A Minha Vida Mudou novamente escrita por Nessaaa


Capítulo 13
Capítulo 7 : Perdidos - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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Calmaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa! Eu disse paixão?

NÃOOOOOOOOOOOO! Eu disse unidos pela emoção de uma mesma garota! Sei, estou totalmente me complicando ainda mais! Melhor eu parar por aqui, continuando... Apertei sua mão e rapidamente a soltei saindo porta a fora sem rumo, com a imagem da Swan abraçando aquele homem em minha cabeça. Ao longe, observei um balanço de madeira rodopiando com o vento forte que me causava arrepios.

Optei-me por sentar-se ali, longe de tudo, isolado do mundo. Ao sentar e olhar para a mansão branca, o sorriso dela me veio na mente, sua voz chamando o meu nome, doce, melodiosa, calma.

Decidi virar-me de costas para aquela que me deixava de cabelo em pé e tirar a doida da cabeça o mais rápido possível. Ela fazia mal pra minha sanidade. Isabella, Isabella! Insuportável, insuportável!

Ordenei a meu cérebro a parar de pensei nela; o fiz sem muito sucesso.

- Edd... – escutei perto de meu ouvido.

- Alice. – murmurei condenado. A pequena sentou-se no balanço ao meu lado e fitou-me por vários minutos; depois de um longo tempo, começou a se movimentar para frente e para trás com graciosidade.

 Uma mera criança inocente. Alice que era minha irmã de sangue me conhecia melhor que eu mesmo, a bixinha sabia até o que eu sentia!

- Eu sei o quanto gosta dela! – falou virando seu balanço para mim, conforme ficássemos olho a olho. Balancei a cabeça negativamente uma vez apenas, mas ela não acreditou, como sempre, o que me deixava mais enrascado ainda.

 - Então... – ela continuou sem me deixar respirar – diga isso olhando em meus olhos! Virei-me para ela; era agora que eu ia ser pego na mentira!

- Eu. – comecei devagarzinho olhando dentro de seus olhos verdes – não. A. Amo.

- Mentira! – disse calma demais pra ser verdade – você não me engana Ezinho! – bateu de leve em meu braço – eu te conheço, muito, mais muito bem!

Era verdade, Alice sempre fora a irmã que descobria meus amores, minhas paixões e era minha confidente, amiga, irmã.

Ela pôs a mão em meu rosto.

 - Se a ama, por que não fala isso pra ela? Ninguém resiste ao seu charme! – sorri com suas ultimas palavras. Talvez ela seja a única que resista, pensei amargurado.

- Eu não amo! – chateado exclamei sem nem eu mesmo acreditar no que falava.

- Se não ama, - continuou, acariciando meu rosto de forma delicada e fechando meus olhos com as mãos – por que saiu de lá daquele jeito? – pensei que ela pararia e me deixaria defender-se, mas não continuou com um risinho baixo. – por que olha para ela daquele jeito? E por que, nesse exato momento eu vejo em sua testa escrito ISABELLA? Isabella, Isabella... – continuou sussurrando pensando que me venceria – Isabella... Isa...

Era tão... Óbvio assim? Estava tão na cara? Calminha ai! – falei para o pouquinho de sanidade que ainda me restava depois de tudo

– Eu não amo, nunca amei aquela criança, aquela criança mimada, que namora um cara idiota! Suspirei agora derrotado de verdade;

 - Viu?! – a garotinha de cabelinhos espetados falou e eu pude imaginar seu sorriso com covinhas espalhando-se pelo belo rosto de fada.

- Eu não vi nada! Ainda tinha os olhos fechados por ela.

 - Agora Ezinho, - ela murmurou – pense no rosto DELA! Franzi a testa aonde à anãzinha queria chegar?

- Nela quem? – perguntei fingindo não me lembrar de quem falávamos; Alice riu novamente.

- Em Isabella, ué! Quem mais seria? Tanya? – riu;

Bufei fortemente. Fingi que pensei, não queria pensar nela, ou no seu jeito incrível, no seu sorriso, como ela era linda. Suspirei.

 - Ah, Bell!

Alice riu com o que eu disse, sem querer acabei soltando seu nome. Droga! Filho da mãe Edward! Seu Besta!

- ALICEEEEEEE!

Pulei de susto, Meu Deus! Faz efeito isso! Eu escutei Bella gritando! E foi tão... Tão... Bom ouvir sua voz.

- ALICEEEEE! – gritou de novo só que agora mais perto de mim. Suspirei de novo e seu cheiro veio forte em meu rosto, consumindo minha mente, minha sanidade, meu coração, enchendo-o de amor, felicidade e uma amargura profunda por não tê-la para mim.

Que sonho real, Deus! Senti as mãos de minha fadinha escorrega, ao tentar abrir de novo os olhos, percebi sua mão ainda ali; acho que demorei demais sonhando e jurava que Alice tinha tirado as mãos dali.

- Se preparando para fazer ioga? – sussurrou em meu ouvido me fazendo arrepiar. Senti Desejo! Desejo e ânsia de pegá-la nos braços e beijá-la com todo meu amor!

Sua mão escorregou e eu me virei apertando as pálpebras para enxergar melhor; virei-me e contemplei-a. Estava bela, havia trocado de roupa e agora usava um pijama de dormir lindinho de moletom preto com estrelas brilhantes.

- Não Swan, - falei monotoriamente – Estou me preparando para voar! Sou um vampiro! BUU! – Ela riu fraco e andou até meu lado; sentando-se no balanço; depois de algum tempinho, ainda olhando para a mansão branca, sussurrou meio que rindo:

- Vou fugir!

- Ah, - fingi desapontado – Vá com Deus!

Com a mão no peito, ficou ofendida.

- Então tá! – eu ri, era inevitável não rir de sua expressão “Eu não sou amada, beijos”. Passou-se um longo tempo de mais silêncio, um silêncio bom, onde podíamos escutar o vento batendo-se nas árvores.

A lua atravessou o caminho de uma nuvem e apareceu para nos dar boa noite, lugar perfeito, hora perfeita, mulher perfeita... Tudo estava tão perfeito!

Além de ouvir o vento, podia ouvir sua respiração ficar ofegante ao tocar-me na mão conforme ela ia balançando.

- Bella... – eu murmurei meio que gemendo. Seus olhos vidraram para meu rosto, sua respiração ficou presa na garganta e eu a vi ficar roxa.

- Bella respire! – e nada, nada dela, nada de se mexer, falar, respirar! Eu tinha que fazer algo! A garota só me olhava! Sei que sou bonito! Mais não precisa morrer por causa disso! - Beee... Respire! – pedi tocando seu rosto, ela piscou três vezes, mas ainda assim não respirava, - BEEE! Respire! Por favor!

Bella torceu o nariz e sua cor foi ficando normal a cada respiro profundo.

- Você dizia? – perguntou ainda me fitando.

- Eu não me lembro! – dei um tapinha na testa. Bell gargalhou e eu a acompanhei.

 - Ah Edd... Ward. – sorriu envergonhada por dizer meu apelido intimo.

 - Beee, - falei agora sério – Eu sei como é tudo tão ruim isso que você está passando!Sei que está abalada, mas tente ser forte! Mais forte do que já é!

Quase falei que a amava, mas ficou preso na garganta. Percebi que – não sei como – já estava BEEM perto dela, da sua boca, do seu corpo, do seu cheiro, da minha insanidade, do meu fruto proibido.

 - Obrigada pelo conselho Edd... – suspirou. – e obrigada... Pelo... Apelido. – corou forte, as bochechas tornaram-se tomates vivos.

 - Não há de que! Minha mão estava em seu joelho e meu corpo reagiu aquilo, reagiu ao formigamento ao pé da barriga. Sim, posso ser galinha, pegador, mas nunca tinha sentido isso antes. Sim, eu estava exitado só com o toque em sua pele, mas me segurei ao máximo, ela é de respeito.

Aproximei-me mais dela, e minha mão subiu para sua coxa, onde dei um leve apertão e a vi amolecer, com mão livre, puxei seu balanço de encontro ao meu. Beeella ficou de frente para mim com sua perna no meio da minha. Puxei sua cabeça devagar de encontro a minha olhando bem fundo em seus olhos, para ver se era realmente isso que ela também almejava.

- Be-lla-aa. – gaguejei iludido demais. Ela era minha, tinha se rendido ao tão esperado beijo!

Ou Não...

- PUTA QUE PARIU EMMETT! CHAMA LOGO A PORRA DO GUEYSÃO DO EDWARD!

- MANO, ELE ESTÁ OCUPADO! – disse um Emm ao Jazz da janela de casa. Mais que saco! Por que justo agora, me diz justo agora na hora do nosso primeiro beijo me acontece uma coisa dessas?

Eu e Bella nos afastamos rindo devido a circunstancia que nos encontrávamos. Se fosse há algumas semanas atrás eu, provavelmente, pediria desculpas a ela, mas hoje era totalmente diferente.

Por isso, a olhei bem fundo em seus olhos chocolate e perguntei-lhe:

 - Vamos Senhora? – estendi minha mão a ela, que pegou confiante.

- Oh, obrigada Monserir. – então, começamos a andar juntos para a grande mansão branca, da qual eu saira estressado por causa dela.

Sinceramente, nada mais importava naquele momento, o toque de sua pele com a minha, me fez esquecer-se de tudo, só tinha plena consciência de sua mão na minha.

- Primeiro você, depois eu. – murmurou passando as mãos em minha face corada de desejo.

Assenti com a cabeça pensando intensamente em puxá-la para um beijo quente e ardente. Mas infelizmente eu não o fiz. Apenas olhei para trás uma, duas vezes e entrei em casa abrindo a porta sorrindo de orelha a orelha.

 - MANOOOOOOOOOOO! – gritou ele quase explodindo meus tímpanos e arrancando risos de quem se encontrava na sala.

 - O que foi Emmett? – perguntei já bem estressadinho. Tanya já havia esgotado toda minha cota de paciência do dia. Eu ia subindo as escadas quando ele soltou sem querer algo que no meu subconsciente eu já sabia, já esperava, mas não queria.

- Black ficará conosco por um longo tempo. Sem me virar, soquei o ar chateado. Puts, que merda! Mais que CARALHO! Droga! Aquele almofadinha ficará conosco? Por um tempo? PUTO! PUTO!

 Com a raiva pairando sobre minha cabeça, adentrei meu quarto bravo; joguei-me na poltrona mais próxima.

Ao passar os olhos pela cama, percebi Tanya deitada, a garota dormia profundamente. Como assim meu filho? – perguntei-me mais uma vez. Sim! Meu filho! E independentemente se eu amava outra, teria eu que assumi-lo e amá-lo como ele merece!

Está na hora de acordar para a vida! Ver o que realmente importa! Eu nunca mais poderia ter Bella – nunca a tive, mas com a chegada do bebê, será impossível, vou ter de esquecê-la.

 Puxei minha poltrona de encontro à cama e ali me vi afagando devagarzinho a barriga de Tanya, perfeita, linda, ainda lizinha. Era difícil imaginar algo ali dentro, algo tão pequeno, tão singelo, tão lindo, tão especial que é uma criança.

 É um privilegio ser pai, - pensei então pela primeira vez daquela maneira, daquela perspectiva.

 Eu queria que ele nascesse logo, que eu pudesse niná-lo em meu colo, como minha mãe fazia comigo. Gostaria de murmurar-lhe canções e vê-lo dormir profundamente preso em seus sonhos mais belos.

Desse modo, tudo era tão incrível! Sem problemas e tudo mais. Só apenas eu, meu filho e a futura Cullen a gerá-lo. Como Esme me criou, eu criaria meu filho; falando nela, já se encontrava na cama dormindo profundamente mais calma agora.

Apesar de ser bem novo para ser pai eu estava me acostumando com a idéia. Afaguei uma última vez a barriga dela e Tanya se remexeu inquieta virando-se para o lado oposto.

Algo, dentro de mim, pediu que eu fosse tomar ar, um ar que mudaria minha vida. Assim o fiz; Agora, eu me encontrava não muito longe do balanço de mais cedo. Estava imaginei eu no começo de uma trilha, talvez, se não estivesse tão escuro eu me embrearia naquele lugar encantador e quem sab...

- MAIS QUE DROGA! – exclamou uma voz que eu conhecia e muito bem.

- Caralho! – sussurrei. A mochila que ela carregava caiu ao chão, abaixei-me para ajudá-la a pegar as coisas que tinham se espalhado devido à queda.

Suas mãos pegaram as minhas e ela meio que “jogou” minhas mãos para longe de suas coisas.

 - EI! – reclamei em vão. Um soluço amargo, doloroso e pesado saiu de seu peito.

- Me deixa! – exclamou com a voz distante.

- Bella... – o som de minha voz foi tão sufocado, sufocado porque eu entendera TUDO! Entendera que ela não mentia sobre FUGIR!

- Me deixe em paz Cullen! – gritou se levantando e saiu correndo na escuridão. Fiquei parado por um tempo assimilando tudo.

Era agora que eu não a deixaria em paz, não! Não a deixaria sozinha. Não podia! CARACA! Vá atrás dela! – ordenou a mim aquela voz chatinha que tanto nos incomoda. A consciência. Levantei com um pulo do chão e segui por onde eu a vi sumir. Droga Swan! – pensei. Fugir? Que PORRA! Pra onde louca?! Para onde? Rosnei para eu mesmo e então vi suas costas graciosas correndo a todo vapor. (...)

BELLA POV.

Burra! Burra! Ah, idiota! Fugir realmente parecia bem mais fácil em filmes e na teoria, porque na pratica e vida real, eram bem chatinhos, cansativos e medonhos. Havia horas que eu estava dentro daquela mata, andando, andando, andando e NADA! Eu estava perdida! Sinceramente o medo já se apossava de mim como o amor toma conta.

Eu jurava que escutara varias vezes barulhos atrás de mim e meu coração se apertava tanto de medo quando eu me virava e via apenas escuridão que me preparei para o pior. Já podia ver o sol se pondo e a exaustão me batia.

Não tinha pensado onde passaria a noite, nem qualquer coisa do tipo, NADA! NEM ONDE DURMIR SUA SWAN IDIOTA! Cai pela terceira vez tropeçando em uma pedra tamanho família, dessa vez, ralei joelhos e palmas das mãos; minhas forças já tinham acabado, decidi por ficar ali, deitada e esperar ser morta por um “bichinho” qualquer. 

(...)

Sonhei. E como eu sabia que era um sonho? Pelo simples fato de que eu era levada, carregada por algo quentinho como chocolate quente e grande, bem grande como um urso. Claro que no sonho, o urso sorria e caminhava calmamente, nem parecendo se importar com meu peso.

Podia sentir quando o caminho ficava íngreme e quando havia pedregulhos no caminho. - “Ei Swan, não podia ter esperado amanhecer para fugir?!” – perguntou-me o urso e depois caiu numa gargalhada ao mesmo tempo divertida e sombria. Até gostaria de ter rido junto com ele, mas não tinha mais forças para nada, nem mesmo para conseguir abrir meus olhos direito e pelo simples fato de ele ser um urso. E, AH MEU DEUS! Um urso FALANTE!

Sabia que tinha passado tempo demais e eu ainda sonhava com o urso, ainda era carregada por aquele ser quentinho e aconchegante, mas então, chegou uma hora que ele me pôs no chão. Gemi frustrada, estava tão bom! “-ficamos aqui até amanhecer” – murmurou-me e depois depositou um singelo beijo bem perto de meus lábios. 

(...)

Acordei com o sol forte banhando meu rosto, virei-me de um lado para o outro inquieta tentando fazer com que o sol sumisse sem muito sucesso. Eu quero dormir! Alguém feche a DROGA da cortina! Então, em fleches, me vieram tudo; Rápido e doloroso. Não tinha mais cortina, não tinha casa, estava perdida, Urso! URSO! Mãos quentes... Camin... ESPERAI! Mãos quentes?

- AHHHHHHHHHHHHH! – gritei levantando-me rapidamente, mãos, mãos! Eu jurava ter vindo sozinha, Havia me certificado que despistara E...

- Bella? – perguntou com a habitual voz de sono.

Deus, como fora possível?

 - EDWARD? – gritei horrorizada com a mão no peito. Podia enfartar aqui e agora. Ele deu de ombros fechando os olhos novamente como se nada estivesse acontecendo.

Andei de um lado para o outro pensando em mil maneiras de sair daqui sem ele me notar, mas nada vinha, eu poderia fugir do babaca do Edward, mas até que não iria muito longe, porque se eu não me engano, andei em círculos toda a noite! AHÁ! Então meu sonho era real, ele era o tal urso!

Ele me carregara! Como não vi isso antes? Ele me seguiu! Parei de caminhar e o fitei ainda de olhos fechados; como ele era LINDO! A pele estava levemente corada devido ao sol que batia em seu rosto, seu corpo escultural estava coberto pelo suéter e a calça cáqui.

Mesmo com a aparência cansada ele estava lindo! Perfeito! Com essa beleza toda eu até poderia desistir de fugir agora mesmo. Mas não, em um, dois...

- Se você tentar eu te sigo! – murmurou – Você não vai muito longe.

 Droga! Soquei o ar irritada. Lógico! Claro que tinha que acontecer isto! Eu devia ter imaginado! Já que eu nada poderia fazer, deitei-me ao seu lado de barriga para cima respirando o ar tão límpido. E então, o sonho de estar dentro daquela mata, a explorando voltou com tudo;

Eu estava dentro dela! E podia muito bem olhar tudo, conhecer tudo! Literalmente.

O lugar era realmente mais lindo do que eu imaginara; Havia árvores em todo o lugar e suas folhas tão vivas, cheias de cores pendiam para baixo como num cacho de uva.

Os animais eram bem diversificados, um mais lindo que o outro, de borboletas a insetos, de insetos a mamíferos.

Numa árvore, ali, bem perto de onde estávamos eu vi um esquilinho comendo e de repente meu estomago roncou alto, escandaloso. Minha mão foi de encontro com o estomago, ao qual eu massageei com força; a risada de Edward veio de encontro a mim me deixando mais vermelha que uma pimenta.

- Idiota! – bati em seu braço com toda a força que eu ainda tinha; - que coisa feia, Edward ficar rindo da minha falta de comida! Ainda sorrindo ele se levantou e pegou a mochila que eu trouxera.

- Diga, pelo amor de seus lindos dentinhos que você trouxe comida! – Lançou a mim um olhar matador que me arrepiou.

Sorri bem convencida e feliz por dessa vez estar tão certa do que nunca estivera antes. Eu esfregaria a droga da comida que eu trouxe em sua cara e depois eu dançaria feliz da vida por ter, pela primeira vez na vida, feio algo que o surpreendera; retirei a mochila de suas mãos grandes e brancas.

Depois de quase entrar em desespero de perceber que não achava nada, ali, no bolso de fora estava tudo o que eu trouxe para essa “viagem”. Coloquei no chão três barras de chocolate, grandes e pesadas, ao leite – da minha marca preferida, claro -, duas caixinhas de suco, aquele o qual vem naquelas caixinhas de papelão na medida certa e por fim, um único pedaço de pão com presunto e queijo vencidos – este último vi Edward o jogando longe de tão fedido. Nem os pobres animaizinhos o comeria.

- Que nhaca! – passou uma mão na outra após jogar o meu tão respeitado lanche de anos fora.

- Ele era um idoso, Edward! Estava aqui desde a época em que eu chupava chupeta! Malvado!

- Que nojo! E eu ainda achava você bem chatinha pra esses tipos de coisa! – disse ele me deixando com a consciência pesada por ter jogado Eri fora. Eri era o nome do lanchinho!

- Isto é comida? – perguntou-me – Que eu saiba tudo isso é uma bela de uma sobremesa! E não enche barriga! – agora gritou alterado – Por que merda você pensou em sair do aconchego de seu lar, onde tinha comida, roupa lavada, uma cama quentinha e ar condicionado?

Não respondi, meus olhos se encheram de lágrimas e eu não consegui responder pelo fato de minha garganta se fechar em um nó. Virei meu rosto para o outro lado, para que ele não visse que eu ficara magoada.

Dor, eu sentia dor naquele momento. Uma dor que não aparecia há tempos, ou há horas? Aquela mesma dorzinha que chega de mansinho e bate na porta de meu coração e sem eu permiti-lo entrar, adentra minha porta me deixando vulnerável, triste, amargurada.

E então eu me pergunto, por quê? Por que eu sinto que ele tem razão? Por que sinto que estou sendo injusta? Injusta com minha família, com meu pai, irmãos, até com... Esme!

Talvez, passar por tudo isso tenha um propósito, um dia eu poderei ver realmente o que se passava.

- Desculpe... – ele murmurou vindo perto de mim e puxando meu queixo em sua direção, nossos olhares se encontraram e ele limpou uma lágrima que escorrera fujona.

O rancor e o ódio haviam sumido de seus olhos dando lugar a uma marcara de tristeza e dor.

Assenti com a cabeça soltando sua mão de meu queixo; mas, ele o segurou firme, forte, como se quisesse me prender ali para sempre. Talvez fosse o que eu também almejava, mas não me dera conta. Sustentei seu olhar, hipnotizada demais, Edward então ainda segurando firme meu queixo, murmurou meu nome.

Baixo, calmo, como se eu nem estivesse ali para escutar;

De repente, as lembranças de ontem me voltaram com tudo; Quase tínhamos nos beijado! Senti como se fosse o certo naquele momento, e agora, mesmo com a raiva, e a dor, eu sentia o mesmo.

Mas, apesar de tudo, eu me vi murmurando constrangida demais:

- Não... – Edward me olhou como se eu fosse qualquer bicho que o machucaria.

Devagar, soltou meu queixo e abaixou o rosto, passou-me então uma barra de chocolate ao leite, ainda calado e de cabeça baixa, que eu peguei esperançosa, pronta para esquecer o que acabar de acontecer conosco.

- Bella? – ele me chamou antes que eu pudesse estar na metade da barra de chocolate, virei meu rosto e o fitei;

Dei de cara com um Edward mal-humorado, carrancudo, bicudo e baita olhos verdes ardentes, que me prenderam novamente

Ele abriu a boca para falar algo, mas mudou de idéia na última hora e murmurou um “vamos logo, porque ainda temos que encontrar água!” De contra gosto, balancei a cabeça devagar assentindo; Claro que eu me incomodava de andar por ai feito louca, aliás, eu mais caio que ando!

(...)

- Estou com CEDEEEEE! – resmunguei pela décima vez enquanto caminhávamos. Eu e ele estávamos agora andando a procura de alguma fonte, riacho, rio, lago, qualquer coisa que fosse líquida, potável, transparente e com gosto de água de preferência.

O sol já estava bem forte sobre nossas cabeças e deviam ser mais ou menos um meio dia; minha fome voltara com a maior força possível já que aquela barrinha de chocolate minúscula não adiantou nada! De manhã, depois de comermos, Edward alegou novamente com uma voz monótona, que eu passaria cede, e o boneco resolveu ir procurar água. Detalhe: SOZINHO! Mas eu bati o pé e insisti que ele me levasse junto, não sou boba, vai saber se enquanto ele estivesse fora eu fosse morta por um urso.

Drama, drama e mais drama! - Estamos procurando, Swan, estamos procurando! – rebateu ele passando as mãos no cabelo rebelde.

- Parece que não está procurando tão bem assim! – minha voz foi chata, tensa, e mal-humorada. Esse joguinho todo estava me irritando! - Cale a boca Swan! Estou ouvindo! – ele parou de andar e estendeu um dedo para me calar.

Lanchei-lhe um olhar mortal.

- Ahh, cale a boca você! – falei de volta, sou superior! Ainda andando olhei para ele de lado.

 - Swan olhe a ar... – olhei para frente antes que ele pudesse terminar e dei de testa com uma árvore dura, grande, forte que me fez ver estrelas.

Cambaleei para o lado com a mão na testa onde já se formava um galo enorme, depois, sem perceber, senti uma onda de vertigem que explodiu dentro de mim, me deixando fraca e com a visão turva e depois eu estava no chão, vendo apenas uma imensa escuridão. 

(...)

- ACORDEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE!– escutei bem no fundo, como se eu estivesse dormindo como uma pedra e de repente alguém chamasse alto o bastante.

Fui abrindo devagarzinho meus olhos e acabei por ver ali em minha frente duas faces idênticas de dois homens, fortes, altos, cabelos cor bronze, perfumados, e extremamente lindos.

- Dois? – perguntei com a voz rouca e depois num murmuro acrescentei com um pequeno sorriso formando em meus lábios – estou feita! Os dois se remexeram para longe de mim com a cara preocupada. Era como se eu os conhecesse de algum lugar, mas não me lembrava de onde! Não se lembrava de... NADA!

Deus, de nada! Nem quem eu era! O que eu estava fazendo aqui? Era como se eu tivesse um vazio nas memórias, como se eu soubesse que já vivi algo, mas não me lembrasse. Era... Doloroso.

Eu só queria saber meu nome, minha idade, eu não me lembrava se eu sequer tinha uma família! Estava tão confusa e perdida. - Pare com isso Bella! – disse um deles me puxando para cima. Ah, então era assim que eles me chamavam, de... Bella.

Que falta de criatividade! Credo! Apelidinho feio! Ah, então, eles devem me conhecer, já que me chamaram assim.

- Ah, droga! – cambaleei para o lado e fitei o cara na minha frente – pensei que eram gêmeos! Merda! – não haviam dois, eram apenas um! Ahh, que pena! Suspirei pesadamente tentando assimilar tudo de uma vez só. - Aliás – lembrei-me do principal – quem é você?

O cara me lançou um olhar primeiramente matador, logo em seguida de indignação; acho que ele deve ter pensando que eu estava mentindo. O fitei algum tempo de boca aberta, eu tinha medo de sua reação, porque eu nem ao menos o conhecia!

Ele poderia ser qualquer coisa, quem sabe até um Serial Killer. Suspirando profundamente, o bonitão fechou os olhos e apertou a ponta do nariz, ainda nessa posição falou:

- Edward, Bella! Meu nome é Edward!

-Que nome mais antigo! – murmurei e tive a plena certeza que ele ouvira, porque assim que eu terminei minha frase, ele abriu os olhos e me fitou de maneira estranha. Era como se algo se prendesse entre eu e ele, algo grandioso e forte, uma estranha ligação.

Meu coração começou a bater irregular enquanto eu o olhava. Muito estranho! Nós éramos... NAMORADOS? Afinal, eu me sentia tão... Tão estranha!

Tudo bem que ele era um gato! Mas, eu ficar toda sentimental, não me parecia certo.

- Não conheço nenhum Edmund! Ele me olhou preocupado.

 -Ah não! – falou revoltado com a vida – É EDWARD! E-D-W-A-R-D! Edward! Nem falar meu nome ela sabe! – o tal E-D-W-A-R-D balançou a cabeça de um lado para o outro indignado.

- Calma Edmund... – eu nem ao menos terminei de falar quando explodiu:

- MEU DEUS! - gritou ele e socou uma árvore próxima que nem ao menos sacudiu. Ele a chutou também.

Encolhi-me de medo daquele ser, ele era realmente perigoso, um psicopata, um louco capaz de tirar minha vida. Me encolhi mais ao perceber que ele vinha em minha direção, agora, se ele chegou até mim eu não sei, porque antes de ele chegar, uma dor nasceu dentro de minha cabeça, apossando-se de tudo, de todo meu corpo.

Tentei-me manter calma, segura e acordada, mas eu já não agüentava mais, a dor era forte demais; curvei-me a ponto de cair com a cara na terra. Dói demais, era forte, estável.

- Bella! – o cara bonitão falou vindo ao meu encontro, quase desmaiando eu pude ver seu rosto e ele sem dúvida acabou percebendo que eu tinha medo dele; Edmund segurou meus ombros, tentando me manter sentada.

- NÃÃÃOOO – tentei gritar em uma voz rouca, eu tinha medo dele, e ele estava tão próximo a mim.

- Não tenha medo, Bella – ele sussurrou em meu ouvido – nós pertencemos um ao outro. E assim, eu cai na inconsciência outra vez.

Edmund POV, ops, Edward POV.

-Bella? – Gritei em desespero, a vi amolecer e depois quase caindo; fui ao teu encontro e a segurei pelos ombros pousando sua cabeça em minha perna. A figura pálida caiu flácida em meus braços e por ali ficou um bom tempo.

Pensei até que ela teria batido as botas, mas verifiquei seu pulso e ainda batia! Graças ao bom Deus! Ela não poderia morrer agora, não depois de tudo! Sua boca tão perto da minha, era convidativa demais, irresistível, o desejo de beijá-la com todo meu amor voltou novamente me fazendo arfar.

Só aqui, nesta floresta, eu percebi o quanto a amo, o quanto a quero para mim. É egoísta eu sei mais eu a quero! Quando voltarmos para casa – se voltarmos vivos – vou fazer o namorinho dela e do Rodrigo acabarem! Meu

Deus, EU A AMAVA! Não como irmão, mas sim como um homem ama uma mulher, como minha mãe ama Carlisle! Os choques passaram pelo meu corpo agora, emoções fortes estavam me dominando, eu estava sendo deixado levar, por boas sensações, pelo amor que eu sentia por ela.

A minha Bella poderia até estar fingindo sobre ter a perda de memória, mas era real demais pra ser verdade, eu ainda desconfiava.

Ela poderia estar mentindo para ver o que eu faço, ou não... O que mais me preocupava, era que não tínhamos achado água ainda, e daqui a pouco escureceria, eu tinha de fazer algo! Claro!

Quando estávamos caminhando, eu jurava ter ouvido barulhos de água! Lógico! Peguei Bella no colo, ela era tão leve, tão indefesa dormindo profundamente, tão serena ela parecia estar tendo tão bons sonhos! Suspirei como um bobo apaixonado.

Durante todo esse tempo eu nem havia pensado em Tanya, ou em nosso bebê, eu queria mais era curtir com Bella, a garota a qual eu descobri que amara. 

(tempos depois...)


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Notas finais do capítulo

Bem e agr? Será que vão os encontrar? A memória de Bella voltará? Edward já percebeu o quão apaixonado eestá, será que Bella o corresponderá?Descubram na próxima parte 0/



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