Por enquanto escrita por Di Angelo


Capítulo 3
Capítulo 3 - Quando tufo fica pior


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, deixem reviews please!



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Dez anos depois...

-Charlie! Minha mãe chamou do andar de baixo. Levante, vai acabar se atrasando para a escola.

Resmunguei, eu detesto acordar cedo, detesto ter que ir a escola, minhas notas estão na média, mas isso não significa que eu goste de estudar.

Com muito esforço me levantei da cama, limpei um pouco de baba que escorria no canto da minha boca e me arrastei até o banheiro.

Ao chegar fechei a porta e me olhei no espelho, meus cabelos loiros desgrenhados apontavam para cima em todas as direções e meus olhos verde-mar tinham um tom cansado, eu não devia ter ido dormir tão tarde ontem à noite, tomei um banho demorado, escovei os dentes, troquei de roupa e desci as escadas à procura de comida.

-Até que enfim, pensei que tinha morrido naquele banheiro, reclamou minha mãe.

Ela usava o seu habitual terno de trabalho e seus longos cabelos loiros como os meus estavam presos em um rabo de cavalo.

-Bom dia pra você também, ironizei.

Ela riu.

-Bom dia meu amor, disse ela me beijando na testa.

-O que tem pra comer?

-Suas panquecas azuis com calda de chocolate e suco de abacaxi, ou você prefere achocolatado?

Sorri.

-Fico com os dois, mas porque fez café da manhã especial? Que horas são?

Ela sorriu entristecida, sentou-se em uma das cadeiras da mesa e acenou para que eu fizesse o mesmo.

-Vou ter que viajar, ela falou simplesmente.

-De novo? Perguntei aborrecido. Por que está viajando tanto ultimamente? Tinha que ser logo agora? Nas vésperas do meu aniversário?

-Charlie, me desculpe, é o meu trabalho, por mim eu não iria, ficaria com você, aproveitaríamos o final de semana juntos, mas eu tenho que ir, prometo que trarei seu presente, afinal não é todo dia que um rapazinho faz 10 anos não é mesmo?

Assenti derrotado, sabia que mesmo insistindo ela não mudaria de ideia.

-Quando você vai?

-Agora, quer dizer, deixarei você na escola e irei direto para o aeroporto, Luke está me esperando lá para me explicar melhor o projeto, depois seguirei sozinha.

Ah, eu sabia, Luke isso, Luke aquilo, Luke, sempre ele.

-Eu sabia que ele tinha algo haver com isso, afinal você sempre prefere ele não é?

-Charlie, não fale assim, Luke é meu melhor amigo, ele me ajudou quando você era um bebê, foi chamado para projetar um monumento importante, mas como já estava muito ocupado me indicou, é muito importante para mim, não seja arrogante, ela falou ríspida.

Fechei a cara.

-Depois de insistir e pedir que ela desmarcasse alguns compromissos, Thalia aceitou ficar com você, ela irá te buscar na escola e ficará com você este final de semana, voltarei somente na terça.

-Isso não seria problema quando você viajasse se eu pelo menos conhecesse meu pai e ele estivesse aqui, eu ficaria com ele, falei baixo só para mim mesmo, mas ela escutou.

-Charlie, já conversamos sobre isso, falou ela calmamente. Não insista.

-Poderia pelo menos me dizer o nome dele?

Ela suspirou, sabia que eu não desistiria.

-Percy, o nome dele é Percy.

-Isso esclarece muita coisa.

-Pare com ironias, isso me lembra ele, o que definitivamente não é uma memória agradável.

Não pude deixar de sorrir, não sei por que, mas a menção de eu ser parecido com meu pai me deixava feliz.

-Você ainda não respondeu minha pergunta.

-Qual? Indagou ela confusa.

-Que horas são?

Ela deu um tapa de leve em minha cabeça.

-Hora de aventura!

Comecei a rir.

-E eu sou a criança?

Percebi que ela também ria.

-Vamos, para de enrolar, coma logo e a propósito, são sete e meia.

Engasguei-me com o suco.

-O QUE? Porque me acordou tão cedo?

-Precisava falar com você sobre a viagem.

Assenti e voltei a comer.

-Não precisa me levar, eu posso ir sozinho com o Max (o motorista), falei depois de terminar de comer, ainda estava um pouco irritado.

-Eu faço questão.

-Se é assim, vamos logo, falei indiferente.

Subi correndo as escadas até o meu quarto e peguei minha mochila.

Ao descer não encontrei minha mãe na sala, então fui até a garagem, andei em direção ao Fusion branco em que eu já estava acostumado a ir para a escola, mas ela não estava lá, foi quando ouvi uma buzina e um Porscho preto parou ao meu lado.

-Hoje nós vamos no meu velho e bom Porscho.

Fiquei animado, fazia muito tempo que minha mãe não utilizava aquele carro.

Entrei rapidamente e logo estávamos correndo pelas ruas de Nova York.

...

Antes de sair do carro minha mãe me sufocou em um abraço de urso.

-Nunca duvide do meu amor por você, eu te amo filho.

-Eu também te amo.

E assim vi minha mãe partir para o aeroporto, o que eu não sabia era o quanto minha vida mudaria a partir dali.

Quando sai da escola, Thalia minha madrinha já me esperava no estacionamento encostada em seu Mavericks.

Ela abriu os braços e corri para abraçá-la.

-Eai Sr.Elétrico, como estão as coisas? Esse final de semana promete não é mesmo?

-Com certeza.

-Garoto, to com fome, partiu shopping? Perguntou ela.

-Só se for agora.

Entramos no carro e fomos o caminho inteiro escutando Linkin Park.

-Então o que vai querer? Perguntou Thalia quando chegamos à praça de alimentação.

Pensei um pouco e respondi.

-Big Mac e milk-shake do Bobs, depois Mcflurry de ovomaltine.

Ela riu.

-Meu deus para onde vai toda essa comida? Você é um buraco sem fundo.

-Minha mãe sempre diz isso.

Depois de pegarmos nossos pedidos nos sentamos em uma mesa e começamos a comer desesperadamente.

Assim que terminei arrastei Thalia por todo o shopping até encontrar o que queria, uma loja da Jackstation, eu mal conseguia me segurar de tanta ansiedade, logo estaria lançando Ognarom 3.

-O que tem de tão especial nesses jogos?

-Como assim o que tem de tão especial nesses jogos? Eles foram inventados por Perseu Jackson, o cara é um gênio.

Não sei se foi impressão minha, mas por um breve momento a vi ficar tensa ao ouvir aquele nome.

Uma atendente que nos observava de longe se pronunciou.

-O Sr. Jackson virá daqui uma semana, falou ela.

Depois de eu fazer Thalia prometer que me traria na semana que vem para conhecê-lo ela me arrastou para fora.

Ao chegar em casa ela literalmente se jogou no sofá e ligou a TV, aproveitei que ela estava distraída e corri escada acima até o quarto da minha mãe, eu precisava achar alguma informação que me levasse até meu pai.

Procurei nas gavetas, mas não havia nada além de roupas, olhei embaixo da cama e nada, no closet mais roupas e sapatos, quando já estava desistindo uma caixa na parte de cima do armário me chamou a atenção.

Subi em uma cadeira e com dificuldade peguei a caixa e a coloquei em cima da cama, retirei a tampa com cuidado e comecei a procurar.

Havia muita coisa ali dentro, cartões de aniversários que ela recebera há muito tempo, fotos dela com Thalia, Piper, Bianca e Clarisse, outras com Luke, ou com Nico, Grover e os outros garotos, mas até agora não havia encontrado uma foto realmente comprometedora, com nenhum cara estranho, até que lá no fundo, embaixo de todos os papéis havia um pequeno envelope, abri e dentro tinha uma foto, na imagem minha mãe na época bem mais jovem, ria verdadeiramente nas costas de um garoto de cabelos pretos desgrenhados e olhos verde-mar iguais aos meus, eu não me lembro de algum dia tê-lo visto pessoalmente, mas ele me parecia estranhamente familiar, será que aquele era o meu pai?

Desci as escadas sem tirar os olhos da foto.

-É ele não é? Perguntei.

Ela nada disse.

-Esse é o meu pai? Perguntei, mas ela também não respondeu nada.

Quando levantei a cabeça para encará-la vi que ela falava com alguém pelo telefone, a cada palavra que a pessoa pronunciava ela ficava mais pálida, foi quando o telefone caiu de suas mãos que percebi o quanto o assunto era sério.

Thalia continuou calada, sentada no braço do sofá, extremamente pálida, tinha um olhar vago em seu rosto, como se a vida não fizesse mais sentido para ela, de repente enterrou a cabeça nas mãos e quando olhou para mim vi que chorava.

...


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Notas finais do capítulo

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