Billy e Sarah enfim chegaram a cidade. Alex já sabia da vinda dos dois e foi esperá-los no aeroporto. Depois de tudo ajeitado eles foram para o hospital. Chagando lá, eles foram levados para o local reservado para parentes e amigos dos pacientes. Sarah, é claro não queria esperar mais para poder ver Davis. Assim Alex levou ela e Billy para o hospital.

Chegando lá, eles cumprimentaram Kate e a doutora Brenda. Sarah contou a doutora o que Hannah fez por ela. Brenda se sentiu orgulhosa da filha.

– Então Sarah? Vamos ao quarto ver o Davis? – perguntou Alex.

– É claro! – Sarah respondeu ansiosa.

– Billy, você vem com a gente? – Alex disse.

– Deixe a Sarah ir primeiro e poder ficar com ele um tempo.

Alex sorriu para Billy e saiu com Sarah pelo corredor. Quando eles chegaram em frente a porta, Sarah respirou fundo.

– Pode ir! – disse Alex.

Sarah olhou para Alex e concordou. Ela começou a abrir a porta devagar. Quando ela entrou, ela o viu. Davis estava um pouco mais magro e com o cabelo mais longo, mas não usava aqueles tubos que entravam pelo seu nariz e boca. Ele também parecia menos pálido.

– Ele...Ele está tão bem! – disse Sarah se aproximado da cama de Davis e pegando a sua mão.

– O médico disse que é uma questão de tempo pra ele acordar. Depende de pessoa pra pessoa.

Sarah se curvou e o beijou. Ela passou as mãos em seus cabelos, que agora mais compridos dava para ver a cor marrom claro. Ela tinha saudades daqueles olhos castanhos esverdeados.

– Posso ficar com ele mais um pouco? – perguntou Sarah.

– É claro! Vou deixar você a sós com ele.

Alex saiu do quarto deixando Sarah conversando com Davis. Ela sentia que ele podia ouvir.

Billy estava na lancheria do hospital, ele havia ligado para sua mãe avisando de sua chegada. Ele estava tomando um refrigerante quando Alex apareceu e foi em sua direção. Ele se aproximou e se sentou com Billy.

– Esta cansado?

– Estou bem.

– Como você está?

– Estou indo bem. E você?

Alex deu um suspiro cansado.

– Ansioso e louco pra voltar pra casa. Mas eu sei que isso é a primeira etapa de uma caminhada.

– Como assim? – perguntou Billy.

– O médico disse que quando o Davis acordar, ele vai precisar de vários procedimentos.

– Que tipo de procedimentos?

– Fonoaudiologia, fisioterapia, entre outras...

Billy ficou pensativo por um momento.

– Quer dizer que ele não será mais o mesmo?

– As chances de ele não ser mais o mesmo são grandes. O médico disse que as chances são poucas das pessoas voltarem ao normal.

Alex de repente pareceu distante e pensativo.

– O Davis vai voltar ao que era antes tio!

Alex o olhou e ele concordou sem dizer nada.

Depois de uma hora, Sarah apareceu na sala de recepção. Ela parecia feliz.

– O que foi? – perguntou Billy que estava na sala.

– Só estou feliz em vê-lo. – disse Sarah. – Ele parece bem melhor mesmo Billy!

Billy concordou e Sarah o olhou.

– Você vai vê-lo?

Billy respirou fundo e olhou para Sarah.

– Vou.

Sarah sorriu e deu um beijo no rosto de Billy.

– Então vá. Fale com ele.

– Falar?

– Sim! Ajuda muito!

Billy se levantou e foi em direção ao quarto de Davis. Ele já sabia o numero, pois seu tio Alex já havia dito a ele. Quando ele se aproximou da porta, ele hesitou um pouco, mas respirou fundo e abriu a porta. Devagar ele foi entrando e foi avistando a cama. Ele não podia ver direito o rosto de Davis. Ele foi se aproximando da cama e enfim o viu.

Pela primeira vez em quase três meses da internação de Davis, aquela era a primeira vez que ele o via. Billy não podia acreditar que aquele era Davis. Ele sempre foi um garoto cheio de vida. De repente ele se lembrou do seu primo na época em que eles eram crianças e Davis era um garoto gordinho. Todas as coisas que ele fez com ele, os apelidos maldosos e brincadeiras de mal gosto. Apesar de tudo, Davis conseguiu vencer tudo aquilo. Mas por causa de seu pai ele estava ali naquele estado. Billy se sentiu envergonhado por tudo que fez e triste pelo que o seu pai fez. Ele se sentou em uma cadeira ao lado da cama. Billy estava mudo mas sentia a garganta arder. Sarah disse a ele que era pra conversar coisas boas, mas da boca dele só queria sair algo.

– Me perdoe Davis! – disse Billy de cabeça baixa.

Ele sentiu algo correr por seu rosto. Ele não se importou e deixou esse sentimento ir.

Naqueles dias em que Billy e Sarah ficaram ali foram muito bons. Eles saíram pra conhecer a cidade. As vezes ficavam com Davis no quarto conversando. As vezes Sarah ficava sozinha, as vezes era Billy. Sarah iria embora no outro dia, já Billy ficaria ali com seu tio, já que Kate em breve voltaria para seu trabalho. Assim ele faria companhia a Alex.

No outro dia Alex e Billy levaram Sarah ao aeroporto. Ela parecia um pouco triste, mas Alex prometeu a ela em lhe dar noticias sempre. Assim Sarah foi embora.

Quando os dois voltaram ao hospital, Billy e Alex estavam no quarto com Davis.

– Posso fazer uma pergunta tio? – disse Billy.

– Sim.

Billy pensou um pouco.

– Está acontecendo algo entre você e a doutora Brenda?

Alex que estava tomando um copo d’água quase se engasgou. Billy riu.

– C-Como assim?

– Sei lá...Vocês ficam se olhando e sorrindo um pro outro parecendo adolescentes.

Alex deu uma risada nervosa.

– A doutora Brenda é uma pessoa muito boa e...

– E?

Alex queria dizer algo mais só balançou a cabeça derrotado.

– Acho que eu não tenho mais jeito pra namorar alguém.

Billy se inclinou pra frente em sua cadeira.

– Então quer dizer que você gosta dela?

Alex suspirou.

– Bem...Acho que sim.

Billy sorriu.

– Já estava na hora não é? – perguntou Billy.

Alex olhou torto pra ele mas não resistiu e riu. Bem nessa hora a doutora Brenda entra na sala. Os dois se levantam.

– Olá garotos! – disse a doutora – Só estou dando uma passada pra ver como o Davis esta.

Alex sentia que Billy o observava.

– Ele esta bem!

– Ótimo! – disse ela dando uma olhada mais de perto em Davis. – Bem... Então vou indo. Tenho que dar uma olhada em alguns papeis.

– Ok. – disse Alex sem jeito.

A doutora sorriu e olhou para Billy.

– Então vou indo. – ela se virou e saiu.

Assim que Brenda saiu, Alex se sentou novamente e ficou olhando pela janela.

– Tio Alex? – Billy chamou.

– Humm.

– Por que você não a convida pra sair?

Alex olhou para ele mas não disse nada.

– Ela parece bem afim de você!

Alex só balançava a cabeça.

– Pelo menos ela parece disposta a querer algo. – disse Billy se lembrando de alguém.

Alex o olhou.

– Como assim?

Billy sorriu e se sentou.

– Nada.

Alex o encarou.

– Hannah?

Billy o olhou surpreso.

– Como você...?

– Deu pra perceber também. – disse Alex.

Billy suspirou.

– Ela por enquanto não quer nada comigo.

Alex se levantou e foi em direção ao sobrinho.

– Vai dar certo algum dia. – disse Alex.

– Como tem certeza?

– Por que pelo que eu percebi, ela também gosta de você.

Alex chegou em frente a um espelho e se arrumou.

– Onde vai? – perguntou Billy.

Alex se virou para ele já abrindo a porta.

– Vou convidar a Brenda pra sair! – disse Alex dando de ombros.

Billy riu.

– Vai lá tio!

Alex também riu e logo saiu.

É claro que Brenda aceitou sair com Alex. E seria naquela mesma noite. O encontro pelo jeito foi muito bom, pois no outro dia Alex assoviava feliz pelo hospital. Billy só observava seu tio. A única coisa que ele soube é que Alex levou Brenda a um restaurante local da cidade. Eles conversaram muito e logo depois foram caminhar pelos belos parques da cidade. Alex só contou até ali, mas Billy sabia que havia acontecido algo a mais. Foram dois dias depois do primeiro encontro de assovios e escapadas do nada.

– Billy, vou dar uma saída e já volto! – disse Alex se arrumando pra sair.

– Vai ver a Brenda.

Alex o olhou de canto.

– Não...Sim! Quer dizer...Vou ter que vê-la quando passar pelo saguão não é?

– É claro! – disse Billy tentando segurar o riso.

– Vou indo. – Alex saiu.

Billy riu de seu tio. A relação dos dois estava indo muito bem. Ele nunca teve essa relação aberta e amigável com seu pai. Ele sabia que seu tio Alex estava feliz por ele.

– Sabe Davis, eu invejo você por ter um pai tão legal! – disse Billy mexendo no seu celular. Ele olhou para Davis. – Mas não estou dizendo isso na maldade, só...Só queria que meu pai fosse como o seu.

Billy não queria pensar no seu pai. Ele sabia que em algum momento ele teria que visitá-lo. Se dependesse de Billy ele nunca mais o veria.

De repente Billy teve a sensação de algo estranho. Ele ficou em silêncio por um momento e tentou se concentrar. Era uma sensação de algo fora do normal. Billy começou a levantar a cabeça devagar. Ele então percebeu que era Davis. Ele percebeu que a mão dele parecia se mexer. Ele esperou um pouco mais e então viu. Davis mexia seus dedos. Ele ficou em silêncio quase prendendo a respiração.

Billy se levantou devagar e olhou para o rosto de Davis. Então foi quando ele percebeu que as pálpebras se mexiam.

– Davis? – Billy chamou.

Foi então que devagar, Davis abriu os olhos.