Do Lado De Dentro escrita por Mi Freire


Capítulo 55
Flashback


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo repleto de amor e carinho pra vocês ♥



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"Meu anjo não tem asas, mas me leva ao céu com um simples sorriso.”

Voltamos para o nosso pequeno acampamento. E ninguém estava por lá além da fogueira ainda acessa. O Jesse colocou mais lenha e eu me acomodei no lençol ainda aberto no chão. Fiquei imaginando onde estariam os outros. E olha que eu fiquei muito tempo na pedra com o Jesse trocando confissões de amor debaixo do céu estrelado com a lua como testemunha.

O Jesse me abraçou por trás acomodado seu queixo no meu ombro.

Apesar de estarmos no verão, conforme as horas iam passando, o vento noturno ficava cada vez mais gelado. Algumas nuvens cobriram as estrelas, mas ainda assim, eu e o Jesse estávamos juntinhos conversando e comendo biscoitos e tomando leite quente na garrafinha.

— Já está ficando com sono? – ele perguntou com a boca muito próxima do meu ouvido, o que me fez despertar. Meus olhos pareciam cada vez mais pesados. — Quer ir deitar?

— Não. Não. – resmunguei, tentando ao máximo manter meus olhos abertos e continuar ouvindo ele falar. — Vamos ficar aqui.

As primeiras gotas da chuva caíram geladas sobre a minha pele. E em questão de segundos a chuva começou a engrossar. De repente todos decidiram que o melhor seria entrar em suas barracas. Amy e Oliver reaparecem do nada, assim como Nath e Eric.

— Boa noite, casal.

Eu queria ficar ali sentindo a chuva geladinha cair sobre nós levando tudo que um dia nos manteve afastados, distantes e separados. Fomos feitos para ficar juntos por um proposito. Exatamente como o Brandon me disse em sonho. O Jesse era o garoto certo pra mim, meu irmão tinha razão. Eu nunca me senti tão feliz. Mas aí me lembrei que não tínhamos como depois tomar um banho quente e trocar as roupas molhadas.

— Vamos entrar. A chuva só vai engrossar. – disse ele, ajudando-me a levantar. Corremos até a barraca, assim como os outros, e nos trancamos.

O Jesse me ajudou a se secar com uma tolha reserva.

— Obrigada. – dei um beijinho rápido dele. — Sabe, eu sempre quis beijar na chuva.

— Isso também nunca aconteceu comigo. – ele deu um beijinho na ponta do meu nariz. — Prometo que um dia realizaremos essa loucura, mas agora não podemos. Não longe de nossas casas.

Deitei-me sobre o lençol, o Jesse se uniu a mim, deitando atrás e me envolvendo com seu braço. Sentia sua respiração fraquinha perto da meu pescoço.

— Quer conversar? Ou já quer ir dormir? – ele perguntou em voz baixa. Passando a mão livre na minha bochecha gelada que em segundos ficaria quentinha ao toque dele.

— Tudo bem pra você se formos só dormir? – temi que ele quisesse algo mais. Só que nas minhas condições não sei se seria possível lhe conceder qualquer pedido.

— Não tem problema, princesa. — Princesa? É um apelido comum entre casais fofos de namorados. Nem somos namorados e nem um casal oficial. Mas vindo da boca dele parecia a palavra mais linda do mundo e não tive porque me queixar. Eu seria sim sua princesa se ele fosse o meu príncipe encantado. — Vamos dormir então.

Ele desligou a lamparina, deu um beijo nos meus cabelos afastando-os do meu rosto e se aconchegou atrás de mim, nos cobrindo com o lençol mais fino enquanto a chuva de verão caia sobre a barraca.

O dia amanheceu ensolarado e todos acordaram muito animados com os pássaros cantando para ir até a represa finalmente nadar. Já eu não tanto, já que não sei nadar. Estava muito mais interessada no meu café da manhã: suco de laranja e um pedaço de bolo de chocolate da mamãe.

A Natalie e o Eric foram os primeiros a colocarem suas roupas de banho sem mal comer alguma coisa. Em seguida, a Amy mais tímida também colocou uma roupa que pudesse molhar e o Oliver todo brincalhão e carinhoso a colocou no braço e a levou para longe.

— Nós somos os próximos? – o Jesse perguntou após ter ido levar o que restou do nosso café da manhã de volta pra barraca.

— Você quer ir? – perguntei com um sorriso. Confesso que não estava tão animada. Mas se fosse pra estar com ele eu toparia.

Vesti meu short jeans preto rasgadinho e coloquei meu biquíni cinza deixando apenas a parte de cima a mostra. Eu fui a primeira a me trocar, esperei do lado de fora pelo Jesse. Mas não teria nenhum problema em ter ficado dentro da barraca junto com ele. Alguns minutos depois ele apareceu com uma bermuda estilo sufista e uma regata jogada sobre o ombro deixando seu abdômen completamente de fora.

Ele não precisava ser o garoto mais sarado para ser bonito. Bastava ser ele mesmo. O abdômen magro e sem definições. Ele também não tinha nenhum pelo. O que eu achei muito sexy. Prefiro assim. E confesso que fiquei muito admirada ao vê-lo pela primeira vez sem camiseta.

Mas então me lembrei de um detalhe importante.

— Jesse, mas e as cicatrizes do braço?

— Tudo bem. – ele deu de ombros. — Estou entre amigos. Eu gosto deles, confio neles. Sei que nenhum deles me fará se sentir mal.

Pensei nas outras pessoas que estavam ali na represa também acampando como nós e fiquei imaginando qual seria a reação delas ao verem as marcas na pele dele. E se qualquer uma dela fizesse um comentário alto de mal gosto ou olhasse torto para ele eu certamente arrumaria uma confusão daquelas para protege-lo.

Segurei sua mão e lá fomos nós. Um casal um tanto incomum: a garota de cabelo azul que nem sabe nadar e o garoto de sorriso metálico que quando mais novo costumava se cortar.

Para o meu alivio, quase não haviam pessoas naquela parte que a turma escolheu para nadar. E lá estava a Nath nadando juntinho com o Eric bem longe da margem e a Amy e Oliver dando risada atoa na beira da represa.

— Nós vamos entrar na água não vamos? – Jesse perguntou me chamando a atenção. Voltei meus olhos pra ele.

— Você sabe que eu não sei...

— Nadar? – ele me interrompeu com um sorriso sacana típico de crianças prestes a aprontar. — É, eu sei. E hoje isso tem que mudar.

Ele me convenceu com aquele sorriso fofo. Não sairíamos da água aquele dia enquanto eu não soubesse no mínimo boiar. O Jesse era o melhor professor de natação que eu poderia ter. Seu corpo molhado muito perto do meu era tentador, mesmo assim tentei me concentrar nas suas instruções básicas para os primeiros passos.

Eu até que estava me saindo uma ótima aluna. Com a ajudinha dele e um empurrãozinho que elevava meu ego consegui nadar pelo menos uns dois metros batendo os pés e dando braçadas na água. Com mais alguns dias de treino eu poderia me tornar uma profissional.

— Viu? Nem é tão difícil assim. – tocamos os pés no chão ainda na água, sentindo as pedrinhas entre os dedos.

— Claro que não é. – enlacei seu pescoço com meus braços tocando meus lábios nos seus. — Com você sinto que sou capaz de qualquer coisa.

Todas as vezes em que meu nado evoluía o Jesse me motivava com sequencias intermináveis de beijos enlouquecedores. Pouco nos importávamos com as pessoas olhando ou comentando. Estamos apaixonados e cometemos loucuras um pelo outro.

Estávamos na água a muito tempo, e eu já me sentia segurança o suficiente. Daqui pra frente nenhuma outra louca como a Alana quase me mataria afogada outra vez. Por falar nela, lembro exatamente do dia em que ela disse que faria da minha vida um inferno, assim que voltamos das férias de inferno. Mas nada muito grave aconteceu, eu também nunca tive medo daquela lá e as amiguinhas clones. Jamais vou sentir falta dela e espero não encontra-la nunca mais na vida.

Íamos dar um tempo para comer alguma coisa, já se passava do meio dia. Todos nós nos reunimos onde as barracas estavam armadas e provavelmente ninguém mexeu enquanto estivemos fora. Peguei meus lanchinhos de presunto dentro da mochila e minha garrafinha de Pepsi que por incrível que parece ainda estava geladinha.

Dividiria meu lanchinho com o Jesse.

Depois do nosso improvisado almoço ficamos em círculos jogando conversa fora de baixo de uma arvore. Acabei descobrindo coisas dos meus amigos que eu nem imaginava.

Como por exemplo: A Amy antes de entrar no internato era rejeitada no seu colégio por não fazer parte dos populares; a Nath antes do Eric namorou um garoto que insistia muito em ter relações sexuais com ela, porém ela não se sentia pronta e acabou tendo que terminar com ele pelas insistências; o Eric já fez parte dos mais populares também no colégio onde estudou antes, mas acabou se metendo em uma confusão com os amigos e quase foi preso; o Oliver já foi sim apaixonado por um garota da minha cidade, mas era amor platônico quando ele tinha apenas 14 anos, porque ela era bem mais velha, tinha quase 20 anos e nunca iria dar bola para um menino; o Jesse já recebeu proposta de uma gravadora quando descobriram o talento dele pela música no seu colégio enquanto ele participava de uma apresentação, mas ele não aceitou, porque era muito novo e não tinha certeza do que queria para o futuro e não saberia decidir por si só sem os pais por perto.

E eu falei do Brandon. Sei que três deles já sabiam, mas a Natalie não e nem o Eric. Pareceu importante naquele momento que eles soubessem de toda a verdade. Sem mentiras. Eu fui a quem mais falei e todo o tempo o Jesse estava com a sua mão na minha me dando apoio.

— Essa é a história de amor mais linda que eu já vi. – disse a Nath por fim com os olhinhos brilhando de emoção.

Ela instantaneamente me deu um abraço quase me fazendo chorar também por lembrar.

— Chega de chororô. – o Oliver precisou quebrar o clima. — Vamos aproveitar o resto do dia. Amanhã cedinho vamos embora.

Agora que eu podia finalmente dizer que sabia nadar, graças ao Jesse, entrei na competição com as meninas. Montei sobre o ombro do Jesse, a Amy fez o mesmo com o Oliver e a Nath com o Eric. Começamos então a brincar tentando derrubar uma as outras na água. Estava tudo tão divertido, todas as brincadeiras que improvisamos na hora, que mal vimos o tempo passar. O céu já começava a escurecer.

Fui com o Jesse até o banheiro coletivo, onde naquela mesma manhã tínhamos ido escovar os dentes e lavar o rosto. O lugar até que estava bem limpinho e tinha um pequena fila. Esperei até conseguir tomar uma ducha, mesmo que gelada, para depois trocar de roupa e vestir algo mais comportável enquanto deixaria o short e o biquíni secar.

A Natalie parecia a mais cansada de todos, já que ela e o Eric quase não saíram da água. Os dois, mesmo cedo, foram os primeiros a entrarem na barraca e irem deitar. Ou foi o que eles disseram. O Oliver novamente chamou a Amy para um passeio, para aproveitam o tempo sozinhos. Eu e o Jesse outra vez nos acomodamos sobre o lençol no chão e deitamos de barriga pra cima um ao lado do outro para contemplar o céu estrelado.

Dessa vez, nada de fogueira, estava muito calor.

— Lembra do dia em que nos conhecemos? – ele perguntou, fazendo carinho na minha mão perto da sua. — Na aula de Geografia.

— Lembro. Claro que lembro! Aquela foi a primeira vez que nos falamos. E naquela época eu ainda estava tentando a ajudar a Amy a se aproximar de você. Ela era apaixonadíssima por você! Ou pelo menos achava que sim. – sorri de lado, lembrando daqueles dias. — Mas a primeira vez em que eu te vi foi na sua primeira apresentação com a banda no internato. Antes mesmo de saber quem você era e o que representava para a Amy. Vocês estavam tocando Seize The Day do Avenged Sevenfold e eu amo essa música! Parei só pra escutar, eu ainda não tinha escutado vocês tocarem. O auditório naquele dia estava uma loucura, lotado e quase não tinha como respirar. Mas então o refletor foi na sua direção no mesmo momento em que eu estava olhando para o palco e bastou eu te ver pela primeira vez que eu logo soube que você não era como os outros.

— E o que mais te chamou a atenção em mim aquela noite? – ele estava olhando fixamente pra mim. Mas eu não conseguia olhar de volta, sentia as bochechas arderem em brasa.

— O talento como baterista e.... Os olhos.

Sentia a aproximação na sua boca próximo da meu ouvido. Onde ele depositou um beijo rápido e depois se afastou de novo, suspirando.

— Eu também confesso que já tinha te visto antes pelo colégio. Você sempre foi muito conhecida pela fama de “menina má”. E única garota de cabelo azul. Admito que garotas como você nunca foram o meu forte, sempre preferi o oposto. Mas assim que te vi, algo em você me fez perceber que eu estava completamente enganado em relação aos meus conceitos e de repente me vi querendo ficar perto de você e saber mais sobre você. Acabei percebendo que você não era nada daquilo que eu ouvi pelos corredores, você era muito melhor que qualquer boato.

Ficamos um tempinho em silêncio. Não conseguia parar de sorrir, lembrando de todas as nossas primeiras vezes. Como tudo começou e quando foi que as coisas realmente começaram a mudar entre a gente.

— Lembra quando tivemos nossa primeira conversa de verdade? – ele insistia no assunto. — Você me arrastou até o jardim, e exatamente como agora, deitamos na grama e ficamos olhando para estrelas enquanto conversávamos e tentávamos saber mais um do outro.

— Tudo aquilo só pra depois sair correndo e contar tudo que eu havia descoberto de você para a Amy.

Caímos na risada. Quem poderia imaginar que eu ajudando a Amy acabaria me apaixonando pelo Jesse?

— E no dia seguinte você tocou pra mim pela primeira vez. – eu lembrei. Quando o chamei para jantar, mas na verdade ele quis me mostrar algo na sala de música. — Mesmo você tendo dito que não gostava muito da ideia de tocar e as pessoas ficarem olhando pra você.

— Mas como você era diferente. Como você tudo é diferente! – olhei pra ele. E vi sinceridade em seus olhos. — Eu realmente me sentia à vontade para tocar pra você. Quando eu olho pra trás, eu percebo que a música estava sempre presente entre nós.

— A música foi o que nos uniu. – completei, trocando um sorriso cumplice com ele. — E naquela mesma noite eu pensei que estava delirando, só de pensar na hipótese de você estar flertando comigo.

— E eu estava. – ele me fez rir. — Você não estava?

— Estava. Mas era difícil admitir já que eu ainda estava muito ligada ao Brandon e a morte dele. Além da culpa de pensar na possibilidade de termos algo a mais já que a minha melhor amiga gostava de você.

De repente, o clima ficou tenso. Me arrependi imediatamente do que acabo de dizer. Aqueles dias de culpa por trair o Brandon e a Amy me fizeram sofrer muito, de verdade. Não gosto nem de lembrar.

— Teve a vez em que você quase me matou sem ar, lembra? – ele quebrou o silencio chamando minha atenção. — Após o roubo dos gabaritos, você pensou que eu poderia sair contanto e estragar tudo. Apesar de quase ter me matada sufocado, a forma como você agiu, grosseira, usando toda sua força, apertando seus dedos no meu pescoço só fez com que eu sentisse mais atração por você ter me desafiado.

Eu me arrependi tanto de ter agido daquela forma rude com ele, quase cheguei a mata-lo. Deixei as marcas dos meus dedos no pescoço dele e isso não foi legal. Eu contei pra ele do plano do roubo dos gabaritos, porque confiei nele mesmo não o conhecendo muito e deveria ter imaginado que ele não me trairia. O Jesse não trairia ninguém.

— Me desculpe por aquilo. Nunca mais vou fazer de novo! – apertei firme sua mão. Ele soltou um risinho. — Mas e você ainda tem o quadro que eu pintei pra você? Os tuneis entrelaçados cheios de cores.

— Claro que tenho! Está na casa do meu tio junto com os quadros dele na pequena galeria. – ele sorriu. — O quadro que você disse que significava que há diversos caminhos a se percorrer, mas que todos eles, chegam a um só quer lugar: o lugar onde que você quer estar. Certo?

— Sim! Você ainda lembra! – eu sorri largamente.

— Percorremos caminhos diferentes, passamos por muita coisa juntos e também separados. Mas acabamos chegando a um só lugar. Aqui. Agora. Juntos. Esse é o lugar onde quero estar. E você?

— Eu nunca tive tanta certeza de que esse também é o meu lugar. – me inclinei para beija-lo. — Onde você estiver, é onde vou estar.

Nos beijamos por um momento que pareceu eterno.

— Eu também ainda tenho o céu que você pintou pra mim. – confessei assim que nos afastamos. Voltei a deitar. — Mesmo que no início tenha sido contra a sua vontade. Pra mim, naquele dia o que você disse, foi uma das coisas mais bonitas que já ouvi de você. – novamente me inclinei para olhar dentro do seus olhos. — “Enxergar o céu dentro dos olhos da outra pessoa mostra o quão o amor é forte ao ponto de nos fazer enxergar muito além do que realmente podemos ver.”

Ele ergueu o pescoço para poder me beijar. Eu nunca me cansaria de beija-lo, cada vez que nos beijamos parecia diferente da última vez.

— Parece que foi ontem quando você compôs pra minha pela primeira vez, ou todas as vezes que mesmo você namorando a Alexa nós acabamos nos beijando por impulso e envolvemos tantas pessoas inocente nessa história, ou todas as vezes que me senti confusa em relação ao que eu sentia por você com medo de perder as lembranças do Brandon para sempre, ou quando eu sentia que poderia confiar em você e revelar todos os meus segredos como nunca antes tinha relevado a ninguém.

De repente me vi incapaz de continuar a falar tudo que eu queria dizer e que ele soubesse. Comecei a sentir a lágrimas quentinhas descerem pelas minhas bochechas. Eu queria esconder minha tristeza repentina, mas o Jesse acabou percebendo por causa dos meus fungados.

— Hayley, o que foi? – a voz dele era calminha. Ele inclinou-se sobre mim e começou a enxugar minhas lágrimas com ar de preocupação. — Eu pensei que estava bom pra você ficar lembrando da gente, de tudo que vivemos, de todas as burrices que cometemos, de todas as experiências que nos deu aprendizado, dos erros, dos acertos, de cada momento especial.

— Não é isso, Jesse. – eu consegui me sentar, ele fez o mesmo me puxando para um abraço. Acabei molhando a blusa dele.

Eu estava mesmo gostando dessa espécie de flashback da nossa história. Tudo que esteve guardadinho, protegido e acumulado do lado de dentro de mim, no castelo particular que construí para nós dois para nos guardar de todo mal que tentasse nos impedir de ficarmos juntos.

Mas eu não estava chorando só de tristeza, era uma mistura de tudo ao mesmo tempo. Algo que eu não conseguia explicar em palavras e optei em chorar para descarregar a alma.

— Você me salvou da pessoa que eu costumava ser de todas as maneiras possíveis. – mesmo chorando, eu precisava dizer algumas ultimas coisas. Virei de frente pra ele e segurei seu rosto. — Você me salvou na piscina quando a vaca loura tentou me afogar como um herói; você me salvou da dor que eu sentia pela morte do Brandon que eu quase não conseguia suportar sozinha, mas você esteve ali ao meu lado; você me salvou das drogas, das bebidas, do cigarro e da falsa perspectivas que eu tinha da minha própria vida como se a diversão fosse tudo que eu precisasse para ser feliz com jeito implicante e absurdamente chato; você me salvou de ser uma má aluna e acabar repetindo outra vez com a insistência de que eu fosse uma pessoa melhor a cada dia e mesmo sem saber você me salvou dos meu terríveis pesadelos desde que o Brandon morreu, quando eu te conheci eles foram substituídos por sonhos maravilhosos. Você me salvou todo o tempo desde que nos conhecemos e eu serei eternamente grata a você por ter me dado uma chance e não ter desistindo de mim mesmo quando as coisas foram difíceis para nós.


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Notas finais do capítulo

Se encontrarem qualquer erro gramatical, me avisem, por favor.



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