Do Lado De Dentro escrita por Mi Freire


Capítulo 27
Irmão


Notas iniciais do capítulo

Surpresas em família.



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"Quem me dera poder concertar tudo o que eu fiz."

Ainda tive que olhar pra cara do Jesse durante o resto da noite pelo jantar. Tentando conter a minha vontade de voar em cima dele e esfolar aquela sua cara de imbecil. Quando ele disse que ia embora, não me esforcei para acompanha-lo até a porta. Amy fez questão de fazer isso por mim. E só depois que ele se foi, sem ao menos termos conversado, senti um aperto no coração. A minha ultima saída era ir dormir e tentar sossegar a minha mente conturbada.

Já deitada em meu quarto escuro, virava de um lado para o outro muito impaciente, olhando para o celular sobre o criado mudo ao lado, na esperança que ele tocasse. Mas não tocou. Ouvi um barulho na porta do meu quarto. Fechei os olhos rapidamente para que Amy pensasse que eu já havia pegado no sono. Quando senti alguém se deitar perto de mim, tive a certeza de que não era Amy. E sim o Tyler.

— Me deixa ficar aqui essa noite? Deixa, vai. Eu quero tanto ficar aqui com você. Agarradinhos. – Tyler já estava se acomodando de baixo da minha coberta, puxando meu corpo pra junto do dele.

— Tyler...

— Por favor. Só um pouquinho. – ele fazia bico, igual a uma criança mimada. Credo! — Eu sei que a Amy tá dormindo aqui. Mas, eu prometo, juro, que não vou demorar.

Dei-me por vencida. Entrelaçando seu corpo no meu. Tyler puxou minha nuca para podermos nos beijar. Não sei o que seria de nós se meus pais ou meus irmãos no pegassem ali, agora, em um momento tão intimo.

Beijávamo-nos sem parar.

Até ouvirmos um grito agudo vindo da porta. Amy. Amy entrou no quarto sem que percebêssemos. Provavelmente acreditara que eu estava dormindo e não queria incomodar. Até nós ver. Movimentando-se debaixo das cobertas com nossos beijos calorosos.

O quarto parecia muito quente, mesmo no frio.

— Não grita Amy! – Tyler levantou-se. Antes que ela pudesse alertar toda a família. — Somos nós. E não estávamos fazendo nada. Nada de errado. Mas agora que você chegou e atrapalhou tudo, eu tenho mesmo que ir. Boa noite pra vocês duas.

— Nossa! Como eu poderia saber? – Amy parecia envergonhada. — Desculpe se atrapalhei algo que estava prestes a acontecer. Eu só vim pra dormir e, acabei vendo o que não devia. Sinto muito.

— Não sinta. Nem precisa se desculpar. – dei as costas, para ela se trocar. Colocando seu pijama cor-de-rosa. — E você não atrapalhou nada e nem viu nada também. Não ia acontecer nada de mais.

— Você está estranha...

— Impressão sua. – fechei os olhos. Só pensava em que precisava dormir. Dormir agora. — Boa noite, Amy.

Acordei no dia seguinte sem conseguir abrir os olhos. Como se estivessem pregados. Além da exaustão. O cansaço, não só psicológico, mas também físico. Como se um trator tivesse passado por cima de mim durante a noite.

— Você está com febre filha! – mamãe mediu minha temperatura com a mão, depois para ter certeza ela pegou um termômetro. — Vou pegar um remédio pra você.

Qual fora a ultima vez em que estive doente?

Não consegui sair da cama. Mamãe me trouxe o café da manhã na cama. E eu realmente estava começando a gostar da ideia de estar doente. Quando é que recebo cuidados e tanto carinho? Amy parecia preocupada comigo. Mas certamente não era nada de mais. Eu deveria ter pegado uma gripe ou coisa do tipo. Não me sentia tão mal.

— Tem certeza de que vai ficar bem? – Amy perguntou, sentada ao meu lado. Segurando minha mão sobre o colo. — Você não quer que eu fique aqui com você? Posso dizer aos meninos que...

Amy ia sair com Oliver e Tyler para ver o ensaio da banda de Jesse.

— Claro que eu vou ficar bem, amiga. Olha só pra mim. Minha mãe não sai do meu pé. Traz-me tudo que preciso bem aqui, na cama. – sorri, satisfeita. — Vai lá, vai. Vai se divertir! Eu vou me cuidar.

— Tudo bem. – ela beijou minha testa. — Eu vou.

Amy se foi. Tyler só espero que ela saísse para entrar no quarto.

— Eu já sei que se eu pedir pra ficar, você não vai deixar. – ele disse tristinho e divertido ao mesmo tempo. — Então eu vou. Mas volto logo.

Tyler me deu um beijinho e se foi também.

Apesar dos mimos tanto da minha mãe quanto dos meus sobrinhos, passei o resto da manhã me sentindo dominada pelo tédio. Assisti desenho na tevê e outros programas bobinhos. Por um momento consegui me distrair. Quando sentia fome eu gritava. Alguém aparecia correndo para ver o que eu precisava. Sentia-me como uma invalida. Estava exagerando de proposito. Mas no fundo, eu gostava muito de me sentir tão bem cuidada pela minha própria família.

Depois consegui dormir. Só acordei pelas duas e meia da tarde, sentindo o cheirinho do almoço invadir meu quarto. Dei um grito assustado, quase caindo no chão. Quando vi Jesse bem a minha frente, todo sorridente, como uma assombração dos filmes de terror.

— Você não deveria estar ensaiando? – perguntei curiosa, sentando-me pela primeira vez. Até pra comer, eu fazia manha. Mas como Jesse ali, as coisas eram bem diferentes. Eu queria poder olhar melhor pra ele. Avalia-lo. Observa-lo. Então me sentei.

— Dei uma escapadinha assim que pude. Amy comentou que você não estava se sentindo muito bem. Fiquei preocupado. – seu sorriso desapareceu. — É algo muito grave?

— Que nada. – fiz um gesto despreocupado. Descendo um pouco a minha coberta. Sentia calor. A febre deveria está passando. — Uma gripe misturada com preguiça, exagero e manha.

Jesse riu.

— Então, que bom que não é nada muito sério. – ele sorriu de lado, extremamente charmoso. — Tem problema se eu ficar aqui um pouquinho com você? Dei um perdido na galera. Não posso voltar agora.

Assenti. Concordando. Claro que ele pode ficar. Claro!

— Sei que na noite passada tivemos um pequeno atrito. Mas que amigos não brigam de vez em quando? – foi estranho, a maneira como ele falou amigos. Não que não sejamos. Mas às vezes parece muito mais que simples amigos. — Mesmo assim, peço desculpas.

Mamãe apareceu no quarto, acompanhada de Lucy, antes que eu pudesse dizer algo a Jesse. Pra minha sorte, agradeço mentalmente por elas terem aparecido. Mamãe trouxe sopa.

— Deixa que eu cuido disso, Margaret. – Jesse pegou a sopa cuidadosamente. Mamãe despediu-se com um rápido aceno com Lucy logo atrás. — Vamos lá Hayley. Sente-se direito. Você tem que comer.

— Eu sei que tenho. – ajeite-me sobre a cama. — Mas posso fazer isso sozinha. Sabia? Ainda tenho as duas mãos.

— Quanto sarcasmo! – ele sorriu. — Eu sei que sim. Mesmo assim, quero poder fazer por você. Como um gesto de carinho, e um "pedido" de desculpas.

A cena é ridícula: Jesse me dando sopa na boca. Que coisa mais estupida! É tão eca. Lembro-me da vez em que o vi fazer o mesmo com Alexa. É mais do que claro que Jesse é um garoto... Romântico.

— Agora chega. – digo, impaciente. — Já estou cheia.

Ele assente de maneira passível. Jesse coloca o prato vazio sobre o criado-mudo. Ele se remexe sobre a cama. Sentando ao meu lado de maneira espaçosa com as costas na cabeceira.

— Vem.

Jesse faz com que eu me sente entre suas pernas, com a cabeça apoiada em seu peito. O que ele pensa? Jesse acha que eu sou mesmo um bebê ou uma criança indefesa. Cansadas de brigas eu não recuso ao seu convite. Gosto do seu carinho e gosto de sua atenção e delicadeza.

— Quando eu ficava doente, minha mãe me mimava de todas as formas possíveis. E eu adorava aquilo! Mas o que eu realmente mais gostava era quando ela me colocava em seus braços, sobre seu colo, e eu me aninhava ali. Ela me fazia carinho, e eu me sentia quase um bebê outra vez.

Exatamente como você faz comigo – pensei.

— Você gosta? – ele beijou minha testa. Duas vezes. — Quero dizer, gosta do meu carinho? Porque eu gosto de te fazer carinho. Gosto de te sentir pertinho de mim. É uma sensação tão única! Sinto tantas coisas ao mesmo tempo. Uma mistura de “eu nunca senti antes” com “eu quero sempre mais” e “não posso solta-la por nada.”.

— Então, não solte. Nunca mais. – surpreendi a mim mesma ao dizer. Fechando meus olhos cada vez mais cansados. Senti o corpo de Jesse amolecer, como se ele já esperasse pela minha resposta. — Porque eu também gosto. Gosto de estar com você.

Alinhei minha cabeça em seu peito sentindo seu perfume em seu moletom preto. Jesse repousou seu queixo sobre a minha cabeça. Poderíamos dormir assim. Eu não me importaria. Desde que ele não saísse de perto de mim por nada.

Muito distante, como se minha alma tivesse deixado meu corpo em repouso, senti uma voz vindo bem lá do fundo. Jesse estava cantando baixinho perto do meu ouvido. Uma música serena e calma. O sono se instalava cada vez mais em mim.

Ele é minha cura. Adormeci.

— Ei Hayley, acorde. – Jesse se remexia, me fazendo balançar. Despertando-me dos meus sonhos. — Acabamos dormindo juntos. Desculpe ter que te acordar. Mas eu preciso ir. Vão me matar!

Antes de partir, Jesse beijou o alto da minha cabeça, deu-me um ultimo sorriso e se foi. Deixando-me sozinha, com aquela sensação de vazio, como se faltasse algo. Voltei a dormir.

— Mãe? O que tá fazendo aqui? – perguntei ao abrir os olhos, ao despertar pela segunda vez. Mamãe está sentada de frente pra minha cama na cadeira giratório da escrivaninha. Ela me olha como aqueles bonecos assassinos dos filmes.

— Só estava te olhando. – ela balançou os ombros com desdém. — E percebi o quanto você cresceu, Hayley. – ela abriu um sorriso.

— Mãe, que papo é esse? – sentei-me, atordoada. Já me sentia bem melhor agora. Não mais me sentia uma doente. Com febre ou nada do tipo.

— Só queria conversar com você, filha. Queria aproveitar que todos saírem de casa. Somos você e eu. – ela ainda sorria. Mas o que mais aquilo poderia significar? — Eu tenho tantas coisas pra falar! Mas só consigo pensar em uma coisa: o Jesse. E você. A maneira como vocês agem diante um do outro, como se olham, conversam, se tocam... É tudo tão apaixonante! Será que só eu percebo? – sim, eu estou muito confusa. Mas não ouso interrompe-la. — É estranho ter que te dizer isso. Até porque, sei que você ainda não está completamente curada, digo, da morte do Brandon. Mas quando olho pra você e o Jesse juntos é quase como se pudesse olhar para você e o Brandon outra vez. Brandon, o único garoto na sua vida, que conseguiu te transformar em uma pessoa completamente diferente do que está habituada a ser. E mesmo que você diga pra si mesma e acredite que nenhum outro garoto poderá fazer de você o que ele fez sem esforço algum. Digo, agora, pra você, que está errada. Sabe por quê? Porque não quer enxergar as coisas com outros olhos! Não quer ter que admitir que o Jesse é uma daquelas raras e boas segundas chances que a vida oferece a quem mais precisa...

— Mãe. Chega. Por favor. – sentia-me meio zonza como uma barata sem saber pra onde ir. Nenhuma daquelas palavras parecia fazer sentidos. Estava enjoada. Nada estava sendo absorvido. — O que pensa que é pra chegar até aqui e me dizer essas coisas? Não fazem sentido! Você está completamente enganada. E sabe por quê? Porque você não sabe nada de mim. Nunca soube. Não haja como se me conhecesse. Você é minha mãe, mas isso não significa nada. Nada!

Acho que fui longe demais. Acho não. Tenho certeza. Falei sem pensar as primeiras coisas que me vieram à cabeça. Levantei-me assustada, andando de um lado para o outro. Ouvindo os pequenos barulhos que minha mãe fazia, porque ela chorava. Eu a fiz chorar! Porque sou uma estupida! Uma filha má e tão pouco mereço uma mãe como a minha.

Para o meu espanto, mamãe não me bate e nem diz nada. Ela sai correndo do meu quarto cobrindo o rosto molhado com as mãos. Seu sofrimento é como um tiro no eu coração. Eu queria poder me desculpar ou voltar no tempo e reverter essa situação. Não dizer nada daquilo. Mas tudo que eu faço sempre acaba ficando pior.

Sou pega de surpresa, quarenta minutos depois, com Elisabeth entrando no meu quarto e agarrando o meu braço deixando as marcas de suas unhas na minha pele pálida. Olho pra ela sem entender. Mas percebo que em seus olhos há uma raiva incomum. Acho que ela e mamãe conversaram sobre o que aconteceu ali há alguns minutos atrás. Posso imaginar o porque dela está tão furiosa comigo. Uma fera.

— Você é uma garota estupida e sem noção! – ela grita na minha cara. Quero poder sair dali, chorar ou qualquer outra coisa. Menos encara-la. Beth e eu nunca nos demos bem. — Mamãe e papai nunca deram a você a lição que merece. Você é um caso perdido! Mas eu não vou deixar que você fale assim com a minha mãe. Como se fosse adulta o suficiente para gritar com ela e desrespeita-la. Estamos entendidas? – ela me chacoalhou. — Eu tenho ódio de você... irmãzinha. Nossos pais não merecem ter você como filha. Nem a você e nem a Oliver.

Eu sou forte. Sou forte a maior parte do tempo. Levo desaforos muito a sério e luto contra eles. Outras vezes, sou uma tola e fraca, me sinto pequena e não posso agir contra. Mas não posso permitir que minha própria irmã fale dessa maneira comigo. Como se eu e Oliver tivéssemos sido projetos maus feitos que possam ser facilmente descartados.

— Acha mesmo que tem todo essa moral pra falar assim comigo? – pergunto a ela, tirando suas garras de mim facilmente. — Você sempre foi à queridinha do papai e da mamãe. O orgulho da família. A base de tudo, o exemplo, a inspiração, idolatrada por tudo e por todos. Mas só foi entrar na faculdade, conhecer um carinha, que abandonou a quem mais te amava na vida: papai e mamãe. E saiu de casa como se não tivesse nada para ser deixado para trás. Sabe o quanto eles sofreram por isso? Muito. Por mais que tenham tentado disfarçar todos esses anos, eu sei o quanto sofreram em ter que te perder dessa maneira. – respirei fundo, recuperando o folego. — Eu sabia que esse dia ia chegar. O dia em que você ia sair de casa para explorar o mundo com as próprias pernas. Mas nunca pensei que você fosse capaz de agir de má fé com os nossos pais. Como se eles não existissem mais, como se não tivesse que agradece-los pelo resto de sua vida por terem amado a você mais que a própria vida...

— Cala a boca sua estupida! – Elisabeth não deixou que eu terminasse meu longo discurso. Eu tinha muito a dizer. Todas as coisas que eu guardei para dizer quando chegasse o momento certo. Beth é mal agradecida. E ela sabe o quanto a verdade dói. Por isso está tão mais nervosa agora que escutou de mim poucas e boas. — Eu te odeio!

Ela levantou a mão pra me bater. Foi tão rápido que não tivesse a chance de desviar. Sua mão me acertou em cheio na lateral do rosto. Senti as lágrimas arderem em meus olhos e minhas bochechas latejarem.

— Não ouse a tocar nem mais um dedo nela! – ouvi um rugido entrar no meu quarto. Estava tão cega de raiva, ódio e tristeza que mal vi meu irmão entrar no meu quarto e se deparar com aquela cena.

Oliver agarrou Beth pelo pescoço e bateu as costas dela com tudo na parede do meu quarto. Ela gemeu baixinho, assustada tanto quanto eu. Ele apertava forte o pescoço dela querendo sufoca-la. Exatamente como fiz com Jesse uma vez na sala de música.

Beth estava ficando velha, sem ar. Pensei que Oliver fosse capaz de mata-la ali mesmo, na minha frente, dentro da nossa casa. Afinal, somos irmãos. Mas não é como se aceitássemos isso numa boa.

— Se você tocar nela mais uma vez eu te mato. Juro que te mato! – ele não tirava os olhos dos dela. Os dois a poucos centímetros um do outro. Ela respirando com dificuldade e Oliver ofegante. Com os cabelos negros desalinhados e as veias do pescoço prestes a saltarem. — E não duvide do que sou capaz. Eu te odeio! Nunca gostei de você. Não teria nenhum pouco de compaixão. Na minha vida você é insignificante. Mas não vai, nunca, bater na minha irmã como se fosse a mãe dela. Ouviu-me bem?

Beth assentiu tremendo. Oliver a encarou por mais alguns segundos enquanto ela tentava não chorar na frente dele. De medo e de dor. Pude respirar de alivio quando ele a soltou e ela saiu correndo dali.

— Você está bem? – ele correu até mim. Tive medo que ele pudesse fazer algo contra mim. Oliver e eu nem sempre fomos muito amigáveis. Mas pude relaxar, quando ele segurou meu rosto com as duas mãos com carinho e cuidado. Como Jesse faz comigo. — Me deixa dá uma olhadinha nisso. – ele se referia a minha bochecha que Beth batera. — Ela te machucou? Eu juro que mato ela da próxima vez!

Oliver me abraçou. Um abraço forte e apertado. Um dos melhores abraços que já ganhei em toda a vida.

Só conseguiria descer até o andar de baixo se Oliver estivesse ao meu lado. Não precisei dizer nada ou pedir. Ele simplesmente entrelaçou seus dedos nos meus e me acompanhou. Do alto da escada, já podia se ouvir a agitação na sala de estar. A voz do meu pai rindo com Tyler, mamãe brincando com as crianças como se eu não tivesse a ofendido agora a pouco, Joseph conversando com Amy e nada de Elisabeth.

— Fique tranquila. Sei que ela não vai falar nada. – Oliver sussurrou no meu ouvido. Me passando confiança. Consegui sorrir.

Já lá em baixo, todos pararam para olhar para nós dois. Como se fossemos um casal que acabara de assumir o namoro diante da família. Sei que estão todos estranhando aquela cena. É uma loucura. Eu mesma estou surpresa comigo e com Oliver. Nem parece que somos aqueles dois velhos irmãos revoltados que mal se falam ou se olham. Agora, ali, de repete, tudo mudou. Pergunto-me por quanto tempo isso vai durar.

Espero que dure de agora, para todo o sempre.

Eu sempre amei meu irmão, apesar dele nunca ter me aceitado diretamente. E eu nunca ter entendido exatamente porque. Enquanto ele segura minha mão apertando levemente para mostrar que estar ali ao meu lado, sinto que posso sentir um pouco de esperança que nos daremos bem de agora em diante. Podendo contar um com o outro sempre que for necessário.

Será que isso tudo não passa de um sonho?


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Notas finais do capítulo

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