâmpagos assustadores, me peguei pensando no Jesse. E se ele estivesse com medo?

Não queria nem pensar na possibilidade.

Saí de fininho na minha cama com a pontinha dos pés para não acordar a Amy no colchão. Abri a porta do quarto, e assim que saí, voltei a fecha-la. Essa noite eu sairia pela porta dos fundos e nem me importava no temporal que teria que encarar lá fora.

Corri pela noite até a casa da frente me molhando por inteira. Nem avisei que viria. Por isso, com o celular em mãos, resolvi ligar pra ele abrir a porta dos fundos antes que eu fosse levada pela chuva.

Dois segundos depois ele apareceu em seu pijama super fofinho com desenhos de naves espaciais. Só não dei risada de tamanha infantilidade, porque ele conseguia ser ainda mais lindo de pijama. Jesse estava com uma expressão de pavor, por causa da chuva, entrei rapidinho e subimos até o quarto dele.

— Você está com medo da chuva, não está? Lembrei da historinha que você contou. – nem tive tempo de me secar, mesmo ensopada, apenas me deitei com ele sobre a cama, me cobrindo até a cabeça com a coberta cheirosa dele.

Era mesmo como se estivéssemos dentro de uma caverna protetora.

— Obrigado por ter vindo. Sei que parece ridículo. Mas não sei se conseguiria dormir sem você.

Nossas respirações estavam ofegante uma contra a outra.

— Eu tive que vir. Quero poder cuidar de você. Por falar nisso, seu rosto está melhor?

— Bem melhor agora que você está aqui comigo. – como ali embaixo estava muito escuro, nem deu ver quando ele veio me beijar. Eu não esperava, mas retribui do mesmo jeito.

Outra coisa que eu não esperava: que as coisas fossem esquentar mesmo com o mundo desabando em chuva lá fora. Senti a mão do Jesse na minha coxa, descente até a minha perna. Meu pijama é um short não muito curto. Que ele aproveita para puxar pra cima para poder me tocar.

Vou permitindo, sentindo meu coração cada vez mais acelerado como se pudesse sair a qualquer momento pela boca. Engasgada com as minhas próprias palavras, só penso em beija-lo enquanto sinto-o explorando meu corpo e se aproveitando da situação. O Jesse sabe ser bem safadinho, de um jeito todo dele, quando quer.

— Tem certeza de que quer isso? – pergunto em um sussurro.

— Eu quero! Quero muito. – com essa resposta ele mordeu meu lábio.

Tirei a coberta de cima de nós e a joguei no chão. Ele pareceu não se importar, como se não precisasse mais dela para se proteger da chuva que ainda caia lá fora. Os raios, relâmpagos e trovões ainda eram assustadores, mas nada disso tinha importância. Subi em cima dele e tirei a camiseta do seu pijama imediatamente para beijar seu peito.

Nada era mais prazeroso do que ouvi-lo suspirar.

Beijei seu pescoço, mordisquei sua orelha, sussurrei palavras de amor e carinho no seu ouvido. Quando ele já estava cansado de sofrer em minhas mãos, tomou meu lugar, ficando por cima.

Tirou minha blusinha de alça devagarzinho, deixando só o sutiã preto de algodão. Olhou pro meu corpo como se estivesse vendo a coisa mais linda de toda sua vida. Com aquele sorriso eu não poderia duvidar de nada. Ele me beijou, de cima a baixo, enquanto eu passava minha mãos na suas costas, passando a unha curta devagarzinho só para atiça-lo.

Antes de nos livrarmos do resto das nossas roupas, ele saiu da cama, correndo até o seu aparelho de som e colocando uma música leve pra tocar de fundo. Sorri pensando no quanto ele é romântico e o quanto eu gostaria de ser surpreendida assim pelo resto da vida. Mas ele não voltou pra cama depois disso, pelo contrário, dentro de uma de suas gavetas ele procurou desesperadamente por algo. Velas aromatizadas. Não sei onde ele encontrou um isqueiro para acende-las e espalha-las pelo quarto fazendo que eu conseguisse enxergar melhor as coisas a minha volta, eu também não queria perder nenhum detalhe daquela noite mágica. E por ultimo, um detalhe muito importante do qual não poderíamos nos esquecer: os preservativos.

— Eu tinha preparado tudo para quando isso acontecesse. – ele voltou pra pertinho de mim. — Queria que a nossa primeira noite fosse especial, com direito a tudo que tivéssemos vontade.

— Está maravilhoso meu amor! – sentei-me olhando em volta, me inclinando para dar-lhe um selinho. — Não poderia estar melhor.

Voltamos a nos beijar, dessa vez mais devagarzinho, com ele passando a mão na minha bochecha e depois no meu cabelo molhado.

Em seguida as coisas pareceram acontecer em câmera lenta. Cada movimento, cada toque, beijo, caricias, sussurros, gemidos, palavras de amor, troca de olhares, o calor dos corpos colados, os corações batendo juntos acelerados, a mistura dos sabores, o cheirinho das velas.

O Jesse acabou adormecendo antes de mim, com seu dedos entrelaçados aos meus, e sua respiração bem próxima do meu rosto. A chuva não passou. E eu olhava pra ele, certa de que, era a coisa mais preciosa que eu poderia chamar de meu. Só eu sabei da importância e o significado que ele têm pra mim. Coisa que ninguém entenderia. Eu sabia o quanto tinha que cuidar dele, de nós, do nosso amor para termos um ao outro pra vida inteira sem que nunca precisássemos chegar ao fim.

Até pegar completamente no sono, o quarto já estava totalmente escuro, as velas chegaram ao fim, e o rádio eu mesma já havia desligado, estava revivendo na minha mente tudo que vivemos nos minutos anteriores que poderia ter durado para sempre.

— No que tá pensando? – me surpreendi ao ouvi-lo. Por causa do escuro, não saberia dizer se ele estava ou não olhando pra mim. Mas como ele percebeu que eu ainda estava acordada? — Não consegue dormir? Foi tão ruim assim pra você? Me desculpe eu não sabia o que...

— Jesse. – interrompi-o, sorrindo. — Não é isso. Só estou pensando em você. Pra mim foi ótimo! Muito melhor do que eu havia imaginado.

E lá estava ele outra vez, me beijando, me puxando pra mais perto dele como se isso fosse possível. Estávamos praticamente colados com os corpos ainda em chamas, apenas não resisti, e começamos tudo outra vez.


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Notas finais do capítulo

Eu particularmente amei escrever esse capítulo tão importante para o nossa casal. Espero que tenham gostado também. Não entrei muito em detalhes, porque sei que algumas pessoas não gostam muito, e eu também ficaria muito sem graça e envergonhada com essas coisas tão intimas. Mesmo assim, não deixem de comentar e dizerem o que acharam.



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