Rose e Alec estão se encarando a quase meia hora, ele a levou para comer alguma coisa em uma cantina italiana. Ela definitivamente não está com fome e vontade de comer alguma coisa também acabou de enterrar o seu pai debaixo da terra. Reencontrou alguns familiares que não via há muito tempo, mas no caso não quis conversar com ninguém. Alec virou o seu cabide, literalmente falando.

Ela ainda não contou para seus amigos, nem poderia falar, não tem forças nem para manter um contato saudável com Alec que está com ela quase por 44 horas. Rosemary ainda está tentando colocar a ideia que seus pais estão mortos, e agora ela é uma órfã que está comendo uma lasanha com um vampiro que está a observando com uma lente de contato velha, sem falar na roupa “descolada” que ele está vestindo neste momento.

- Podemos ir para a minha casa agora? – Rose não espera que ele concorde com sua ideia já que não comeu nada da comida que ele está pagando.

- Se você fosse uma vampira não precisaria estar comento isso agora, poderia estar fazendo algo mais produtivo.

- Mensagem subliminar para eu virar uma vampira? Está descendo tão baixo assim? Não esperava isso de você.

- O sarcasmo voltou? Pensei que estava triste. – o seu comentário não foi sarcástico, foi vazio e sem sentimentos.

- Em um mundo onde existem seres como você o sarcasmo é um jeito de sobreviver, viver. E agora me deixe superar a minha dor em paz.

Levanta deixando cair o seu copo no chão, porém ela não se importa pois não está feliz e sorridente, mas sim amarga e desesperada. Alec respira fundo e segue a menina, ele é espero o suficiente para saber que se ele a deixar sozinha por muito tempo ela vai acabar fazendo uma loucura.

- Pode não me seguir? Eu quero ficar sozinha, tipo para sempre. – seu mal humor e desespero é visto de longe, até por pessoas que não a conhece. Alec não responde.

Os carros passam de um lado para outro em uma velocidade bem alta, o vento bate no cabelo de Rose o fazendo dançar, está sentindo um pouco de frio na medida em que vê o sol indo embora para dar lugar a lua, as estrelas e o frio noturno.

O que será que acontece se pular na frente de algum carro? Será que ele irá parar ou desviar? Talvez não dê tempo e assim você passe dessa vida para outra sem nem ao menos perceber, não é uma escolha tão complicada quanto parece ser.

Rose obedece a sua consciência e começa a correr ainda mais rápido para tentar fazer Alec recuar, ela sabe que ele não pode correr rapidamente quando tem vários humanos desavisados no meio da rua, o seu cabelo está seguindo a direção do vento e isso faz que ela se movimente ainda mais rápido que o normal.

Sem pensar muito ela entra no meio da pista enquanto um carro vem em alta velocidade em sua direção. Seu coração está batendo mais rapidamente que o normal e sente sua mão molhada de suor, esse é o fim dela com grande certeza, quando o carro chegou ainda mais perto e não baixou a velocidade ela fechou os olhos para esperar a batida.

Porém ela sentiu duas mãos geladas se fechando no seu corpo e a empurrando para longe do carro, quando caiu sentiu suas costas sendo rasgada pelo chão frio e o seu braço esquerdo ser cortado. Doeu, mas ela não pode nem comparar isso com o fato que podia ter morrido se Alec não a tivesse pegado.

- Obrigada, mas você poderia ter me deixado morrer. – Rose comenta ainda com os olhos fechados.

- Não poderia ainda tenho ordens de manter você viva, pelo menos por enquanto. – Rose ignorou a brincadeira de mau gosto do vampiro e deitou sua cabeça sobre o ombro gelado do garoto.

- Eu tenho que me tornar uma vampira, uma Volturi e assim conseguir a vida eterna. – Rose comentou ainda com os olhos fechados. – Neste momento eu não vejo a graça de continuar viva, então a eternidade não me parece uma coisa tão grandiosa no final de contas.

- A eternidade é uma droga, mas também é uma coisa muito boa. Você não morre e na transição algumas memórias são perdidas o que deixa a aceitação mais aceitável, e é complicado se envolver com humanos já que vira o seu alimento.

- Neste momento eu sou uma humana que está sangrando e estou morrendo de medo de você me matar e só estou aqui porque você não pode me matar, mas consigo ver que está quase morrendo por isso.

- É sangue geralmente tem um cheiro muito bom, mas como você é usuária de drogas ele não parece ser tão atraente assim, pode até ser que sua habilidade especial seja por conta de...

- Cala a boca faz muito tempo que não uso drogas, eu bebo e fumo, mas drogas é completamente diferente, mas tenho que admitir que é muito legal ver duendes e fadas voando pelo jardim feito de algodão-doce.

- Para uma pessoa que acabou de quase morrer você é bastante engraçada, merece ganhar um Oscar de melhor comédia.

- Eu acho que daria uma ótima atriz por isso que não vou comentar absolutamente nada e nada.

Por este momento ela conseguiu esquecer dos seus maiores problemas, como a morte do seu pai, sua tia insuportável e o seu primo bebê que não parou de chorar o enterro inteiro. Rose quer sonhar esta noite, mas um sonho que mostre seu pai encontrando sua mãe nos cosmos, um casal apaixonado que sempre se amaram e tiveram uma filha problemática.

Alec decidiu levar a garota para casa e ficar com ela o tempo todo, já que ela pode ter um outro surto e tentar se matar novamente, e desta vez ela não reclamou de ter que ficar perto dele por mais tempo. Ela quer alguém para ficar do seu lado e ter alguém para proteger, mesmo que esteja com uma parte da sua família em casa ver sua avó com cara tristonha e de choro não é nem um pouco reconfortante.

Quando chegou em casa sua avó estava do lado do marido e sua filha, tia Fiona, tentando fazer ela parar de chorar. O que não acontece. Pelo menos tem apenas três pessoas estranhas em sua casa, o restante dos familiares ou ficaram em hotéis ou já voltaram para Londres.

- Rose que bom que chegou sua avó... Quem é ele? – Fiona ficou encantada com o garoto que acabou de ver, seu coração bateu mais forte e um calor passou pelo seu corpo.

- Olá tia Fiona, esse é Alec o meu namorado. – Rose apenas percebeu que sua tia se interessou pelo garoto e o seu ego de implicante e o fato de Alec ser um vampiro a fez mentir.

- Consegue arranjar namorados em uma velocidade incrível, na minha época os pais que escolhiam qual homem a menina vai se casar, eles podiam ter outras mulheres, mas nós não... Pelo menos eu tive a sorte de encontrar o seu avô e hoje temos uma vida maravilhosa juntos.

- Okay, bela história de amor. – disse rapidamente pegando a mão de Alec e o arrastando para a escada, não é uma cena muito interessante assistir seu avos se pegando.

A mão de Alec é realmente muito fria, afinal de contas ele está morto e não respira e o seu coração não bate. Na mente de Rose começou surgir uma pergunta que faz sentido. Se ele não tem mais nada que o mantém vivo como ele pode amar se isso é um jogo do organismo e uma idiotice da mente? Talvez isso nem ele mesmo saiba responder com clareza.

- Pode pegar um copo d’água para mim? – Rose perguntou com os olhos fechados e apertando a blusa do menino. – Estou com sede e sono, como você é um vampiro que não dorme ou sente alguma...

- Não precisa fazer um texto enorme para me fazer pegar um copo de água para você. – não está irritado ou algo do tipo.

- Eu sei, mas você gosta de ouvir a minha voz por isto eu gosto de fazer textos enormes apenas para realizar o seu desejo de ouvir minha bela e preciosa voz.

Ele não responde apenas sai do quarto e se dirige até a cozinha, a casa está silenciosa assim como o bairro todo. Mesmo assim Alec finge estar respirando e pisca os olhos em um determinado tempo. Caso algum parente de Rose resolva aparecer.

A cozinha da casa é completamente branca, desde móveis a parede, dá até uma certa angustia estar ali dentro. Ele pega um copo de vidro com um desenho da Pucca beijando um garoto, e vai na direção do bebedouro que fica perto da geladeira.

- Olá Alec, está com sede? – a tia de Rose pergunta com um sorriso hospitaleiro, hospitaleiro até demais.

- É para Rosemary, ela teve um dia complicado hoje. – ignora a mulher e trás a sua atenção de volta para o copo.

- Um namorado que se preocupa com a namorada isso é tão complicado de se encontrar hoje em dia. Rose tem muita sorte de ter te encontrado, só espero que ela não seja tão idiota ao ponto de te largar.

- Muito obrigado pelo elogio, mas irei subir neste momento.

- Não, espere, fique um tempo comigo. – por alguns segundos Alec achou que a mulher ia tirar o roupão, mas ela apenas abriu uma pequena parte no seu peito. – Eu estou me sentindo muito distante desde que me separei do meu namorado, ele era um garoto incrível, mas não me dava a atenção devida.

- Muito triste para você, mas se eu demorar mais é capaz de Rose me matar, okay?

Correu rapidamente em uma velocidade humana, ela pode ter o seguido e correr em uma fração de segundo até o quarto de Rose não é uma ideia muito saudável assim. Quando entrou no quarto entregou a água para Rose e se sentou em uma cadeira branca.

- O que aconteceu? – Rose perguntou percebendo que o menino está um pouco estranho.

- Sua tia tem quantos anos mesmo? Porque eu pareço ter 16 anos e ela quase me agarrou na cozinha.

- Ela tem 20 anos, ou um pouco mais, o importante que ela sempre foi a safada da família e bem... Você sabe, é chato ter uma tia tão nova assim.