P.O.V Mikasa

- O cristal se quebrou totalmente.

- O que?- Levi se levantou rapidamente.

- Como?- eu estava pasma.

- Ele estava rachando cada vez mais. Estava com Hanji quando ele rachou ainda mais. Ela chegou próximo a ele e o cristal se quebrou. Annie está sendo vigiada nesse momento.

- Ela acordou?- perguntei.

- Sim.

- Venha comigo. – Levi me puxou pela mão.

Ao chegarmos ao subsolo, nos deparamos com Annie calma. Estava presa por cordas e ela estava cercada. Fiquei frente a frente com ela.

- Não acredito.

Ela me olhava fixamente. Tive um pressentimento. Na mesma hora, meus olhos percorreram seu braço até chegar em sua mão. E lá estava o motivo. O anel. Mesmo que ela esteja no subsolo, uma transformação causaria muitas mortes. Me aproximei calmamente.

- Então você despertou? Penso que esteja planejando fugir. Mas quer saber? Não vai conseguir.

Minha mão calmamente alcançou a mão de Annie e retirou o anel. Sua única reação foi de espanto. Não podia falar, pois estava amordaçada.

- Você precisa disso não é?- disse mostrando o anel. - Como fica agora? Acabou vadia.

- Mikasa. – cabo Levi parou ao meu lado. – se acalme. Ela é inofensiva agora.

- Vamos analisa-la. – Hanji se aproximou. – você vai passar por uma longa análise. – disse se dirigindo a Annie. – e eu vou descobrir algo. Pode ter certeza.

- Venha comigo. Vamos continuar a nossa reunião.

Eu estava sim um pouco transtornada. Levi me passou as instruções. Algumas mudaram devido ao acontecimento relacionado a Annie.

[...]

Ao entrar no refeitório, avistei Eren e Armin.

- Ei Mikasa!- Eren gritou.

- Oi.

- Está desanimada. O que houve? O que Levi queria com você?

- Sou a nova assistente dele.

- Sei... mas porque esta cara?

- Nada.

Armin me olhou e assentiu, sabendo que não deveria contar nada sobre Annie.

Depois da refeição, fui caminhar com Eren.

- Está um vento frio.

- Sim...

- Você não larga esse casaco.- dei um sorriso para ele.

- Não...

- Não consigo parar de olhar para aquele tampão na muralha. Não sabendo que está escondendo um titã.

- Eren...preciso te contar algo.

- O que foi?

- Reconhece isso?- lhe mostrei o anel.

- O anel da Annie. Não está com ela?

- Estava.

- Como assim?

- Ela se libertou do cristal Eren.

- Como? Quando?

- O cristal estava se rachando. Logo depois que saí para conversar com Levi, o cristal se quebrou e ela se libertou. Deve estar passando por um interrogatório agora.

- E você não me falou nada?

- Não achei que deveria Eren. Achei que ficaria com raiva.

- Deveria ter me falado Mikasa.

- Me desculpe Eren.

- A! Preciso ir- seguiu para longe.

- Eren, espere!

Foi em vão. Não me lembrava de algum dia em que o vi tão chateado e nervoso. E tudo por minha causa. Não deveria ter escondido dele. Foi egoísmo meu.

P.O.V Eren

Não podia ser. Annie estava acordada. Estava libertada do cristal. Porque Mikasa escondeu isso de mim? Porque? Ela sabe que odeio que escondam as coisas de mim. Ainda mais sendo Annie o assunto.

Devo ir atrás de Annie? Precisava lhe mostrar toda a minha raiva. Meus companheiros, colegas. Como ela pode mata-los?

Eu sabia onde ela estava. Desci até o subsolo e passei pela sala onde ela estava sendo vigiada enquanto estava presa no cristal. Andei até o final de um corredor e encontrei uma sala. Ouvi a voz de Hanji e quando me aproximei, vi Annie. Ela estava de cabeça baixa. Estava presa e amordaçada. Hanji fazia perguntas, mas Annie não respondia.

- O que faz aqui?- Cabo Levi chegou.

- E-eu...

- Não deveria ter vindo até aqui.

- D-desculpe senhor.

- Esqueça. Apenas não volte aqui. Và.

O obedeci e subi direto para meu alojamento. Meus pensamentos foram dominados pelas cenas que vi lá embaixo. Foram poucas, mas o suficiente para preencher todo o meu pensamento.

[...]

Meus pensamentos estão me sufocando. Preciso sair e tomar um ar.

Ao sair na varanda, me deparo com Mikasa sentada na grama, no escuro, sendo iluminada apenas pela luz da lua. Estava de cabeça baixa. Resolvi ir até ela.

- Mikasa?

Ela nada respondeu. Continuou do mesmo jeito. Me sentei ao seu lado.

- Mikasa...pode falar comigo?  Dá pra olhar pra mim?

Ela levantou seu rosto e algo raro de se ver: ela estava chorando.

- Me desculpe. Não devia ter falado com você daquele jeito. – ela apenas me olhava com um olhar triste.

- Sei... me desculpe por ter escondido de você.

- Tudo bem.

Um vento frio nos rodeou e percebi que ela encolheu.

- Venha cá.

A puxei para um abraço. Ela deitou a cabeça em meu ombro. Ficamos ali um bom tempo. Tempo suficiente para que ela adormecesse. Preferi não acorda-la. A peguei e a levei para seu alojamento. A olhando em meu braços, ela parecia tão frágil... Diferente da Mikasa que se vê em combate. A deitei em sua cama e saí.

[...]

Acordei e fui tomar café. De repente, soldados da Polícia Militar chegaram no refeitório gritando: a muralha Rose foi destruída!!