I Love My Nerd escrita por Mia Golden


Capítulo 60
O início do pesadelo


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo pra vocês.

Bom fim de semana!! Beijos :*

M.



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Sarah esperava por Davis na porta da frente de sua casa. Ela já estava nervosa, já fazia quase uma hora que ele ligou dizendo que estava indo para sua casa. Ela ligou para o seu celular, mas nada, para sua casa, mas nada.

– Filha! - Ana apareceu - Entre, venha tomar café!

– Não mãe, estou esperando o Davis!

– Acho que ele não virá querida.

Sarah se virou para olhar sua mãe.

– Mas ele me disse que viria mãe! Estou ficando ansiosa.

– O que é isso filha? Não fique assim.

Sarah suspirou e entrou, iria ligar novamente para Davis. Mas o telefone tocou, e ela saiu correndo para atender.

– Davis!

– Err...não Sarah, sou eu Alex - disse ele com uma voz embargada.

– Senhor White, estou tentando falar com o Davis mais ele não me atende! O senhor sabe onde ele está?

Ouve um momento de silêncio.

– Senhor White, o senhor esta aí?

– Sarah... - Alex limpou a garganta - É sobre o Davis que eu quero falar...

– O que aconteceu? - ela sentiu o coração acelerar muito.

– O Davis... ele...sofreu um acidente agora pela manhã indo para sua casa e...

Naquele momento Sarah não conseguiu ouvir mais nada.

A noticia do acidente de Davis correu a cidade inteira. Eram raros acidentes graves por lá. Pois a população respeitava muito as leis. Então o acidente de Davis surpreendeu.

Alex estava na sala de espera do hospital. Ele paracia não acreditar no que estava havendo. Se lembrou a anos atras quando estava em um hospital por noticias de sua esposa, que infelizmente não acabou mais voltando pra ele. Mas queria arrancar aquele pensamento, pois Davis era forte e sairia disso.

Não demorou muito para chegarem os amigos de seu filho, amigos do trabalho de Alex entre alguns vizinhos de onde morava. Todos foram muito atenciosos e diziam palavras de incentivo. Alex é claro, ficou feliz pelo carinho de todos. Mas não demorou muito para que Sarah entrasse na sala quase correndo, seus olhos estavam muito vermelhos, seus pais estavam logo atrás.

– Sarah... - Alex se aproximou e abraçou a garota que mal conseguia falar, só chorava. - Calma minha querida, ele vai ficar bem.

– Eu...eu...

– Shh! - ele a abraçava muito, Sarah era especial para seu filho, era como uma filha pra Alex também.

– Alex, o que realmente aconteceu? - perguntou Anna.

Ele soltou Sarah, seus amigos incluindo seus primos Lory e Liam estavam ali também, todos foram abraça-la. Wesley estava bastante triste pelo acidente do amigo, ele abraçou Sarah emocionado, mas não queria desabar ali na frente dela para não deixa-la mais nervosa.

– O que eu soube foi o que os policiais e o pessoal do resgate me contou - disse Alex aflito - Ele estava em alta velocidade e passou o sinal vermelho, assim um caminhão de médio porte pegou ele em cheio - Alex dizia com muita dor no coração, nem imaginaria a dor que seu filho deveria ter sentido.

– Meu Deus, isso é horrível! - disse Brad, enquanto Anna só balançava a cabeça inconformada.

– Mas isso é muito estranho, a Sarah me diz que o Davis não corre, ele é muito cuidadoso!

– Eu também fiquei surpreso com isso! Ele não é assim! - disse Alex suspirando.

– Senhor White? - disse alguém atrás de Alex, era uma médica.

– Sim, sou eu - disse Alex se aproximando.

– Sou a doutora Brenda e estou responsável pelo Davis - disse ela estendendo a mão para cumprimentá-lo Precisamos conversar senhor.

Sarah se aproximou de Alex.

– O que aconteceu?

– A doutora quer conversar Sarah, fique aqui com o resto do pessoal. Logo retorno.

Sarah concordou, mas no fundo queria estar junto para ouvir a médica sobre o estado de Davis.

A doutora Brenda levou Alex para sua sala. Entrando, ela pediu para que ele se sentasse. Alex se sentou e esperou pelo que viria a seguir.

– Então doutora, como está meu filho?

A doutora Brenda se sentou e deu um longo suspiro e olhou para Alex que parecia ansioso.

– O que eu tenho que dizer senhor White é que as noticias não são boas - disse ela.

Alex fechou os olhos por um momento. Ele não suportaria perder o filho.

– Estamos fazendo tudo o que estiver ao nosso alcance senhor - disse a doutora.

– O que realmente aconteceu doutora? Me conte tudo, não me esconda nada.

Ela balançou a cabeça pra concordar.

– Bem... - ela limpou a garganta - Ele fraturou as costelas, quebrou o braço direito e a perna direita, teve hemorragia interna e traumatismo craniano pelo impacto forte.

Alex estremeceu com tudo isso.

– Mas ele estava de capacete! Como ele pode ter traumatismo? - disse Alex inconformado.

– Pelo que a policia registrou, o capacete dele rachou.

Alex respirou fundo. Aquele dia parecia um pesadelo.

– Seja sincera comigo doutora, quais as chances do meu filho? - disse Alex com um nó na garganta.

Ela pensou por alguns segundos.

– No momento, eu posso dizer que a situação dele é grave, depende de como ela vai progredir, mas se for pra lhe dar um probabilidade, acredito uns 40% de chances de ele conseguir - ela se inclinou para frente E se ele viver, poderá ter algumas sequelas.

– Sequelas?

– Sim senhor, ele pode ter desde problemas de locomoção até problemas mentais...depende muito.

Alex estava com uma vontade imensa de chorar. Davis era um garoto tão cheio de vida e agora, de repente algo ruim lhe acontece.

– E-Eu posso ver meu filho? - disse ele com um fio de voz.

A doutora sentiu por aquele pai, pois ela também tinha uma filha.

– Ele esta na UTI, está em recuperação por causa da cirurgia que tivemos que fazer. Por enquanto não pode receber visitas.

Alex concordou e se levantou.

– Obrigada doutora.

– O senhor pode ir pra casa, qualquer noticia eu aviso pessoalmente.

– Não! Eu vou ficar aqui mais um tempo.

Doutora Brenda concordou.

– Como quiser.

Alex saiu daquela sala despedaçado. Não acreditava que estava passando por isso. Ele não queria que seu filho morresse e não queria que Davis ficasse com sequelas mesmo se viver, gostaria de vê-lo como sempre, um garoto sadio e forte. Seu companheiro.

Voltando a sala de espera, Alex avistou todos ainda esperando por ele com noticias. Sarah foi a primeira a ir ao seu encontro.

– Senhor White, e então? - disse Sarah ansiosa.

Alex respirou fundo.

– O caso do Davis é grave Sarah. Muito grave.

Sarah colocou as mãos na boca e começou a soluçar e logo desabou a chorar. Alex a abraçou forte.

– Temos que estar preparados - disse Alex fungando. Não queria desabar naquele momento.

Todos ali permaneceram calados, chocados com a noticia.

Alex ficou no hospital por mais algumas horas. Sarah e seus pais também lhe fizeram companhia. De repente sua cunhada Rose, sua sobrinha Jenny e incrivelmente seu irmão Adam entram na sala.

– Alex! - disse Rose indo em sua direção. Eles se abraçaram - Meu querido, eu não acredito no que esta acontecendo! - Rose estava angustiada.

– Ele não está nada bem Rose - disse Alex tristemente.

– Tio... - Jenny chorava muito. Ela amava demais seu primo.

Alex só a abraçou. Adam se aproximou.

– Rose soube o que aconteceu, me ligou e assim resolvemos vir para ver como está. - disse Adam.

Alex ficou sem palavras. Adam nunca foi de demonstrar afeto, ainda mais a ele e Davis.

– Err... obrigado Adam - disse Alex. Não começaria um interrogatório, não era o momento.

– O que precisar Alex, é só pedir - disse Rose atenciosamente.

– Obrigado cunhada - Alex agradeceu.

– Nossos pais já foram avisados Alex - disse Adam. Alex só concordou.

O velho senhor White e a senhora White estavam em uma viagem de negócios.

O dia passou rápido, aos poucos as pessoas foram indo embora, mas sempre dizendo para manterem contato. Sarah foi a única que decidiu ficar enquanto seus pais foram pra casa.

**************************

Billy andava de um lado para o outro. Seus pais e sua irmã foram ao hospital para saber sobre o estado de Davis. Ele odiava hospitais. Quando sua mãe perguntou se queria ir junto, ele inventou uma desculpa para não ir. Não saberia como agir.

– Billy! - disse Tina entrando em seu quarto.

– O que é? - disse ele se sentando na sua cama.

– Como você está?

– Ansioso.

Tina se aproximou e se sentou ao seu lado.

– Eu imagino.

– Eu não sei o que pensar sobre isso. Esse acidente.

– Seus pais logo chegam com noticias.

Billy suspirou.

– Eu me sinto tão estranho.

– Triste? - Tina perguntou.

Billy olhou para ela e pensou um pouco.

– Err... não sei....eu...

– Não tem o por que de não se sentir assim Billy! Apesar de tudo que vocês dois passaram juntos, ele ainda é seu primo. Seu sangue.

– Tem razão.

Tina encostou a cabeça no ombro de Billy.

– Pode contar comigo quando quiser desabafar - disse ela.

– Obrigado.

Ouviu-se um barulho no andar de baixo. Seus pais haviam chegado. Billy se levantou.

– É melhor eu descer.

– E é melhor eu sumir da vista do seu pai - disse Tina. Billy riu. - Se ele me ver no seu quarto novamente ele me mata.

Tina saiu e Billy desceu até a sala. Sua mãe e Jenny estavam abraçadas sentadas no sofá. Estavam tristes. Seu pai estava no telefone, parecia falar com seus avós.

– Como foi? - perguntou Billy se aproximando.

Sua mãe suspirou triste.

– Nada bem meu filho. Nada bem.

– O Davis esta em estado grave! - disse Jenny limpando o rosto. Ela tinha os olhos vermelhos.

– Nossa... - Billy não sabia como expressar o que sentia.

– Isso é muito triste - disse Rose tristemente.

– Mas o que aconteceu realmente? - disse Billy se sentando também.

– Ele estava em alta velocidade e passou o sinal vermelho. Um caminhão o pegou - disse Rose.

Billy fez uma careta de dor. Até ele percebia que Davis não corria muito.

– Falei com meus pais. Eles estão voltando amanhã - disse Adam desligando o telefone.

– Isso é muito bom - disse Rose.

– Vai ligar pra tia Kate? - perguntou Jenny.

– Provavelmente o Alex vai ligar - disse Adam se sentando ao lado de Billy e o abraçando pelos ombros.

– Acho que sim - disse Rose se abraçando em Jenny novamente.

Eles ficaram em silêncio por alguns momentos. Cada um com seus pensamentos.

– Eu não consigo imaginar a dor do Alex neste momento - disse Rose quebrando o silêncio - Um filho passando por uma situação assim, é algo sem explicação de sentir.

– É verdade mamãe - disse Jenny.

– Todos os dias eu agradeço pela minha família. Não suportaria viver sem nenhum de vocês se acontecesse algo - disse Rose emocionada.

Billy ficou sem palavras. Naquele momento ele estava sentindo a realidade da situação.

As noticias não foram nada boas no passar da semana. Davis ainda estava na UTI, ele não melhorava, não acordava. Só dormia. Nos dias que Davis estava no hospital, Alex voltou pra casa um único dia para dormir lá, os outros dias ele dormia só no hospital. Ele foi liberado pela doutora Brenda para ver o filho dentro da UTI. Quando ele viu Davis, ele não suportou e chorou muito. Davis estava intubado, seu corpo quase inteiro coberto por faixas e ataduras, seu rosto inchado e os olhos roxos e sua cabeça enfaixada. Seu filho estava irreconhecível no meio de tantos aparelhos e fios por todos os lados.

Sarah e seus amigos começariam a escola novamente. Mas não conseguiriam se concentrar sabendo que Davis estava mal no hospital. Sarah, por pedido de Alex não pode ver Davis. O lugar era restrito preferencialmente a família. Por mais que ela fosse a namorada, ela aceitou o que Alex disse. Ela não suportaria ver Davis naquele estado. Por mais que a saudade era forte, mas ela não suportaria.

– Senhor White - doutora Brenda estava acordando Alex que estava em uma sala do hospital dormindo.

– Sim! - disse Alex dando um pulo O que foi? - disse ele se levantando. É o Davis?

– Não senhor, desculpe - disse a doutora sorrindo com o jeito de Alex - É que a policia esta aqui.

– A policia?

– Sim. Eles precisam conversar com o senhor - disse ela.

Alex ajeitou melhor o cabelo e as roupas.

– Tudo bem.

Ela o levou até a outra sala. Dois policiais o esperavam.

– Senhor White - um dos policiais se aproximou - Sou policial Rogers.

– Olá.

– E eu sou o policial Woods.

– Oi.

– Senhor White, precisamos que nos acompanhe até a delegacia - disse o policial Rogers.

– Algum problema? - perguntou Alex surpreso.

– O resultado da pericia feita na moto de seu filho já saiu, e o delegado precisa conversar com o senhor.

Alex olhou para a doutora Brenda que estava do seu lado.

– Tudo bem, pode ir, o Davis será bem cuidado.

Alex concordou.

–Ok. Então vamos.

Alex foi levado até a delegacia da cidade. Chegando lá, ele foi recebido pelo delegado Lester.

– Senhor White, por favor - disse ele apontando para a cadeira em frente. Alex se sentou.

– Os policiais me disseram que saiu o resultado da pericia feito na moto do meu filho.

O delegado concordou.

– Então qual foi o resultado?

– Antes disso ... - o homem se sentou em sua cadeira - Como está seu filho?
– Alex suspirou.

– Nada bem. Ele não reage - disse ele tristemente.

– Senhor White, por acaso tem alguma pessoa que possivelmente queira o seu mal? Ou do seu filho?

Alex se surpreendeu com a pergunta.

– Não... eu acho.

– Nenhum inimigo? Desentendimento recente?

Alex pensou por um momento.

– Não.

O homem se levantou e pegou um papel. Se aproximou de Alex e entregou.

– Este é o resultado da pericia.

Alex folheou o documento de três páginas.

– Me ajude delegado, eu não estou entendendo - disse Alex confuso.

– Senhor White, teremos que investigar mais profundamente isso.

– Por que?

– Senhor... a moto de seu filho foi sabotada.

Alex perdeu o chão.

– O que? - Alex parecia sem ar.

– A única conclusão disso no momento senhor, quer dizer que quiseram matar seu filho.

Naquele momento o mundo desabou ao redor de Alex.


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