A Minha Vida Mudou novamente escrita por Nessaaa


Capítulo 20
Capítulo 7 - Perdidos - Parte IX


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, :)



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- PORRA EMMEETT! – gritei fazendo um gesto feio com o dedo pra ele, irritada. – QUE CARALHO É ESSE?

O moreno musculoso sorriu largo para nós.

- O que você pretende Emmett? Matar todos nós? – a voz de Nessie foi alta, como um grunhido. Sem dúvidas era isso que aquele bobalhão queria. E novamente os múrmuros foram espalhados pela sala. Um gritando com o outro. Um tentando falar mais alto que o outro.

- CHEGAAAAAA! – gritou o idiota a nossa frente e quando todos nos calamos a voz estressada e irada veio.

- MAIS TINHA QUE SER O CABEÇUDO! – Nessie tentou se levantar mais foi impedida por Jake, que a segurou pelos braços. – QUE É? AGORA VOCÊ VAI ME IMPEDIR DE MATAR ESSE IDIOTA? QUE POR UM ACASO NOS SEQUESTROU?

- Acalme-se – falou um Emm totalmente calmo, ele estava assim, porque ainda não sabia o que Nessie já tinha aprontado!

- Acalme-se, acalme-se! – ela falou sarcástica - Acalme-se UMA PORRA!

- vá pro inferno, Renesmee, está fazendo tempestade em copo d’gua. Ele deve ter uma BOA, digo muito boa – Jake lançou um olhar maligno a Emm – explicação pra isto;
Emmett fez uma careta e depois se aproximou de nós sussurrando.

- Não há explicação. – ele parou e quando viu que todos nós tínhamos levantados prontos para uma surra coletiva, ele nos deteve com uma mão – Mas, já que vamos embora, que tal uma última baladinha?

(...)

Emm nos explicou depois de muito barulho e resmungos que estava só querendo se divertir nos chamando para a balada, o cara era tão burro que pra nos convidar, precisou seqüestrar cada um de nós, usando uma merda de mascara idiota e fazendo com que todos ficássemos muito bravos.

Becca e Ricardo resolveram que uma balada há àquela hora não seria muito adequado e concordei com ajuda de Nessie que não mesmo. Então depois de nos trocarmos, saímos todos, sem barulho rumo à cidade.

O vento refrescante que vinha do mar balançava meus cabelos espalhando-os pelo meu rosto. O carro se movia rapidamente e então a música alta nos invadiu. Era uma pequena boate luxuosa, bastante cheia e agitada.

Assim que entramos uma mulher loira nos guiou até uma mesa grande, onde todos nós ficaríamos. Os casais novamente sentaram-se todos um do lado do outro.

- O que querem beber? – um moço com mais ou menos nossa idade perguntou-nos. Ele era bonito, alto, loiro, musculoso e belo sorriso.

- Whisky. – Alice disse enquanto ele anotava tudo em um pequeno aparelho.

- Vodca. – Jazz murmurou descontraído e virou para olhar as pessoas na pista de dança.

- Duas Tequilas! – a animação de Emm - que pediu já o de Rose - deixou o maitrée descontraído, ele riu alto, jogando a cabeça pra trás. Então pude ver que o nome dele era John.

- Smirnoff Ice – Jacob pediu com cara de poucos amigos, ele ainda estava bravo por Emmett tê-lo “seqüestrado.”

- Uma Smirnoff pura com vodca. – Nessie falou e eu imediatamente arregalei os olhos – Relaxa, Bella. – ela tocou meus ombros me reconfortando.

- Uma tequila com vodca. – Porra Edward. Tem que ser coisas tão fortes? Arregalei os olhos dessa vez para ele.

- Você terá uma overdose. – adverti-o pondo a mão em seu braço.

- Ahh, Bellinha, fica calma, é só uma bebida.
Dei de ombros, se ele achava que não ia morrer tudo bem, eu que não avisaria de novo.

  - E pra senhorita? – perguntou-me o maitrée gostoso. Por um momento eu vi ele piscando para mim.

- Uma Smirnoff ice, por favor. – pedi sorrindo sendo simpática.

Ele assentiu e foi pegar nossas bebidas. Quando voltou nos entregou e saiu, não antes de piscar para mim novamente e Edward infelizmente ver.

- Ele te olhou como se você fosse um pedaço de carne, caralho! – resmungou no meu ouvido e sem esperar por uma resposta minha, ele virou de uma vez seu drink forte.

Tremi quando seu copo foi posto na mesa e ele soltou uma tosse fraca.

- Eu te faria minha aqui, só pra mostrar a todos que você está comigo! – sua mão foi ao meu joelho e ele falava alto demais em meu ouvido por conta da música. Meu estomago se contorceu com suas palavras.

- Ciúmes, Sr. Cullen? – perguntei a ele perto demais de sua boca, colocando uma mão em seu joelho e esfregando sensualmente. Seus lábios tremeram.

- Estou com bastante, Srta. Swan. – ele me deu um rápido selinho. Sorri abobalhada dando-lhe um tapa no ombro e olhei em volta de nós, para ter certeza que nossos irmãos não haviam visto.

E pelo o que notei nenhum deles se quer tinham presenciado a cena.

- Quer dançar? – perguntou-me ele assim que eu terminei de examinar o local. Agora só restavam na mesa Alice, Jazz, Nessie e Jake. Todos com caras zangadas. Assenti e partimos para a grande pista de dança.


Alice POV
  
Aquela baladinha de quinta estava uma merda. Eu e Jazz estávamos brigados.

Minha vida estava uma confusão por causa do Rodrigo, aquele gostosão. Massss, eu preferia MIL vezes meu Jazz lindinho.

 Suspirei de tédio e virei mais uma dose de Whisky, era a segunda naquela noite e eu já me sentia mais... Relaxada.

  Saquei meu celular à procura de alguns joguinhos pra me distrair, só que o que encontrei foi muito, mais muito melhor.

Uma única mensagem esclarecedora das coisas, uma única que faria com que meu Jazz me perdoasse.

As letras em negrito me chamaram atenção e comecei a ler, procurando por algo que pudesse me ajudar. Era daquele dia, naquela balada que no dia seguinte eu me encontrava quase nua, na cama do namorado da minha irmã.

De: Matt

Matt era um amigo que tínhamos encontrado na balada e ele havia ficado conosco o tempo todo.

Para: Alie.

“Alie, me desculpe por ontem, hoje, mas eu tive que deixá-los em casa, conforme vocês estavam terrivelmente bêbados, tive que colocá-los na mesma cama, espero que não tenha se importado. Vocês apagaram totalmente. Beijos.”

Matt era um daqueles carinhas que não bebiam e era super fofo e comportado. Agradeci mentalmente a ele e fiz uma nota mental de agradecê-lo assim que eu o visse.

Puxei Jazz pela camisa totalmente branca e fiz com que ele lesse a mensagem todinha. Após ler ele levantou o rosto e me fitou. Um calafrio percorreu meu corpo, eu não sabia o que ele podia fazer. Eu não tinha idéias do que esperar.

Sem mais nem menos, meu rosto foi puxado para perto do seu, e nosso beijo foi energizante. Meu Jasper tinha voltado.

Renesmee POV.

Caralho, essa droga de balada até que tava legalzinha. Bebendo todas, quem é que não fica melhor?

Alice e Jazz saíram pra se reconciliar e sabe-se lá o que eles estavam fazendo agora.

Jacob estava ao meu lado bebendo igual uma vaca leiteira e olhando para as pernas das mulheres lindas. O sangue ferveu e quando ele estava conversando com uma menina eu sem querer o chutei por debaixo da mesa.

- PORRA! – gritou por causa da musica alta quando meu pé atingiu sua canela morena.

A moça que estava quase dando pra ele ali mesmo, saiu balançando a cabeça em desgosto. Eu ri mentalmente, me adorando por isso.

Jacob se levantou visivelmente irritado demais por eu ter estragado sua paquera patética. O vi indo em direção ao bar e voltar novamente após alguns minutos com um copo grande cheio de tequila.

- Ei, - eu protestei assim que ele sentou-se novamente a minha frente calado – me dá um pouco! – estendi meus braços para tentar alcançar seu grande e cheio copo.

Mas ele se afastou, arrastando a cadeira uns centímetros atrás e fitou o salão lotado.

Como se eu não estivesse ali. Como se eu não existisse! E merda, eu fiquei tão brava, que me levantei bufando. Eu tinha que fazer alguma coisa, e ele não sabia com quem estava falando.

Eu era Renesmee Swan merda!

E então, de repente o plano mirabolante veio à minha mente.

Tudo bem que eu era uma lenda no meu antigo internato, pois sempre arranjava confusões e brigas e tinham sempre aquele plano maligno em minha mente, guardado para casos especiais.

Eu sabia plena e certamente que me arrependeria depois, mas tudo o que eu queria era que ele comesse na minha mão hoje e amanha eu diria não lembrar de nada.

 Eu precisava de coragem para isto, então fui até o bar e pedi o mais forte que ele tinha.

Sem ao menos saber o que era eu tomei num gole só, o liquido desceu rasgando por minha garganta de tão quente.

Eu gemi quando o liquido passou e virei para ir em direção ao meu alvo, não antes de sorrir e flertar com o maitrée. Eu perguntei ao barmen, o carinha que dava em cima de todo mundo se ele podia me ajudar. Ele concordou plenamente e dei o número de Jacob a ele. Alegando que eu precisava que ele fosse lá fora para que eu pudesse fazer uma coisinha.

Então, assim que virei o observei.

Jake bebia seu liquido transparente feliz conversando com uma menina morena sentada em seu colo, eles dançavam no ritmo da música, esfregavam-se os quadris em sincronia e só faltavam transar ali no meio. Quer dizer, já estavam transando, só faltava tirar a roupa.

 Observei quando ele beijou o pescoço dela e mordeu. Meu sangue ferveu, e eu não sabia o porquê, eu o odiava, ele me odiava.

Pensei em sair dali o quanto antes, mas se eu o fizesse, minha pequena diversão não seria sucedida. E eu queria trazer, muita, muita dor naquele panaca.

Eu vi quando o telefone dele tocou e ele o sacou pronto pra atender, mas não conseguiu e pedindo licença pro “chiclete vaca” – nome sucedido com direitos autoritais para a morena – eu me mexi rapidamente em direção a ela.

- Olá. – falei assim que cheguei à mesa onde eu me encontrava antes. A chiclete me lançou um olhar meio maligno, logo ignorado por mim.

  - Você viu um homem moreno por ai? – perguntei me aproximando dela, pronta pra arrancar seus cabelos ruins. – não que fossem, pois eram lisos e brilhosos, mas... Você sabe, mulheres tem essa necessidade em ver defeitos em outras.

- Não! – foi curta e grossa, virando-se para a entrada onde Jake havia saído.

- Eu sei que o viu, ele estava nesta mesa! – falei puxando um puff comigo pra perto dela. – vai por mim, ele não é flor que se cheire. – no momento em que falei isso, ela pareceu notar minha presença.

- sério? – perguntou-me carrancuda. – o que há com ele?

- Tem sérios problemas, mentais, doenças sexualmente transmissíveis, fuma, se droga, e por ai vai a lista é extensa! Tem tempo pra ouvir?

- Oh, - seus grandes olhos pretos ficaram mais escuros ainda.

- E ah, - disse, fingindo me lembrar de algo crucial – ele é gay. – ela arregalou os olhos e levantou-se desajeitada, murmurando algo que não entendi muito bem e saiu pelos fundos da casa noturna.

Pronto, primeiro passo, concluído.

Vocês devem pensar que sou má, não, má não, apenas estou me... Divertindo. – palavra linda essa não?
Eu bebericava um drinque quando algo, - ou melhor, alguém – estava a minha frente. A figura alta e masculina me chamou a atenção.

- Oi – ele gritou em meu ouvido, sua voz me deu enjôo e quis que por um milagre eu vomitasse nele ali mesmo. Mano, ia ser maneiro demais!

 - Adeus! – gritei no ouvido dele querendo desesperadamente que fosse embora. Com ele aqui meu plano não daria certo e Jake voltaria há qualquer momento.

- qual é, docinho... – o panaca murmurou no meu ouvido. Juro que tudo o que bebi estava prestes a sair de mim pela boca.

- TÁ LOUCO? – explodi levantando e chutando a merda da perna dele. O cara grande gemeu de dor e eu corri igual uma louca desvairada porta fora quando notei que ele não era nada cavalheiro e ia vir atrás de mim.

Assim que me livrei da multidão e finalmente deixei a casa, o ar frio e penetrante da noite me atingiu em cheio. Eu tremi, de medo, frio, antecipação.

Eu não fugia de briga porque aprendi a lutar pelas minhas coisas sozinha. Então parei, com as mãos no joelho e tratei de me recompor rapidamente, armando meu peito pra frente.

O cara grandalhão mexeu-se em minha direção e meu coração falhou, eu morreria. Lenta e dolorosamente e depois nem eu saberia o que aquele maníaco faria com meu corpo.

Mais tarde eu saberia que ele era apenas um homem traído e legal à procura de sua mulher vaca.

Assim que ele estava a um passo de distância de mim, estendeu-me a mão grande e morena.

- Sou Paul. – falou calmo e sorriu simpático para mim. Nem fiz menção de estender minha mão para cumprimentá-lo.

- Ah, não fique assim. – seu sorriso murchou chateado.

- O que quer? – perguntei brava, ainda o empeitando, tentando parecer o mais forte possível.

- Nada... – chateado falou coçando a cabeça careca brilhante. – é só que eu vi você com minha mulher e... Pensei que pudesse saber pra onde ela foi.

- Meu bem, nem eu sei onde estou para falar a verdade! – ele gargalhou como uma criança frágil.

- você não me disse seu nome – Paul falou sentando-se no chão e eu o acompanhei – a não ser que ainda ache que sou um maníaco pervertido. – balancei a cabeça alegando que não, mas no fundo eu tinha medo ainda. Então menti.

- sou Nina – assim que falei meu nome ele pareceu notar que não era esse, pois abriu um largo sorriso.

- Sabe, NINA – enfatizou bem o nome idiota que era o único que eu tinha em mente – minha mulher, a qual eu procuro, me trai entende? É por isso que preciso ficar vinte e quatro horas na cola da danada!

 - O melhor a fazer é separar-se! – soltei sem pensar.

- Eu não posso – murmurou – ela pode conseguir me falir com apenas um documento.

Antes que desse tempo para eu pensar em dizer algo, uma risada alta me chamou a atenção e Paul e eu viramos a tempo de ver a droga daquela vaca chiclete no pescoço de Jake.

- é a minha mulher... – Paul disse antes de levantar-se raivoso.

- O que? – gritei levantando-me depressa, o que fez minha cabeça girar em resposta.  – A morena chiclete é sua M. U. L. H. E. R? – eu não acreditava! DEUS, pode ficar pior?
Claro que podia!

- Seu cachorro PULGUENTO! – Paul gritou já apontando o dedo para Jacob. Imaginei que ele sairia correndo feito um louco e choraria suas mágoas em alguém – de preferência Bella. Mas não. Ele permaneceu ali, olhando para o homem ao qual mataria sua vida por causa de uma... Mulher! Quer saber? Dane-se, não sou eu quem irá morrer mesmo, e outra, o babacão ai nem faz muita diferencia em minha vida.

- Paul, Paul, Paul – cantarolei seu nome feliz alcançando um de seus braços enormes morenos o parando por segundos.

 - O que há Nina? – seus olhos viraram para mim um instante.

- Nessie. Renesmee. – apontei para mim.

- o que tem essa tal de Nessie? – Paul dava agora total atenção a mim – Por acaso é o monstro do lago Ness? – perguntou para si mesmo e antes que eu pudesse dar a resposta, ele mesmo falou – Não, não, entendi, Nina. Vamos jogá-los no lago Ness! – bufei.

- Não. Eu. Sou. Renesmee. Renesmee Swan! – revirei os olhos quando a boca dele se abriu e ele estendeu-me a gigante mão.

- É um enorme prazer, Ness, mas estou prestes a matar alguém se me dá licença... – disse já saindo de perto de mim andando até onde Jacob e a morena estavam encolhidos.

Ela parecia muito bêbada.

- Assim que o pegar eu posso, por favor, arrancar as bolas dele? – perguntei com uma felicidade enorme em meus olhos apontando para onde Jacob estava. Nossa seria tão bom vê-lo levando uma surra daquelas!

- O cara? – Paul virou-se novamente para mim abrindo um largo sorriso cativante. – O conhece?

- Claro! – sorri – Ele merece uns ótimos tapas! – Paul gargalhou alto, chamando a atenção para nós e do nada a voz manhosa e arrastada do bêbado do Black veio até nós.

- Swan? Não acredito! – gargalhou alto – Porra, tu é duas!
Rolei os olhos, até bêbado aquele filho da mãe me enchia a paciência.

- Nessiezinha – pronunciou meu nome devagar e odiei o novo apelidinho – você é lesbica! – convicto anunciou.

Meu queixo caiu quando ele falou aquilo, talvez estivesse apenas querendo morrer.

- Tá maluco, Black? – gritei gesticulando para ele cheia de raiva. Eu sei que não devia ter ficado assim, mas como ele pode pensar isso de mim?

- Mate-o Paul. – dei de ombros esperando que levasse uma bela surra. E eu sabia muito bem que o Jacob não estava tão bêbado assim a ponto de esquecer o que houve hoje.

   - Sem dúvidas, pequena Ness.

Paul avançou em direção a Jake, que o empeitou ficando com os músculos tencionados o deixando mais e mais musculoso.

Assim que o grande e também forte Paul levantou o braço enorme com o punho fechado em direção a Jacob, fechei meus olhos esperando o seu grito, mas não veio então os abri a tempo de ver a morena chiclete empoleirada no braço de Paul. Com as lágrimas em seu rosto perfeito de boneca.

Eles conversavam baixinho e após um segundo já estavam indo em direção a um carro luxuoso preto, Paul passou por mim e sorriu perfeitamente calmo.

 - Merda! – resmunguei chutando umas pedrinhas no chão. Pensei que o idiota levaria uma surra que nunca mais esqueceria! Mas, não... Homens, sempre iguais!

O silêncio era estranho... Eu odiava silêncio, sempre fui muito espoleta e ativa.

Não me dei ao trabalho de olhar para trás pra ter certeza que Black ainda se encontrava ali e deixei levar-me para onde os nossos carros estavam.

A brisa forte e fria penetrava minha pele e a sonolência já vinha me perturbando. Queria ligar atrás de Bella e pedir para que me levasse embora, mas não queria estragar a sua felicidade com Edward, eles faziam um lindo e perfeito casal.

Lésbica? – a palavra virava em minha mente. Não tenho cara de lésbica!   

E alias eu já tinha ficado com uns bons caras! Droga eu tinha aquela intensidade de querer provar-lhe o quanto estava errado.

 - Renesmee? – a voz de alguém veio até mim. Era grossa, máscula e eu conhecia muito bem.

 - O que quer? – perguntei virando-me para fitá-lo. – Quer dizer o quanto pareço lésbica pra você?

Ele balançou a cabeça uma, duas, três vezes;
Como eu já havia dito simplesmente os planos mirabolantes vêem em minha mente. Andei até ele tentando ser no mínimo sensual. Pus um dedo em minha boca, como se espalhasse o maldito brilho labial.

 Ele gaguejava palavras incoerentes. Cheguei bem perto dele e a primeira coisa que fiz, foi unir bem nossos corpos. Jacob arfou, coisa que pensei que ele nunca fizesse.

- Ainda acha que sou lésbica? – perguntei-lhe enquanto esfregava meu quadril ao seu, lenta e dolorosamente.
Tentei afastar as coisas ruins da mente e me concentrar nele. Na verdade nem eu sabia o que fazia direito, só queria que ele... Me quisesse. Me quisesse tanto que não se agüentaria ali, ou perto de mim nunca mais.

Ainda esfregando-se nele consegui – depois de várias tentativas, porque eu já estava meio mole – levantar minhas mãos e tocar cada bochecha dele. Fazendo com que me fitasse;

As mãos dele desceram para minha cintura me prensando cada vez mais nele; meu coração batia irregular e eu não sabia o que fazer ou pensar.

Quando me dei conta, ele já havia me virado e já estava de frente para mim, agora quem era a presa entre o carro e Black era nada mais nada menos que Renesmee Swan.

A boca dele veio para meu pescoço enquanto eu sentia algo duro contra meu ventre.

Congelei, era isso mesmo que eu queria; vê-lo assim todo animadinho e depois... Depois ele não teria nada!

Minha respiração pesou ainda mais quando ele raspou os dentes na base de meu maxilar.

- Eu sabia que você não agüentaria muito tempo – murmurou em meu ouvido.

Então ele se achava o bom? O perfeito? Eu iria mostrar a ele que não, ele não era.

- Oh, mas é claro, Jake! – sussurrei perto da sua boca, minha mão descendo e subindo em suas costas depois passei minhas mãos pelo seu peitoral chegando à camisa de gola com botões.

Desabotoei um por um e deixei com que a camisa dele caísse em nossos pés.

Quase desesperada sai de seu abraço e deu um passo para trás.

- Deixe-me ver você! – eu disse sorrindo sacana, ele obedeceu e ficou paradinho.

Que ele era muito, muito, muito gostoso, ah isso ele era. Mas tinha um ego enorme e eu não gostava disso e nem Bella pelo o que vejo.

Lentamente voltei para seus braços fortes e aconchegantes novamente. Eu o odiava desde a primeira vez que nos vimos, onde ele me chamou de criança e depois se vangloriou de “o quanto Jacob Black é lindo e todos os amam!”

Beijei o pescoço dele arrancando um suspiro profundo. Seus olhos reviraram e ele deixou as pálpebras caírem.

Aproveitei para passar minha língua em seu lábio inferior, que foi aberto prontamente.

- Você ama a Bella – murmurei em seu ouvido calmamente e mordi seu lóbulo. – Você é um egocêntrico. – murmurei e quando ele percebeu que eu não o queria, suas mãos pararam imediatamente. Congelaram em minha cintura. – Nunca conheci alguém tão mesquinho e chato como você! Tenho nojo, dó, desprezo, compaixão! – afastei-me dele lentamente, meu corpo tremeu quando o vento passou por mim e eu já não estava mais protegida pelo seu calor.

- Você nem ao menos me conhece – gentilmente falou com a voz rouca. 

- Não? – perguntei sarcástica demais – Você nem consegue se controlar perto de uma mulher! – apontei para sua calça, ao qual o zíper estava aberto. Talvez eu estivesse pegado pesado demais. Mas naquela hora nada mais importava.

- Um frouxo! – continuei – um frouxo incapaz de gostar realmente de uma mulher, nem Bella você deve amar como aparenta! Você viverá sozinho para sempre, Jacob Black!

- CHEGA! – ele gritou colocando as mãos na cabeça e deixando-se escorregar pelo carro até o chão. – Chega, chega, chega, - implorou.


- NÃO! – gritei. – VOCÊ PRECISA OUVIR! Quem sabe você não se torna um ser humano descente agora? – respirei fundo aproximando dele, o qual tinha a cabeça baixa e a respiração pesada. Ao notar que eu estava perto, seu rosto subiu e me encarou. O choque percorreu meu corpo, um tremor instintivo ao finalmente perceber que ele chorava. – Levante-se, Black, não fique ai chorando como se fosse uma criança! Está na hora de crescer. Aliás, a hora de crescer já passou.

Afastei-me dele triunfante. Eu tinha vencido! Eu disse a ele o quanto ele era um covarde, um idiota. Por um momento me senti culpada por ter feito- o chorar. Foda-se! Nossa, essa palavra era bem usada em meu dicionário depois que conheci Jacob.

- Swan, espere! – gritou atrás de mim. Virei-me rapidamente a ponto de o ver enxugando as lágrimas com a ponta da camisa e seu rosto transformar-se de um triste e desolado para um completamente frio e arrogante. Meu coração deu um pulo e meu sangue gelou ainda mais quando os passos de Jake pararam e ele ficou a um centímetro de meu rosto. A fúria era grande em seus olhos perdidos e calculistas.

 - E você, ein Swan? Está se julgando melhor que os outros, não é? – ele gritou para mim, meus lábios tremendo de ódio e agora raiva, ele não tinha esse direito! – Mas não é, nunca irá ser, nem melhor que eu, nem melhor que ninguém! Eu tenho dó de você! Eu tenho dó pelo fato de ter sido abandonada quando criança. Eles não devem ter te agüentado não é? Desde criança, uma isolada longe da família. Solitária em um orfanato. Triste não é? Abandonada! Nunca gostaram de você e preferiram que você fosse para a adoção e não Bella.

- INTERNATO! – gritei. Meus olhos com lágrimas tolas, não era verdade. Ele só estava me provocando. – Ninguém me ABANDONOU! Carlisle só me deixou estudando por uns tempos! CALE A BOCA! – novamente o frio era cortante e desesperador. Jacob puxou meu braço, pois eu já estava prestes a correr.

Meu corpo deu um solavanco quando fui puxada e então senti que as lágrimas quentes caiam por meu rosto. Eu desejei várias coisas naquele momento.

A primeira e mais importante era que tudo fosse mentira da parte de Jacob, que ele só falara aquilo para provocar-me.

A segunda, que ele pedisse-me desculpas pelo o que acabar de falar.

Terceira, que eu não estivesse mesmo chorando, nunca eu havia feito isso na frente de um homem que não fosse meu pai e meu melhor amigo.

E quarta, que nada disso estivesse mesmo acontecendo, que tudo fosse um belo sonho de terror e eu acordasse em minha cama. Livre de Jacob, livre de problemas. Livre de tudo.


- Isolada e sozinha. – suas palavras enviaram vibrações em meu estômago, e tudo o que eu tinha bebido queria vir para fora. – Viu? Quem agora é o derrotado aqui, Senhorita Swan? – perguntou tocando em meu rosto, afastei-me bruscamente dele. Só queria mesmo ficar sozinha.

- Vá embora, Black – pedi com nojo fechando meus olhos secando as grossas lágrimas com frustração. Ele devia ter saído, mas eu nem me dei ao trabalho de olhar.

Eu o odiava mais que tudo agora nesse instante, e nada iria me impedir de causar-lhe os piores pesadelos que alguém já teve. Ele não sabia com quem tinha realmente mexido.

Eu nunca devia ter saído de meu pequeno e feliz internato. Nunca em momento algum eu deveria ter largado tudo para conhecer a família que me abandonou um dia. Jacob tinha razão. Eu era uma isolada, perdida. Uma tola por aceitar vir morar com toda essa gente.

Escorregando para o chão ainda de olhos fechados eu esperei que um raio caísse em meu coração, para queimar e tapar as feridas.
Como se eu fosse atendida, um trovão ecoou no ar bem longe, e depois a chuva veio, para lavar-me a alma e enxugar minhas lágrimas sofridas.
Eu nunca tinha chorada por tantas coisas na vida. Mais agora eu me lamentava por tudo, por todas as lágrimas que um dia não caíram agora elas eram jogadas para fora como a chuva que caia sobre mim, molhando-me.

Chorei por um dia ter sido abandonada, chorei por Andressa, Mikaely, chorei por Marcus, Yago, Diego, meu melhor amigo, por Júlia apesar de tudo, ela sofria.

Chorei por Bella e Edward quando ficaram perdidos, chorei por meu pai e sua dor, chorei pela minha nova família inteira e no fim de tudo isso, chorei por algo que nunca havia mesmo chorado.

Chorei por minha MÃE, aquela que me carregou na barriga, aquela que me dera ao internato, àquela que me concedera a vida e a aquela que um dia me tratou com um amor irreconhecível.

Nunca tinha sentido falta dela antes, mas agora era inevitável, eu a amava, e chorei por ela, me culpando por não ter estado com ela em seus últimos dias de vida. Eu a queria aqui, comigo nesse instante mais do que nunca; e o melhor de tudo, era que depois de tudo o que eu tinha passado, até o abandono, eu perdoei, porque quem perdoa cura, transforma o mundo em que vive.

Edward POV.


 - Obrigada por tudo, Edward – ela murmurou para mim, sua cabeça em meu colo e seus olhos fechados. Ela era minha, só minha, apenas minha.

Encontrávamos-nos agora numa pequena varanda do lado de fora da grande Casa noturna; A chuva caia em torrentes ao nosso lado. Dobrei minhas costas para encostar meus lábios aos seus. Ela prontamente cedeu, dando passagem a minha língua.

O beijo foi calmo enquanto eu acariciava seus belos cabelos castanhos e ela tinha as duas mãos sobre cada lado de meu rosto. Quando nos separamos minutos depois, Bella sorriu para mim e seus grandes e lindos olhos castanhos fitaram o meu mar azul-esverdeado.

- Eu que agradeço, tem sido os melhores dias da minha vida. – seu sorriso se alargou e meu coração se encheu de vida e calor.

Era assim nos últimos tempos, era assim como eu me sentia. Vivo... E feliz!
Depois das declarações que fizemos uns aos outros, o que não foi nada convencional nem muito romântico, valeu a pena e minha vida está melhor a cada dia.

Mas, ainda estávamos juntos, sem compromisso. E era o que eu temia. Era impossível ficar perto dela e não se apaixonar perdidamente.

Eu queria mais, queria muito mais.
Queria poder dar um anel para ela, queria gritar ao mundo o quanto eu a amava. Mas essas palavras tão sinceras estavam entaladas em minha garganta. Ela poderia não gostar muito, então prefiro não arriscar.

 Eu ainda acariciava seu cabelo, quando os passos no corredor nos chamaram a atenção.

 - Tem alguém vindo! – murmurei a ela.

- Foda-se quem está vindo, Cullen. – resmungou a louca.

- Idiota! – levantei-a contra gosto e ainda por cima levei um tapa doído em meu braço. – porque me bateu? – perguntei fazendo bico – nem começamos direito uma relação e já está me batendo? Imagine quando estivermos casados, você irá andar com uma bazuca nas mãos!

 - O tapa foi pelo idiota dirigido a mim! Que relação? – ela fez carinha de inocente aproximando-se mais de mim, instintivamente meu corpo soube que ela me tocaria e um mínimo toque meu coração acelerava freneticamente.

- A qual estávamos vivendo poucos minutos atrás antes de alguém bem chatinha me bater! – resmunguei com a cara fechada. – quer estragar TUDO? – perguntei a ela.

- FALA SÉRIO, CULLEN! – ela gritou do nada, me deixando pasmo. Eu estava de costas para a porta e ela de frente para mim. – ME DEIXE EM PAZ - bufou com raiva. – VÁ EMBORA!

- Que? – sussurrei com a voz embargada. – Embora? – pisquei. Não acreditava que ele estava dispensando só porque a chamei de idiota – Era brincadeira, Isabella! – gruni de raiva. Que criancice!

Ela moveu os olhos para alguém atrás de nós e depois o voltou para mim.


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Notas finais do capítulo

É só pessoal, eu volto daqui há um tempo pra postar novamente,
espero que tenham gostado;
Beijoss,



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