- Florença? Mas isso são duas horas daqui. – Rose falou cruzando os braços e tentando fazer um biquinho que não fique horroroso.

- É apenas uma hora e meia, também é a escola mais próxima onde á maioria dos estudantes são americanos, e como você é uma inglesa que não sabe falar absolutamente nada de italiano você vai estudar em Florença.

Americanos falam inglês, ingleses falam inglês, ela é uma inglesa e vai estudar com vários americanos. E não, ela não vê nenhum problema nisso é apenas que ela não quer ficar quase duas horas na estrada para ver pessoas que não irá se dar bem, morrer de tédio nas aulas de história e tentar evitar as terríveis tentações que toda escola com adolescentes possui.

- Você não tem escolha, amanha você começa e eu irei te levar, mas depois irá começar ir sozinha. – Foi sua palavra final e Rose sabe disso.

Ela corre até o seu quarto transtornada, com muita raiva do seu pai e querendo descontar na primeira coisa que vê. Ela pega o seu tablet, agora estão com internet finalmente, e vai procurar sobre a sua nova escola. Sua pesquisa é satisfatória, pois encontrou o site oficial da escola – que é um prédio bem alto no estilo das construções antigas que se vê por Volterra, mas é possível ver fios que leva a energia para aquele lugar. – e descobriu que 80% dos alunos são americanos, e o restante de outros países com língua inglesa, era uma escola apenas para intercambistas e Rose nem sabia que esse tipo de escola existia.

- Pelo menos eu vou conseguir entender o que falam. – falou ao mesmo tempo em que jogou o tablet para o lado sem nem ao menos tirar da página. – Talvez, se eles não forem tão insuportáveis, poderei fazer alguns amigos.

Tudo passou rapidamente, não sonhou com nada suspeito, e para piorar não sentiu a presença de Alec durante á noite. Quem sabe os Volturi encontraram uma nova humana para ficar no pé? Rose não poderia responder essa questão, mas ela queria muito acreditar que sim, mas tem que admitir que até gostasse quando Alec ficava do seu lado, isso a deixava mais segura e confiante.

A viagem até a escola foi a coisa mais sem graça do mundo, seu pai só abria a boca para mostrar algumas construções de casas bonitas, até que Rose gostou de ver algumas cenas, mas ver a mesma coisa todo dia vai ser a coisa mais sem graça do mundo. Quando chegou na escola ficou calada e não falou com ninguém, no meio da aula de inglês caiu no sono e sonhou novamente com a sua mãe, mas dessa vez a própria Rose estava no sonho, mas ela era um bebe de quatro messes e não parava de chorar nunca.

Quando acordou a sala estava vazia, totalmente vazia, nem mesmo o professor a acordou e ela se sentiu bastante incomodada. Quando levantou, finalmente, estava tudo rodando e ela descobriu ser a hora do recreio, talvez seja por isso que ninguém a acordou, ela se dirigiu ao refeitório onde não pegou nenhuma comida.

As pessoas andam para todos os lados e sentam junto de seus grupos, é isso em toda a escola e todos sabem como é complicado se encaixar em um novo grupo em uma escola nova, ninguém te conhece e você não conhece ninguém. Rose foi tirada dos seus pensamentos quando uma menina e um menino sentaram do seu lado.

A menina possui o cabelo até o ombro na coloração loira, os seus olhos são de um verde impressionante e está usando uma regata branca e um short jeans, o sapato Rose não consegue visualizar, o garoto também é loiro e tem características idênticas ao da irmã, mesmo que seus olhos não sejam tão impressionantes quanto da menina, mas ele usa uma calça jeans rasgada e uma blusa do Nirvana.

- Desculpa o incomodo, mas você está sozinha e nós não temos amigos. – a garota falou rapidamente colocando a batata frita na boca. – Meu nome é Dianna, e esse é o meu irmão gêmeo Daniel.

- Isso explica o fato de serem iguais. – o garoto deu de ombros e começou a brincar com o refrigerante. – O meu nome é Rosemary, mas prefiro que me chamem de Rose porque é menor e mais bonito.

- Usa drogas? – o menino perguntou olhando para a garota que acabou de conhecer, sua pergunta saiu de uma forma comum, tão comum como perguntar “Você sempre vem aqui?”. – É que conhecemos um excelente vendedor caso esteja interessada.

- Estou tentando manter uma certa distância de coisas ilegais. – Rose respondeu confusa, faz algum tempo que ninguém a faz este tipo de pergunta, e geralmente eram seus amigos a perguntar e não dois completos estranhos.

- Quer ser minha mais nova melhor amiga? – Dianna perguntou com um sorriso enorme, talvez ela tenha algum problema mental. – Pode ser amiga do Dani também eu não me importo nem um pouco, e pelo seu sotaque eu posso dizer que é inglesa.

- Eu sou inglesa, e pelo seu sotaque posso sugerir que vem do sul dos Estados Unidos. – Rose já assistiu alguns filmes românticos que se passa em pequenas cidades do sul, e a maioria dos filmes e livros são daquela parte do US será que lá as pessoas acreditam no amor mais facilmente?

- Acertou em cheio, não vou nem falar o nome da minha cidade porque duvido que conheça, é muito pequena. – Daniel falou com comida na boca o que fez a sua voz sair estranha e ao mesmo tempo engraçada.

O resto da conversa foi bem rápida pois o sinal tocou e todos tiveram que voltar para a sala de aula, a coisa boa é que amanhã eles irão ficar na mesma sala pois Rose foi trocada de turna depois de Dianna ir na diretoria implorar para Rosemary ficar na mesma sala que os outros alunos.

“- Senhorita Scodelario, sua amiga disse que quer muito sair da sua atual sala e se mudar para a sala da Dianna Montriell. Isso é verdade? – a diretora tem uma voz grave que dá medo em qualquer pessoa, mas Rose apenas olhou para a nova amiga e constatou que tem que concordar.

- É, eu estou com um pouco de problema na adaptação na minha sala e acho que ficarei melhor em uma sala onde eu já conheço uma pessoa, tenho uma grande deficiência em fazer novos amigos.

- Como é uma aluna novata posso fazer isto por você, alunos novos têm alguns privilégios já que não conhece a escola e o funcionamento, mas depois de um mês já perde todos os privilégios então teve uma grande inteligência por ter vindo tão cedo na direção pedir para se mudar de turma [...] Pronto aqui está. Entregue este papel amanhã ao professor que estiver dando aula amanhã, isso é para ele fazer as modificações necessárias e manter o bom funcionamento da unidade escolar.

- Muito obrigada senhora. – Rose fala com um sorriso calmo ignorando a cara entediada de Dianna, que tem um sobrenome italiano demais, que preferia estar dançando jazz no seu quarto ou lendo algum livro do John Green.”

Depois de tudo resolvido ela foi, literalmente, obrigada a ir ao cinema junto com os irmãos gêmeos que parece que nunca tiveram amigos anteriormente. Rose parece apenas um brinquedo na mão de ambos. Eles escolheram qualquer filme legendado e começaram a assistir, em poucas horas Rose descobriu que os irmãos são filhos de pais italianos que foram morar no EUA á vinte anos atrás, mas quando os irmãos viraram sociopatas resolveram mandar as crianças para a Itália como forma de punição.

Uma história bem parecida com a de Rose, quando deu por conta estava fumando um cigarro qualquer dentro do banheiro abandonado do cinema. E neste momento o seu grande propósito de não se meter em confusão está indo de água abaixo. Mas assim é a vida, quando você não quer fazer algo vai aparecer que você faça exatamente o contrário.

Rose está deitada em sua cama, mas não consegue pregar os olhos, algo a incomoda demais. Ela já levantou umas 30 vezes para ter certeza que Alec não está no seu quarto, logo agora que ela queria ter alguém para conversar. Amanhã ela terá que acordar bem cedo, ficar conversando com Daniel e Dianna e eventualmente descumprir a sua promessa de ficar fora de confusões.

- Alec... Porra eu estou realmente com saudades de você. – ela falou olhando para a janela na esperança de seu pedido ser atendido e o vampiro entrar pela janela e fazer uma grande surpresa para ela. – Parabéns Rose, conseguiu o que queria agora vai passar as suas noites sozinhas para sempre... E não será uma vampira, exatamente, pode ficar feliz agora garota estúpida.

- Você sempre fala em terceira pessoa ou apenas quer me irritar? – a voz fez o coração de Rose tremer de felicidade. – Anjo da guarda, eu já te falei isso... Nossa como eu odeio falar desta maneira.

- Como prefere falar? Com vossa senhoria? – Rose perguntou sarcástica sem nem saber o significado daquelas palavras.

- É o modo que eu converso com a minha irmã. – isso é uma grande novidade, a garota não sabia que o vampiro tinha uma irmã. – De qualquer maneira, eu estive do seu lado todo o tempo, mas como já era de se esperar você não me percebeu.

- Podia ter aviso eu acho que Dianna e Daniel iam adorar te conhecer, eles tem problemas em encontrar novos amigos. – deu um tapinha em Alec, um tapinha que ela não sentiu dor e ele nem percebeu que foi tocado.

- Não sabia que fumava ou usava drogas. – ele respondeu um pouco desapontado fazendo a garota ficar um pouco triste. – Você sabia que isso mata? E o gosto do sangue não é muito bom, mas atualmente temos que suportar.

- Bem, desculpa por estrar estragando o gosto do meu sangue, vou pensar nisso quando fumar maconha. – tentou ser sarcástica, mas não saiu muito bem como ela imaginava. – Desculpa, eu sei que não é uma coisa saudável, mas os humanos acaba se viciando com coisas perigosas demais.

- Já fui humano, sei como é. – Rose não tem certeza se na época de Alec tinha algum tipo de droga, na realidade ela nem sabe quantos anos Alec possui.

- Quantos anos possui? Digo no total, contado a idade que é um vampiro e quando era apenas um humano patético como eu.

- Primeiro, devo admitir que nunca fui um humano patético. – não saiu como sarcasmo ou brincadeira, ele realmente falou sério. – E eu posso assegurar que não tenho a menor ideia, eu parei de contar a uns duzentos anos atrás.

A garganta de Rose ficou seca, como ela podia querer a companhia de um homem tão velho? Isso no seu país é considerado pedofilia e pode pegar cadeia por muitos anos, ela não sabe muito bem, além de ser uma coisa muito nojenta e estranha.

- Nossa que... Você parece ter 16 anos e não 500 anos de idade. – ela colocou sua cabeça no ombro do garoto. – Você é duro, já pensou em fazer aulas de dança?

Ela não se lembra o que aconteceu depois disso, pois acordou de manhã no chão da sala e provavelmente ela caiu da cama e nem percebeu. Ela já caiu tantas vezes na cama que já deve ter se acostumado. Alec provavelmente saiu do quarto depois que ela adormeceu e de certa forma ela não ficou muito feliz em pensar nisso.

“Rosemary Scodelario, você não pode começar a gostar de um vampiro que só vê ás vezes durante a noite, isso é totalmente estranho até para os seus padrões. Vamos lá... Esquece... Já sei, hoje você fica com um garoto qualquer na escola e vai estar tudo bem e todos sairão felizes.”