Do Lado De Dentro escrita por Mi Freire


Capítulo 38
Briga


Notas iniciais do capítulo

A Amy está passando por uma fase difícil. Logo vocês saberão o porque dela está se comportando assim. Mas não a culpem por isso. Coloco-se no lugar dela. Afinal, como você reagiria se soubesse que sua amiga é afim do garoto que você gosta? Não me parece fácil. O que eu sei é que cada um reagiria de uma maneira. E ela resolveu agir assim acreditando ser o melhor.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/422544/chapter/38

"E quantas vezes você olhou pra cima e perguntou: Até quando vai ser assim?”

É uma sexta-feira agitada. Já estamos no final de fevereiro.

Natalie anda de um lado para o outro pelo colégio entregando convites para a festa de amanhã. Eric está a ajudando. Mas ele também faz parte do grupo de atletas do internato. Eu me dispus a ajuda-la na entrega dos convites assim que saísse da ultima aula do dia: gramática.

Tyler está me esperando do lado de fora da sala. Já com seu uniforme de capitão do time de basquete. A tarde é hora do treino. E sempre que dá ele vem me ver antes de passar o resto da tarde longe de mim com o time.

— Eu trouxe isso pra você. – diz ele, entregando-me uma caixinha com diversos bombons. Como toda garota, ou como a maioria, eu sou louca por chocolate.

— Oh Tyler. Não precisava. – é claro que precisava. Dou-lhe um abraço toda sorridente. — Onde conseguiu isso?

Ainda tem muita gente saindo da sala. Entre eles, o que mais me chama a atenção, Jesse e Alexa de mãos dadas.

— É claro que não vou te contar. É segredo. – ele me dá um rápido beijo. Tyler vem se saindo um ótimo namorado. — Até mais tarde.

Quando me viro para ir atrás de Natalie que está me esperando em algum lugar, vejo que Jesse estava me olhando. Quando olho para ele, ele tenta disfarçar. Mas já é tarde demais. Não sei se sorrio por dentro por ele ver o quanto estou feliz com Tyler ou se sinto magoa por ele ter flagrado um momento tão intimo.

— Finalmente Hayley! – Nath abre um largo sorriso a me ver. — Meu namorado acaba de me abandonar pelo time. Pensei que você não viria mais. Agora é sua vez de me ajudar.

Nath está organizando uma grande festa para amanhã. Vamos comemorar o aniversário da Amy e do Tyler. O dela é no sábado, no dia da festa, e do Tyler é no domingo. Coincidência ou não. Decidimos que o melhor seria festejar os dois aniversario juntos em um dia só. Os dois aniversariantes concordaram radiantes. Mas primeiro, tivemos que ter uma conversinha com a senhora diretora que acabou aceitando também.

— Que bom te ver sem aquele babaca do seu namorado. – é o Oliver. Encontramo-nos no refeitório onde a maioria já está almoçando e eu aproveitando aquele momento para entregar os convites.

— Oliver! Pare. Ele é meu namorado! – não adiante discutirmos sobre aquilo. Nós nunca chegaremos a um acordo. — Já terminou de almoçar? – reparo seu prato vazio. — Agora, venha me ajudar com esses convites. Afinal, a Amy também é sua amiga. Ou até mais do que isso.

Como resposta ele soltou um risinho. Afinal, o que será que realmente acontece entre eles? É a minha amiga e o meu irmão. Mesmo que a Amy não tenha me dado a mínima nas ultimas semanas desde sua mudança repentina e radical de comportamento e visual.

— Eu vou ligar pra mamãe. – disse ao final da tarde. Já tinha entregado a todos os convites juntos. — Você quer falar com ela?

Algum tempo atrás eu não teria perguntado ou muito menos tocado no assunto. Oliver odiava nossos pais. Mas agora, ele é um novo garoto, mais sensível, carinhoso, o oposto do que ele costumava ser.

Em outros tempos nem eu teria me importado em ligar para casa para falar com a mamãe. Quanto mais longe melhor. Mas agora, desde a nossa pequena conciliação durante as férias de inverno, acho que mamãe conseguiu despertar em mim, algo que antes eu me recusava a sentir por ela.

Oliver e eu fomos até a sala de visitas usar o telefone. Eu fui a primeira a falar com a mamãe. Que ficou muito surpresa com a minha ligação inesperada. Conversamos por muito tempo. Sobre assuntos aleatório, simples e comuns entre uma mãe e uma filha. Pedi a ela um favor, muito contente mamãe o faria por mim. Depois passei o telefone ao Oliver.

— Ela tá chorando. – ele disse tirando o telefone do ouvido para mamãe não escutar.

Deixou-o sozinha ao telefone para ficar mais a vontade. Minha mãe deveria estar sentindo uma emoção nunca sentida antes ao falar com o novo eu do próprio filho.

Estava comendo rosquinha na manhã seguinte de sábado com Tyler quando Raquel nos interrompe para me dar um recado. Minha mãe está aqui e quer me ver. Lembrei que pedi a ela um favor. Provavelmente ela veio me trazer o que pedi.

— Posso ir com você? Dar um “Oi” a minha sogrinha. – Tyler sorria feito uma criança prestes a ganhar um presente de natal.

— Claro que não pode! – beijei sua testa ao me levantar. — A visita dela até aqui tem haver com você.

— Tudo bem. Você venceu! – ele revirou os olhos. Jake estava se aproximando. — Mande um beijo pra ela por mim.

Fui correndo até a sala de visitas. Ao chegar lá encontro mamãe abraçada ao Oliver. Fico de longe observando aquela cena tão bonita e familiar, mas que eu nunca presenciei antes.

— Venha aqui você também mocinha. – mamãe me chamou a me ver parada na porta de entrada. Ela queria que eu também fizesse parte daquele abraço. Uni-me a eles. — Eu amo vocês.

Mamãe entregou-me os embrulhos que ela trouxe. Entregou algo também ao Oliver na qual eu não fiz questão muito de saber. Não queria me intrometer. Conversamos por um tempinho e depois nos despedimos.

Já estava quase na hora da festa. Todos, literalmente todos, foram se arrumar e o internato ficou vazio, pouco movimentado.

Coloquei um jeans claro rasgado, uma blusinha folgada preta com uns desenhos muito sinistros, minha jaqueta preta de couro e meus coturnos de cano médio. Nath me ajudou com o cabelo e a maquiagem. Eu não deveria me importar tanto com a aparência, mas agora sou a namorada do aniversariante, o Tyler. Preciso estar apresentável. Ela delineou meus olhos e esfumaçou com preto. Com o auxílio da chapinha e sacador ela ondulou meus cabelos dando volume e naturalidade.

Natalie preferiu a um vestido simples preto e uma jaqueta jeans, meia calça fina e All Star, o batom vermelho e a franjinha de lado.

Amy não queria a ajuda de ninguém. Ela mal falou conosco. Entrou no quarto apenas uma vez para pegar umas coisas e depois saiu, provavelmente para se arrumar em outro lugar, longe de nós, ou especificamente de mim.

O salão de festas já estava razoavelmente cheio, a decoração impecável que Natalie mesma cuidou de cada detalhe, o DJ já estava se preparando para ligar o equipamento e os garçons distribuem os refrigerantes já que não podemos ter nada de bebida alcoólica. Mas certamente Tyler deu um jeito nisso. Mesmo que às escondidas.

De inicio, peguei um refrigerante. Natalie saiu com Eric para revisar os últimos detalhes para o inicio da festa. De longe vi Jesse e Alexa entrarem juntos. Tentei não reparar nos dois. Virei-me para o lado oposto acenando para alguns amigos do Tyler em um canto.

— A noite será maravilhosa. – ouço Tyler sussurra no meu ouvido mordiscando minha orelha. Viro-me para com um sorriso, enlaçando-o pelo pescoço enquanto ele me dá um selinho.

Tyler está com um jeans preto, camiseta xadrez de manga longa em tons azulados, Vans e um boné virado pra trás.

— Vamos dançar? – sugiro deixando meu corpo descartável já vazio em um canto qualquer. Tyler e eu somos os primeiros na pista de dança e bastou darmos a iniciativa para que muitos outros se unissem a nós.

— Aquela ali não é a Amy? – estávamos em silencio até então. Tyler me roda e eu olho na direção em que ele está olhando.

Amy acaba de entrar no salão de festas acompanhada do meu irmão que está perfeitamente impecável sempre em tons neutros. Já Amy está irreconhecível com um estilo que não tem nada a ver como ela e mesmo assim não deixa de estar bonita com um vestido tomara que caia preto justo na cintura e mais soltinho para baixo, meia calça arrastão, coturno de cano médio e um sobretudo. A mecha vermelha está ondulada na lateral do seu cabelo, a maquiagem preta ressalta sua pele branca e pálida.

Todos param para olha-la.

— Uau. – Tyler está sorrindo. — O que ela fez com a Amy?

Estou boquiaberta, mas isso não é nem o começo.

Porque será que as coisas me afetam tanto? Ainda mais agora do que antes. Eu só tenho que fingir que isso não me incomoda, não me afeta, que não tem nenhuma importância. Eu deveria cuidar da minha própria vida e deixar a da Amy e do Jesse com Alexa em paz.

— Relaxa meu amor. Aproveita a noite comigo. – Tyler e eu vamos até o seu grupo de amigos onde Jake está fazendo todos rirem.

— Querem uma bebida? – Ariane, que no momento é a ficante do Jake, me estende um copo de plástico azul. — Fica com essa.

Não é uma bebida qualquer, é cerveja. E todos eles estão tomando também. Pouco a pouco todos nós vamos ficando mais alegres que o normal. As luzes do salão se apagam o que me faz lembrar de uma boate das quais eu costumava frequentar. Outras luzes coloridas começam a piscar e tudo parece rodar devagar e mover-se em câmera lenta.

— Eu preciso ir até o banheiro. – sussurro no ouvido do Tyler lá que a música está terrivelmente alta. O salão está tão cheio que quase não há espaço para movimentar-se ou respirar.

Esbarro no Jesse pelo caminho. Olho para os lados e nenhum sinal da Alexa. Não que isso realmente importe. Ele não parece bem, mais isso também não é da minha importância. Não nos falamos desde a vez em que ele me derrubou no chão.

— Festa legal essa. – ouço o dizer antes de sair de perto dele para continuar indo em direção ao banheiro. — Você ajudou a organizar? Seu namorado é um cara de sorte.

Olho para ele com a sobrancelha arqueada.

— Não enche Jesse. – dou as costas. Sinto-o puxar-me pelo braço.

Quando é que ele vai aprender o verdadeiro significado de “fica longe de mim”?

— Acho que uma vez você comentou que sua namorada era um pouquinho ciumenta. – estou encarando ele. — O que ela diria disso?

— Facilita Hayley. Eu só estou tentando ficar numa boa com você como éramos antes de tudo aquilo acontecer.

— Eu pensei que tivesse ficado bem claro quando eu disse que precisava de um tempo. Um tempo indeterminável. – ele engoliu em seco e pela primeira vez na noite dou uma bela conferida nele.

Jesse está com uma calça caqui, camisa azul-marinho de mangas longas para esconder as cicatrizes e um sapato em um marrom mais escuro. Os cabelos dourados estão razoavelmente bagunçados.

— Agora me solta. Preciso ir ao banho. – não precisei implorar, e ele rapidamente me soltou. Passei por algumas pessoas e entrei finalmente no banheiro razoavelmente vazio.

Enquanto lavava as mãos com sabonete liquido ouvi um ruído estranho vindo de trás de uma das portas. Revirei os olhos sorrindo para o meu reflexo no espelho. Certamente há um casal se pegando ali atrás tentando não fazer barulho, mas pelo visto, não está funcionando muito bem. Não quero nem imaginar o que tanto eles fazem ali.

Estreito meus olhos para ter certeza de que estou vendo direito o que acabo de flagrar após sair do banheiro. Dessa vez não tem nada a ver com o Jesse e a Alexa. É com a Amy. Ela está num canto muito escuro, mas sua mecha vermelha te denuncia. Amy está acedendo um cigarro.

Caminho firme até ela.

— O que pensa que tá fazendo? – pego o cigarro de sua boca e o atiro no chão. — Quem foi que te deu isso? – olho para ela assustada por eu ter a pego em flagrante. — Ah, Oliver. Só poder ter sido ele.

— Não! – ela respondeu rápido demais, eu já estava indo atrás do meu irmão para dar umas boas porradas nele. — Não foi ele. Eu consegui isso sozinha. E posso conseguir outros.

Eu ri incrédula.

— Você está se comportando como uma criança Amy! – balanço a cabeça negativamente sem conseguir acreditar naquilo.

— Como uma criança? – ela sorri, toda infantil. Quase orgulhosa de si mesmo. Se o plano era me deixar furiosa ela conseguiu. — Como você?

Antes que eu seja capaz de bater nela, saio dali muito contrariada em busca de ar. Preciso ir até lá fora.

Tem uns casais muito bêbados espalhados pelos corredores e pelo jardim. Pelo visto, Tyler conseguiu muita bebida dessa vez. Alguns casais estão exagerando nos beijos e nos amassos. Tento não olhar, é uma coisa horrível de ser ver. Fico imaginando quem cuida das câmeras de segurança nesse momento vendo a tudo aquilo de camarote. A senhora diretora vai ter um infarto a qualquer momento quando souber.

— Você quer outro? – viro-me para o lado. Antes mesmo de ver, já sei de quem pertence àquela voz. — Posso te arrumar quantos quiser!

Jake. Jake enfrente de Alexa, sem Jesse, encostada a parede, muito próxima do amigo do Tyler. Eles riem como dois velhos conhecidos. Jake passa a mão no cabelo dela. Alexa sorri toda sem jeito abaixando a cabeça e tentando não olha-lo. Não estão muito longe de onde estou, por isso, posso ouvir perfeitamente o que conversam.

Vejo quando ele oferece um baseado para ela. Então, era sobre isso que eles conversavam? Estou atordoada demais para acreditar. Já vi coisas piores na minha vida fora daqueles portões e da segurança. Mas parece que justamente essa noite as pessoas resolveram se revelar. Em pouco menos de duas horas de festas já vi e já escutei o suficiente. Estou ficando maluca. Talvez seja só o efeito do álcool. Apesar de eu estar me sentindo perfeitamente normal e bem.

— Cadê a sua namorada? – corro de volta para dentro do salão onde a festa está cada vez mais animada. Sinto cheiro de bebida e suor.

— Nós tivemos uma pequena discussão. – Jesse revela levemente abalado. — Mas porque a pergunta?

— Acho bom você ir atrás dela. – é tudo que revelo. Não querendo me meter muito naquela história. Não quero que ele pense que estou com ciúmes ou querendo acabar com o namoro dele. Quanto menos eu me envolver será melhor para todos nós.

Encontro-me com Tyler fumando um cigarro descaradamente na frente de todo mundo. O que me fez lembrar a Amy. Olho para os lados a procura dela. Amy está embriagada na pista de dança. Pelo menos dessa vez Oliver está com ela.

— Eu já disse o quanto você está absurdamente linda essa noite? – Tyler sorri para mim aproximando seu rosto do meu.

Ele me rouba um beijo.

— Não, mas obrigada. – tento sorrir. — Agora me passa aqui esse cigarro porque a minha cabeça está a mil.

Tento me livrar de todos meus maus pensamentos distraindo-me ao lado de Tyler enquanto nos beijamos, trocamos carinhos e tentamos dançar misturando-se a multidão. Afinal, hoje é a noite do Tyler. Amanhã é seu aniversário, ele merece meu tempo só pra ele.

— Estou preocupada com a Amy. – Nath me puxa para um canto, olhamos para a mesma direção. Amy desequilibrando-se enquanto dança completamente bêbada. O que me lembra o ano-novo. Mas hoje, ela está verdadeiramente pior. Como nunca antes. — Ela vai ter um coma alcoólico a qualquer momento.

— Eu queria poder dar um jeito nisso. Mas ela definitivamente me odeia. – eu e Natalie trocamos um olhar preocupado. — Por enquanto, vamos deixar assim. Hoje é o dia do aniversário dela afinal.

Volto para perto de Tyler. Ele me abraça.

— Chega de bebida por hoje, ta?

— Por quê? Ah! – ele faz beicinho. — Você está preocupada comigo?

— Sim. E eu sempre estarei. Agora, por favor, não beba mais.

— O que você quiser. – ele me cobre de beijos.

Nath sobe ao pequeno palco após o termino da música pegando o microfone em mãos e todos param para olhar pra ela. Nath anuncia que a banda do Jesse vai se apresentar nesse momento e todos se agitam.

Os garotos tomam conta do palco e dos instrumentos. Cada qual em seu devido lugar. Jesse lá no fundo, atrás da sua bateria. Eu nem sabia que eles iriam se apresentar essa noite. Natalie não chegou a comentar, mas eu já deveria ter imaginado.

Pela primeira vez na noite, um pouco mais a frente apoiada no meu irmão, Amy está quieta com os olhos vidrados no palco. Especificamente no Jesse. Sei que ela não o esqueceu mesmo depois das verdades que lhe contei e eu nem sei se algum dia será capaz de esquece-lo ou me perdoar por ter me apaixonado por ele.

Essa não é só mais uma música de amor

São pensamentos soltos

Para que você possa entender

O que eu também não entendo

Amar não é sempre ter certeza

É aceitar que ninguém

É perfeito pra ninguém

É poder se você mesmo

Sem precisar fingir

E não precisar esquecer

E não conseguir fugir

Quando penso em alguém

É em você que eu penso

Agora o que vamos fazer

Porque eu também não sei

Será que amar é mesmo tudo isso?

Saio correndo deixando Tyler confuso para trás. Passo entre as pessoas com os braços voltados para cima acompanhando a banda como se fossem verdadeiramente fãs. Não posso ouvir a letra daquela canção, não a musica que Jesse compôs. Sinto, todas as vezes que a ouço como se estivéssemos conectados de alguma forma naquelas frases enigmáticas que fazem minha mente mergulhar em um mar de incertezas.

Parada ao corredor sinto que posso finalmente respirar melhor enquanto meus olhos tentam se adaptar a luminosidade. Mentalmente tento contar a dez com os olhos fechados enquanto encosta-me à parede fria para voltar ao equilíbrio normal. Meu coração se recupera aos poucos desacelerando lentamente.

— A música. Acho que ele a fez pra você. – abro os olhos ao ouvir a voz que me pega de surpresa. Amy. Com os olhos negros vermelhos.

— Não é verdade. – passo a mão no cabelo timidamente, evitando o contato dos seus olhos.

— Não seja faça de sonsa Hayley! – ela eleva o tom de voz, coloca-se em minha frente com o dedo apontado para o meu rosto. — Eu sei. Você sabe. Você me contou toda a verdade! Não tem porque mentir. Você disse, que dessa vez, seria sem mentiras, lembra?

— Você tem razão. – balanço a cabeça negativamente suspirando fundo. Sou uma tola. Uma tola mentirosa. — Mas dessa vez, não posso afirmar isso. Jesse nunca me falou que...

— Tá na cara Hayley! – ela me interrompeu grosseiramente. Os olhos curiosamente vermelhos por causa da bebida alcoólica. Mas nesse momento Amy não parecia tão bêbada. — A música é pra você! Pare de mentir pra mim! Pare de mentir pra si mesma! Chega.

Como um búfalo selvagem furioso, a minha frente Amy bufa com uma raiva incomum que eu nunca vira antes. Não demorou muito para que ela partisse pra cima de mim com as unhas na direção do meu rosto pronta para me atacar como uma águia. A minha primeira reação foi me defender, tentando detê-la. Mas não fui rápida o suficiente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

As coisas complicaram. O que será que vem a seguir? Era para ser só mais uma festa animada para todos se divertirem. Mas as coisas tomaram outro rumo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Do Lado De Dentro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.