- É mais excitante. – ele murmurou antes de colar os lábios novamente aos meus.

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O sol da manha batia em meu rosto. Não era muito acostumada com o sol, mas amava ele. Era quente, era... Quente e mais quente.

Edward resmungou sobre sua cama e virei para contemplá-lo. Seus cabelos bronze caiam pelo rosto e sua pequena e delineada boca estava um pouco aberta.

Ele havia voltado para sua cama ontem depois de discutirmos os prós e os contras de uma relação.

A enfermeira voltou durante a noite, - onde fingi dormir – e afagou levemente os cabelos dele. Fique morta de ódio, mas me permiti esquecer tudo e me concentrar em cair num sono.

Pela manhazinha Nessie e Rebecca vieram me ver. Eu já estava acordada e ficamos por um bom tempo conversando. Nessie finalmente se adaptou e já até brigava com todo mundo. O que mais me intrigou foi que ela decidiu voltar os cabelos da cor que eram antes, e então os pintou da cor dos cabelos de Edward. Minha pequena irmã tinha ficado magnífica!

E mais tarde, um pouco antes de eu cair num sono profundo, o médico veio até o quarto e disse que poderíamos ter alta hoje até o almoço se tudo ocorresse bem.

Graças a Deus. Não via à hora de enfim ir embora dali.

Permaneci em minha cama, ainda acordada esperando que Edward também acordasse. O que demorou bastante.

Após tudo isso, ele acordou, me recebendo com um lindo e enorme sorriso, que parou meu coração por um momento.

- Ah, eu havia pensado que tinha sido um sonho. – ele murmurou estendendo a mão para que eu pudesse pegá-la.

(...)

O médico nos dispensou lá pelas quatro da tarde e então fomos todos para a casa. Edward no jipe de Emmett, com Jazz – que estava com um humor péssimo, e carrancudo – Ricardo, Jake – quem me recebeu com um abraço caloroso e Edward lançou-lhe um olhar mortal - e meu pai.

No volvo de Edward, fomos eu, Alice, Rose, Nessie, Rebecca e Esme.

Quando chegamos em casa, fomos todos para nossos respectivos quartos. Cai em minha cama, sentindo como ela era macia e reconfortante.

Após um longo tempo, horas talvez, eu já tinha tomado um longo banho, trocado alguns curativos e estava pronta para descer para o jantar. Quando enfim deu oito da noite, desci e encontrei todos já na mesa. Fui para meu lugar reservado ainda calada, observando todos.

Sentei de frente para Edward. Que piscou para mim sem que ninguém notasse e eu pisquei jogando meus cabelos, tentando ser charmosa, o que foi bem patético. Jake estava sentado ao meu lado e de frente para Nessie, que mostrou-lhe a língua. Eu ri, a cena era cômica.

- Pirralha! – Jacob murmurou para ela, ela por sua vez, atreveu-se a mostrar-lhe o dedo do meio. Com esses atos, me lembrei de quando eu e Edward nos odiávamos.

Emmett e Rose estavam em sua própria bolha particular um olhando para o outro, enquanto Rebecca e Ricardo conversavam animadamente sobre alguma coisa.

Carlisle e Esme chegaram para apaziguar as coisas. Percebi também que Alice e Jazz estavam distantes, ela devia ter lhe contado sobre Rodrigo. E ele é claro não gostara, odiei a carinha com que minha fadinha estava e fiquei triste por ela.

Minha pequena cachorra estava em meus pés e se esfregava contra mim a fim de receber algum carinho, esfreguei-a com o pé e ela gruniu de felicidade.

- Temos uma grande notícia! – Esme exclamou assim que colocou a comida encima da grande mesa, o cheiro veio parar em mim e meu estomago resmungou de fome, há quanto tempo eu não tinha comida ingerida em mim?

Ela e Carlisle sentaram-se animados. Um do lado do outro, com as mãos na mesa, ele pegou-lhe a mão e afagou. O toque foi tão terno que ela fechou os olhos por um instante.

  Em um momento, me vi em nossa casa novamente naquele primeiro dia. Aquele sentimento de dejavú ficou em mim e percebi que meus irmãos sentiam o mesmo. Olhamo-nos por um longo momento.

- Caralho, parece que isso já aconteceu! – Emmett exclamou pondo a mão na boca após terminar, recebeu um olhar mortal de Esme. – Desculpe pelo palavrão, mamãe.

  - Amanha estaremos nos mudando para o Canadá, passaremos dois meses por lá e resolvemos enfim, que o nosso casamento será por lá. Tudo muito privado e nada grandioso será perfeito e elegante. – meu pai falou em alto e bom som ignorando Emmett.  

A boca de todos se abriram fazendo barulho em choque. Meu rosto se focou em Edward e eu sabia que nosso segredo seria revelado em breve.

- Vocês se acertaram então? – Jasper perguntou calmamente.

- Sim, e agora que expliquei tudo a Esme sobre Nessie, revolvemos que seria a melhor hora para finalmente casarmos. Já duramos por muito tempo, e esse é o verdadeiro amor.

Ele puxou-a para um beijo calmamente, meus olhos lampejaram, e então eu vi meu pai e Renée. Minha mãe sorriu para mim quando terminou o beijo e mandou-me outro pelo ar.

Balancei a cabeça dissipando as imagens torturantes. Edward me fitava seus grandes olhos em mim.

- Você está bem? – perguntou-me ele sussurrando.

- Só... Apenas dor de cabeça. – murmurei também, em seguida pus minha cabeça entre as mãos.

A dor da perda se apossou de mim novamente, levando com ela toda a felicidade que eu tinha construído naqueles dias. O rosto de minha mãe se contorceu em minha memória, e seu sorriso passou diversas vezes em minha mente.

Não, chega, não há porque sofrer! Não. Ela não gostaria de me ver assim, chorando e sofrendo por ela.

 Sacudi a cabeça novamente pensando em coisas boas. Mas ainda sim seu sorriso permanecia em minha mente.

- Bella? – Esme me chamou. Não olhei para cima pra ver que todos me fitavam.

- Mãe, ela só está um pouco indisposta. – Edward me salvou.

- Todos vão ser nossos padrinhos e madrinhas. Ali e Jazz, - quando meu pai falou os dois se entreolharam e depois viram os rostos - Rose e Emm, - os dois sorriram – Edward e Bella – bufei e Edward piscou pra mim – Nessie e Jake – Jake arregalou os olhos e fez uma careta para ela, Nessie por sua vez, mandou-o para aquele lugar – Todos felizes?

- Não – a recusa veio da maioria. No caso Edward, eu (que estávamos fingindo nos odiar ainda) Nessie e Jake, Alice e Jazz.

 - Não nos importa! – Esme murmurou sorrindo.

Após o jantar terminar, todos novamente subimos para os quartos a fim de arrumar as coisas para a viagem de manha.

Subi em cima da mala porque ela não fechava. Tudo bem que eu não havia trazido taaanta coisa assim, mas sempre acontece de quando for embora, a mala nunca fechar.

Uma batida de leve na porta me tirou dos pensamentos, eu esperava tanto que fosse Edward. Mas quando abri a porta meu sorriso murchou.

- Jazz? – perguntei de boca aberta. O que ele queria comigo?

- Bella, podemos conversar? 

Abri mais a porta para que ele pudesse passar, seus olhos eram furiosos, mas a expressão era serena. Sério, eu tinha minhas dúvidas se ele era um traficante mafioso ou coisa assim.

Estremeci quando ele fechou a porta e veio para sentar-se no chão, fiquei na cama, com as pernas cruzadas.

- Alice me disse o que houve! – seu rosto se contorceu um pouco e vi seus olhos cheios de lágrimas por um momento.

 - Que coisa não? – murmurei remexendo num fio da colcha solta. – Mas, Jazz, Alice te ama, não se preocupe, não fez nada demais, só... Pensou ter feito, mas não fez relaxe.

- Não, eu... Eu não consigo perdoá-la, Bella, é como se eu vivesse na mentira há tempos! E o pior, eu a amo, amo muito e parece que isso não foi o suficiente! – ele fechou os olhos por um momento. Levantei lentamente indo até meu irmão, ele precisava de mim agora, precisava de alguém. E esse alguém seria eu.

- Jazz, - murmurei passando a mão pelos cabelos louros dele. – Ela a ama, não tenha dúvidas, quanto à noite com Rodrigo, apenas esqueça, tenho certeza que Alice não trairia você, e outra, ela estava aflita, bêbada, considere tudo isso. – ele deitou em meu colo, continuamos ali, assim, naquele carinho de irmãos. E foi ótimo, e até mesmo por Jasper ter sido o mais afastado e tímido da família. – E outra, se não consegue perdoá-la agora, dê um tempo, pense, reflita, e depois o perdão vai vir de repente, sem você ou ela esperar. Mas... Só não demore muito, porque o ódio é a pior coisa do mundo.

(...)

Depois de um tempo conversando com Jasper, ele me colocou a par das novidades na grande mansão. E realmente fiquei tentada a descobrir o porquê de Jake e Nessie se odiarem tanto. Eles eram tão parecidos comigo e com Edward, que depois que Jazz se retirou de meu quarto, fui ao quarto de Jake na pontinha do pé, bati em sua porta e virei de costas para a mesma, olhando o grande corredor escuro. Já era noite e fazia frio. Alguém poderia me encontrar e acharia estranho é óbvio, mas não me importei, fitei o grande corredor por um longo tempo, até que a porta foi aberta.

 -Mais que... – Virei-me para fitá-lo e o encontrei sem blusa e quando percebeu que era eu, ficou com um sorriso bobo no rosto e me puxou para um caloroso abraço.

- ok, Jake, eu também sinto sua falta. – murmurei sem ar – agora, me solte, estou quase sem ar.

Ele riu baixo e me puxou para dentro de seu quarto fechando a porta atrás de si.

Sentei em sua cama e bati ao meu lado para que ele pudesse vir sentar-se também. Enrolei-me em seus lençóis, pronta para grandes histórias, mas sabia que ele não contaria nada, eu o conhecia muito bem para dizer o que sentia sem esconder o rosto entre as mãos, ou corar como louco, que até mesmo com sua pele morena eu percebia. Sim, nos conhecíamos muito bem.

- Mas, então, Jake – sussurrei sem necessidade – o que acha de minha mais nova irmã? – fui direto ao ponto. Ele emitiu um muxuxo de desgosto.

- Ahh, dela? – seu sorriso sumiu, seus olhos ficaram escuros por um momento – Sinceramente ela é uma pirralha insuportável! – ele gemeu. E eu não soube o por que.

- Jake... – murmurei tentando ser a mais persuasiva o possível – conte-me, o que houve? Porque a odeia tanto?

- Ela... Ela... Ela é insuportavelmente mimada, chata, e me xinga e bate o tempo todo, como não odiar uma pessoa assim? – mal humorado respondeu-me, depois respirou profundamente.

- Jacob, eu realmente acho que isso não é apenas ódio, mas sim... Amor – afaguei sua mão e sai porta fora sem esperar por uma resposta concreta dele ou algo parecido.

Assim que fechei a porta atrás de mim, fui à cozinha, beber um pouco de água, estava tudo muito escuro e por um momento fiquei com medo, mas fiz com que meus pés se arrastassem até a porta da geladeira ainda com a luz apagada. Peguei a jarra e fechei a geladeira com os pés, caminhei até o balcão e enchi meu copo.

Era bem claro o quanto eles se gostavam, mas eu teria que investigar agora com Nessie, ver o que ela achava dele.

Mudaríamos-nos de novo e isto estava até me deixando enjoada, era super chato, porque teríamos que nos acostumar com o clima de lá e tudo. Era frio e úmido e nessa época era apenas neve, neve e mais neve. E é lógico que eu e Edward teríamos que bolar um plano para nos vermos, sem que ninguém desconfiasse.

Eu sentia falta dele, durante toda a tarde não havíamos nos falado e eu fiquei tentada a ir a seu quarto depois que eu terminasse por aqui.

Virei-me de costas para a bancada ainda bebendo minha água, após o último gole depositei o copo na grande bancada, fiquei ainda ali, fitando o escuro. Quando enfim decidi ir, mãos enormes agarraram minha boca antes que eu pudesse pedir ajuda. Meu coração deu um salto, quem quer que fosse era forte e não estava pra brincadeiras. Eu temi pela segunda vez em anos pela minha tão amada família.  Eu quis gritar, implorar para que nada acontecesse; implorar para o ser que estava fazendo isso deixar minha família em paz. Que levasse o dinheiro, as coisas de valor, tirasse minha vida, mas deixassem- os em vivos. Minha cabeça estava cheia e confusa, meus olhos estavam esbugalhados e minha respiração era acelerada e falha.

- Nem mais um passo. – ordenou a voz grossa e estranha para mim. 

Ao ouvir sua voz eu parei estática, parecia que tinham implantado gelo em minhas veias, minhas pernas travaram e eu não conseguia mais mover-me. Após isso, a pessoa colocou-me uma venda e me guiou para algum lugar. Eu sentia sua respiração pesada em minha nuca, e fiquei com mais medo ainda.

Ele me colocou em uma poltrona, sentada e me deixou ali, respirando com muita dificuldade e tremendo de antecipação. Então escutei um pequeno palavrão vindo do meu lado e reconheci a voz e o cheiro. Edward. Edward estava aqui!

Apalpei até encontrar seu grande corpo quente, minhas mãos tentaram com sucesso segurar a dele.

- Bella? – ele sussurrou com confusão.

- Edward! – soltei o ar aliviada e depois o pânico me consumiu. Eles iam nos matar!

Foi então que desamarram as vendas e olhei por todo lado a procura de uma luz, de alguém.

Ao olhar para Edward, vi o quanto ele estava chocado e que tremia. Ele também me olhou e se aproximou para dar-me um pequeno e singelo beijo na testa.

- Tudo vai ficar bem.

Assenti tudo ia sim ficar bem, pelo menos era o que eu pensava.

Ao olhar ao meu redor, notei mais algumas cadeiras atrás de nós. E então um pequeno corpo a nossa frente se remexeu inquieta.

- Alice? – perguntei tocando o ombro dela. Santo Deus, tudo isso tinha que ser um sonho!

- Até você, Bella? – ela virou-se para mim, me lançando um olhar assustado, seus olhos se encheram de água e ela fez um biquinho como uma criança assustada. – Edward?

Ele assentiu expelindo um muxuxo.

Logo depois ouvimos os resmungos de Jazz, Nessie, Rebecca, Ricardo e Jake. Ok, agora só faltava Rose e temíamos pelo Fim de nossas vidas. Ok, dramático, mas era a verdade.

Assim que Rose chegou, múrmuros foram distribuídos pelo local mal iluminado. E foi quando tomei consciência de uma coisa. Faltava um, e ele era...

- Emmett? – a voz falha e chorosa de Rose me chamou a atenção, ela olhava pra frente, mas nada dava pra ver. Então, as luzes finalmente foram acessas e até que nossos olhos se acostumaram com elas, olhamos a tempo de ver um homem tirando o capuz preto.

O corpo musculoso e os cabelos escuros chamaram minha atenção ao notar que era Emm quem se encontrava ali.

- PORRA EMMEETT! – gritei fazendo um gesto feio com o dedo pra ele, irritada. – QUE CARALHO É ESSE?