O Herdeiro da Ruina escrita por Fail Name


Capítulo 35
A Cidade além da Muralha


Notas iniciais do capítulo

O capitulo saiu mais cedo! Aeee

Devo dizer que a parte final está começando nesse capítulo, pois é, nem tudo dura pra sempre.. mas chega disso, vamos logo para o capitulo!



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POV – Nico

Os cinocéfalos ergueram suas lanças de madeira e porretes e todos avançaram sobre nós como uma horda sedenta de sangue. Peguei Amanda pelo braço e me transportei pelas sombras para cima de um dos casebres mais altos, evitando a investida.

– Nico, acima de nós!

Assim que olhei pra cima, um cinocéfalo saltou de uma árvore e caiu sobre mim, me imobilizando. Sua cabeça canina rosnava liberando seu bafo fétido que tinha cheiro de carne podre. Mas assim que o monstro abriu sua boca para começar a me mastigar, sangue vermelho escuro começou pingar em meu rosto. O monstro tombou pro lado com a adaga de Amanda perfurando em sua nuca.

– Nico... o que é isso? – Ela encarava suas mãos que sujas de sangue.

Sangue? Mas monstros não sangram. Eles apenas viram pó.

Três cinocéfalos subiram no casebre e encaram o seu colega caído. Um deles ergueu a cabeça e uivou tristemente enquanto os outros avançaram sobre mim com seus porretes. Eu desviei o trajeto do ataque do primeiro com minha espada e dei uma cotovelada em seu focinho, no segundo dei chute no peito antes que se aproximasse mais. Me voltei para o primeiro que tinha se recuperado do golpe e tentou me atacar novamente, evitei o golpe me abaixando e dei um rasteira. O monstro tombou no meu lado e bati em sua cabeça com o cabo da espada, assim ele desmaiou.

O segundo estava com raiva, ele rodou seu porrete no ar e tentou me golpear quando ainda estava no chão, mas desviei do ataque rolando para o lado e me levantei em seguida. Ele avançou de novo, me esquivei do primeiro e do segundo ataque. Eu evitava usar minha espada nele, pois eles, por alguma razão, sangravam. Eles não eram monstros comuns.

Comecei a revisar todas as lendas sobre os cinocéfalos que eu conhecia. Eles eram uma tribo de uma região da África, mas nessa lenda eles eram pacíficos, mas sumiram assim que os romanos chegaram na região. Uma tribo? Então eles eram reais. Não eram monstros, eram uma espécie inteligente como os humanos... cara, que lugar estranho.

Quando lutávamos, Amanda enfrentava o cinocéfalo que tinha uivado. Ele era habilidoso, mas Amanda logo conseguiu desarmá-lo e imobilizá-lo. O segundo cinocéfalo avançou sobre mim com uma mordida, mas abaixei no último momento e o soquei no estomago. Ele se curvou e eu apenas bati na cabeça com o cabo da espada para ele cair no chão, desmaiado.

Um grupo ainda maior estava escalando o casebre, eles eram muitos e não dava pra enfrentar todos. De onde estava consegui ver uma construção antiga a alguns quilômetros à frente, parecia uma antiga muralha. Era lá que precisávamos ir.

– Amanda. – Chamei, ela se aproximou e eu peguei sua mão.

Olhei novamente para a muralha, ela estava distante. Cinco cinocéfalos subiram o casebre e, antes de fazerem qualquer coisa, me transportei usando as sombras. Deixando esses esquisitos monstros para trás.

***

Assim que chegamos à muralha e dei o primeiro passo, senti minhas energias se esvaírem. Só não caí porque Amanda me segurou. Usar as sombras nunca foi tão cansativo, tinha alguma coisa estranha naquele lugar.

– Nico olha isso.

A vista da muralha era incrível. Uma cidade imensa cobria todo pedaço de terra dentro das muralhas, milhares de casas e até mesmo prédios ao estilo grego. Tudo parecia ser feito de mármore branco e de onde estava conseguia ver ornamentos belíssimos feitos em ouro e pedras preciosas em varias casas. Parecia que naquele lugar não havia pobreza ou miséria, era um lugar rico e próspero. Mas boa parte da cidade estava em ruínas. Imaginei como seria esse lugar atualmente se Poseidon não tivesse chutado o pau da barraca e destruído tudo.

Mais ao centro da cidade havia outra muralha circular. Benjamin provavelmente iria pra lá, já que o ele procura deve estar no lugar mais difícil de chegar. Olhei pra trás e vi a extensão da floresta. Ela cobria tudo até onde os olhos alcançam até chegar ao mar. Amanda ainda contemplava a cidade, quando ela de repente olhou pra mim assustada, dizendo:

– Eu estou sentindo algo estranho... – Ela se virou pra floresta – Ali, à esquerda. – Disse ela apontando para um ponto na floresta.

Eu não estava entendendo, não tinha nada lá, mas estão as árvores começaram a se mexer. Como se algo enorme estava passando por ali. Pássaros negros se agitaram e saíram voando daquele ponto, assustados.

– O que é aquilo?

As árvores continuaram se mexendo, então um tipo de rugido soou por toda ilha. Eu e Amanda tivemos até que tapar nossos ouvidos por causa da altura. Assim que o rugido acabou, uma explosão de fogo tomou aquele ponto na floresta. As chamas se espalharam pela floresta, causando incêndios em vários lugares. Foi um belo show de fogos de artifício.

– Amanda como você sabia que isso iria acontecer? – Perguntei.

– Eu não sei, nunca senti isso antes... parecia que algo ruim ia acontecer, como se um presença tinha acabado com a... paz? Eu realmente não sei.

Talvez seja algum poder adormecido que ela possua por ser filha da deusa da paz... o poder de prever algo que acabe com a paz, o poder de prever conflitos?

– Nico você está fazendo uma cara estranha. – Disse ela, me tirando do meu raciocínio.

– Nada, só estava pensando.

– Hum... o que vamos fazer?

– Vamos pra lá. – Digo apontando para a muralha mais interna. – Tenho quase certeza que Ben vai pra lá.

– Você consegue usar as sombras?

Usar as sombras estava sendo mais cansativo que o normal, mas não podíamos perder tempo ou arriscar nossas vidas atravessando a cidade.

– Não sei, mas vamos mesmo assim,

Ela se aproximou e pegou minha mão. Me concentrei e nos viajamos pelas sombras, de novo. Em vez de sairmos na muralha, acabamos caindo dentro de um canal. A água era lamacenta e fedida, parecia que alguém tinha pego todo peixe morto que encontrou no mar e jogou ali, só para dar o “aroma” característico.

– Nico! – Gritou Amanda.

– Desculpa, erro de calculo.

Usei as sombras novamente e dessa vez saímos no lugar certo. Logo em seguida senti uma dor terrível na cabeça pior que a anterior, como se ela tivesse sendo martelada constantemente. Amanda me segurou para não desmaiar no chão de cobre. Assim que as marteladas pararam, olhei melhor onde estávamos e notei que o chão, as muretas e tudo que estava lá era feito de com bloco de cobre. Mas Amanda nem prestava atenção nisso, ela apenas pegou um lenço e passou no meu nariz que tinha começado a sangrar.

– Isso nunca aconteceu antes... – Digo.

Ela me ajudou a me levantar e assim nós olhamos incrédulos para paisagem, pois de onde estávamos conseguíamos ver toda a Acrópole de Atlântida. A Acrópole era basicamente um imenso circulo com varias camadas em anéis que ia de fora para dentro e no centro ficava a parte principal da Acrópole. Cada anel tinha algo diferente e era dividido pelas muralhas. Existiam três anéis, no anel mais externo havia uma extensa estrada de pedra brancas com um córrego circundando a muralha; no anel intermediário, tinha um tipo de passarela que ficava por cima de mais água, nessa também havia centenas de fontes e chafarizes, mas boa parte estava destruída; e no anel interno, havia um tipo de pátio que circundava a muralha de oricalco da Acrópole, talvez era ali que o povo se reunia para anúncios reais, festas, etc.

Ainda tínhamos um grande terreno para cobrir, mas eu conseguia de deixar de me impressionar com o lugar.

– Que lugar inacreditável. – Disse Amanda.

– É... – Eu estava sem palavras. – Vamos seguir a pé agora. Tem uma escadaria ali e deve dar até aquela estrada.

Mesmo com tanto esplendor, a cidade emanava um presença maligna. Eu conseguia sentir espíritos vingativos em todo o lugar, mas eles não se aproximavam, nem chegavam perto. Como se evitassem contato comigo diretamente. Eles não seriam problema.

Mas infelizmente, não era de mim que eles estavam com medo. Era do ser sombrio que nos perseguia desde que chegamos, que quando eu o notasse, já seria tarde demais.

POV – Benjamin

Depois de explodir quase a floresta inteira, eu fiquei com fome.

– Akhlys, esses cogumelos são comestíveis? – Perguntei, apontando para um cogumelo branco com pintas rosadas.

– São sim, – Disse ela, verificando no livro. Eu comecei a colher algumas – se você quiser ter uma convulsão com a boca espumando.

Eu me virei para encará-la. Seus cabelos negros estavam presos num rabo de cavalo e ela vestia uma roupa ao estilo Lara Croft, só que na cor preta. Não me lembro de vê-la trocar de roupa. Ela me olhava inocentemente enquanto lia um livro chamado: “Guia de Cogumelos Silvestres”.

– Você é muito engraçada. – digo com sarcasmo.

– Eu sei.

Nós andamos mais alguns metros e encontrei outro tipo de cogumelo, esse parecia um cone com bordas tortas, tinha uma cor azulada.

– E esse? – Akhlys folheou o livro e disse:

– Ah, esse é bom. Bom pra ficar doidão! – Ela riu com a própria piada.

Dei os ombros e começamos a andar novamente.

A floresta estava bem quieta, diferente de uma hora atrás. Quando eu estava sendo perseguido por cervos-alados carnívoros. Eles eram indestrutíveis, mas com a ajuda de Akhlys, consegui despistá-los. Mas logo em seguida, eu dou de cara com uma quimera enorme, quase três vezes maior que uma quimera normal. Ela estava dormindo assim que a encontrei, mas certa pessoa (Akhlys) acordou a cauda de cobra do bicho. Por isso tive que enfrentá-la.

A quimera era muito poderosa, a cabeça de leão cuspia bolas de fogo que destruía todas as árvores, mas o pior era o rugido. Era alto e irritante. Ela me perseguiu pela floresta e destruindo várias árvores. Até que numa hora eu a prendi entre as raízes e por decapitei as duas cabeças do monstro, mas não antes de ela soltar um rugido ensurdecedor. O estranho é que, em vez de desaparecer em pó, ele começou a brilhar em luzes vermelhas até que o monstro explodiu. Só sai ileso por causa de Akhlys que me tirou dela no ultimo momento, logo pensei que essa quimera podia ter sido outro monstro que sofreu modificações com os Ciclopes Urânios.

– Esse aqui parece ser bom.

Peguei um cogumelo que parecia um pãozinho totalmente branco, era macio e não parecia ter nada estranho.

– É, esse é comestível. – Disse Akhlys, fechando o livro.

Colhi algumas e me sentei no chão para comê-las. O gosto era estranho, mas não era ruim.

– Onde vamos agora?

– Para a Acrópole. – Digo.

– E Nico e Amanda?

– Vamos encontrá-los no caminho. Tenho certeza.

– Você contou para o Nico seu incrível plano?

– Ainda não.

Akhlys sentou numa raiz que saia da terra quase um metro e continuou:

– Quero só ver a cara dele quando você disser que mandou Percy para a morte. – Disse ela, contemplando as próprias palavras. Eu a encarei. – Ah, não te contei? Fui tudo de acordo com o plano, Tânatos matou Percy e agora é só esperar Poseidon fazer seu movimento.

– Ele não vai perder tempo. Logo Poseidon vai caçar quem matou seu precioso filho. – Um sorriso involuntário surgiu no meu rosto e meus olhos dourados voltaram por um instante.

– Você tem que tomar as rédeas Ben, se você deixar o seu outro lado tomar conta de novo não posso garantir que você retorne.

– Eu sei disso.

Terminei de comer o ultimo cogumelo e recomeçamos a caminhada.

Andamos por cerca de vinte minutos, até eu avistar uma alta muralha. Ela parecia impenetrável, logo soube que tinha encontrado a muralha exterior de Atlântida. Tínhamos que atravessá-la e chegar na Acrópole o mais rápido possível.

– Poinê. – Chamei.

Poinê apareceu no mesmo instante. Ela ainda vestia seu vestido vermelho-sangue. Ela, diferente de Akhlys, mantinha sua aparência clássica.

– Olá mestre, quer alguma coisa?

– Bem, eu gostaria de estar no outro lado dessa muralha agora...

Em um instante, o cenário mudou. Agora eu estava em meio a uma cidade feita inteiramente de mármore, mas boa parte estava destruída. Poinê tinha uma habilidade interessante, teletransporte. Não conseguiria explicar o porquê disso, mas digamos que seja um dom. Foi graças a ela que me salvei do raio mortal de Zeus em Nova York.

– Limos. – A Queres da Fome.

Uma garotinha magrinha de 11 anos surgiu no meu lado. Ela vestia um vestido de seda branco e estava descalça. Seus olhos eram azuis e seus e cabelos eram castanhos e curtos. Ela até seria uma garotinha fofa, se não fosse sua boca cheia de dentes afiados, quase iguais ao de um tubarão.

– Mestre!

Ela pulou em cima de mim e me abraçou. E eu, já que sou um Mestre bondoso, retribui o abraço. Assim que a coloquei no chão, e digo:

– Escute Limos, você consegue sentir algo por aqui?

Limos conseguia sentir todos os monstros, semideuses e mortais por perto. Já que ela é a Queres da Fome, ela usa essa habilidade para comer qualquer um que sentir. Já que sua fome é quase insaciável. Ela olhou para os lados e disse:

– Em cima daquela muralha, – Ela apontou pra a muralha no outro lado da cidade – tem dois jovens deliciosos. Mestre, eu posso comê-los?

Dois jovens. Provavelmente são Nico e Amanda.

– Desculpe, mas eles são amigos do Mestre. Você não pode comê-los.

Limos fez um bico que deu até dó. Prometi a mim mesmo que encontraria algo para ela comer assim que me encontrasse com Nico e Amanda.

– Mestre, – disse ela. – Estou sentindo mais uma presença, não, duas presenças muito malignas. Acho que são semideuses... – Ela se virou pra mim preocupada – Acho que eles vão comer seus amigos.


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Notas finais do capítulo

Próximo saí o mais rápido possível galera!!

Valeu por lerem e não esqueça os reviews, adoro reviews °¬° kkk



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